O soldado iraquiano Samir tem afirmado que o poder a graça de Deus se manifestaram de maneira intensa em sua vida por diversas vezes. Fugindo da guerra em seu país, ele foi perseguido pelas autoridades do Iraque como desertor e acabou sofrendo diversos tipos de ameaça de morte, mas sempre viu a mão de Deus cuidando de sua vida, chegando até mesmo a fazer com que ele sobrevivesse a 18 meses preso em uma gaiola no deserto.
Samir conta que mesmo tendo nascido em uma família muçulmana, nunca concordou com as doutrinas islâmicas e sempre se sentiu incomodado com a forma como Maomé era exaltado por suas batalhas sangrentas.
"Eu nasci em uma família muçulmana conservadora do Iraque. Quando estava no Ensino Médio, sempre ficava perturbado quando ouvia meu professor explicando como o Islã se espalhou por meio de guerras e batalhas, lideradas por Maomé e seus sucessores", contou.
"Assim, enquanto meu professor estava falando sobre o heroísmo islâmico de suas guerras e batalhas, eu via tudo aquilo como crimes de guerra que encorajam o ódio, a perversidade, matança e roubos", acrescentou.
Samir também contou que se decepcionava com as orações islâmicas, que não buscavam o arrependimento humano, mas sim a mudança do contexto em volta.
"Mesmo nas orações muçulmanas não há nenhum apelo a Deus para mudar suas condutas e comportamento, mas sim suas circunstâncias circundantes", relatou.
Quando terminou seus estudos no Ensino Médio, Samir teve que se alistar no exército de seu país, mas não queria guerrear.
"Com o passar do tempo, terminei o colégio e fui forçado a me alistar e servir no exército do Iraque. Eu me tornei um motorista de tanque blindado, mas decidi fugir do serviço militar", explicou. "Quando perguntei a meus companheiros soldados se algum deles estava disposto a vir comigo, eles recusaram e eu tive que escapar sozinho em meio a bombardeios pesados e minas terrestres perigosas, até que milagrosamente cheguei à minha casa na
cidade de Mosul".
Clamor em meio à angústia
Quando chegou à sua casa, teve uma grande decepção ao ver que sua família não o aceitava mais de volta, pois ele estava agindo como um desertor e decidiu fugir novamente.
"Quando cheguei à minha casa, minha família se recusou a me aceitar de volta, então fugi para a Síria. Fui pego tentando atravessar a fronteira, quando dois informantes nômades do exército iraquiano me prenderam", contou. "Passei 16 meses em uma prisão do exército, aguardando por um julgamento, até que finalmente fui ao tribunal e fui confrontado pelos dois nômades que haviam me prendido antes e também testemunharam contra mim".
Samir conta que naquele momento se viu sem forças e clamou a Deus, pedindo por proteção e não tem dúvidas que a mão dEle agiu naquela circunstância.
"Naquele momento difícil eu orei a Deus, pedindo que me livrasse daquela situação perigosa. 'Misteriosamente', o tribunal me absolveu por falta de provas, porque uma das duas testemunhas era surda e cega, e por isso não podia depor legalmente perante o tribunal", afirmou. "Naquele exato momento exato momento senti o profundo amor de Deus, que me libertou e me senti mais confiante sobre o poder que Ele tem".
Mais tarde, Samir foi forçado a voltar para o exército, pois havia uma guerra em curso no Iraque e se viu dirigindo um tanque blindado mais uma vez.
A guerra civil tem atingido a cidade de Mosul e feito com que milhares de famílias fujam para outros países. (Foto: Reuters)
Transformação
Mesmo que sua primeira tentativa de fuga tivesse sido frustrada, ele decidiu tentar mais uma vez e conseguiu sair do país. Mas esta viagem iria transformar completamente a sua vida.
"Eu fui para o Nepal. Acabei ficando doente e tive que ser internado em um hospital, onde conheci uma enfermeira cristã, que trabalhava na capelania daquele lugar", contou. "Aquela enfermeira e outras pessoas haviam saído de suas terras para aquela área remota, com o único propósito de servir a Cristo. Eles visitavam presídios, hospitais e áreas pobres para pregar O Evangelho de Jesus".
"Posteriormente, fui convidado a ir para a casa daquela enfermeira e não hesitei em fazê-lo. Quando cheguei lá, vi pessoas simples, cheias de amor, benevolência e desejo de ajudar os pobres em nome de Jesus, que se entregou para salvar toda a humanidade", acrescentou.
Samir contou que sua amizade com aqueles cristãos lhe possibilitou aprender mais sobre muitas coisas que até então eram novas para ele. Naqueles dias, Samir acabou encontrando a paz que tanto buscava encontrar.
"Lá eu aprendi mais sobre Jesus e sobre a importância de orar por outras pessoas, bem como orar para agradecer pelo alimento e fazer a oração do "Pai Nosso", também", relatou. "Aquelas pessoas [cristãs] me contaram sobre a morte expiatória de Jesus. Eu havia sofrido forte perseguição e estava à procura de paz, mas me senti muito amado por todos ali".
Temendo por sua própria vida, Samir acabou partindo novamente e se viu como um nômade, pulando de cidade em cidade, até que se cansou e decidiu voltar ao Iraque, mesmo sabendo da insegurança que havia por lá.
"Certo dia, desisti de vagar pelo mundo e voltei ao meu país. Já não me importava mais com o perigo que eu corria, pois estava confiante no amor de Jesus por mim", destacou.
"Assim que cheguei [ao Iraque], fui preso e interrogado pelo serviço de inteligência iraquiano. Eles me prenderam e me torturaram. Mais tarde, fui enviado ao tribunal sob falsas acusações. As autoridades esperavam conseguir me condenar à morte e me executar", disse.
Proteção divina
Mais uma vez, Samir foi ao tribunal, confiante que Deus estava cuidando de tudo e surpreendentemente, sentiu grande alegria em seu coração, apesar de um veredito não tão favorável, mas que o possibilitou continuar vivo.
"Fui para aquele tribunal cheio de fé no amor e cuidado do Senhor por mim. Em vez da pena de morte, o tribunal me condenou a 20 anos de prisão. Mesmo diante daquela sentença, o meu coração se encheu de alegria por saber que eu não seria mais executado", exclamou.
Samir passou a cumprir sua pena como um prisionero político e foi libertado após um ano, por causa de um acordo entre o governo iraquiano e rebeldes curdos.
"Oito oficiais iraquianos haviam sido tomados como reféns pelos rebeldes curdos e o resgate dos militares foi trocado pela libertação de todos os prisioneiros políticos do Iraque", contou.
Assim que saiu da prisão, Samir tentou voltar ao Nepal para reencontrar seus amigos cristãos, mas seus planos foram frustrados, quando ele foi novamente forçado a voltar para o exército iraquiano e guerrear no Kuwait.
"Mais uma vez fugi da linha de frente para a fronteira saudita em direção às tropas americanas estacionadas ali. Mas o exército saudita me prendeu em vez disso e eu fui mais uma vez preso por 18 meses em uma gaiola do deserto nem sequer se encaixam em animais selvagens", destacou. "O Senhor fortaleceu-me e eu suportei aquele momento difícil até que eu fosse libertado".
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOSPEL TRUTH