sábado, 5 de dezembro de 2020

Analfabetismo bíblico é o maior problema da igreja, diz líder da Aliança Evangélica Mundial

Thomas Schirrmacher, da Aliança Evangélica Mundial, diz que muitos filhos de famílias evangélicas já não estão mais enraizados na Bíblia.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST

Thomas Schirrmacher fala no “Mission Freedom”, um evento sobre tráfico humano em Frankfurt, na Alemanha. (Foto: Martin Warnecke)

A maior crise que a igreja evangélica global enfrenta hoje é a crescente falta de conhecimento da Bíblia, de acordo com Thomas Schirrmacher, o novo secretário-geral da Aliança Evangélica Mundial.

“Nosso maior problema é que o conhecimento da Bíblia está desaparecendo”, disse Schirrmacher ao The Christian Post. “Este é o maior problema que temos, além de todas as diferenças teológicas, problemas financeiros e questões políticas”.

Schirrmacher, que estudou teologia na Suíça e nos Estados Unidos e atua como secretário-geral associado para Assuntos Teológicos da Aliança Evangélica Mundial, disse que cada vez mais crianças que vêm de famílias evangélicas “não estão enraizadas na Bíblia”, e muitos abandonam a fé quando crescem.

Já o número de jovens que abandonam a fé é “neutralizado” por aqueles que se tornam cristãos na juventude, de acordo com Schirrmacher. No entanto, esses jovens cristãos também carecem de conhecimento bíblico e “só sabem sobre a Bíblia o que aprenderam com sua conversão”, disse ele. 

“Há tantas pessoas se tornando crentes que aquele que é crente há mais tempo vira o líder da igreja”, disse Schirrmacher. “Isso pode levar três anos. Isso é um tempo curto para nós, mas longo para eles. Temos uma taxa de conversão tão alta em todo o mundo, que é extremamente difícil acompanhar com discipulado, com ensino, com conhecimento da Bíblia. O resultado é que as pessoas sabem muito menos e estão muito mais abertas ao secularismo e coisas estranhas como a teologia da ‘saúde e prosperidade’”.

De acordo com dados publicados pelo Barna Group e Sociedade Bíblica Americana, o número de adultos que dizem ler a Bíblia diariamente caiu de 14% para 9% entre o início de 2019 e 2020. Este é o número mais baixo registrado durante os 10 anos de estudo de Pesquisa Bíblica.

A Aliança Evangélica Mundial pretende trabalhar para equipar a liderança ao redor do mundo. “Se os evangélicos não conhecem mais a Bíblia, não faz sentido que sejamos um movimento bíblico”, explica. “Não temos papa, não temos estrutura que nos mantenha juntos, não importa em que acreditemos. Precisamos sentar e estudar a Bíblia, conhecer as Escrituras e estar devidamente equipados para o ministério”.

Apelo por unidade

Em uma sociedade cada vez mais polarizada, Schirrmacher também enfatizou a importância da unidade das igrejas. Ele acredita que as divisões dentro do cristianismo são o “maior obstáculo” para a propagação do Evangelho.

“Precisamos ansiar pelo que é o DNA, não só do protestantismo, mas do cristianismo — a Bíblia, Jesus e o Evangelho”, disse Schirrmacher. “Precisamos trabalhar juntos para não lutarmos uns contra os outros ao pregar o Evangelho”.

“Nosso objetivo deve ser que todo o cristianismo aceite o mesmo DNA”, disse ele. “O desaparecimento de milhares de teologias diferentes que nos separam fará sentido se nos sentarmos e encontrarmos o DNA comum. O perigo é que não podemos permitir que esses ensinamentos centrais do cristianismo desapareçam junto com tópicos menores”.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Feiticeira se entrega a Jesus após ouvir o Evangelho por missionário brasileiro

O pastor Elias Marcelo Caetano, presidente da Missão Mãos Estendidas (MME), relatou com exclusividade ao Guiame suas experiência em viagem recente à África.


FONTE: GUIAME, LUANA NOVAES

Pastor e missionário Elias Caetano pregando na aldeia de Chizizira, em Moçambique. (Foto: Missão Mãos Estendidas)

Uma ação social com doação de alimentos se tornou uma oportunidade de pregar o Evangelho na semana passada na aldeia de Chizizira, na província de Sofala, centro de Moçambique. Pelo menos 12 jovens aceitaram a Jesus e, dias depois, mais 5 pessoas tomaram a decisão por Cristo — incluindo uma feiticeira da região.

O pastor Elias Marcelo Caetano, presidente da Missão Mãos Estendidas (MME), visitou a aldeia localizada em Tica, no distrito de Nhamatanda, na terça-feira passada (24), para distribuir 3 toneladas de milho aos habitantes locais.

Em entrevista ao Guiame, o pastor Elias diz que a pandemia de Covid-19 potencializou a situação da fome na África e muitas comunidades pobres têm necessitado do básico. “É uma situação gritante e as doações acabam minimizando o sofrimento desse povo”, explica.

Chegando na região de Tica, o pastor se deparou com alguns desafios. Um deles é a propagação da bruxaria e do islamismo, que têm “comprado” novos seguidores através da doação de comida.

“Os muçulmanos têm investido na distribuição de alimentos, mas para que as pessoas recebam as doações, elas têm que se converter ao islamismo”, relata o pastor. “O que é diferente do nosso caso. Nessa ação evangelística e social que fizemos, por exemplo, distribuímos alimentos para todos os habitantes da aldeia, e não apenas para os cristãos”.

Como fruto da generosidade que não exige nada em troca, alguns moradores da aldeia de Chizizira se interessaram em ouvir o que o pastor Elias tinha a dizer. “Entendi que as pessoas estavam ali porque estavam com fome e queriam o milho”, observa.

Ainda assim, Elias aproveitou a oportunidade e compartilhou o Evangelho de Jesus. Enquanto falava, ele notou que os jovens ouviam muito atentos. “Quando eu fiz um apelo à salvação, primeiro foi um, e isso fez com que outros tomassem a decisão. Naquela tarde, 12 pessoas se entregaram a Jesus. Houve um ambiente de manifestação de Deus naquele culto e vimos jovens sedentos e que estavam bebendo da palavra”, conta.

Depois do impacto evangelístico na terça, todas as doze pessoas que aceitaram a Jesus foram ao culto no domingo (29). Além delas, outras 5 pessoas aceitaram Jesus durante a reunião na igreja.

Uma delas era Teresinha Domingos, uma ex-feiticeira que foi impactada pela mensagem durante a ação social, mas aceitou Jesus no culto de domingo. A informação foi compartilhada pelo pastor Manuel Ernesto Mulape, que irá visitá-la nos próximos dias para iniciar um discipulado.

“Louvamos a Deus porque o Evangelho está avançando naquela região e podemos ver um aumento de cristãos”, celebra o pastor Elias, notando também o desafio de alcançar pessoas que têm se tornado muçulmanas à força e que seguem religiões tradicionais africanas.

Desafios na África

Há mais de 20 anos atuando em países como Moçambique, Malawi, Zimbábue e Zâmbia, a Missão Mãos Estendidas nasceu com o compromisso de alcançar as comunidades que vivem nas piores condições de miséria na África.

Em sua primeira viagem à África desde o início da pandemia, o pastor Elias viu de perto a necessidade das pessoas que vivem em Moçambique, um dos países atendidos pela MME. 

“A condição atual é precária e se tornou mais difícil por causa das restrições governamentais pela Covid-19”, explica o pastor. “O preço dos alimentos subiram, a oferta de trabalho diminuiu porque empresas fecharam. Mesmo antes o trabalho já era escasso — mais de 80% da população não têm um trabalho formal”.

“Apesar de Moçambique não ter muitos casos de coronavírus, o governo está sendo restritivo e a situação para o povo piorou”, acrescenta Elias. Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, Moçambique tem 15.770 casos de Covid-19 em uma população de 29,5 milhões de pessoas. Foram registradas 131 mortes pelo vírus.

Mais de 3 toneladas de milho foram distribuídas na aldeia de Chizizira,
 em Moçambique. (Foto: Missão Mãos Estendidas) 

Elias destaca a importância das doações neste momento pelo aumento da necessidade de comida. “A situação para os mais pobres, que é a grande maioria, está delicada. As pessoas precisam do básico, precisam do milho e do arroz. Sabemos de regiões em que as pessoas estão procurando as raízes das árvores para comer por causa da falta de alimento”, lamenta.

Seguindo viagem, Elias visitou também a cidade de Beira, capital da província de Sofala. Na ação, foram distribuídos mais 2250 quilos de alimentos no distrito de Búzi. “Para o alimento chegar lá, tivemos que alugar caminhão, barco e até carro de boi, mas o alimento chegou. Glória a Deus”, relata o pastor.

Para o mês de dezembro, a MME pretende continuar com mais distribuições de alimentos, bem como de medidores de temperatura, para que as igrejas cumpram a regulamentação do governo e voltem a funcionar em Moçambique.

Doações

Para aqueles que desejarem ajudar nas distribuições de alimentos que a MME está fazendo, acesse o site: mmeafrica.org

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Hoje é dia de doar esperança às crianças da Colômbia

Sua generosidade pode dar um novo futuro aos filhos de cristãos perseguidos


Timoteo, 18 anos, viveu no Abrigo mantido pela Portas Abertas, mas vai voltar para sua comunidade. Ele foi fortemente assediado pela guerrilha colombiana
Crédito: Portas Abertas

Hoje celebramos o Dia de Doar, um movimento que acontece em muitos países e promove a solidariedade e generosidade. A data, que surgiu nos Estados Unidos em 2012, passou a ser realidade no Brasil em 2013. Hoje, mais de 70 países participam oficialmente da ação.

Internacionalmente, o Dia de Doar tem nome de Giving Tuesday, que significa “terça-feira da doação”, e vem na sequência de datas comerciais já famosas, como a Black Friday. Sempre acontece na primeira terça-feira depois do Dia de Ação de Graças, o Thanksgiving Day.

Os cristãos de todo o mundo são conhecidos pela generosidade, assim como são abençoados por Deus todos os dias. Além de guardar os ensinamentos bíblicos no coração, eles se solidarizam com aqueles em vulnerabilidade. Isso acontece como descrito em 1Timóteo 6.18: “Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir”.

Doar é uma forma de amar

Na Colômbia, os pais cristãos temem pelo futuro dos filhos, já que grupos guerrilheiros observam as crianças para recrutá-las para o crime. O Abrigo Lar Cristão, mantido pela Portas Abertas, traz esperança para esses pais e filhos. Timóteo, um jovem colombiano, foi abordado por guerrilheiros quando tinha 11 anos. Eles lhe ofereçam uma tentadora quantia em dinheiro para se juntar ao grupo, mas o jovem cristão recusou.

O pai de Timóteo, percebendo o interesse do grupo pelo filho, solicitou uma vaga para o rapaz no Abrigo Lar Cristão e teve o pedido atendido. Timóteo teve a vida transformada pelo abrigo, onde pôde estudar e crescer na fé. O jovem concluiu o Ensino Médio e em breve ingressará na faculdade para estudar Engenharia Industrial. Ele quer terminar os estudos e voltar para a comunidade onde morava para ajudar as crianças que também enfrentam esse desafio.

Neste Dia de Doar, se envolva e leve esperança para as crianças da Colômbia. Sua doação ajudará o Abrigo Lar Cristão a oferecer cuidado, moradia e educação aos filhos dos seguidores de Jesus que são pressionados a se unirem ao crime do país. Neste Dia de Doar, salve uma criança da guerrilha na Colômbia.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Japão teve mais mortes por suicídio em um mês do que Covid-19 em um ano

Os suicídios aumentaram para 2.153 só em outubro, segundo a Agência Nacional de Polícia do Japão. Até agora, mais de 17 mil pessoas tiraram suas próprias vidas este ano.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CNN E FOX NEWS

Japoneses caminham pela estação Shinagawa em Tóquio, em meio à pandemia de coronavírus. (Foto: Reuters/Kim Kyung-hoon)

Enquanto o Japão se prepara para uma terceira onda de casos da Covid-19, a crise de saúde mental tornou-se um desafio ainda maior. De acordo com estatísticas do governo, mais pessoas morreram de suicídio em um mês do que de coronavírus em todo o ano até agora.

Segundo a Agência Nacional de Polícia do Japão, o número de suicídios subiu para 2.153 em outubro. O índice passou o número total de óbitos por Covid-19 no Japão, que era de 2.087 na sexta-feira (27), de acordo com o Ministério da Saúde.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Japão tem uma das maiores taxas de suicídio do mundo, sendo uma das poucas grandes economias a divulgar dados regulares sobre as mortes.

Em 2016, a taxa de mortalidade por suicídio no Japão era de 18,5 por 100 mil pessoas, perdendo apenas para a Coreia do Sul.

Nos últimos dez anos, no entanto, o número de suicídios sofreu uma diminuição no país, caindo para cerca de 20 mil em 2019 de acordo com o Ministério da Saúde. Este foi o menor índice registrado desde 1978.

Este ano, até o momento, mais de 17 mil pessoas tiraram suas próprias vidas — tendência que vem afetando especialmente as mulheres. Em outubro, os suicídios de mulheres no Japão subiram quase 83% em relação ao mesmo mês em 2019, em comparação com o aumento de quase 22% no mesmo período entre homens.

Especialistas dizem que a pandemia intensificou os problemas de saúde mental devido aos bloqueios prolongados, isolamento de parentes, desemprego, preocupações financeiras e falta de estrutura escolar.

“Precisamos confrontar seriamente a realidade”, disse o porta-voz do governo, Katsunobu Kato, anunciando novas iniciativas para ajudar pessoas com pensamentos suicidas, por meio de linhas diretas e mídia social.

‘O amor de Deus não está em quarentena’

O pastor Franklin Graham lamentou as estatísticas de suicídio no Japão nesta segunda-feira (30) e pediu orações pelas pessoas que tem sido mentalmente afetadas pela pandemia.

“Pela primeira vez na história, os que estavam bem foram colocados em quarentena, não os doentes”, comentou Graham em uma publicação no Facebook.

“Essa pandemia teve muitos ‘efeitos colaterais’, mas também é uma oportunidade para os seguidores de Jesus Cristo compartilharem a razão da esperança que existe dentro de nós. A paz, a força e o amor de Jesus podem ajudar as pessoas em todas as tempestades da vida, mesmo em uma pandemia global”, acrescentou.

Graham destacou também que o amor de Deus “não pode ser colocado em quarentena” ou debaixo de alguma restrição. Por isso, ele pede que cristãos ao redor do mundo continuem pregando o Evangelho e orando pelas pessoas em necessidade.

“Vamos compartilhar essa esperança e a verdade do Evangelho com o mundo. Precisamos cuidar dos negócios do nosso Pai. Ore por aqueles que estão sentindo medo, ansiedade e depressão por causa do coronavírus, e estenda a mão aos que estão ao seu redor com a esperança de Jesus Cristo”, incentiva.