sábado, 24 de dezembro de 2016

Ore por Aleppo? Pesquisa diz que poucos cristãos oram por refugiados

Apenas 19% dos cristãos afirmam que oram pelos refugiados, segundo pesquisa feita pela organização Visão Mundial.

Pai segura seu filho morto em Aleppo, na Síria, depois de um atentado suicida. (Foto: Manu Brabo/Associated Press)
Pai segura seu filho morto em Aleppo, na Síria, depois de um atentado suicida. (Foto: Manu Brabo/Associated Press)
Enquanto milhares de pessoas continuam evacuando Aleppo — cidade que já foi a mais populosa da Síria e uma das maiores comunidades cristãs do Oriente Médio — o apoio aos refugiados parece estar diminuindo.

Segundo uma pesquisa encomendada pela organização Visão Mundial e aplicada pela Ipsos, poucos cristãos tomaram medidas em favor dos refugiados nos últimos dois anos. 

Em 2016, 38% dos cristãos disseram que se envolveram em causas com refugiados, comparado a 44% no ano anterior. Além disso, o número de cristãos que oram por refugiados sírios caiu em mais de um terço este ano, para 19%.

"É chocante ver que os cristãos, que são mantidos a um padrão mais elevado pelo nosso Senhor, estejam orando ainda menos pelos refugiados", disse Richard Stearns, presidente da Visão Mundial.
No ano passado, os cristãos americanos se tornaram um pouco mais dispostos a compartilharem notícias sobre os refugiados nas mídias sociais (14%) e fazer doações aos grupos de ajuda (11%), informou a Visão Mundial.

Estima-se que 25 mil sírios tenham fugido do leste de Aleppo desde que um cessar-fogo entre o governo e grupos rebeldes começou na semana passada.

Como resultado dos confrontos, a localização de algumas ​​igrejas que remontam aos primeiros anos da fé se encontram em situação precária. Apesar da violência, a maioria das igrejas ainda funcionam no lado ocidental da cidade, controlado pelo governo. Na quarta-feira (21), uma bomba explodiu uma árvore de Natal iluminada no oeste de Aleppo, onde líderes cristãos e oficiais do governo estavam reunidos.

Diante da guerra civil, a população da Síria começou a se espalhar em 2011; cerca 6,1 milhões de sírios permanecem deslocados dentro de seu país e 4,8 milhões estão como refugiados. Metade dessas pessoas são crianças.

Uma pesquisa divulgada em janeiro pela LifeWay Research indicou que, apesar do apoio aos refugiados, muitas igrejas americanas apresentam preocupações em relação ao tema.

Mais da metade dos pastores batistas (56%) e pentecostais (50%) dizem que existe uma sensação de medo em sua igreja sobre os refugiados que vão para os Estados Unidos. O mesmo acontece com 33% dos pastores luteranos (33%) e 29% dos presbiterianos.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIANITY TODAY

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Pastor preso no Vietnã é forçado a comer comida misturada com vidro quebrado e chumbo

O líder é conhecido por lutar pelos direitos dos cristãos, ser ativista de liberdade religiosa e militar pela democracia. Chinh já fez greve de fome na prisão por não ter seus cinco minutos mensais de ligação para a família.

Antes de sua prisão, Nguyen Cong Chinh era um pastor protestante sincero e ativista da liberdade religiosa. (Foto: Reprodução).
Antes de sua prisão, Nguyen Cong Chinh era um pastor protestante sincero e ativista da liberdade religiosa. (Foto: Reprodução).
Nguyen Cong Chinh, um pastor vietnamita, teria recebido comida misturada com vidro quebrado e chumbo, relata o site Persecution.org. Sua água cheirava como inseticida e sua comida muitas vezes tinha moscas mortas. O pastor fez uma greve de fome depois que não lhe foi permitido sua chamada de cinco minutos por mês a sua família.

Ele já foi transferido para várias prisões e está cumprindo uma sentença por lutar pelos direitos religiosos de grupos nas terras altas. Ele foi transferido para outro campo de prisioneiros onde foi colocado em isolamento por supostamente liderar o protesto.

Sua família não foi informada sobre a transferência, e sua esposa, Tran Thi Hong, só descobriu quando ela o visitou no dia 12 de dezembro. As autoridades da prisão lhe disseram que Chinh foi transferido para a prisão de Xuan Loc, na província de Dong Nai.

Maus tratos e humilhações
Membros do Congresso dos Estados Unidos e 14 líderes religiosos vietnamitas pediram o fim do assédio e dos ataques físicos contra o Pastor Chinh, que cumpre pena de 11 anos. Depois que ele emitiu uma queixa por escrito no dia 23 de março de 2014, detalhando as ocasiões em 2012 e 2013 em que os guardas da prisão o agrediram fisicamente, as autoridades penitenciárias o forçaram a ficar na frente de outros prisioneiros enquanto ele era humilhado.

No dia 29 de maio, 14 membros do Conselho Inter-Religioso do Vietnã - que inclui líderes religiosos protestantes, católicos, budistas, Cao Dai e Hoa Hao - enviaram uma carta ao primeiro-ministro vietnamita, Nguyen Tan Dung, pedindo o fim do "terrorismo mental e físico de prisioneiros que enfrentam a injustiça".

Membros do Congresso dos Estados Unidos, incluindo o senador Marco Rubio, que concorreu a presidência dos EUA neste ano, e o representante Bill Posey, também expressaram preocupações sobre o tratamento do pastor Chinh e pediram sua liberação imediata.

Quem é Chinh?
Antes de sua prisão, Nguyen Cong Chinh era um pastor protestante sincero, ativista de liberdade religiosa e militante da democracia. Ele teve uma longa história de conflito com autoridades locais.

Natural de Quang Nam, desde 1985 vive nas províncias de Kon Tum e Gia Lai, nas Terras Altas Centrais, onde foca seu ministério em minorias étnicas. Em janeiro e setembro de 2004 a polícia usou escavadeiras para destruir a capela menonita não registrada do pastor Chinh em Kon Tum.

Em 2006, o Pastor Chinh fundou a Sociedade Evangélica do Povo Vietnamita (VPEF), que se concentra no trabalho de caridade, bem como na assistência aos prisioneiros minoritários e suas famílias. Em 2008, a polícia convocou o pastor Chinh para sessões diárias de interrogatório por mais de 50 dias.

Em 28 de abril de 2011, ele foi preso em sua casa em Plei Ku, Gia Lai sob acusações de sabotagem da política de unidade sob o Artigo 87. Um artigo no jornal da Polícia Popular no dia seguinte declarou que a agência provincial de investigação de segurança da polícia havia recolhido centenas de arquivos através da "inspeção administrativa" do "autoproclamado" Pastor Chinh desde 2003, que mostrou ter supostamente relação com reacionários estrangeiros, incluindo membros exilados do ex-grupo de resistência Montagnard conhecido como FULRO, para conduzir atividades anti-governo.

Em particular, o artigo afirmou que ele havia coletado informações de sites de organizações como a Human Rights Watch e grupos democráticos baseados no exterior, entrevistas concedidas a meios de comunicação estrangeiros e parceria com ativistas anti-governo para acusar falsamente o Vietnã de suprimir a liberdade religiosa e apelar sua re-designação como “País de Preocupação Particular” por violações da liberdade religiosa.

Em 2009, Pastor Chinh recebeu o Prêmio dos Direitos Humanos do Vietnã da Rede de Direitos Humanos do Vietnã, nos Estados Unidos.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO SITE HELLO CHRISTIAN

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Mesmo ferido, jovem trabalha para alimentar moradores de rua: “Quero espalhar o Evangelho”

Dias depois de sofrer um acidente de carro, o jovem cristão resolveu retornar ao trabalho para conseguir dinheiro e ajudar moradores de rua no Natal.

Jakeem Tyler trabalhando com um colar cervical no Chick-fil-A, em Indiana, nos Estados Unidos. (Foto: Facebook/Cameron Nelson)
Jakeem Tyler trabalhando com um colar cervical no Chick-fil-A, em Indiana, nos Estados Unidos. (Foto: Facebook/Cameron Nelson)
O jovem Jakeem Tyler, de 18 anos, se tornou uma inspiração para muitos depois que sua história passou a circular na internet. Dias depois de sofrer um acidente de carro, ele resolveu retornar ao trabalho para conseguir dinheiro e ajudar moradores de rua no Natal.

Por causa de seu esforço por amor ao próximo, ele conseguiu recebeu mais de 40 mil dólares (equivalente a 134 mil reais) com a ajuda de pessoas que ficaram comovidas com sua atitude.

A campanha de arrecadação começou depois que uma foto de Jakeem no caixa da rede de fast food ‘Chick-fil-A’ foi publicada no Facebook. A imagem mostra o jovem feliz, trabalhando com um colar cervical.

Cameron Nelson, a cliente que publicou a foto nas redes sociais, conta que perguntou ao rapaz o que havia acontecido com ele para trabalhar nessas condições. “Ele disse que se envolveu em um acidente de carro dias antes, mas estava trabalhando porque precisava do dinheiro para alimentar os moradores de rua no Natal".

Inspirada pela nobre causa do jovem, Cameron reuniu alguns amigos e lançou a campanha de arrecadação de dinheiro, com a meta de juntar 2,5 mil dólares. De maneira inesperada, a história de Jakeem comoveu muito mais pessoas. Nesta terça-feira (20), foi levantado mais de 43 mil dólares para sua ação.

Jakeem conta que sua ética de trabalho veio de seus pais, em entrevista ao programa americano Fox & Friends. "Quando eu tinha 7 anos, depois da igreja aos domingos, íamos no centro da cidade para alimentar os moradores de rua", ele lembra.

O jovem já sabe o que pretende fazer pelo resto de sua vida: "Eu gostaria de ser um evangelista e viajar pelo mundo espalhando a minha fé e o Evangelho. Eu quero trabalhar na liderança de jovens e adolescentes", afirmou.

Seu conselho para outros jovens é de "ser sempre uma bênção para alguém". "Todos nós passamos por diferentes batalhas, então tenha compaixão pelo próximo”.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE THE CHRISTIAN POST

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

"Jesus Cristo é a única solução", diz diretor evangélico da CIA sobre ataques muçulmanos

Mike Pompeo é cristão, veterano do exército e defensor pró-vida. Em seus discursos, o diretor da CIA condena os ataques terroristas e campanhas a favor do aborto.

Pompeo disse que foi honrado pela oportunidade de servir e trabalhar ao lado de Trump. (Foto: Reprodução).
Pompeo disse que foi honrado pela oportunidade de servir e trabalhar ao lado de Trump. (Foto: Reprodução).
O presidente eleito Trump nomeou seu novo chefe da CIA, Mike Pompeo. Cristão evangélico, Pompeo é uma figura respeitada na comunidade da segurança nacional. Ele também é um veterano do exército e defensor pró-vida.

Há dois anos, Pompeo fez um discurso em uma igreja, onde disse que os muçulmanos pensam que o Islã é "a única forma" de tratar as pessoas. "Esta ameaça para a América é de pessoas que acreditam profundamente que o Islã é o caminho e a luz e a única resposta", disse Pompeo aos frequentadores da igreja, de acordo com a Press TV.

"Essas pessoas acreditam que devem exterminar os cristãos da face da terra", acrescentou. "Eles abominam os cristãos", foi ele sobre uma minoria entre os muçulmanos. Pompeo aconselhou os crentes a "orar e ficar de pé e lutar e certificar-se de que sabemos que Jesus Cristo é o nosso salvador e é verdadeiramente a única solução para o nosso mundo".

Após o bombardeio de Boston em 2013, Pompeo chamou líderes muçulmanos para denunciar atos de terrorismo cometidos em nome do Islã. "Foram só dois meses desde os ataques em Boston, e nessas semanas, o silêncio dos líderes muçulmanos tem sido ensurdecedor", disse ele.

“Falhar em condenar tais ataques torna os líderes muçulmanos potencialmente cúmplices dos ataques. Quando os ataques terroristas mais devastadores contra os Estados Unidos, nos últimos 20 anos, vieram de forma esmagadora de pessoas de uma única fé (e foram realizados em nome dessa fé), uma obrigação especial recai sobre aqueles que são os líderes dessa crença", disse ele.

Contra o aborto
Pompeo é também um empresário perspicaz, começando na Thayer Aerospace, e depois passando para a Sentry International, que fabrica equipamentos para campos petrolíferos. Pompeo também votou a favor da Planned Parenthood, chamando-a de "maior provedor comercial de abortos nos Estados Unidos".

Trump disse em uma declaração que estava orgulhoso de nomear Pompeo como diretor da CIA. "Ele serviu o nosso país com honra e passou a vida lutando pela segurança de nossos cidadãos". O presidente eleito continuou: "Ele será um líder brilhante e implacável para nossa comunidade de inteligência para garantir a segurança dos americanos e dos nossos aliados".

Pompeo disse que foi honrado pela oportunidade de servir e trabalhar ao lado de Trump "para manter a América segura". "Também estou ansioso para trabalhar com os guerreiros de inteligência dos Estados Unidos, que fazem tanto para proteger os americanos a cada dia", finalizou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO SITE HELLO CHRISTIAN

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Sobrevivente da Chape é recebido com louvores no RS: “Sou um milagre, estou aqui”

Alan Ruschel voltou à cidade onde cresceu, no Rio Grande do Sul. Na entrada da residência, pessoas aguardavam o lateral com a canção “Sou um Milagre”.


Um grupo aguardou o lateral com a canção “Sou um Milagre”. (Foto: Reprodução/Globo)
Um grupo aguardou o lateral com a canção “Sou um Milagre”. (Foto: Reprodução/Globo)

Alan Ruschel, sobrevivente da tragédia da Chapecoense, voltou na noite de sábado (17) à  Nova Hartz, cidade onde cresceu no Rio Grande do Sul. O programa Fantástico, da Rede Globo, acompanhou a chegada do lateral na casa de seus pais.

Logo na entrada da residência, um grupo de pessoas aguardava o lateral com cartazes e cantando a canção “Sou um Milagre”, composta pelo pastor Carlos Moyses, da banda Voz da Verdade.

“Um milagre de Deus, né cara? Uma milagre. Estamos fortes. Vamos honrar os que foram morar com Deus”, disse Alan ao jornalista Tadeu Schimdt. “Estão cantando um louvor aí… Realmente, o que parecia não ter saída, Deus me colocou aqui de novo”.

Ao ser questionado sobre seu estado, o atleta revelou seus sentimentos extremos. “Eu estou bem, feliz por estar aqui, por estar vivo. É uma mistura de sentimentos, porque eu estou feliz por poder estar perto de quem eu gosto, por poder estar vivo, por poder estar andando… Mas ao mesmo tempo tenho aquela sensação de perda, porque perdi muitos amigos”.

Um dos grandes amigos que se foram no acidente foi o goleiro titular da Chapecoense, Danilo. Ele era muito próximo de Alan, assim como Jackson Follmann, o goleiro reserva que também sobreviveu à queda do avião na Colômbia.

Ao lembrar de Danilo, Alan chorou. “Essa semana a mulher dele colocou uma foto pedindo para eu tomar conta dela e do filhinho dela”, disse ele, emocionado.
Alan teve uma lesão na coluna, uma contusão pulmonar e pequenos ferimentos. “Pelo que conversei com os médicos, [voltarei ao futebol] daqui uns cinco ou seis meses. Preciso de três meses para calcificar a coluna e recuperar a massa muscular, porque eu emagreci muito, perdi 9 quilos em 16 dias”.

O lateral se emocionou ao lembrar que escapou da morte por ter mudado de lugar no avião. “Eu estava sentado no fundo, nas três últimas poltronas. Eu lembro que eu olhei para o Follmann — que me chama de Rato — e ele disse: ‘Rato, senta aqui’. Eu saí do lugar e fui sentar com o Follmann”.

O atleta se reencontrou com o zagueiro Neto no hospital e lembrou da conversa que tiveram. “Ele [Neto] me contou que lembra de tudo até a queda. Ele falou que estava em um vôo tranquilo, quando as luzes se apagaram. Teve uma queda de energia no avião e já se acenderam as luzes de emergência”, descreve.

Alan perguntou a Neto se os tripulantes do avião informaram algo sobre a situação. “Ele disse que não falaram nada. E aí ele disse que começou a orar, começou a pedir a Deus para proteger a ele e a nós todos que estávamos no vôo. A partir disso, ele disse que não lembra de nada”.

O jornalista também conversou com Follmann por telefone. O goleiro está internado, se recuperando da amputação na perna direita e ainda tem dificuldade para falar, por ter passado muito tempo entubado. Ele preferiu não comentar sobre o momento do acidente.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE FANTÁSTICO

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O DESENVOLVIMENTO DA VOCAÇÃO

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por Tim Carriker
Quando falamos de vocação, muitos distinguem, com razão, uma vocação “geral” de uma “específica”: é comum ver um interesse maior no “ir” do que refletir as características de Cristo no dia a dia. Porém, há uma questão fundamental nisso: o desenvolvimento da nossa vocação ao longo da vida. Para isso, usaremos de exemplo o desenvolvimento da vocação de Paulo.
Temos a tendência a ter uma visão bem estática da nossa vocação “geral”, a vocação de nos assemelharmos a Cristo. Pensamos e agimos como se a conversão ocorresse de uma só vez e de maneira quase total – a ideia da transformação pronta e imediata de vil pecador em santo discípulo de Jesus.
Claro que esse é o nosso alvo, mas a Bíblia fala do desenvolvimento da nossa salvação. Por isso, podemos pensar na nossa vocação dessa maneira (Fil 2:12). É isso que os teólogos chamam de “santificação”, algo que separamos da conversão – sendo que Paulo não faz isso.
Krister Stendahl, biblista sueco, chamou atenção para isso em uma reflexão no seu livro “Paul among Jews and Gentiles”. Ele reparou que o Ocidente define seu conceito de conversão a partir do encontro de Saulo com Jesus, no caminho de Damasco. Essa ideia é de que a conversão veio como um relâmpago que derrubou Paulo e que ele foi transformado de uma vez por todas, ali, para sempre.
Mas não é isso que lemos nas Escrituras, nem nos escritos de Paulo e menos ainda nos exemplos que ele dá. Suas cartas mostram o desenvolvimento de sua vocação/salvação. Saulo era um judeu modelo, fiel piedoso, alguém que ninguém poderia botar defeito, literalmente. Saulo exerceu sua piedade por meio de sua dedicação ao estudo e a obediência às Escrituras.
Paulo levava a sério sua dedicação às Escrituras. Conhecê-la sem praticá-la era simplesmente incompreensível para esse fariseu dos fariseus – e ele praticava mesmo. Como discípulo de Jesus, mais de 30 anos depois de sua conversão, ele pôde olhar para trás e considerar a sua dedicação à piedade como uma vida “irrepreensível” (Fil 3:6). Porém, mesmo depois de sua conversão, é possível perceber quatro fases de desenvolvimento da sua salvação/vocação:
1. Fase da salvação inicial: de perseguidor a propagandista (At 9:9 / 22:11)
Quando Paulo se converteu, em sua fase de transformação inicial, não foi uma mudança do mal para o bem. Antes de conhecer a Jesus na estrada para Damasco, Paulo já era um sujeito muito bom. Em termos morais, e sei que isso é difícil de acreditar, Paulo não se tornou melhor depois de sua conversão do que era antes.
O problema é que concebemos a conversão nos termos de moralidade. Por isso, na hora do testemunho, privilegiamos as pessoas que tiveram a vida mais devassa possível, pois pensamos que isso ilustra melhor o poder de Deus. Mas a conversão de Paulo não foi assim: ela aconteceu em termos de direção.
Se conseguirmos reformular a nossa ideia de conversão para uma ideia de mudança de direção, vamos entender melhor o que Deus fez na vida de Paulo e o que Ele quer fazer em mim e você. Claro que, para muitas pessoas, uma mudança de direção exige uma mudança moral radical também. Porém, o ponto principal é a mudança de direção.
Paulo, então Saulo, estava a caminho de Damasco para acabar com o movimento cristão. Jesus o derrubou e o colocou em um novo caminho, para fortalecer e aumentar o movimento cristão. De perseguidor, se transformou em um dos maiores promotores da fé cristã. A princípio, Paulo ficou imobilizado. Mas, uma vez que a ficha caiu, não havia nada que poderia detê-lo.
A conversão é, antes de mais nada, uma mudança de direção, e é ela que pode mudar os seus hábitos e transformá-lo em servo eficaz de Deus. Muitas pessoas pensam que precisam mudar de moral antes de se converter. Sim, precisamos nos arrepender, mas o arrependimento significa literalmente virar as costas e ir na direção contrária de antes, confiando em Jesus. É isso que significa ter fé: como criança, confiar em Jesus. Uma vez feito isso, as mudanças interiores podem e vão acontecer. Mas, antes de mais nada, é preciso decidir: “Eu não vou mais andar na direção que estou andando agora”.
2. Salvação avaliada: de melhor que todos a escolhido
Não sabemos quanto tempo demorou, mas, cerca de 15 anos depois de sua conversão, Paulo não está mais silenciado e pasmado por sua conversão. Ele havia passado para uma nova fase: a da conversão avaliada. Veja em Gálatas (1:13-15) como Paulo entendia, depois desse tempo, a sua conversão; especialmente o que ele era antes de conhecer a Cristo: “seguia as tradições com mais zelo do que todos”.
Nessa segunda fase, Paulo avalia sua herança e formação. Ele entendia que, na religião, era muito bom, melhor do que os outros. Ele era uma pessoa muito zelosa e, nessa fase, continua sendo. É verdade que ele coloca um “porém” muito importante: “porém Deus, na sua graça, me escolheu…” Mas repare que esse “porém” não alterou a sua avaliação que tinha sido um seguidor piedoso de Deus, ainda que maldirecionado. Mais tarde, uns cinco anos depois, isso mudou. Assim, Paulo passou para uma terceira fase da sua salvação.
3. Salvação reconsiderada: de perfeito ao lixo
Muitos discípulos de Cristo passam a vida toda na primeira ou na segunda fase da sua salvação. Não digo isso como crítica: muitos simplesmente não imaginam que há algo mais. Mas há.
Paulo descobriu isso quando reconheceu que toda a sua piedade e herança não passavam de lixo, quando comparadas à caminhada diária com Jesus. Em algum momento, entre escrever a carta aos gálatas e, anos depois, as cartas aos coríntios e aos filipenses, Paulo reconheceu o seu devido tamanho diante de Deus. Reconheceu que tudo o que ele realizava antes era nada, diante daquilo que Deus havia feito em sua vida: “sou o menos importante dos apóstolos” e “nenhuma das coisas do passado têm valor, por causa de Cristo”. (1 Cor 15:9 / Fil 3:7-9).
Veja a diferença: na primeira fase da sua salvação, Paulo estava pasmado. Na segunda, reconhece que era bom, mas que estava no caminho errado, e Deus o havia colocado no caminho certo. Agora, 20 anos após sua conversão, Paulo entende que aquela vida anterior a Cristo era perda.
Depois de 20 anos caminhando com Cristo e 17 mil quilômetros de viagens, diante das vitórias e dos sofrimentos, aqueles poucos anos como fariseu exemplar diminuíram tanto que tornaram-se lixo. Será que um dia entenderemos as nossas vidas dessa forma?
Por incrível que pareça, isso ainda não era suficiente para Paulo. Eventualmente, uns cinco anos depois, essa percepção mudaria novamente, de forma sutil, levando Paulo a uma extraordinária quarta fase da sua salvação.
4. Salvação entregue: de “vida antes de conhecer Cristo” a “vida de blasfêmia”
Nessa fase, Paulo reavalia radicalmente se, antes de conhecer Cristo, vivia mesmo uma vida boa. A vida anterior não era mais “boa virada em lixo”. Ela simplesmente deixou de ser boa. É assim que ele fala de sua vida anterior a Cristo: “Ele me escolheu para servi-lo apesar de eu ter dito blasfêmias, o perseguido e o insultado”. (1 Tim 1:12-13)
Veja: sua vida antes de conhecer a Cristo deixa de ser “boa, porém maldirecionada”. Deixa de ser até “boa, mas transformada em lixo”, em comparação com a vida com Cristo. Paulo agora diz com todas as letras: “Eu não tinha fé, sou o maior dos pecadores”.
Vale esclarecer: nenhuma das quatro avaliações da salvação de Paulo estava equivocada. Em sua caminhada, cada avaliação estava correta, e até inspirada por Deus. Porém, à medida que caminhava com Cristo e à medida que pagava o preço do discipulado, o passado, mesmo aquele passado bom, não só diminuía em tamanho e importância, como se tornava uma vida sem fé. Paulo, então, considera-se o pior dos pecadores.
Essa é a vocação para onde precisamos caminhar, onde diminuímos tanto em importância que só nos resta refletir a Cristo. A partir daí, não importa aonde iremos ou o que faremos, porque, em tudo isso, as pessoas que se encontrarem conosco estarão se encontrando com Cristo.
Fonte: maisnomundo.org

domingo, 18 de dezembro de 2016

Cristão é crucificado pelo Estado Islâmico: `Se ama tanto a Jesus, morrerá como Ele´

Ato aconteceu na presença de sua esposa e filhos, que foram obrigados a assistir a execução

Os extremistas do Estado Islâmico perseguem, capturam e matam cristãos nas áreas em que estão controlando, e um exilado relatou a crueldade do grupo à organização World Watch Monitor.
O cristão iraquiano Esam, da região de Qaraqosh, dominada pelos extremistas, contou que seu cunhado foi crucificado “da mesma forma que Jesus”, na presença de sua esposa e filhos, que foram obrigados a assistir a execução.
Esam fugiu da região com sua esposa e três filhos, mas vários parentes não tiveram a mesma sorte. Qaraqosh é uma área predominantemente cristã e passou a ser controlada pelo Estado Islâmico em 2014.
Ele contou que recebeu um ultimato quando os extremistas tomaram a região: “Saiam, convertam-se ao Islã, paguem um imposto de proteção ou serão mortos”. Diante do cenário, ele resolveu sair, mas soube que os que se recusaram, foram mortos.
“O irmão de minha esposa foi crucificado pelo Estado Islâmico”, disse Esam, segundo informações do Gospel Herald. “Ele foi crucificado e torturado na frente de sua esposa e filhos, que foram obrigados a acompanhar tudo. Os terroristas disseram que se ele amava tanto a Jesus, deveria morrer como Jesus”, relembrou.
Os extremistas torturaram o cunhado de Esam por cinco horas, e depois de pendurá-lo na cuz, esfaquearam-no no estômago e atiraram nele, deixando-o lá. Os filhos e a esposa desse mártir foram ajudados por uma entidade sueca, que facilitou os trâmites para que eles fossem viver na Suécia.
Um casal cristão, parentes da esposa de Esam, foi aprisionado pelos extremistas, que nunca fizeram uma “audiência” com o homem. Já a mulher “agora vive com um dos militantes do Estado Islâmico”, segundo Esam. Outras meninas de sua cidade natal foram levadas como escravas sexuais: “Ouvimos falar de 12 meninas cristãs que estão com o Estado Islâmico. Pode haver mais delas nessa situação. Nosso bispo disse às pessoas para não dizerem se eles perderem suas meninas: é uma vergonha para a família”, lamentou.
Atualmente, Esam e sua família aguardam a Jordânia autorizar sua entrada como refugiado, assim como milhares de outras famílias cristãs.
Fonte: Gospel Mais