quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

EUA executam líder do Estado Islâmico em operação na Síria

O anúncio da morte de Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi foi feito pelo presidente Joe Biden, nesta quinta-feira (3).


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CNN E R7


Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi foi morto pelas Forças Especiais dos EUA. (Foto: Twitter/The White House).

As Forças Especiais dos Estados Unidos executaram o líder do Estado Islâmico, o iraniano Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, num operação antiterrorismo, na Síria, nesta quarta-feira (2).

O anúncio do sucesso da ação militar foi dada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, na manhã desta quinta-feira (3).

"Durante a noite, sob minha direção, as forças militares dos Estados Unidos no noroeste da Síria executaram com sucesso uma operação de contraterrorismo para proteger o povo americano e nossos aliados, e tornar o mundo um local mais seguro", afirmou Biden em comunicado.

Pelo menos 13 pessoas foram mortas durante e após o ataque americano, incluindo seis crianças e quatro mulheres, de acordo com a ONG de defesa civil, “Capacetes Brancos”. Segundo o Pentágono, não houve mortes entre os soldados dos EUA.

O secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, afirmou em comunicado, na noite de quarta-feira (2), que a missão foi realizada pelo Comando Central dos EUA (Centcom), que controla as operações militares no Oriente Médio.

“Mais informações serão fornecidas assim que estiverem disponíveis”, disse o comunicado. O Pentágono não informou o alvo da operação especial e nem se houve vítimas civis.

Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi foi morto pelas Forças Especiais dos EUA. (Foto: Wikipédia).

Segundo a CNN, testemunhas e equipes de resgate relataram que, antes da chegada das forças americanas, bombardeios e explosões atingiram uma casa na área de fronteira da Síria e da Turquia, chamada Atmeh. A região possui uma forte presença da milícia Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), que era filiada à Al Qaeda.

Uma testemunha em Atmeh, que não foi identificada por razões de segurança, contou que tiros de metralhadora foram disparados de pelo menos três helicópteros e minutos depois houve uma explosão.

“Ouvi de longe uma pessoa que fala árabe com sotaque iraquiano pedindo que as famílias evacuem a área porque assim ficariam seguras. Vi de longe que havia metralhadoras atirando do chão em direção aos helicópteros”, disse a testemunha à CNN.

A testemunha também relatou que ouviu sons como o de ataques de drones e que as forças do HTS estavam impedindo a entrada de civis na área. “Por volta das 3h20, os helicópteros partiram e vi uma luz distante que parecia um incêndio”, completou.

A ação militar foi o maior ataque dos EUA na Síria, desde a operação de 2019 que matou o então líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

China: cristãos perseguidos devem 'se comportar' durante Jogos de Inverno

Os Jogos de Inverno de Pequim começam na próxima sexta-feira (04) e os cristãos no país entendem que trazer o foco da mídia internacional só vai causar mais pressão e perseguição.


Fonte: Portas Abertas


Autoridades chinesas aumentam pressão contra cristãos durante o evento
Crédito: Portas Abertas

À medida que os Jogos Olímpicos de Inverno são lançados nesta semana, os líderes da igreja em Pequim dizem que estão se preparando para manter a discrição para evitar entrar em conflito com as autoridades chinesas, de acordo com a ONG Portas Abertas.

De acordo com Zhang Wei*, um contato local da Portas Abertas, em momentos de grandes eventos como este, os líderes religiosos cristãos são avisados para ‘se comportarem’, ‘ficarem quietos’ e ‘permanecerem invisíveis no domínio público’. Se as igrejas não cumprirem essas regras correm o risco de serem interrompidas. “Até agora, as igrejas de Pequim sabem o que fazer”, diz ele.

“Sabemos que não devemos estar ‘ativos’ durante esse tipo de evento”, diz o pastor Huang* de Pequim. “Sabemos como devemos nos comportar durante esse período. E isso é ficar quieto.”, explica o pastor que é parceiro local da Portas Abertas.

As atividades dos cristãos locais se resumem a cultos domésticos considerados clandestinos por não serem realizados por igrejas registradas e controlados pelo governo.

A maioria de cristãos chineses se encontram em igrejas domésticas, pois são proibidos de frequentar a 
igreja oficial do país Crédito: Portas Abertas

Durante as celebrações do Dia Nacional da República Popular da China no ano passado, houve relatos de autoridades fazendo ligações regulares para pastores de igrejas domésticas para reiterar seus ‘limites’. “Basicamente, esperava-se que eles ficassem quietos e fizessem muito pouco”, diz Zhang Wei. “Reunião em grupos menores pode ser tolerada, mas eventos maiores da igreja são desaprovados”, conclui.

Pastores suspeitos de realizar atividades da igreja além dos cultos regulares de domingo mesmo que com poucas pessoas podem ser forçados a ter ‘uma conversa’ com funcionários locais do partido (Partido Comunista, que rege o país). Sabe-se por fontes da Portas Abertas, que as igrejas, mesmo as registradas e autorizadas pelo governo chinês, mantêm em suas dependências uma sala para a Polícia Religiosa da China, um braço do governo que controla cada igreja cristã chinesa.

“Para os cristãos comuns, as consequências podem ser apenas avisos ou registro de sua identidade”, diz Zhang Wei. “Para líderes e pastores, eles podem ser interrogados por horas, detidos durante a noite e multados. Pode haver consequências mais graves se as igrejas resistirem às autoridades e causarem tumultos ou problemas durante grandes eventos. Se for descoberto que o líder da igreja conseguiu realizar os cultos e reuniões, ele pode receber uma detenção administrativa por alguns dias até ou até duas semanas.

Câmeras são espalhadas em igrejas oficializadas e autorizadas pelo governo chinês
Crédito: Portas Abertas

“Até agora, não recebemos nenhum convite para ‘uma conversa’ ou nenhum aviso”, explica o pastor Huang. “No entanto, está claro o que se espera de nós”, acrescentando que cumprirá os requisitos para evitar riscos aos seus líderes e membros.

Como o governo considera o cristianismo de origem ocidental, eles veem o cristianismo como uma ameaça de infiltração estrangeira. Por isso, as autoridades alertam as igrejas para que minimizem suas atividades.

Enquanto isso, a pressão existente sobre os cristãos está cada vez mais forte, com sanções oficiais e perseguição severa.

As igrejas são instruídas a exibir a bandeira chinesa ao lado da cruz e integrar seus ensinamentos com os “princípios socialistas chineses”. Recebemos constantes relados de igrejas sendo demolidas e centenas de cruzes quebradas de prédios de igrejas com pouco ou nenhum aviso prévio.

De acordo com Marco Cruz, secretário geral da Portas Abertas Brasil, "as autoridades não podem fazer muito, devido ao tamanho da igreja na China - tanto a igreja oficialmente registrada e autorizada quanto as igrejas domésticas não oficiais. Então, o governo está tentando adaptar o cristianismo à sua mentalidade e crenças políticas”.

A China é o número 17 na Lista Mundial da Perseguição 2022, que classifica os 50 países onde os cristãos enfrentam a perseguição religiosa mais extrema.



*Os nomes foram alterados por motivos de segurança