sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Mais de 8 mil cristãos adotaram costumes judaicos no Brasil, segundo estudo

Além de guardar costumes, a pesquisadora Manoela Carpenedo observa o aumento de cristãos brasileiros interessados em conhecer sua ascendência judaica.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO FORWARD


Brasileiros seguram a bandeira de Israel. (Foto: Silvia Izquierdo/AP)

Cerca de 8.000 cristãos passaram a observar costumes judaicos em todo o Brasil, de acordo com a pesquisadora Manoela Carpenedo, antropóloga e socióloga da religião que fez um estudo sobre a aproximação entre os evangélicos brasileiros com o judaísmo.

Seu estudo é detalhado no livro “Se Tornando Judeu, Crendo em Jesus: Evangélicos Judaizantes no Brasil” (no original em inglês: Becoming Jewish, Believing in Jesus: Judaizing Evangelicals in Brazil).

Entre as práticas judaicas observadas por cristãos, estão a guarda das festas judaicas, o shabat, estudo do hebraico, a comida kosher, a leitura do Talmude e da literatura rabínica.

Carpenedo observou que muitos evangélicos passaram a aderir rituais e símbolos judaicos, mas sem o interesse em se converter ao judaísmo. Ela explica que isso acontece por razões teológicas.

“Eles acreditam que podem contribuir para o cristianismo, reformando os tipos deformados de cristianismo encontrados no culto pentecostal, através do judaísmo”, disse ela em entrevista a Benjamin Ivry, publicada no The Forward, uma mídia judaica dos EUA. “Eles entendem o judaísmo de Jesus e tentam ser como Jesus, judeu.”

A pesquisadora observou que os cristãos poderiam se aproximar das práticas do Antigo Testamento se tornando “adventistas do sétimo dia” ou parte de uma “igreja pentecostal rígida”, mas acabaram se reconectando a Israel. “Por um lado, eles estão reformando o pentecostalismo por meio do judaísmo e, por outro, eles têm essa identidade étnica que desejam combinar e manter, como um avivamento e uma reforma”, avalia.

Genealogia judaica

Ela também observa o aumento de cristãos brasileiros interessados em conhecer sua ascendência judaica. Muitos passaram a pagar investigações genealógicas e exames de sangue para ver se sua família veio de judeus convertidos em Portugal, explica.

“Eles têm uma maneira urgente de entender a Bíblia e o judaísmo como algo conectado com o fim dos tempos. Eles estão de alguma forma ressuscitando seu judaísmo enquanto trazem outros cristãos a ele. Eles acreditam que no Brasil, todo mundo é de alguma forma judeu em certo nível. Então, sejam as pessoas 75% judias ou 5%, todos devem embarcar nisso e crer na Torá”, observa Carpenedo.

Por fim, a pesquisadora acredita que apesar da diversidade cultural do Brasil, o judaísmo está criando raízes entre as igrejas. “É um avivamento e reinvenção da religião. Algo está mudando no mundo cristão e o judaísmo está contribuindo para isso”, opina.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

China testa míssil hipersônico capaz de circular a Terra e deixa mundo em alerta

O teste que foi realizado em agosto foi mantido em segredo e surpreendeu as autoridades americanas.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE G1ATUALIZADO


Foguete Long March 5B decolando do Centro de Lançamentos de Wenchang, na China, em 29 de abril. (Foto: STR/AFP)

Ao testar um míssil hipersônico com capacidade nuclear que circulou a Terra, a China chamou a atenção de autoridades americanas. O planador estava armado com uma ogiva nuclear e foi lançado por um foguete do tipo Long March.

O míssil circulou a Terra em órbita baixa antes de descer em direção a um alvo, mas errou a meta em cerca de 38 quilômetros, conforme o jornal “Financial Times”. Mesmo assim, o teste surpreendeu as autoridades americanas.

O teste que ocorreu em agosto foi mantido em segredo, mas não é novidade que os chineses estão expandindo suas forças nucleares e que há uma grande chance de que estejam planejando “um jogo de arma de fogo”.

Tecnologia hipersônica

Além de Pequim, os Estados Unidos e a Rússia também trabalham no desenvolvimento de tecnologia hipersônica.

Difíceis de serem rastreadas, as armas hipersônicas em desenvolvimento por estes países são lançadas por um foguete ao espaço — a exemplo das naves utilizadas em missões espaciais.

Elas voam a cinco vezes a velocidade do som, orbitam a Terra com o próprio impulso e são manobráveis, podendo desviar a rota inicial. Por serem muito mais rápidos que os mísseis normais se tornam mais difíceis de se interceptar.

Imagem do teste de míssil hipersônico da Rússia, em 7 de outubro de 2020.
(Foto: Dilvulgação/Ministério de Defesa da Rússia/Reuters)

China nega que esteja fazendo testes

A China mostrou mísseis hipersônicos durante uma parada militar, neste ano. Ao ser questionada, na segunda-feira (18), durante uma coletiva de imprensa que o próprio governo chinês organizou para tratar da questão, o país negou que esteja fazendo testes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse que um teste de rotina foi realizado em julho para verificar diferentes tipos de tecnologia de naves espaciais reutilizáveis.

“Não era um míssil, era uma espaçonave”, disse Zhao. “Os testes são muito importantes para reduzir o custo de espaçonaves”, defendeu ele.

Uma reportagem do jornal Financial Times sobre os testes havia gerado preocupação em Washington, onde as agências de inteligência foram pegas de surpresa. Ao ser confrontado sobre a reportagem, Zhao disse estar incorreta.

A reportagem, publicada no sábado (16), citou cinco fontes não identificadas que disseram que um míssil hipersônico foi lançado no meio do ano. “O teste mostrou que a China fez um progresso surpreendente em armas hipersônicas e estava muito mais avançada do que as autoridades americanas imaginavam”, dizia o texto do Financial Times.

China mostrou mísseis hipersônicos em uma parada militar, neste ano. (Foto: Getty Images)

Caminhando para uma guerra?

Após a publicação, o congressista americano Mike Gallagher disse que o episódio deveria servir como “chamado à ação” para os EUA. O republicano e membro do Comitê de Forças Armadas da Câmara, disse que se Washington mantiver sua abordagem atual, “perderá uma nova Guerra Fria com a China em dez anos”.

As relações entre os EUA e a China estão tensas, com Pequim acusando o governo do presidente Joe Biden de ser hostil. Outros países ocidentais também expressaram preocupação com as recentes demonstrações de poder militar da China.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Apple remove aplicativos da Bíblia em obediência ao sistema comunista chinês

O presidente-executivo da Apple foi acusado de hipocrisia por políticos nos Estados Unidos e por obedecer ao governo chinês, evitando criticá-lo publicamente.

Fonte: Guiame, Com Informações de Washington Examiner, BBCe CBN


Apple obedece ao Partido Comunista Chinês e remove aplicativos da Bíblia 
e do Alcorão. (Foto: AppAdvice)

Em cumprimento ao regime ditador chinês, no dia 8 de outubro a Apple removeu dois aplicativos que eram bem populares entre os chineses — o The Olive Tree Bible e o Quran Majeed. O primeiro é um aplicativo muito conhecido para baixar várias versões da Bíblia e o segundo é referente ao Alcorão.

As autoridades chinesas alegam que os aplicativos violam as leis que proíbem o uso de textos ou materiais religiosos.

De acordo com o Washington Examiner, a Olive Tree Bible Software foi informada durante o processo de revisão da App Store que “são obrigados a fornecer uma licença demonstrando a autorização para distribuir um aplicativo com conteúdo de livro ou revista na China continental”, explicou um porta-voz da Olive Tree.

“Como não tínhamos a licença e precisávamos aprovar a atualização do nosso aplicativo para os clientes, removemos nosso aplicativo da Bíblia da App Store da China. No momento, estamos revisando os requisitos para obter a licença necessária, na esperança de poder restaurar nosso app para a App Store da China e continuar a distribuir a Bíblia em todo o mundo”, disse ainda o porta-voz.

Relacionamento da Apple com a China

Conforme a CBN News, a Apple foi criticada por seu relacionamento com a China, já que os fornecedores da empresa foram acusados de depender de muçulmanos uigures que trabalham de maneira forçada.

“Ao obedecer à ordem do Partido Comunista Chinês de remover aplicativos da Bíblia e do Alcorão de sua plataforma na China, a Apple está permitindo a perseguição religiosa por lá, incluindo o genocídio em curso de muçulmanos uigures. Essa decisão deve ser revertida”, disse Edward Ahmed Mitchell, vice-diretor nacional do Conselho de Relações Americano-Islâmicas, um grupo de defesa dos muçulmanos com sede em Washington (EUA).

Ele acrescentou: “Se as corporações americanas não crescerem e enfrentarem a China agora, correm o risco de passar o próximo século subservientes aos caprichos de uma superpotência fascista”.

Censura e perseguição religiosa

A App Store também removeu aplicativos que tratam de tópicos considerados proibidos pelas autoridades chinesas. Entre eles estão o Dalai Lama, a Praça Tiananmen, o grupo religioso Falun Gong e o Tibete. O governo chinês dobrou suas medidas extremas nos últimos anos para reprimir os grupos religiosos no país.

Vale citar que a China é um dos maiores mercados da Apple e a cadeia de suprimentos da empresa depende muito da fabricação chinesa. O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, foi acusado de hipocrisia por políticos nos Estados Unidos, por falar abertamente sobre a política americana, mas permanecer calado sobre a China.

Conforme a BBC News, ele também é acusado de obedecer ao governo chinês quanto à censura e de não criticá-lo publicamente pelo tratamento que dispensa às minorias religiosas. Benjamin Ismail, diretor de projeto da Apple Censorship, disse: “Atualmente a Apple está sendo transformada no departamento de censura de Pequim.

Cristianismo sendo atacado

Em maio deste ano, o governo comunista desativou as contas do Christian WeChat, dizendo aos usuários que isso violava as “disposições de gerenciamento de serviços de informações de contas públicas para usuários da Internet da China” e que as contas haviam sido “bloqueadas e suspensas”.

Outros aplicativos da Bíblia foram eliminados da App Store da China e as versões impressas não puderam mais ser compradas online.

O Guiame publicou várias matérias sobre a repressão chinesa contra os cristãos, entre elas uma que mostra como o regime chinês está obrigando pastores a incluir a ideologia comunista em sermões e histórias bíblicas.

E o caso de cinco cristãos presos por participarem de uma conferência cristã na Malásia, no ano passado, onde os pastores Timothy Keller e D. A. Carson foram palestrantes.

De 2020 para cá, a perseguição aos cristãos na China se intensificou, com milhares de cristãos afetados pelo fechamento de igrejas e outros abusos dos direitos humanos.