quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Ataque na Nigéria deixa 18 mortos e cristão lamenta: “Toda minha família foi morta”

Militantes Fulani mataram 18 crentes em mais um ataque à comunidade cristã na Nigéria.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE INTERNACIONAL CHRISTIAN CONCERNA


Militantes Fulani mataram 18 cristãos na Nigéria. (Foto: World Watch Monitor).

Nesta terça-feira (12), militantes Fulani mataram 18 cristãos em mais um ataque a uma aldeia cristã na Nigéria.

“Uma voz alta gritou 'Allahu Akubar' (Allah é o maior) à meia-noite”, disse uma testemunha à International Christian Concern (ICC). O secretário da igreja batista local está entre os mortos.

De acordo com a ICC, os radicais também incendiaram 100 casas e destruíram lojas de alimentos e plantações na comunidade, que já foi atacada sete vezes por fulanis. Seis pessoas tiveram ferimentos por bala e estão internadas no hospital.

“Minha vida está em risco agora”, disse John Rivi Bulus, um cristão da aldeia, ao ICC. “Os Fulani estão agora atrás da minha vida; todos os membros da minha família já foram mortos pelos militantes. Estou sozinho”, lamentou, entre lágrimas.

“Há um plano para a jihad na Nigéria, mas o governo nigeriano continua em silêncio”, afirmou um líder juvenil de Irigwe. “Estamos implorando aos cristãos da diáspora que venham em nosso auxílio”.

Um informante da ICC, uma organização cristã que monitora a perseguição no mundo, está na aldeia atacada e relatou que a situação é “muito ruim”.

“Continuaremos monitorando essa situação trágica e enviando informações à medida que forem recebidas. Neste momento, nossos irmãos e irmãs cristãos na Nigéria precisam de nossas orações”, declarou Jeff King.

A Nigéria vive uma onda de extrema violência por radicais islâmicos. Em dezembro de 2021, dois cristãos foram assassinados e um ficou ferido em uma emboscada de fulanis, após participarem de uma Cantata de Natal.

Perseguição na Nigéria

Conforme o relatório “Nigéria: Abordando a violência contra comunidades cristãs”, em 2018, os conflitos promovidos pelos fulanis foram seis vezes mais mortais do que os realizados pelo Boko Haram.

Segundo o Portas Abertas, por causa do forte armamento e informações militares, acredita-se que os radicais fulanis sejam patrocinados por autoridades do governo da Nigéria. Muitos pastores andam armados para proteger seus rebanhos e são associados a estupros, roubos e violência comunitária.

O Gerente Regional da International Christian Concern (ICC) na África, Nathan Johnson, cobrou uma atitude do governo da Nigéria frente aos constantes massacres a cristãos no país.

"Esses ataques bárbaros e devastadores devem ser interrompidos. A perda de tantas vidas sem nenhuma ajuda do governo significa que os agressores provavelmente continuarão com a violência. O governo nigeriano deve descobrir uma maneira de parar esses ataques mais rapidamente e, em seguida, deve punir severamente aqueles que cometem essas atrocidades”, pediu Johnson.

De acordo com com Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety, na sigla em inglês), uma ONG sediada na Nigéria, em apenas 200 dias, cerca de 3.462 cristãos já foram mortos por militantes Fulani e pelo grupo terrorista Boko Haram no país africano, no primeiro semestre de 2021.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Lista Mundial da Perseguição 2022 será lançada em janeiro

A Portas Abertas, organização mundial que apoia cristãos perseguidos em mais de 60 países do mundo, lança anualmente a Lista Mundial da Perseguição (LMP). Este ano, o lançamento mundial e simultâneo acontecerá no dia 19 de janeiro, as 10 horas (no horário de Brasília). Mudanças importantes serão destaques nesta edição




A Lista Mundial da Perseguição é um ranking de 50 países onde há maiores níveis de perseguição aos cristãos. Ela é resultado da pesquisa criada com o objetivo de monitorar e medir a hostilidade enfrentada pelos seguidores de Jesus em todo o mundo. Com uma metodologia própria, auditada pelo Instituto Internacional pela Liberdade Religiosa (International Institute for Religious Freedom - IIRF), a LMP revela quanta pressão e violência os seguidores de Jesus têm enfrentado em países da África, América Latina e Ásia. A partir desses dados é possível criar projetos que fortaleçam física, mental e espiritualmente nossos irmãos e irmãs na fé.

No link acima, você pode encontrar a Lista completa com o perfil de perseguição de cada país. A pesquisa ainda se refere ao ano de 2021 (dados coletados entre 1 de outubro de 2019 a 30 de novembro de 2020). Desde 2002, a Coreia do Norte é o país em que os cristãos são mais perseguidos no mundo. O número de cristãos presos em campos de trabalhos forçados no país, podem ultrapassar os 50 mil.

Os dados para fazer a Lista Mundial da Perseguição são recolhidos de três maneiras diferentes. A primeira é a Análise Global de Países, que é feita pela consulta de fontes como Freedom House, Pew Forum e Departamento de Estado dos Estados Unidos, com informações da internet e de outras buscas sobre a perseguição aos cristãos.

Quando há sinais de alerta na Análise Global, o departamento de pesquisa da Portas Abertas faz uma Investigação utilizando um questionário mais resumido do que o da LMP. Ao confirmar que o motivo da perseguição é religioso, o Questionário LMP completo é enviado a especialistas e contatos-chave nos países analisados.

Em casos em que a perseguição é muito visível, o questionário LMP é aplicado imediatamente após a análise global, ou mesmo sem ela. Normalmente, os dados são coletados no período de pesquisa entre 01 de outubro até 30 de setembro do ano seguinte.

Cada pergunta do questionário tem uma pontuação, e por meio do processo de análise dos questionários, cada país recebe uma pontuação final específica. A pontuação final pode ser resultado de diferentes mecanismos de perseguição. Dentro de uma escala de 0 a 100, a pontuação do país determinará o nível de perseguição e a posição na Lista Mundial da Perseguição. Da pontuação mais alta para a mais baixa, os níveis de perseguição variam entre extrema, severa, alta e variável. A metodologia da LMP permite que sejam feitas comparações entre diferentes situações de perseguição.

Desde a Lista Mundial da Perseguição 2021 não há níveis altos de perseguição, apenas severa e extrema, diante do aumento de perseguição e violência contra cristãos nos últimos anos.

Organização internacional mostra a perseguição aos cristãos no mundo

Atualmente, cerca de 340 milhões de cristãos são perseguidos por causa de sua fé em Jesus, em mais de 60 nações. O número de cristãos perseguidos cresceu mais de 30% em relação a 2020 e tende a crescer ainda mais em 2022 (em relação ao período de pesquisa da LMP 2022).

Na pesquisa realizada em 2013, o número de cristãos perseguidos no mundo era de mais de 100 milhões. Hoje, a população cristã perseguida ultrapassa os 340 milhões.

A população cristã no mundo se deparou com o aumento da violência em regiões específicas, como no continente africano, aumento de pressão e ameaças devido ao uso de tecnologias de sistemas de vigilância para monitorar cristãos, como na China e na Índia.

A pesquisa realizada anualmente pela Portas Abertas, combina extensas pesquisas de campo, com especialistas e cristãos perseguidos em seus respectivos países e comunidades. Um dos motivos do aumento da perseguição a cristãos no mundo, se dá, principalmente, pela pandemia do Coronavírus, que atingiu principalmente, à população cristã perseguida.

A Portas Abertas, organização mundial com mais de 60 anos de atuação, trabalha com distribuição de Bíblias e material religioso, ajuda socioeconômica e apoio ao cristão que se encontra em situação de risco e perseguição.

O que é a perseguição a cristãos

A perseguição ocorre quando cristãos e suas comunidades experimentam pressão e/ou violência por razões relacionadas à fé deles em Jesus, fazendo com que cedam aos agentes condutores da dinâmica de poder prevalecente em seu ambiente. No mundo todo, a estimativa é que mais de 340 milhões de cristãos enfrentem algum tipo de perseguição.

A perseguição aos cristãos frequentemente ocorre em contextos conturbados, difíceis e desestabilizados, como guerras, tensões étnicas, religiosas e ideológicas, conflitos políticos e sociais, corrupção, degradação ambiental e desastres naturais, pobreza, problemas psicológicos severos, doenças e violência doméstica.

A perseguição aos cristãos é definida como qualquer hostilidade experimentada como resultado da identificação de uma pessoa com Cristo. Isso pode incluir atitudes hostis, palavras e ações contra cristãos. Essa é a definição dada na Lista Mundial da Perseguição, relatório anual que dá base para o trabalho da Portas Abertas.

A cada ano, a perseguição aos cristãos se intensifica no mundo todo. O número de cristãos com medo de ir à igreja, que não têm uma igreja para ir e precisam escolher entre permanecer fiel a Deus ou manter os filhos seguros só aumenta. Houve crescimento também no número de vítimas da violência extrema, que perderam familiares, casa, bens e a liberdade apenas por compartilhar a fé em Jesus Cristo.

* As informações referentes à Lista Mundial da Perseguição 2021 foram coletadas no período de pesquisa – 1 de outubro de 2019 a 30 de novembro de 2020

Para saber mais, acesse www.portasabertas.org.br

Veja o vídeo em Vem aí a Lista Mundial da Perseguição 2022 - YouTube


Serviço:

Lançamento da Lista Mundial da Perseguição 2022

Dia 19/01/22 – as 10horas (o release de lançamento será enviado neste horário).

Dispomos de fontes - especialista de perseguição religiosa – disponível para entrevistas no Brasil.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Sobrevivente do comunismo se torna pastor e volta ao Camboja para ajudar igrejas

Desde o genocídio no Camboja, milhares de sobreviventes e até membros do Khmer Vermelho se converteram ao cristianismo.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO NATIONS


Joe Kong durante pregação no Camboja. (Captura de tela Emunah Project, Sin Somnang)

Joe Kong era um oficial do alto escalão do governo que, junto com sua família, acabou na mira do partido comunista invasor, no Camboja. Naquela época, em 1970, o genocídio cambojano havia apenas começado.

Joe conseguiu fugir de sua casa, escapando pelo rio Mekong e pelas selvas cambojanas, em busca de segurança dos radicais que transformaram aldeias pacíficas em zonas de guerra.

Como líder do Departamento de Agricultura, Joe estava no topo da lista de alvos do Khmer Vermelho. Com medo de ser reconhecido, ele e alguns colegas se disfarçaram de mineiros de carvão e sobreviveram em pânico implacável por três dias enquanto corriam em direção a Phnom Penh, capital cambojana.

Encoberto pelo medo e desesperado por alívio, Joe clamou a Deus, qualquer deus, sem saber que o verdadeiro Senhor já lutava por ele.

Assim que chegou à capital, Joe não teve outra escolha a não ser manter seu emprego. Ele e sua família permaneceram no Camboja não por devoção ao país, mas por temer por suas vidas. Por cinco anos, Joe trabalhou em Phnom Penh até ser escolhido para representar o Camboja no Comitê Mekong das Nações Unidas na Tailândia.

O futuro de Joe e o de sua família estava prestes a mudar dramaticamente.

Deus agindo

O aeroporto havia se tornado uma terra de ninguém e o único avião disponível tinha exatamente sete lugares vagos (para ele e sua família). O piloto, não querendo decolar dadas as circunstâncias, finalmente cedeu à imploração de Joe e correu com ele e sua família para fora da pista, esperando que qualquer bomba não os acertasse.

Joe, sua esposa e seus cinco filhos pousaram em segurança na Tailândia. Três semanas depois, em 17 de abril de 1975, o Camboja caiu nas mãos do Khmer Vermelho e a maioria dos funcionários do governo foi capturada, torturada e assassinada.

Até hoje, Joe está surpreso por ter sobrevivido. Ele não sabia, mas Jesus o entregou a ele a vitória da vida não apenas como um sobrevivente, mas como um filho escolhido e amado de Deus.

Vida para Cristo

Sem casa e desesperado por segurança, Joe declarou a si mesmo e sua família como refugiados nos Estados Unidos. Eles finalmente chegaram a Salem, Oregon de mãos vazias e determinados, mas ainda desanimados.

O trauma da queda de seu povo e a quase fuga de sua família do genocídio deixaram Joe se sentindo preso. Mais do que tudo, ele queria se livrar do medo. Ao saber que Joe não conseguiu encontrar uma casa grande o suficiente para alugar para sua família, uma igreja local estendeu a mão com os recursos de que dispunham.

Nesse gesto de bondade, Joe viu, pela primeira vez, o amor de Deus. Ele encontrou a liberdade que procurava. Ele conheceu a mão que o salvou e entregou sua vida a Cristo.

“Agradeço ao Senhor todos os dias por me salvar”, diz ele. “Enquanto eu viver, quero servir a Deus custe o que custar.”

Servindo aos irmãos

Joe passou a trabalhar para a Christian and Missionary Alliance (CMA) como líder da igreja cambojana nos Estados Unidos. Após 11 anos como Diretor Nacional do CMA para o Ministério Internacional, Joe sentiu um chamado de volta ao Camboja.

Muitos líderes da igreja local se sentiam sozinhos em suas missões e contataram Joe para ajudá-los, ao saber sobre sua experiência e educação no Camboja, que seriam o apoio exato de que precisavam. Embora Joe sentisse os sintomas do trauma surgirem ao pensar em voltar para casa, ele sabia que precisava ir.

Agora Joe e sua esposa Kay, junto com muitos outros sobreviventes do Khmer Vermelho, estão restabelecendo uma geração de líderes cambojanos que o genocídio levou. A igreja está crescendo à medida que a nação se cura. Ainda assim, quase 50 por cento do país tem menos de 25 anos, e a igreja sente as consequências da falta de mentores dos jovens líderes.

Promessa

“Bem-aventurados os perseguidos, porque deles é o reino dos céus”. Para Joe e muitos crentes no Camboja, esta promessa em Mateus 5 significa muito mais do que recompensas eternas. Essa herança sagrada significa uma proximidade terrena de Deus que somente a adversidade pode conceder.

O sofrimento está além da nossa compreensão. Mas, para muitos do outro lado, o arrependimento e o sofrimento dificilmente são amigos. Depois de passar fome, tortura, trabalhos forçados e espancamentos por desobediência, o povo cambojano estava exausto de tudo, exceto de um desespero por esperança. Para alguns, Jesus se tornou sua prorrogação.

“As pessoas voltaram para suas vilas como embaixadores de Cristo”, disse Joe. “Deus usou a guerra para trazer pessoas a ele.”

Sobreviventes

Kieng Heck era uma menina quando o genocídio começou. Ela também fugiu para os campos de refugiados na Tailândia. Uma noite, enquanto descansava em um campo de arroz onde ela trabalhava, sua voz solitária juntou-se ao pôr do sol enquanto ela clamava a Deus.

A menina precisava de esperança e a encontrou em um estudo bíblico em seu acampamento. Ela agora mora nos Estados Unidos, plantando igrejas no Camboja.

Kieng retorna ao Camboja anualmente para liderar a educação sobre a saúde da mulher em todo o país e usa sua história para compartilhar a promessa de uma vida plena em Cristo.

Chanthan e Bounoeuy Kes também eram jovens quando o Khmer Vermelho os levou a trabalhos forçados. Separados de suas famílias, eles temiam por suas vidas enquanto viam outros morrerem de fome.

Depois de escapar, os dois fugiram separadamente para o mesmo campo de refugiados onde encontraram vida em Jesus. Logo, eles se mudaram para os Estados Unidos e se conheceram, só então perceberam que haviam se abrigado no mesmo campo.

Agora casados ​​e morando no Camboja novamente, eles servem como missionários em vilas rurais, testificando do poder de cura da redenção.

Testemunhas do poder de Deus

Hoje, os jovens cambojanos, ilesos pelo genocídio, estão amadurecidos na história de seu povo, estão entusiasmados e apaixonados pela responsabilidade que têm diante de si.

Joe e Kay - agora no final de suas carreiras - testemunham uma nova geração emergir com confiança para se manter por conta própria, com poderes para revitalizar a igreja no Camboja.

Desde o genocídio no Camboja, milhares de sobreviventes e até membros do Khmer Vermelho se converteram ao cristianismo.