sexta-feira, 6 de março de 2020

Perseguição: como ser mulher e cristã na África Subsaariana

Mulheres cristãs enfrentam sozinhas a perseguição dupla e são duplamente vulneráveis

Fonte: Portas abertas 


Mulheres cristãs enfrentam sozinhas a perseguição dupla e são duplamente vulneráveis


Vulnerabilidade. Um termo experimentado na prática por mulheres da África Subsaariana. Além de não possuírem os mesmos direitos e privilégios que os homens, frequentes ataques de grupos radicais como o Boko Haram e Fulanis, as tornam ainda mais vulneráveis. Elas estão sujeitas a sequestros e estupros, também perdem seus maridos e filhos, que são provedores do lar. Quando isso acontece, precisam conseguir emprego em um cenário totalmente desfavorável.

Para cristãs, isso é ainda mais real e cruel, pois a igreja na região está sob ataque. Muitas são forçadas a casar com não cristãos e existem leis que permitem o casamento de menores de idade, o que apenas piora a situação.

Kwate, Doris e Naomi

A Nigéria é um dos maiores países da região e um dos mais atacados, também. O Boko Haram tem feito grandes incursões na região, com ataques cada vez mais constantes e violentos, deixando um rastro de incêndios, sequestros, morte e dor. Muitas mulheres perderam os maridos e agora lutam para sobreviver, cuidar de si e dos filhos.

Uma delas é Kwate. Além de ter o marido morto em um ataque em 2014, ela presenciou dois outros ataques. “Os homens chamavam as pessoas pelos nomes. Ninguém sabe como conseguiram essas listas, mas isso fazia com que as pessoas saíssem de casa. Eles empurraram meu marido para um quarto e eu consegui fugir e me esconder. Eles olhavam para onde eu estava, mas não me viram”. Porém, enquanto se escondia, membro do Boko Haram atearam fogo à sua casa com o marido dentro.

Outra viúva da mesma vila é Doris. No ataque de 2017, ela e o marido fugiram para a mata, mas se separaram. Momentos depois, ela ouviu os disparos que o matou. Alguns moradores o enterraram próximo à mata, mas até hoje ela não encontrou o local correto.

Naomi é mãe de nove filhos. Ela vive em uma pequena cidade em Burkina Faso, que até recentemente era uma cidade pacífica, até que extremistas atacaram a comunidade. Ela e os filhos estavam em casa com o marido, quando ele resolveu fazer uma visita ao pastor. Algumas horas depois, ouviram tiros e gritaria e sabiam que era um ataque de extremistas. “Acalmei meus filhos e pedi que orássemos por segurança. Meu marido não estava longe, mas senti que estava em perigo. Apenas continuei orando”. Depois de duas horas o tiroteio parou e ela ficou esperando e orando. O pastor que o marido dela visitara chegou em sua casa abalado e disse que ela precisaria ser forte, pois seu marido estava morto. “Fiquei em choque, meu mundo parou. O pastor explicou que assim que o tiroteio começou, meu esposo resolveu ir para casa nos encontrar e proteger. Ele morreu a poucos passos de casa. Ele morreu para nos proteger. Nós choramos amargamente. A vida se tornou difícil e insuportável”, conta.

Cura para o trauma

Assim como para Kwate, Doris e Naomi, a vulnerabilidade das mulheres africanas tem gerado traumas profundos. Kwate compartilhou sobre as dificuldades que enfrenta desde a perda do marido. “A tarde, sou normal e feliz, mas quando a noite cai e lembro-me de tudo, começo a chorar. Apesar disso, nunca culpo a Deus. Ele me protege e eu o continuarei louvando”.

Diante desse cenário a Portas Abertas oferece a viúvas cristãs sessões de aconselhamento pós-trauma. O objetivo é permitir que encontrem cura após eventos traumáticos. Doris disse: “quando estou nas aulas, o ensinamento é tão encorajador que me sinto fortalecida”. Kwate afirma que a cura do trauma tem realmente a ajudado e, quanto aos assassinos do marido, ela pôde finalmente perdoá-los.

Outro desafio é continuar com o sustento. Kwate é idosa e trabalha na terra para se sustentar. Antes de receber a ajuda da Portas Abertas, Naomi ia à igreja dia e noite pedir a Deus que se lembrasse deles e enviasse ajuda. “Ele nos ouviu, prometeu nunca me abandonar e fez milagres. Recebi feijão, milho e arroz e pude sustentar minha família”.

O intuito da Portas Abertas é que cada viúva da África Subsaariana receba ajuda e apoio necessário para sobreviver e criar seus filhos para a Glória de Deus. Além disso, quer proporcionar, por meio de aconselhamento pós-trauma e ajuda socioeconômica, descanso físico e mental a essas mulheres.

Para saber como ajuda-las, acesse a campanha “Mulheres Restauradas: oferecendo assistência imediata a sobreviventes de traumas” e saiba como ajudá-las. Envolva-se.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Cristã perseguida é premiada por sua coragem

A esposa do pastor Koh, Susanna Lew, recebe prêmio internacional por coragem na busca pela justiça

Fonte:portasabertas

A esposa do pastor Koh, Susanna Lew, recebe prêmio internacional por coragem na busca pela justiça

Susanna, esposa do pastor malaio Raymond Koh, que desapareceu há mais de três anos, recebeu o Prêmio Internacional Mulheres de Coragem por sua determinação em lutar por justiça para o marido e outras vítimas de desaparecimento forçado e sequestro.

Koh foi sequestrado em plena luz do dia em uma operação de estilo militar em 13 de fevereiro de 2017, supostamente por agentes do Estado. Enquanto uma investigação pública da Comissão de Direitos Humanos da Malásia apontou para o envolvimento do governo, até agora as investigações não resolveram o caso do desaparecimento forçado de Koh.

Susanna está entre outras 11 mulheres que receberam o prêmio em 4 de março no Departamento de Estado dos Estados Unidos, em Washington.

Ela foi reconhecida por buscar ativamente a justiça durante a investigação pública de Suhakam sobre o desaparecimento de seu marido, bem como a da ativista de direitos humanos Amri Che Mat, disse o Departamento de Estado. "Apesar do assédio policial e das ameaças de morte, ela continua a defender seu marido e outras pessoas, não por causa de sua fé ou da deles, mas por causa de seus direitos como malaios".

Na falta de clareza sobre o paradeiro do marido, no mês passado, Susanna Liew entrou com uma ação civil contra várias autoridades governamentais de alto nível. Ela disse que era o último recurso da família para entender o que aconteceu com o marido.

“Não temos alternativa senão recorrer à última instância da justiça e da verdade, nosso judiciário. Somente o tempo dirá se a verdade prevalecerá e todos os que praticaram esse ato hediondo contra um cidadão da Malásia serão levados em consideração pelos atos ilegais”, afirmou Susanna.

A Portas Abertas vem acompanhando o caso desde o início, dando todo suporte à Susanna e à família do pastor Koh. Um abaixo assinado já foi realizado, também, e entregue à embaixada da Malásia em vários países, inclusive no Brasil. (veja a matéria Petição por Raymond Koh é entregue à embaixada da Malásia)

Veja mais sobre este caso em:

Onde está o pastor Raymond Koh

2 anos depois, Raymond Koh continua desaparecido

Resistência em meio à fragilidade

O Dia da Mulher traz uma reflexão sobre os direitos de mulheres pelo mundo. Porém, muitas cristãs ainda não podem adorar a seu Deus publicamente sem enfrentar retaliações

Fonte: portasabertas

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No dia da Mulher, a cristã perseguida Fatemeh é um dos exemplos de dupla vulnerabilidade 
na perseguição a cristãs Crédito: Article 18

No mês de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher. A data remete a manifestações ao redor do mundo no início do século 20, pela igualdade de direitos civis e melhores condições de trabalho para mulheres. É possível reconhecer melhorias e ainda há oportunidades de evolução para mulheres do século 21 e além. E aqui, pode-se citar mulheres em países minimamente livres, que garantem seus direitos básicos ao trabalho, educação, saúde, família e crença.

Mas, como será a situação das mulheres em países onde os cristãos não podem exercer livremente sua crença e fé? Em países com perseguição extrema a minorias cristãs.

Recentemente, a Portas Abertas, organização que ajuda cristãos perseguidos em mais de 70 países no mundo, realizou uma investigação global para avaliar em profundidade características da perseguição. Um dos achados foi que além das crianças, cristãs perseguidas enfrentam dupla vulnerabilidade. Ou seja, se ser mulher já é um desafio nesses países, ser mulher e cristã é ainda pior.

Fatores diferentes de perseguição
Mulheres em todo o mundo que são perseguidas por causa de sua fé cristã enfrentam diferentes pontos de pressão em comparação aos homens. O relatório da Portas Abertas revela que, embora ambos os sexos enfrentem violência, as mulheres são confrontadas principalmente por violência sexual, enquanto para os homens é principalmente violência não-sexual.

"A violência sexual é usada contra mulheres cristãs em todas as regiões", disse o relatório, acrescentando que muitas vezes deixa mulheres e meninas a sofrer isolamento ao longo da vida em uma situação de "morta-viva".

O casamento forçado e outros tipos de violência (como espancamentos, negação de água e comida, e cárcere privado) são os outros principais pontos de pressão para as mulheres cristãs, seguidos pelo divórcio forçado e prisão domiciliar.

Violência e Pressão
Para a estudante cristã iraniana, Fatemeh Mohammadi, 21 anos, o governo usou uma mistura de fatores de pressão: desde a pressão de interromper sua educação, até a violência da prisão.

Após se converter ao cristianismo, vindo do islamismo, a ativista desapareceu por semanas depois de ser presa em janeiro, perto de uma área onde protestos estavam em andamento após a queda de um avião de passageiros ucraniano pelas forças militares do Irã.

A família não tinha notícias dela, que por semanas foi maltratada enquanto estava detida. Ela foi libertada sob fiança em 26 de fevereiro e está enfrentando acusações de "perturbar a ordem pública participando de uma reunião ilegal". Sua audiência, originalmente marcada para 2 de março, foi adiada por causa do surto de coronavírus.

Fatemeh tem sido muito sincera sobre sua fé e os direitos dos cristãos à liberdade religiosa. Em troca, ela foi repetidamente perseguida e presa. Em dezembro, ela foi expulsa de sua universidade pouco antes do início dos exames, sem uma explicação. Em 2017, ela foi presa enquanto frequentava uma igreja doméstica e passou 6 meses na prisão de Evin, em Teerã.

Três mulheres iranianas que sobreviveram às sentenças de prisão por sua fé recentemente disseram que a comunidade internacional deveria fazer mais barulho sobre a situação dos cristãos perseguidos, pois isso parece ter um efeito sobre como eles são tratados.

Nessa série de matérias, serão apresentadas outras mulheres que tiveram o curso de suas vidas mudado por se declararem cristãs e, por isso, são fortemente perseguidas. Suas histórias poderiam ter outro destino se elas não pudessem contar com, sobretudo, o amor de Deus e a ajuda de igrejas e instituições parceiras da Portas Abertas, que as acolhem, auxiliam para que permaneçam firmes em sua fé em Jesus, apesar de toda perseguição e dor.

terça-feira, 3 de março de 2020

Cristã paquistanesa que esteve durante 9 anos no corredor da morte, agradece as orações

Asia Bibi dá entrevista coletiva em Paris

Fonte: portasabertas

Asia Bibi dá entrevista coletiva em Paris

A cristã paquistanesa agradece pelas orações durante os nove anos que passou no corredor da morte
A repercussão do caso de Asia Bibi no mundo tornou a cristã paquistanesa um símbolo de luta pela liberdade religiosa. A acusação de blasfêmia contra o islamismo fez com que ela passasse nove anos presa e sentenciada à morte. Mas em outubro de 2018, a Suprema Corte do Paquistão rejeitou a denúncia contra ela. Então, Asia permaneceu sete meses sob custódia protetiva, esperando a revisão da decisão judicial.
Apenas em 2019, a cristã conseguiu se reunir com o marido e os cinco filhos no Canadá. Lá ela vive sob proteção, já que ainda teme ataques de radicais islâmicos. A Portas Abertas tem acompanhado o caso de Asia Bibi e divulgou a possibilidade de ela viver na França com toda a família. Para que isso ocorresse, se reuniu com a prefeita de Paris e com o presidente Emmanuel Macron.
Asia está no país para divulgação da autobiografia intitulada “Enfim Livre” (tradução livre). Ela escreveu a experiência de quase 10 anos presa em conjunto com a jornalista francesa Isabell-Anne Tollet, uma das pessoas que fez campanha para a libertação da paquistanesa.
A cristã concedeu uma entrevista coletiva a 20 jornalistas na capital francesa. A Portas Abertas esteve no evento e entregou pessoalmente um cartão de uma pessoa que estava orando por ela há cinco anos. Confira agora o resultado dessa conversa:
Portas Abertas: Como seu tempo na prisão mudou sua fé?
Asia Bibi: Minha fé sempre foi forte porque minha família tinha muita devoção, mas ficou mais forte porque agora eu sei que Deus está comigo - e ele não nos deixa, está sempre conosco.
PA: Como é possível suportar tais dificuldades na prisão e não duvidar da existência de Deus?
AB: Eu nunca duvidei, porque quando nasci, o líder da minha igreja disse à minha mãe: "Esta menina será testada por Deus". E meus pais continuaram me contando essa história e eu sabia que isso iria acontecer algum dia.
PA: Você percebeu que era um símbolo de esperança e fé enquanto estava na prisão?
AB: Eu tinha muita paciência e esperança em meu coração enquanto estava na prisão. E eu tinha certeza de que seria libertada porque era inocente. Eu sabia que algum dia eu estaria livre. Quando meu pai veio me visitar, ele disse que fui acusada em nome de Jesus e disse que seria libertada em nome dele também.
PA: Como você se sentiu ao ouvir que extremistas assassinaram um funcionário do governo que apoiou seu caso?
AB: Eu senti muita dor. Realmente chorei porque ele era inocente. Sempre que penso nele, tenho lágrimas nos olhos. Mas também tenho a sensação de que ele está vivo porque quem morre pela fé em Jesus está sempre vivo - nunca morre.
PA: Como foi a reunião com o presidente Macron?
AB: Eu recebi muita atenção dele. Eu senti como se ele fosse um membro da minha família. Eu nunca pensei em sentar ao lado de um presidente e conversar com ele! E quando encontrei a prefeita de Paris foi como conhecer uma irmã. Eu também recebi muito carinho dela. Era como se ela estivesse me esperando há dez anos. O jeito que ela me abraçou foi como de uma irmã.
PA: Você espera viver anonimamente no futuro?
AB: Sou livre, mas preciso de segurança. Tenho certeza de que vocês entendem. Meu desejo na vida é que meus filhos tenham uma boa educação, eles foram muito prejudicados com tudo isso.
PA: Onde você vai morar no futuro? Você vai ficar no Canadá ou se mudar para a França?
AB: Ainda não decidi, vim para a França e estou muito ocupada. Então, eu só preciso de um tempo para me sentar e pensar sobre isso. O Canadá é um país muito bom e a França também.
PA: Você tem uma mensagem para aqueles que oraram por você enquanto você estava na prisão?
AB: Sim, tenho uma mensagem para eles. Deus está com eles da mesma maneira que esteve comigo. Vocês estão nas mãos dele, e isso é vital.
Assim como Asia Bibi, outros cristãos estão enfrentando a perseguição nos países de origem por causa do amor a Jesus. Ao assinar a Revista Portas Abertas você se torna parceiro e começa a fazer parte de histórias como a de Asia Bibi. Assim você pode orar e participar das ações de encorajamento e ainda contribuir para o treinamento bíblico e assistência das demais necessidades de irmãos e irmãs perseguidos por amor a Cristo.

domingo, 1 de março de 2020

‘A Nigéria é um rio de sangue’, dizem rabino e pastor sobre massacre de cristãos

Os terroristas não poupam nem as crianças, que quando não são vitimadas, são testemunhas das atrocidades contra seus pais.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO NEW YORK POST


Cristãos fazem enterro coletivo de vítimas de terroristas islâmicos na Nigéria. (Foto: Reprodução/Christian Today)

“Foi a fé que nos obrigou a viajar para a Nigéria na semana passada para ver por nós mesmos a crise que ameaça partes do país mais rico e populoso da África”, disseram o rabino Abraham Cooper e o reverendo Johnnie Moore.

Abraham Cooper é o reitor associado do Simon Wiesenthal Center e Johnnie Moore é o presidente do Congresso de Líderes Cristãos dos EUA.



Rabino Abraham Cooper, reitor associado do Simon Wiesenthal Center. (Foto: Reprodução/The Jewish Star)

Eles justificaram suas presenças no país assolado pelo terrorismo islâmico como uma ordenança bíblica: “Não fique à toa”, ordena o Livro de Levítico, “quando o sangue do seu próximo estiver sendo derramado” (19:16).

Os dois líderes disseram que “o sangue está fluindo como um rio” por aquele extenso país e está sendo derramado nas mãos dos terroristas islâmicos do Boko Haram e de homens da tribo sem lei.

Eles contam dezenas de relatos de vítimas que passam por “sofrimento quase incompreensível”.



Rev. Johnnie Moore, presidente do Congresso de Líderes Cristãos dos EUA. (Foto: Reprodução/Rather Expose Them)

“Uma menina de 9 anos nos contou sobre assistir terroristas assassinando seus pais e irmãos com facões. Um pastor cuja igreja havia sido destruída duas vezes se encontrou conosco logo depois de negociar a libertação de duas membros da igreja sequestradas pelo Boko Harem, a caminho de uma celebração de Natal. As jovens ao lado dele, recém-libertadas, ainda mostram sinais de choque”, relatam em entrevista ao New York Post.

“Eles contaram como os terroristas os capturaram em seu ‘posto de controle’ próximo de um posto da polícia estadual. Uma das jovens era suficientemente esperta para manter o telefone ligado e escondido. Isso permitiu que as autoridades locais os localizassem. No entanto, as tropas do governo que chegaram a uma distância visual das meninas optaram por não resgatá-las”, disseram os líderes.

Outro caso aterrador é o de um pastor que decidiu resolver o caso de sequestro de algumas mulheres. Ele começou a se comunicar com os terroristas. O resgate exigido era considerado uma fortuna para qualquer pessoa em sua cidade modesta. Assim, o pastor vendeu praticamente todos os seus bens, como outros membros da igreja, para pagar os mil dólares necessários para salvar aquelas mulheres.

Arriscando a própria vida, o pastor dirigiu-se para o local designado para a troca, na esperança de que os terroristas cumprissem o acordo que haviam feito; felizmente, eles cumpriram.

Eles dizem que outras histórias não terminaram tão felizes. “Conhecemos homens de uma aldeia arrasada inteiramente pelos islâmicos. Os meios de subsistência foram sabotados, as famílias massacradas. Os terroristas esperaram até o meio da noite antes de atacar homens, mulheres e crianças com armas e facões. Sequestro não era do gosto deles. Eles começaram incêndios, depois desencadearam uma horrível limpeza étnica”, relatam.

A história de cada vítima parecia terminar com as palavras "existem milhares mais como nós".

Eles lembraram o caso de Leah Sharibu, a quem chamam de um” símbolo de coragem”.

“Essa adolescente cristã tinha 14 anos quando, em um ato de fé heroica, ela se recusou publicamente a se converter ao Islã, apesar das ameaças de seus captores terroristas encharcados de sangue. Aconteceu que estávamos lá no segundo aniversário de seu sequestro”, disseram.

Autoridades passivas

O presidente muçulmano da Nigéria, Muhammadu Buhari, compartilhou o testemunho cristão de Leah em uma declaração publicada em um importante jornal enquanto Abraham Cooper e Johnnie Moore estavam no país.



O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari. (Foto: Reprodução/Reuters)

"Leah permanece nas mãos dos terroristas", disse Buhari. "Eles dizem que é porque ela se recusa a renunciar à sua fé cristã. Dizemos que nenhuma pessoa tem o direito de forçar outra a mudar sua fé contra sua vontade, e que toda a vida é sagrada.”

Eles dizem que Buhari estava certo em fazer esses pronunciamentos, assim como os líderes cristãos fazem pronunciamentos semelhantes quando as vítimas são muçulmanas.

“No entanto, sua administração dominada pelos muçulmanos deve trabalhar mais para criar confiança entre o norte islâmico, o sul cristão e o meio misto do país. Dado que os terroristas praticam a jihad com cânticos de ‘Allahu Akbar’, não é surpresa que a vítima e o agressor vejam o conflito em termos religiosos”, criticaram.

“Certamente, existem muitos imãs que denunciam o sequestro de sua fé pelo Boko. Mesmo assim, os terroristas estão conseguindo travar um tipo de guerra santa”, dizem.

“A Nigéria deve tomar medidas para defender seus cidadãos das ameaças terroristas, para levar à justiça os assassinos, incendiários, sequestradores e estupradores. A alternativa é uma tempestade terrorista que poderia desestabilizar o país e a África Ocidental como um todo”, alertam.

Envolvimento americano


Os dois líderes dizem que os EUA deveriam entrar na questão. “Por que a América deveria se importar? Para começar, um estado nigeriano fracassado seria um desastre para seu povo, África e Estados Unidos. Mesmo que 5% da população jovem e massiva da Nigéria seja atraída para apoiar o Boko Haram, que prometeu lealdade ao Estado Islâmico, isso faria as ameaças islâmicas que irradiavam do Afeganistão parecerem brincadeira de criança”, afirmam.

Os dois concorram que tal situação poderia criar uma crise de refugiados mais aguda do que a desencadeada pelo conflito sírio. O” mundo poderia encontrar-se administrando uma perigosa mistura de terrorismo religioso (islâmico) por atores não estatais, intensificada pela desconfiança étnica, todos propensos à exploração por atores malignos como o regime iraniano”.

O cenário previsto é um dos motivos para que os EUA entrem na questão nigeriana: “Acreditamos que os Estados Unidos devem nomear um enviado especial para a região para trabalhar com o governo da Nigéria para enfrentar imediatamente os desafios de segurança da região”.

Abraham e Johnnie também entendem que “líderes religiosos de todas as religiões devem se solidarizar uns com os outros, desafiando o ódio que os terroristas pretendem fomentar”.

“Como um dos líderes cristãos mais influentes da Nigéria nos disse, ‘ontem foi o melhor dia para agir’. Em uma reunião separada, um dos imãs mais importantes do país disse praticamente o mesmo. Eles estão certos. O tempo está se esgotando”, concluíram.