sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Pastores são pressionados por gangues na Colômbia

Entenda os desafios da igreja no estado de Buenaventura

Fonte: Portas Abertas

A igreja está exposta à violência em meio ao conflito na Colômbia (foto representativa) Crédito: Portas Abertas

Buenaventura é o principal porto da Colômbia. Mas as vantagens que uma vez lhe fizeram um dos dez portos mais importantes da América Latina – como seu acesso ao Oceano Pacífico ou seu grande número de rios – agora são fatores que aumentam a presença de gangues criminosas que buscam o controle das rotas de tráfico de drogas e armas.

A Colômbia é o 34º país da Lista Mundial da Perseguição 2024, documento publicado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

De acordo com a Defensoria Pública do país, há pelo menos 39 grupos armados no distrito colombiano. A violência se estende por toda região, conhecida como departamento do Valle del Cauca e é classificada como a 24ª cidade mais violenta do mundo. Apenas em abril deste ano, houve um ataque de carro-bomba a um batalhão do exército, um massacre de cinco pessoas e o assassinato de dois vereadores.

As áreas urbanas e rurais de Buenaventura enfrentam lutas constantes entre as gangues, com assassinatos, extorsões, confrontos e deslocamentos constantes. “Temos a sensação de que as pessoas não querem sair porque têm medo de serem mortas. Não há lugar seguro”, disse Pedro*, um pastor que vive na região.

O que isso significa para a igreja?

Em geral, a igreja está exposta a violência e restrições causadas pelo conflito. Isso complica o trabalho com os cristãos perseguidos. Moisés*, um pastor local explica: “Nossos líderes tomaram a decisão de reduzir o apoio aos pastores porque é muito arriscado enviar trabalhadores às zonas de conflito. Cuidar dos irmãos é complicado com esses grupos.”

Em algumas regiões, os cultos da igreja precisam ser realizados mais cedo ou mais rapidamente. Em algumas áreas, é muito difícil fazer vigílias e as atividades podem ser suspensas quando os grupos armados impõem bloqueios. As igrejas cristãs também estão sob constante cerco e vigilância, especialmente os líderes e membros que se envolvem em ministérios voltados para jovens.

De acordo com a Portas Abertas, entre 2023 e 2024 houve pelo menos 35 casos de perseguição na região, afetando 960 cristãos. Dez desses incidentes foram relatados apenas este ano, e seis deles foram de Buenaventura. Devido a isso, muitos cristãos deixaram a região, o que afeta as igrejas.

“Deus está aqui, mas humanamente nos sentimos sozinhos. É por isso que pedimos que continuem nos acompanhando e fortalecendo”, acrescenta o pastor Pedro*. Juan*, outro pastor local, acrescenta: “Orem para que Deus levante trabalhadores e envie recursos físicos e espirituais para este trabalho. Nosso objetivo é continuar a expandir o Reino”.

Você pode ajudar

A Portas Abertas fortalece a Igreja Perseguida na Colômbia por meio da distribuição de Bíblias, treinamento, cuidados pós-trauma, projetos de desenvolvimento comunitário, ajuda emergencial e abrigo e educação para crianças. Para saber mais acesse www.portasabertas.org.br/doe

*Nomes alterados por segurança.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Cúpula do G20 aprova declaração que menciona guerras, mas ignora reféns do Hamas

Declaração conjunta dos líderes das 20 maiores economias globais pede Estado Palestino para o conflito Israel-Hamas.

Fonte: Guiame, com informações da CNN Brasil e AP

Cúpula do G20, Rio de Janeiro, Brasil. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

A declaração final da Cúpula de Líderes do G20, composta pelas 20 principais economias do mundo, foi divulgada nesta segunda-feira (18), abordando temas que vão desde as mudanças climáticas até os conflitos armados.

O encontro, realizado nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro, resultou em uma declaração elaborada coletivamente pelos chefes de Estado e de governo dos países membros.

O Brasil, na qualidade de país anfitrião, desempenhou um papel central na coordenação e facilitação do processo.

O documento contém 85 tópicos que abordam uma ampla gama de questões globais; todos os países membros assinaram o documento, com a Argentina de Javier Milei fazendo oposição a vários pontos.

Em comunicado, o governo argentino informou que, pela primeira vez desde sua adesão ao G20, assinou a declaração do bloco “se dissociando parcialmente de todo conteúdo relacionado à Agenda 2030”. O texto faz referência ao programa da ONU com metas para o desenvolvimento sustentável.

Guerras e terrorismo

A declaração final do G20 abordou os conflitos armados em duas regiões de grande preocupação internacional envolvendo a Ucrânia e Israel.

No contexto da Ucrânia, que foi atacado pela Rússia há quase três anos, os líderes expressaram grande preocupação com a situação humanitária, enfatizando a urgência de uma resolução pacífica e justa para o conflito.

Em relação à Faixa de Gaza, a declaração também abordou a grave situação humanitária, pedindo um cessar-fogo abrangente e imediato.

Reféns israelenses

O documento do G20 reforça a importância da proteção dos civis e enfatiza a necessidade de um esforço coletivo para promover a paz na região, reconhecendo as dificuldades enfrentadas pelas populações locais.

Além disso, propõe uma solução de dois Estados para o conflito entre Israel e o Hamas.

No entanto, o documento não menciona a libertação dos reféns sequestrados no dia 7 de outubro de 2023.

A guerra entre Israel e o Hamas, especificamente em Gaza, é objeto de um único parágrafo da declaração final. Outros trechos falam sobre conflitos de uma forma geral, reiterando “posições nacionais” e resoluções adotadas no âmbito das Nações Unidas.

Os próximos encontros do G20 ocorrerão sob novas presidências nos próximos anos. Em 2025, a África do Sul assumirá a liderança, e em 2026, o encontro será realizado nos EUA, onde os líderes se reunirão novamente para discutir questões globais.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Crianças cristãs também são perseguidas

Entenda os desafios da futura geração da Igreja

Fonte: Portas Abertas

Milhares de crianças cristãs vivem entre refugiados e deslocados internos. foto: Portas Abertas

Todos os dias, Moryom, de nove anos, lida com pessoas em sua comunidade que são contra sua família porque eles são seguidores de Jesus. As pessoas no vilarejo a conhecem bem, principalmente porque seu pai é pastor em uma região de maioria muçulmana e sua mãe é professora do projeto de alfabetização para adultos, em Bangladesh.

Por fazer parte de uma família cristã, ela é forçada a caminhar três quilômetros para ir e voltar da escola, pois seus colegas muçulmanos não a deixam andar no riquixá, o meio de transporte tradicional, com eles. Não importa quantas coisas dolorosas as pessoas digam e façam, Moryom leva tudo a Deus em oração e escolhe perdoá-los.

Já em Burkina Faso, quando sua vila foi atacada por extremistas, Combary, de 13 anos, e sua família fugiram de casa. Vivendo como pessoas deslocadas, a escola não era mais uma opção para a jovem. Nesse contexto, a educação muitas vezes fica em segundo plano, depois do abrigo e alimentação para famílias deslocadas.

Desafios para o futuro da igreja

Na Ásia Central, Ailin é a única ouvinte em sua família, pois seus pais são surdos. Na região, muitas pessoas veem a surdez como uma maldição, por isso, famílias surdas ficam vulneráveis a abusos. Além disso, ser cristã vai contra a identidade regional, que diz que nascer na Ásia Central significa ser muçulmano. A menina e sua mãe foram interrogadas por policiais apenas por possuírem literatura cristã.

Moryom, Combary e Ailin representam milhões de crianças e famílias cristãs em todo o mundo que são alvo de perseguição em suas escolas e comunidades porque seguem Jesus. As crianças são frequentemente os cristãos perseguidos mais vulneráveis e também são o futuro da Igreja.

Como igreja global, temos a responsabilidade de orar por essas pequenas vozes de perseguição e suas famílias, especialmente à medida que se aproximam do Natal e das festas, um momento em que as crianças são particularmente vulneráveis e podem se sentir isoladas de suas comunidades.

Todos esses países fazem parte da Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os países onde os cristãos são mais perseguidos. O número de cristãos que enfrentam níveis elevados de perseguição por causa de sua fé ultrapassa 365 milhões. Isto é, em cada sete cristãos no mundo, um é perseguido.

Compartilhe a causa da Igreja Perseguida com as crianças

Na próxima quarta-feira, 20, comemora-se o Dia Internacional da Criança. Confira a página Kids da Portas Abertas, onde você encontra atividades para crianças até 12 anos. Baixe agora e descubra com os pequenos a esperança que abençoa a Igreja Perseguida e abençoará vocês também.