sexta-feira, 28 de abril de 2023

Possível candidato à presidência dos EUA, DeSantis chama Jerusalém de “eterna capital”

Governador da Flórida fez uma palestra no evento "Celebre as Faces de Israel", em comemoração ao 75º aniversário de fundação do Estado Judeu.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CBN NEWS

Ron DeSantis em discurso no "Celebre as Faces de Israel", em Jerusalém. (Captura de tela/CBN News)

Ron DeSantis, governador da Flórida, está em Jerusalém em uma viagem de política externa, antes de uma possível candidatura presidencial pelo Partido Republicano em 2024.

Durante uma palestra no evento "Celebre as Faces de Israel", que aconteceu no Museu da Tolerância em Jerusalém, em comemoração ao 75º aniversário da fundação de Israel, o governador falou sobre a importância do relacionamento EUA-Israel, dizendo que os Estados Unidos devem trabalhar com Israel e apoiar seu direito de autodefesa.

“Nossa aliança com Israel se baseia em afinidades culturais e religiosas únicas – os valores judaico-cristãos que remontam a milhares de anos à Terra Santa e que foram essenciais para o experimento americano”, disse ele.

DeSantis informou que a Flórida lutou com êxito contra o movimento anti-Israel de "Boicote-Desinvestimento-Sanções" contrário ao Estado Judeu e acrescentou que política americana deveria reconhecer que Jerusalém é a capital eterna de Israel.

"Jerusalém é, de fato, há milhares de anos, a capital eterna do povo judeu. A política dos EUA deve reconhecer a verdade", disse ele. "Também devemos garantir que, por mais que soprem os ventos políticos futuros, a Embaixada dos Estados Unidos sempre estará aqui em Jerusalém. Isso nunca vai mudar."

Segundo DeSantis, somente Israel tem a autoridade necessária para proteger a verdadeira liberdade religiosa de todos em Jerusalém.

Disney x DeSantis

Durante sua viagem ao exterior, o foco do governador teve que se voltar para a Flórida, já que ele trava uma batalha legal em seu estado contra a Disney.

A companhia está movendo uma ação contra DeSantis devido à sua decisão de que o estado assuma o controle do distrito de parques temáticos da gigante do entretenimento, que foi autorizada a operar como sua própria região independente por décadas.

A empresa está afirmando que DeSantis empreendeu uma "campanha direcionada de retaliação do governo" contra a Disney que se opôs publicamente a uma lei estadual que proíbe o ensino de questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero em sala de aula para alunos nas séries iniciais.

O processo foi aberto logo após o conselho de supervisão da Disney World, indicado por DeSantis, votar pela anulação de um acordo que permitiria à empresa tomar as decisões de projeto e construção dos parques temáticos.

“Eles estão chateados porque estão tendo que viver de acordo com as mesmas regras que todos os outros. Eles não querem pagar os mesmos impostos que todos os outros e querem poder controlar as coisas sem supervisão adequada", disse DeSantis durante sua visita a Israel. "Os dias de colocar uma empresa em um pedestal sem responsabilidade acabaram no estado da Flórida.”

Para o novo conselho de supervisão, o movimento da Disney para manter o controle sobre sua propriedade foi efetivamente ilegal e feito sem o devido aviso público.

DeSantis está em agenda por vários países, que foi iniciada no Japão e depois seguindo para a Coreia do Sul. Quando sair de Israel, ele segue para a Grã-Bretanha.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

75 anos de Israel: como o Estado Judeu se tornou uma das potências mundiais

Com participação do brasileiro Oswaldo Aranha, a proclamação do Estado de Israel foi um momento decisivo na história do povo judeu.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CBN NEWS

Israel completa 75 anos. (Foto: Wikipedia)

Há 75 anos, nascia o Estado de Israel, um fato que trouxe mudanças sociais, políticas e geopolíticas para todo o mundo. Cinco meses depois, foi proclamada a sua independência, após mais de um século de esforços sionistas para estabelecer um estado judaico.

David Ben-Gurion, líder fundador e primeiro-ministro de Israel, proclamou a fundação do Estado judeu moderno em 14 de maio de 1948 (5º dia de Iyar no calendário hebraico), no Salão da Independência em Tel Aviv.

Este marco histórico representou a realização de um sonho antigo do povo judeu, que há quase dois mil anos havia sido expulso de sua terra e disperso pelo mundo. Pela primeira vez em séculos, o povo judeu tinha uma nação soberana e um lar onde poderia exercer seu direito de autodeterminação e se proteger de futuras perseguições.

David Ben-Gurion proclamando a independência sob um grande retrato de Theodor Herzl, fundador do sionismo moderno. (Foto: Wikipedia)

“Ben-Gurion escolheu as palavras, 'nós por meio desta declaramos o estabelecimento de um estado judeu na Terra de Israel para ser conhecido como o Estado de Israel'”, lembrou o guia turístico do Independence Hall, Isaac Dror.

“Este foi o nascimento de um estado judeu para todos os judeus. Ben Gurion estava aqui como a voz de 11 milhões de judeus em todo o mundo que não tinham voz, que não tinham endereço e nenhum lugar para onde ir”.

Dror, que lidera o esforço educacional no local, explicou. “Isso nos foi prometido por Deus. Somos o único povo na história do mundo que vive na mesma terra, fala a mesma língua e acredita no mesmo Deus há mais de 3.000 anos.”

Evento histórico

O nascimento do Estado de Israel foi um evento histórico de grande relevância para o povo judeu, que havia sofrido perseguições e discriminação em diversos países ao longo da história, culminando com o Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.

Israel como país representou uma nova esperança para a comunidade judaica, que finalmente encontraria um lar seguro e soberano.

Enfrentando diversos desafios políticos, sociais e militares, Israel se estabeleceu como uma das principais potências do Oriente Médio e um importante ator no cenário internacional.

Setenta e cinco anos atrás, uma declaração assinada em uma galeria de arte de Tel Aviv mudou o mundo para sempre.

O papel de Oswaldo Aranha foi fundamental para a criação do Estado de Israel. O político brasileiro presidiu a sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas que votou a criação de dois estados na Palestina, um árabe e um judeu, em novembro de 1947.

Oswaldo Aranha. (Foto: Reprodução/Senado)

Apesar da pressão de países árabes e da União Soviética, Aranha conduziu a votação de forma hábil e conseguiu aprovar a resolução, que foi essencial para a proclamação da independência de Israel alguns meses depois.

Aranha teve um papel de destaque na história do Brasil e das relações internacionais, e sua contribuição para a criação do Estado de Israel é um legado importante que deve ser lembrado e celebrado.

Apesar de todas as improbabilidades, o jovem Estado de Israel não apenas conseguiu sobreviver, mas superou as expectativas e se tornou uma potência global nas décadas seguintes. Ao longo dos três últimos quartos de século, Israel cresceu de forma notável, enfrentando desafios políticos, sociais e militares, mas mantendo-se firme em sua trajetória de progresso e desenvolvimento.

Profecia bíblica

Muitos enxergam o renascimento do Estado de Israel como a realização da profecia descrita no livro de Ezequiel, em que os "ossos secos" do povo judeu ressuscitam após um exílio de dois mil anos.

Organizações como a Agência Judaica ajudaram a lançar as bases para os dois mil anos de construção do estado judeu.

“A Agência Judaica foi a organização líder no estabelecimento e nascimento do moderno estado de Israel. Todo o propósito de estabelecer a Agência Judaica era, por um lado, unir o povo judeu global e trazer o povo judeu global à frente do mandato britânico para ser a organização que lideraria e estabeleceria um lar nacional para o povo judeu. na terra de Israel”, disse Danielle Mor, da Agência Judaica, à CBN News.

Presidente do Memorial do Holocausto Yad Vashem de Israel, Dani Dayan apresentou um relato do genocídio que precedeu a independência de Israel.

“Para compreender plenamente o milagre do nascimento do país”, disse ele, “considere que aconteceu à sombra do Holocausto – ou ‘Shoah’ em hebraico – quando o mundo soube como a Alemanha nazista assassinou seis milhões de judeus.”

“Quando você entende que apenas três anos após o fim da Shoah, o ponto mais baixo que o povo judeu alcançou em seu exílio, iniciamos nosso processo de redenção e … recuperamos nossa independência após 2.000 anos de eventos terríveis. Bem, se isso não é um milagre, não sei o que é um milagre”, continuou ele.

No entanto, Dayan desfaz um mito comum que relaciona diretamente o estabelecimento de Israel ao Holocausto.

“Israel não foi estabelecido por causa do Holocausto. Israel foi estabelecido apesar do Holocausto”, insistiu. “Israel teria sido um país muito (mais) robusto, maior, seguro e bem-sucedido se houvesse mais 6 milhões de judeus e seus descendentes no mundo. Mas Israel é a garantia de que eles não existirão mais – nenhuma outra Shoah para o povo judeu”.

Segurança e proteção

Após 75 anos de seu nascimento, Israel mantém sua segurança e proteção com um dos exércitos mais poderosos do mundo.

O ex-porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Jonathan Conricus, descreveu como as forças armadas foram transformadas.

Israel é a maior potência militar de sua região. (Foto: Wikipedia)

“Então, foram pequenas unidades de pessoas muito (patrióticas), algumas delas sobreviventes do Holocausto, que acabaram de sair do barco da Europa e vestiram uniformes IDF e se juntaram à batalha e defenderam Israel em 1948 contra seis exércitos árabes. Hoje, somos um exército altamente organizado, desenvolvido e bem financiado, talvez o mais forte da região, que desfruta de uma vantagem tecnológica significativa sobre todos os nossos inimigos.”

Milagre econômico

Israel é um verdadeiro milagre econômico. Apesar de ser um país pequeno, com menos de 10 milhões de habitantes, é considerado a nação startup, com a maior concentração de novos negócios per capita do mundo.

Empresas israelenses de tecnologia, em particular, têm atraído investimentos significativos de todo o mundo, contribuindo para o crescimento econômico do país.

Jon Medved, fundador da Our Crowd, uma empresa de investimento de capital de risco, mostra essas realizações em seu encontro anual de investidores.

“Isto é o que Israel deveria estar fazendo”, explicou. “Se Israel não fosse a nação startup, o que nós seríamos? Ok, desculpe, este é o nosso destino. Nosso destino é criar. Nosso destino é, você sabe, consertar o mundo.”

Ele acrescentou: “E nós somos apenas pessoas pequenas. Fazemos muito barulho, mas acho que a maioria dos israelenses – se eles usam kipá ou não usam kipá – vê isso como um empreendimento espiritual, que estamos fazendo isso não apenas para ganhar dinheiro, mas para fazer o bem.”

Guerras e conflitos

Logo após a declaração do Estado por Ben-Gurion, Israel enfrentou uma grande adversidade quando seis nações árabes se uniram para tentar eliminar a nação recém-criada. Essa situação difícil representou apenas uma das muitas dificuldades enfrentadas pelo país ao longo de sua história.

Apesar de sua resiliência, Israel foi desafiado em conflitos importantes, como a Guerra dos Seis Dias em 1967 e a Guerra do Yom Kippur em 1973.

No entanto, mesmo após milhares de anos de exílio e 75 anos como nação, Israel continua a existir, enfrentando não apenas ameaças externas, mas também desafios internos. Apesar dessas dificuldades, Israel tem prosperado e se desenvolvido, expandindo-se além de suas fronteiras.

‘Israel é um milagre’

Para o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, ex-embaixador de Israel nos Estados Unidos, o fenômeno tem uma explicação. “É um milagre moderno, o renascimento do estado judeu contra todas as probabilidades”, disse ele à CBN News.

Visitantes ao redor de um IDF Caterpillar D9 na exposição das Forças de Defesa de Israel em Yad La-Shiryon. (Foto: Wikipedia)

Ele acrescentou que “um povo que foi deixado para morrer que foi disperso pelos quatro cantos da terra – e você viu as antigas profecias cumpridas, onde você reuniu os exilados judeus, a restauração da soberania judaica nos tempos modernos contra todas as probabilidades.”

Dermer acredita que o milagre ainda está acontecendo.

“Você está vendo isso acontecer onde quer que vá em Israel, seja em Jerusalém ou Tel Aviv, e você viu toda a história antiga, e então você vê a nação startup”, disse ele.

“Você vai para o norte, sul, leste e oeste: Israel é um milagre moderno. É o maior milagre do século 20 e talvez o maior milagre dos últimos 2.000 anos.”