quinta-feira, 24 de março de 2022

“Estamos aqui para servir”, diz pastor que lidera movimento de ajuda aos ucranianos

Pastor Elias Dantas conta à CNN como os ucranianos são recebidos com amor no Brasil: “Vamos cuidar dessas pessoas”.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

Pastor Elias Dantas. (Foto: Captura de tela/YouTube CNN Brasil)

Em entrevista à CNN, o pastor brasileiro Elias Dantas, fundador da Global Kingdom Partnership Network (GKPN) — uma rede mundial de igrejas e pastores — falou sobre o movimento de recepção aos ucranianos no Brasil. 

Só na semana passada, cerca de 300 refugiados ucranianos chegaram e diversas igrejas se organizaram para dar suporte às famílias. “Mais de 100 mil igrejas espalhadas em 108 países fazem parte desse movimento. Nosso desejo é amar e cuidar dessas pessoas”, disse o pastor.

No caso da Ucrânia, ao compartilhar como o movimento funciona na prática, o pastor Dantas explica que há uma seleção de refugiados quando ainda estão em seu país. “Eles decidem para onde querem ir, então aqueles que estão chegando ao Brasil foi por escolha própria”, especificou.

Ucranianos recebem apoio dos cristãos brasileiros

Ao chegarem ao Brasil, a Igreja providencia uma casa e alimentação. “Não é uma casa compartilhada, mas separada, com comida, vestimentas, ítens de saúde, recursos para as crianças e curso de português para os pais”, conta o pastor. 

Depois dos primeiros cuidados, os adultos recebem a oportunidade de trabalhar. “E quando a guerra terminar e o marido se unir à esposa — já que eles estão lutando lá [na Ucrânia] — a família poderá decidir se quer ficar no Brasil ou voltar”, disse.

Em caso de querer voltar à Ucrânia, a família ainda receberá o apoio da GKPN. “Vamos reconstruir a casa deles lá para que recomecem a vida. Mas, se quiserem ficar no Brasil, cuidaremos deles aqui”, continuou. 

O programa envolve 2.500 famílias e 2 mil órfãos. “Os órfãos estão na Polônia e estão sendo cuidados por lá”, explicou. 

De onde vêm os recursos?

O pastor explica que o valor para prestar socorro e sustentar tantas famílias é astronômico. “Apesar de ser um valor alto, ele é pulverizado em milhares de igrejas. Se cada igreja assumir uma família fica muito mais fácil”, explicou, deixando claro que não há participação política no projeto. 

“Não estamos buscando nenhum ‘tostão’ do governo. Nós não queremos. E não há envolvimento político de direita, esquerda ou de centro. É o amor de Deus. Queremos ajudar as pessoas”, sustentou.

Dantas explica que a chave deste trabalho é o amor. “Temos que colocar as nossas ações onde as nossas afirmações dizem estar”, comparou. 

“Se Jesus disse que nós devemos amar, então temos que amar. Senão, caímos no descrédito”, disse ao enfatizar que os cristãos que estão ao redor do mundo e que fazem parte do movimento ajudam anonimamente com os custos”, disse ao especificar desde a passagem aérea até os recursos finais.

‘Infelizmente, nem todos conseguem chegar’

O pastor conta ainda que o grupo aguardava uma avó e sua neta. “Mas uma bomba caiu sobre elas no momento em que estavam saindo. E acabou”, lamentou.

“Um pai que vinha com a família enviou um recado dizendo que não poderia vir porque tinha que enterrar o filho que havia acabado de ser morto”, relatou. 

“A guerra é uma tragédia, uma coisa insana e nociva. Temos que ajudar esse povo, eles sofrem demais”, enfatizou. 

‘Precisamos amar as pessoas’

Sobre as denúncias contra a desigualdade de tratamento em meio à guerra, nas filas de refugiados, o pastor disse que “o preconceito está em todos os cantos”. Há racismo e discriminação.  

“Isso faz parte da ‘natureza caída’ do ser humano, conforme a Bíblia diz. É preciso levar em conta fatores étnicos e culturais, mas temos que lutar contra isso”, disse ao se referir ao preconceito por causa da cor da pele, por exemplo. 

“Nós não aceitamos isso. Temos milhares de venezuelanos nas igrejas da rede aqui no Brasil. Temos haitianos e afegãos. A única forma de vencer o preconceito é amando essas pessoas. E quem ama Jesus ‘pra valer’ tem que amar os outros”, mencionou.

“Estamos aqui para servir, pois o amor de Jesus nos constrange”, finalizou o pastor Dantas ao ser parabenizado pelo excelente trabalho realizado. 

Assista na íntegra:

terça-feira, 22 de março de 2022

Zelensky pede armas a Israel e compara invasão ao Holocausto

O discurso de Volodymyr Zelensky foi transmitido em uma praça de Tel Aviv.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO JERUSALEM POST

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fala de Kiev, na Ucrânia, aos legisladores do Knesset em 20 
de março de 2022. (Foto: Captura de tela/YouTube)

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou Israel por não ajudar seu país de maneira mais incisiva, em um discurso no domingo (20) para parlamentares e ministros israelenses por videoconferência.

“Por que Israel se absteve das sanções à Rússia? Israel precisa dar respostas a essas perguntas e, depois disso, conviver com elas”, disse o presidente ucraniano.

Zelensky ainda implorou a Israel que enviasse o “Iron Dome”, seu sistema de defesa antimísseis, para proteger civis ucranianos dos ataques aéreos russos. Ele disse que o Iron Dome é o melhor sistema de defesa antimísseis do mundo e criticou Israel por não fornecer armas de defesa à Ucrânia.

“Estamos nos voltando para vocês e perguntando se é melhor fornecer ajuda ou mediação sem escolher um lado”, disse Zelensky ao Knesset (o parlamento israelense). “Vou deixar vocês decidirem a resposta para a pergunta, mas quero reforçar que a indiferença mata.”

Em crítica ao primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett — que foi à Rússia para tentar fazer acordos entre a Ucrânia e o presidente russo Vladimir Putin — Zelensky disse que não é possível fazer uma mediação “entre o bem e o mal.”

Fontes próximas a Bennett e ao ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, disseram que ficaram surpresos com a crítica de Zelensky no discurso, informou o site Jerusalem Post. Apesar do discurso, Israel continuará com a mediação e não fornecerá armas à Ucrânia, disseram as fontes.

Presidente do Knesset, Mickey Levy, falando ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em 20 de março de 2022.
 (Foto: Knesset)

Comparação ao Holocausto irritou israelenses

Em outro momento do discurso, Zelensky comparou a invasão de seu país com o Holocausto. Ele mencionou que a data da invasão russa, 24 de fevereiro, foi a mesma data em que o Partido Nazista foi fundado, em 1920. Ele também argumentou que os ucranianos salvaram judeus no Holocausto.

Zelensky também citou ataques russos perto do memorial do Holocausto Babyn Yar e do local de sepultamento do rabino Nachman de Breslov, em Uman, a cerca de 200 km a sul da capital Kiev. 

A comparação com o Holocausto, no entanto, ofendeu alguns membros do Parlamento de Israel.

“Sua crítica a Israel foi legítima, assim como suas expectativas em relação a nós, mas não a sua comparação revoltante e ridícula com o Holocausto e a sua tentativa de reescrever a história e apagar o papel do povo ucraniano nas tentativas de exterminar o povo judeu”, disse o líder do Partido Sionista Religioso, Bezalel Smotrich.

O ministro das Comunicações, Yoaz Hendel, disse no Twitter que apoia o presidente da Ucrânia e o povo ucraniano, “mas a terrível história do Holocausto não pode ser reescrita.”

Hendel observou que parte do genocídio de judeus da Alemanha nazista “também foi realizado em terras ucranianas” e acrescentou que, embora “a guerra seja terrível, a comparação com os horrores do Holocausto e a ‘Solução Final’ é ultrajante”.

O discurso do presidente ucraniano foi transmitido na Praça Habima, em Tel Aviv, e contou com a presença de centenas de pessoas, incluindo o prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai. Pessoas que acompanhavam o discurso seguravam cartazes comparando Putin aos nazistas.