quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Deltan Dallagnol diz que cristãos podem ajudar a combater cultura da corrupção no Brasil

O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, falou sobre o combate à corrupção na 22a edição da Consciência Cristã, em Campina Grande.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA GAZETA DO POVO


Deltan Dallagnol falou a milhares de evangélicos em Campina Grande, na Paraíba.
 (Foto: Wellington Junior/Consciência Cristã)

O procurador e coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, falou na sexta-feira (21) sobre o combate à cultura da corrupção no Brasil na 22a edição da Consciência Cristã, evento realizado em Campina Grande, na Paraíba.

Diante do contexto do Brasil, que chegou a ser considerado 4º país mais corrupto do mundo pelo Fórum Econômico Mundial em 2016, Dallagnol disse que é motivado a lutar contra a corrupção por causa do “sofrimento humano que ela causa”.

“Doenças pela falta de tratamento de esgoto, saneamento básico, longas filas em hospitais, mortes em estradas ruins, desigualdade de oportunidade, educação pobre, falta de segurança pública e tantos outros problemas”, afirmou o procurador.

Dallagnol, que é membro da Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba, indicou comportamentos que os cristãos podem adotar para combater a “cultura da corrupção” instalada no país.

Uma delas é a criação de uma cultura que incentive a honestidade e o comportamento ético dentro das organizações religiosas. Ele sugeriu aos pastores a criação de mecanismos como a prestação de contas e transparência de gastos e receitas em suas igrejas, segundo o jornal Gazeta do Povo.

Dallagnol esclareceu que essa não é uma causa exclusivamente religiosa, mas “tem tudo a ver com o que os cristãos acreditam”. Ele acredita que o combate à corrupção faz parte da cosmovisão do cristianismo, que tem como pilares a integridade, a luta pela justiça social e o serviço ao próximo.

“O cristão é um agente de transformação da sociedade. Por isso, é preciso sofrer junto com as pessoas que sofrem pelo descaso no serviço público por conta de desvios de dinheiro”, disse.

Para o procurador, “lutar contra a corrupção é uma questão de compaixão, de amor ao próximo, de serviço à sociedade e de realização de direitos humanos. Tem tudo a ver com a parábola do bom samaritano”.


Deltan Dallagnol falou sobre ética e combate à corrupção no evento Consciência Cristã. 
(Foto: Wellington Junior/Consciência Cristã)

Baseado em experiências científicas como o "teste de conformidade" do psicólogo Solomon Asch, Dallagnol explicou que um grupo de pessoas pode influenciar nossas próprias decisões, mesmo quando temos consciência dos erros. "Somos influenciáveis à desonestidade”, afirmou.

Ele mencionou estudos que indicam fatores que afetam o comportamento ético das pessoas, como a ausência de regras, ambiente de competição excessiva ou humilhação e estabelecimento de metas irrealistas.

“A Operação Lava Jato fez uma tomografia, um exame de ressonância magnética e expôs as entranhas do mecanismo da corrupção política brasileira. As pessoas se corromperam porque, se não se corrompessem, não estariam mais lá”, disse ele. “Corrupção não é um problema partidário, é estrutural”.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Pastor filiado ao PSOL que sairá no carnaval: o verdadeiro Jesus é o da Mangueira

O pastor evangélico e ator Henrique Vieira
Imagem: Arquivo pessoal
WILL R. FILHO

Repudiado por 23 pastores evangélicos do Rio de Janeiro, que afirmaram não o reconhecer como pastor evangélico, Henrique Vieira continua fazendo declarações polêmicas envolvendo a doutrina cristã, entre elas a de que o verdadeiro Jesus Cristo será apresentado pela escola de samba Mangueira, em seu desfile no carnaval 2020.

Vieira será uma das pessoas que vão interpretar a pessoa de Jesus Cristo no desfile da Mangueira este ano, o qual terá como tema “A Verdade Vos Fará Livre”. Para o pastor, ex-vereador de Niterói e filiado ao PSOL, será a verdadeira representação do Messias.

“Será um Jesus de amor, justiça e defesa dos corpos oprimidos”, disse Vieira. “Numa época em que se usa tanto o nome de Cristo para estimular o ódio, o preconceito, a violência, a opressão, a Mangueira vai levar para a avenida o verdadeiro Jesus da Bíblia”.

A visão de Henrique Vieira retrata com precisão a reinterpretação da Bíblia Sagrada sob às lentes da ideologia marxista, onde a utilização de jargões políticos como “justiça social” e “luta contra a opressão” são frutos de uma noção distorcida acerca do propósito salvífico do Evangelho de Cristo.

É o que explica o renomado teólogo Dr. Russell Shedd em seu livro “A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia”, onde o mesmo desconstrói a ideia de líderes da esquerda que tentam reduzir a mensagem do Reino de Deus aos aspectos mundanos, reinterpretando a mensagem da salvação em termos políticos e não eternos.

Neste mesmo sentido, o pastor apologista John MacArthur, autor de inúmeros livros no meio evangélico, também comentou em uma análise feita no Grace to You: “Os evangélicos que estão dizendo mais e falando mais alto hoje em dia sobre o que é chamado de ‘justiça social’ parecem ter uma perspectiva muito diferente”.

“A retórica deles certamente aponta uma direção diferente, exigindo arrependimento e reparações de um grupo étnico pelos pecados de seus ancestrais contra outro. É a linguagem da lei, não o evangelho – e pior, reflete o jargão da política mundana, não a mensagem de Cristo”, afirmou MacArthur.

Para Vieira, no entanto, “ao longo da história, muitas vezes o cristianismo não compreendeu bem Jesus. Em nome de Jesus se legitimou as Cruzadas, a colonização violenta da América, a escravidão”.

“Provavelmente hoje matariam Jesus de novo, e matariam Jesus em nome de Jesus”, completou o ativista, segundo informações do UOL.