sexta-feira, 2 de abril de 2021

PGR pede suspensão de decretos que proíbem a realização de cultos em todo o país

Para Augusto Aras, igrejas e templos devem poder funcionar desde que respeitados protocolos de prevenção à disseminação da Covid-19.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA PGR

Culto na Igreja Edificando em Cristo, em 8 de julho de 2020 em São Paulo. (Foto: Reprodução / AFP)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (31) a suspensão de decretos municipais e estaduais em todo o país que proíbem a realização de cultos, missas e outras atividades religiosas de caráter coletivo. Para o PGR, além de a Constituição assegurar a liberdade religiosa, a assistência espiritual é essencial para muitas pessoas enfrentarem a pandemia. Portanto, igrejas e templos devem poder abrir, desde que respeitados os protocolos sanitários para evitar a disseminação da Covid-19.

O PGR se manifestou na ADPF 811, ajuizada pelo PSD contra decreto do governo do estado de São Paulo que vetou atividades religiosas presenciais. O pedido apresentado pelo PGR reforça a solicitação de liminar do partido e requer a suspensão imediata da norma – a fim de que templos e igrejas possam celebrar a Páscoa, principal feriado cristão – com efeito expansivo para alcançar atos editados por outros entes federativos que também tenham estabelecido a proibição total ao livre exercício do direito fundamental à liberdade religiosa por meio de cultos, missas e outros rituais presenciais, desde que observados os protocolos de prevenção, como os estabelecidos anteriormente no próprio estado de São Paulo e no Distrito Federal, e o atendimento das medidas sanitárias definidas pelo Ministério da Saúde. O relator da ADPF é o ministro Gilmar Mendes.

Em parceria com especialistas e setores envolvidos, São Paulo elaborou detalhado protocolo voltado a auxiliar os estabelecimentos a reduzir o risco de contágio, baseado em critérios técnicos e de saúde. O documento contém prescrições específicas – que podem ser adotadas – para as atividades praticadas em cada matriz religiosa

O PGR justifica o pedido de liminar argumentando que o perigo na demora de uma decisão “decorre do próprio agravamento da epidemia de covid-19 no estado de São Paulo e de estar em curso período importante para tradição religiosa cristã (semana santa), de modo que a proibição de externalização de crença em culto, de missas ou demais atividades religiosas de caráter coletivo neste momento de especial significado religioso inflige maior sofrimento na população do estado, que não pode sequer se socorrer em templos religiosos para professar sua fé em nome dos entes queridos que se foram ou pela saúde daqueles que estão acometidos pela doença”.

Segundo Aras, é esperado que, no cenário atual, sejam implementadas algumas restrições. No entanto, considerando a importância que o constituinte deu à proteção à liberdade religiosa e tendo em vista que a legislação nacional considera as atividades religiosas como essenciais, não é proporcional que o Poder Público possa determinar proibição absoluta da realização de cultos e missas, sobretudo quando há outras medidas menos restritivas e igualmente adequadas para o objetivo de conter o coronavírus.

“Assim, a permissão de realização de celebrações religiosas coletivas, mediante a adoção de adaptações razoáveis destinadas à prevenção da transmissão da covid-19, confere viabilidade e concretização à liberdade religiosa e de culto, sem prejuízo da proteção à saúde pública”, afirma o procurador-geral. Aras também destaca que algumas atividades religiosas podem ser realizadas on-line, mas outras, não, o que acaba por criar um privilégio para praticantes de algumas religiões em detrimento de outras. Além disso, nem todos têm acesso à internet rápida, o que prejudica principalmente os mais pobres. A abertura das igrejas com os devidos cuidados, conforme argumenta o PGR, é adequada não somente para garantir a saúde física, como também a saúde mental e espiritual da população em um momento de agravamento da epidemia em todo o país.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Dia 1º de abril: o que está por trás do “Dia da Mentira”?

Segundo Tomás de Aquino, a mentira se divide em três tipos: viciosa, oficiosa e jocosa. Douglas Gonçalves acrescenta: “Existem as mentiras satânicas”.



FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

Homem mentindo. (Crédito: Getty Images/iStockphoto)

Há quem diga que o dia 1º de abril, amplamente conhecido como o “Dia da Mentira”, é uma data para brincadeiras inocentes envolvendo trotes. De onde surgiu essa ideia? Há inúmeras respostas tentando explicar. Por exemplo: Alguns associam a determinados festivais romanos, outros a uma festa francesa conhecida como “Tolo de Abril” e há muitas outras versões em países onde esse dia é comemorado.

No Brasil, por exemplo, a data se popularizou em Minas Gerais, onde circulou a falsa notícia do falecimento de Dom Pedro II, no dia 1º de abril de 1848, pelo periódico com o nome sugestivo: “A Mentira”.

O engano foi desmentido no dia seguinte, mas desde então, as pessoas passaram a pregar peças e trotes na mesma data, por pura diversão. A brincadeira caiu no gosto popular e se tornou uma tradição. Mas existe algum momento em que a mentira pode ser tratada como algo inocente ou como uma brincadeira?

Três tipos de mentira

O teólogo italiano Tomás de Aquino [1225-1274] diferenciava a mentira em três tipos: a viciosa, que visa enganar por um fim desprezível mesmo; a oficiosa, que visa algum bem, como proteger a vida de uma pessoa; e a jocosa, que visa divertir ou entreter. Essas duas últimas são, na opinião dele, pecado venial, ou seja, não muito graves, mas ainda assim moralmente erradas.

Mentir por brincadeira pode estimular essa ação e contribuir negativamente para a formação do caráter. O simples hábito de mentir pode tornar as pessoas insensíveis à mentira. Uma coisa pode levar à outra, de forma que, não dizer a verdade, pode servir de escape em situações embaraçosas ou para não ferir os sentimentos de alguém.

E a mentira de origem satânica?

De acordo com o líder do movimento JesusCopy, Douglas Gonçalves: “A grande arma de satanás para destruir nossas vidas é a mentira”, disse através de um vídeo publicado em seu canal no YouTube, em janeiro de 2020.

Ele organiza sua exposição nas “quatro principais mentiras”, encontradas na Bíblia, no livro de Gênesis [3.1-7], onde se encontra o relato da queda humana através do pecado original.

Segundo o pastor, a primeira mentira distorce a imagem de Deus, colocando-o como um “estraga-prazer”. Ele enfatiza a mentira de satanás apontando para o próprio texto bíblico: “Foi isto mesmo que Deus disse: Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim?” [Gn 3.1].

O diabo começa tentando distorcer o que Deus disse, já que o alerta divino era apenas “não comer do fruto da árvore que estava no meio do jardim”, ou seja, de uma única árvore. 


A mentira da religiosidade

A segunda mentira sai da boca da mulher: “Deus disse: Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vocês morrerão.” [Gn 3.3]. Douglas aponta para as palavras acrescentadas por Eva — “nem toquem nele” [no fruto]. “Ela exagerou a lei de Deus, ela tornou a lei mais rígida do que era. Essa é a mentira da religiosidade, que torna o fardo mais pesado”, explicou.

A mentira da libertinagem

Douglas prossegue mostrando que a terceira grande mentira saiu mais uma vez da boca de satanás. “Disse a serpente à mulher: Certamente não morrerão! [Gn 3.4]. “Satanás disse que Deus era um mentiroso e que estava escondendo e retendo deles algo bom. Essa mentira entrou no coração de algumas pessoas, que pensam que se obedecerem a Deus completamente, terão uma vida miserável e infeliz”, esclareceu.

“A verdade é que, se você obedecer a Deus em tudo, ao final, você terá o máximo de prazer possível, porque Ele não é um estraga-prazer, Ele é a fonte de todo prazer”, desfez o engano.

“Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal.” [Gn 3.5]

“Olha o que o diabo disse: ‘é preciso comer para ser como Deus’. Essa é a quarta e grande mentira — fazer para se tornar! E essa mentira está muito presente em nossos dias. Você não precisa fazer mais nada, porque você ‘já é’ imagem e semelhança de Deus”, enfatiza. O pastor ilustra com isso a outra face da religiosidade, que impõe ações por parte das pessoas para que sejam abençoadas, como se a bênção necessitasse de uma moeda de troca.

“A religiosidade diz que você precisa ‘fazer’ para ser amado, mas você já é amado. A religiosidade diz que você precisa ‘fazer’ para ser aceito, mas você também já é aceito. Muitas pessoas passam a vida inteira correndo atrás daquilo que já é, e do que já têm”, acrescentou.

“Seja na libertinagem, seja na religiosidade, o caminho será a queda. Essas mentiras de satanás só servem para desviar você do caminho. A verdade está no Evangelho, onde diz que Deus é a fonte de todo prazer, e que a lei de Deus é por amor a nós e para nossa proteção”, frisa e conclui: “Que essas mentiras não tenham mais poder sobre a sua vida e que você tenha uma vida abundante em Deus”, finalizou.

quarta-feira, 31 de março de 2021

Heróis da fé: Susanna Wesley – criando filhos para servir a Deus

Dedicada a servir a Deus, ajudando pessoas em suas vidas religiosas, Susanna Wesley também teve vida marcada pela determinação em formar a vida cristã de seus filhos.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA SUSANNA WESLEY FOUNDATION

Susanna Wesley, mãe dos pregadores Charles e John Wesley. (Cortesia da Comissão Geral Metodista Unida de Arquivos e História).

Mãe de John Wesley, a londrina Susanna Annesley nasceu em 20 de janeiro de 1669, em Spital Yard, Bishopsgate, como filha mais nova de um proeminente pastor presbiteriano, Samuel Annesley, que morreu em 1696.

Em 1688, então com 19 anos, Sussana se casou com Samuel Wesley (que, como sua família, não pertencia à linha dos não-conformistas, aqueles que não se conformavam com o governo e com as práticas da Igreja Anglicana). Depois, ambos foram convertidos do não-conformismo ao anglicanismo.

O ministério paroquial de Samuel o levou de Londres para Surrey, depois para Lincolnshire, onde foi Reitor de Epworth de 1697 até sua morte em 1735.

Foi neste local que Susanna Wesley criou sua grande família e salvou seu marido da vergonha em várias ocasiões. Ela cuidou da educação de seus 19 filhos, liderou grupos de pessoas com instruções bíblicas enquanto Samuel ficava fora e encontrou tempo para ler e escrever fartamente.

Hoje, Sussana é lembrada principalmente como a mãe de John e Charles Wesley. No entanto, ela foi, pelo menos para muitos metodistas posteriores, um arquétipo de feminilidade evangélica cuja contribuição intelectual e espiritual só agora está sendo totalmente avaliada desde a publicação da edição completa de seus escritos.

Outro aspecto reconhecido na vida de Sussana tem sido sua influência na formação do filho Charles Wesley, através da inculcação de seus escritos catequéticos (como aqueles sobre o Credo dos Apóstolos e os Dez Mandamentos escritos em 1710-11) e conversas diárias animadas com cada um de seus filhos.

Sussana dizia separar dias da semana para falar com cada um deles. Ela compartilhou orações familiares, leitura da Bíblia e os ensinou em um esquema educacional rigoroso. Um cronograma cuidadosamente ordenado em que até mesmo as tarefas domésticas se tornassem atos religiosos era essencial para uma vida disciplinada.

Segundo a Susanna Wesley Foundation, durante sua viuvez a esposa do reverendo Samuel escreveu algumas obras importantes em defesa do anglicanismo reformado.

Vários eventos importantes constituíram sua espiritualidade. O primeiro foi sua disputa com Samuel sobre dizer "Amém" no final da oração pelo Rei William em 1701, demonstrando assim a defesa da liberdade de consciência como uma Alta Igreja Anglicana e apoiadora dos Stuarts, nascida de seu feroz espírito dissidente.

Em segundo lugar, a preservação milagrosa do filho John (junto com as outras crianças) no incêndio que destruiu a Reitoria de Epworth em 1709 deu a ela um senso especial da providência e graça de Deus que marcou ela e sua filha ‘Jacky’ como instrumentos divinos.

E em terceiro lugar, a realização de cultos "irregulares" na cozinha da Reitoria de Epworth enquanto Samuel estava ausente demonstrou como a abordagem metódica de sua própria vida pessoal se transformou em um imperativo de educar os outros, a família e os paroquianos.

Ela explicou isso em termos de uma santa mordomia a ela confiada: “Não posso deixar de ver cada pessoa que você deixa sob meus cuidados como um talento confiado a mim sob a confiança do grande Senhor.”

Um aspecto da reverência de Susanna pelo Tempo Sagrado era a centralidade e importância do Dia do Senhor. Ela tem várias meditações sobre o "dia mais feliz" que serviram para lembrar às pessoas que "esses momentos sagrados podem sempre ser empregados em Teu serviço", um dia de devoção.

Dentro da tradição puritana, Holy Living enfatizou a centralidade do conceito de Igreja como a família de Deus, a congregação reunida, modelando sua vida no padrão de Jesus Cristo para seu comportamento moral. Susanna modelou a família Epworth em modelos adaptados de Thomas à Kempis, Richard Baxter, Richard Lucas e outros.

A Susanna Wesley Foundation registra que os meios da graça empregados por Deus para edificar uma vida santa foram, para Susanna, a oração, o autoexame, a meditação e a leitura das Escrituras e a sagrada comunhão regular.

Os 'modos e meios de religião' de Susanna listados em seu diário de 1718 são muito próximos aos meios de graça de seu filho John informando a vida do Clube Sagrado em Oxford na década de 1730, assim como sua teologia da presença real na comunhão estabelecida em um carta a John em 1732.

Susanna considerava a oração a principal arma contra a tentação, enquanto a meditação era "incomparavelmente o melhor meio de espiritualizar nossas afeições, confirmar nosso julgamento e adicionar força às nossas resoluções piedosas"

Por todas as suas atividades, Susanna acabou reforçando o papel das mulheres na igreja e até mesmo levou à formação de toda a Igreja Metodista.

Em seu diário, Susanna escreveu: “Eu sou uma mulher, mas também sou dona de uma grande família. E embora a carga superior das almas contidas nele recaia sobre você, ainda em sua longa ausência eu não posso deixar de olhar para cada alma que você deixa sob minha responsabilidade como um talento confiado a mim sob uma custódia.”

Ela foi enterrada em 1742 em Bunhill Fields, Londres, não muito longe da Capela da Fundição, onde uma sociedade foi estabelecida por seu filho John como um centro para o trabalho metodista em Londres.

segunda-feira, 29 de março de 2021

Jair Bolsonaro convoca dia de jejum e oração pelo Brasil nesta segunda-feira

“Juntos, ao lado de Deus, nós venceremos”, disse o presidente ao convidar a população para se unir em fé.



FONTE: GUIAME, LUANA NOVAES

Presidente Jair Bolsonaro durante discurso em Brasília em 25 de março de 2021. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)


O presidente Jair Bolsonaro estabeleceu um dia de jejum e oração pelo Brasil nesta segunda-feira (29), em meio ao aumento dos casos e mortes por coronavírus no País. O convite foi feito no domingo (28) através das redes sociais.

“Aos que puderem e quiserem participar, amanhã, 29/03/2021, teremos um dia de jejum e oração pelo bem e pela liberdade de nossa nação”, disse o presidente.

“Seguiremos lutando com todas as nossas forças contra o vírus e o desemprego; pela vida, mas sem abrir mão da dignidade de cada um. A batalha é dura e dolorosa, mas juntos, ao lado de Deus, nós venceremos!”, acrescentou Bolsonaro.

Por fim, ao pedir que seja “abençoado o nosso Brasil e o povo brasileiro”, o presidente citou o Salmo 33:12, que diz: “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor”.

O jejum nacional é resultado de um
pedido feito por pastores a Bolsonaro em 15 de março, quando o presidente recebeu em Brasília algumas lideranças evangélicas brasileiras. Na ocasião, o presidente agradeceu a todos que fariam o jejum “pelo futuro do nosso Brasil”.

“Como Josafá fez, chamando todo Israel para jejuar, nós queremos chamar todo o povo de Deus, todas as pessoas cristãs, que queiram fazer um jejum em favor da nação brasileira para que haja paz, para que haja prosperidade na nossa nação”, declararam o Pr. Silas Malafaia (Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no Rio de Janeiro) e o Ap. César Augusto (Igreja Apostólica Fonte da Vida, em Goiânia).

Também participaram do encontro os pastores Samuel Câmara (Assembleia de Deus em Belém, no Pará), Abner Ferreira (Assembleia de Deus Madureira, no Rio de Janeiro), Renê Terra Nova (Ministério Internacional da Restauração, em Manaus) e Estevam Hernandes (Igreja Renascer em Cristo, em São Paulo).

Em abril de 2020, no início da pandemia, Bolsonaro havia proclamado um dia de jejum para interceder pelo Brasil contra o coronavírus.

O pedido se deu após atender um grupo de pastores no Palácio da Alvorada. “Tenho certeza que o Brasil sairá dessa muito mais forte”, disse Bolsonaro na época, agradecendo àqueles que têm fé.