sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Flórida reconhece Jerusalém como “capital eterna e indivisível” de Israel

Estado americano colocou-se um passo à frente da administração Trump, que ainda não reconheceu Jerusalém como a capital exclusiva dos judeus.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO JERUSALÉM POST

Embaixador dos EUA para Israel David Friedman fala na abertura da Embaixada dos EUA em Jerusalém no ano passado. (Foto: Marc Israel Sellem /Jerusalem Post)

“Hoje declaramos ao mundo que a Flórida está unida a Israel”. Com essa frase, o diretor financeiro da Flórida, Jimmy Patronis declarou que o estado americano reconhece Jerusalém como a "capital eterna e indivisível" de Israel.

Com isso, a Flórida fez um movimento que a deixou um passo à frente da posição do governo Trump sobre Israel, quanto ao reconhecimento de Jerusalém como capital unida e exclusiva dos judeus.

Apesar de o governo americano ter transferido sua embaixada para Jerusalém, não deixou claro se a capital é exclusiva dos judeus.

A declaração de Jimmy Patronis foi feita nesta terça-feira (29). Foi ele quem representou o governador da Flórida Ron DeSantis que apoiou a decisão de Trump de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.

“Nós deixamos claro que estamos com nosso aliado mais próximo no Oriente Médio”, disse Patronis, disse durante a reunião onde a declaração foi tornada pública.

“Como um estado, devemos continuar a demonstrar nosso amplo e profundo apoio ao nosso aliado e parceiro econômico, implementando políticas pró-Israel”, disse Patronis, afirmando que “Hoje declaramos ao mundo que a Flórida está unida a Israel”.

O voto da Flórida contrasta com a opinião das Nações Unidas e da comunidade internacional em geral, que ainda não reconheceu a soberania israelense sobre Jerusalém e acredita que Jerusalém Oriental deveria ser a capital de um futuro Estado palestino.

Pró-Israel

O vice-cônsul geral de Israel na Flórida, Guy Gilady, disse aos políticos da Flórida que o estado é o mais pró-Israel dos EUA: “O estado da Flórida tem sido um forte defensor da nação judaica. Vemos um sentido muito mais profundo de amizade verdadeira que define a atual relação Flórida-Israel”, explicou.

O vice-cônsul também elogiou o governador Ron DeSantis. “Sob sua liderança, vemos um profundo entendimento sobre os valores que nossas nações compartilham, os valores da esperança, democracia e liberdade e livre iniciativa", disse Gilady.

Israel e Flórida têm uma forte parceria econômica. Segundo a Biblioteca Virtual Judaica (JVL), a Flórida é o 13º maior parceiro comercial de Israel e um dos 33 estados dos EUA com acordos econômicos cooperativos com Israel. Desde 1996, a Flórida já exportou mais de US $ 3,8 bilhões em bens para Israel e esse número está crescendo.

Há 621.460 judeus que vivem na Flórida, representando 3,2% da população do estado em 2017, segundo a JVL.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Médico missionário é premiado por salvar inúmeras vidas do vírus Ebola

Dr. Rick Sacra foi exposto ao vírus Ebola enquanto cuidava de mulheres grávidas na Libéria.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CBN NEWS

Dr. Rick Sacra foi exposto ao vírus Ebola enquanto cuidava de mulheres grávidas na Libéria. (Foto: Steven King Photos/Worcester Magazine)

Um médico que contraiu o vírus Ebola enquanto resgatava outras pessoas afetadas pela doença foi premiado por seu trabalho missionário na África.

O Dr. Rick Sacra foi exposto ao vírus Ebola em 2014, enquanto cuidava de mulheres grávidas em um hospital cristão na Libéria. Mesmo tendo sobrevivido através de um difícil processo, ele decidiu retornar ao país africano para continuar seu trabalho.

“Eu estava apenas focado no Senhor. Eu digo a você que me agarrei na oração do Pai Nosso como um homem que está se afogando”, disse Sacra à CBN News na última terça-feira (29). “Eu fiz essa oração muitas vezes por dia e simplesmente chorei com ela a maior parte do tempo”.

Sacra recebeu nesta semana o Prêmio L'Chaim de Excelência no Serviço Médico-Missionário da organização African Mission Healthcare, em Nova York, nos Estados Unidos.

O Prêmio L'Chaim foi criado pelos filantropos judeus americanos Mark e Erica Gerson, para ajudar a melhorar a infraestrutura de saúde da África. A premiação inclui o valor de meio milhão de dólares que ajudará a treinar outros especialistas médicos na Libéria.

“Esses missionários cristãos entram em ambientes que são completamente proibitivos e desistem de tudo o que nós, no Ocidente, consideramos necessidades, a fim de cumprir sua obrigação religiosa de servir os pobres”, disse Gerson.

O Dr. Sacra serviu na Libéria com o apoio da organização missionária Serving In Mission (SIM), que tem uma equipe de mais de 4.000 trabalhadores de 65 nacionalidades, espalhados por mais de 70 países.

Seu prêmio de 500 mil dólares será usado para ajudar a treinar outras pessoas e melhorar o Hospital ELWA (Eternal Love Winning Africa), onde ele trabalha na Libéria.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Igrejas de Brumadinho se mobilizam para ajudar vítimas da tragédia

Ações sociais, visitas e orações unem igrejas e população da cidade que passam pelo pior momento de sua história.

FONTE: GUIAME, ADRIANA BERNARDO

Cidade de Brumadinho ora por vítimas da maior tragédia humana provocada pelo rompimento da barragem de rejeitos da Vale. (Foto: Reprodução editada/Wikipedia)

As igrejas evangélicas de Brumadinho estão completamente envolvidas com a tragédia que se abateu sobre a cidade, atingindo famílias e membros das igrejas, provocando perdas materiais e de vidas humanas. A cidade com cerca de 40 mil pessoas passa pelo pior momento de sua história de apenas 80 anos.

“Estamos estupefatos com tudo o que aconteceu. Mais uma vez uma tragédia nas nossas Minas Gerais”, desabafou o pastor Marcio dos Santos, diretor-executivo da Convenção Batista Mineira que está à frente do plano de ação para ajudar as vítimas e os familiares atingidos pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na última sexta-feira (25).

O pastor Márcio esteve ao lado do governador de Minas, Romeu Zema, na recepção aos soldados do Exército de Israel que, por sua experiência e expertise em grandes desastres, chegou em Minas ontem para dar apoio às autoridades brasileiras que trabalham na cidade.

"O apoio das igrejas tem sido amplo, além de ações sociais com arrecadações de roupas, remédios e água, há um grande envolvimento de apoio espiritual, com visitas a casas e orações", destacou a presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Brumadinho, a pastora Maria da Conceição Lima dos Santos.

“Nosso sentimento é de profunda de tristeza. Estamos orando em todo o tempo oferecendo apoio e sustentação espiritual para as vítimas”, disse a presidente do COPEB, que é pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular, em entrevista exclusiva ao Guiame.

De acordo com as pastora Conceição, 12 igrejas estão envolvidas com apoio às vítimas, entre as quais, a Quadrangular, a Assembleia de Deus, a Batista Ebenézer e a Primeira Batista de Brumadinho. “Estamos de plantão para visitas e oração. Estamos unidos em força e unidade, buscando os princípios, cumprindo a Palavra de Deus do verdadeiro amor de Jesus”, disse.


Pastor Marcio Santos, diretor-executivo da Convenção batista Mineira, em visita a Brumadinho. (Foto: Reprodução/Facebook)

Ação

Uma das ações que a Primeira Igreja Batista de Brumadinho está realizando é o suporte aos socorristas e voluntários envolvidos com os resgates. “Nós estamos instalando máquinas para lavar as fardas dos que estão trabalhando”, disse o seminarista Aquarius Campos, que está coordenando as ações. Segundo ele, este mesmo suporte será oferecido aos soldados do IDF (Forças de Defesa de Israel), que chegaram a Minas para dar suporte às vítimas. “A ideia é lavar, passar e embalar as fardas para entregar aos que estão trabalhando”, disse.

O diretor-executivo da Convenção Batista Mineira disse que doações como roupas, alimentos e água já não são mais necessárias, agora a ajuda deve ser com relação às moradias das vítimas. Para isso, ele pediu que todos os batistas se mobilizem com a finalidade de levantar recursos para reconstruir as casas destruídas.

Membros da igreja Batista, Laura e Abel perderam tudo. “Ouvi um barulho de árvores batendo, a menina estava nos fundos da casa e começou a gritar. Saí para fora e o barro já estava em nossa casa”, conta Abel, um morador sobrevivente, mas que perdeu tudo.

O pastor Marcio conta que em Mariana a Convenção Batista teve o mesmo envolvimento. “Nós que tivemos muito próximos em Mariana apoiando as famílias, inclusive até hoje mantemos base naquela cidade”. Ele disse que em Brumadinho é hora de oferecer outro tipo de ajuda também. “Precisamos reconstruir as casas destas pessoas que perderam tudo, como a Laura e o Abel que são membros da igreja”.

Ele disse que a Convenção Batista está comprometida com esse tipo de ação. “Precisamos fazer a diferença na vida dessas pessoas e mostrar Jesus de forma prática”, disse o pastor Marcio.

Auxiliar do pastor João Luiz, da Primeira Igreja Batista em Brumadinho, Aquarius disse ainda que a igreja vai receber um ônibus equipado para ajudar em ações de saúde, com equipes de voluntários que darão suporte às pessoas. Entre os voluntários está uma missionária da cidade de Barra Longa, que atuou diretamente na tragédia ocorrida em Mariana. “Ela tem experiência”, disse Aquarius.

Ele explicou ainda que foi criado um fundo, por meio da Convenção Batista Mineira, para custear as ações de socorro e apoio às vítimas. “O gerenciamento será feito pela Convenção e o direcionamento das necessidades apontado pela igreja local”, explicou.

Oração

A dor e o sofrimento das famílias têm sido imensos. Nesta segunda-feira (28), o pastor João Luiz realizou o culto fúnebre de um homem, vítima do rompimento da barragem, ex-membro da igreja que foi batizado por ele. Caberá ao pastor também centralizar a ajuda enviada pela Convenção à cidade.

Muitas orações têm sido feitas pelas vítimas. Para Ronaldo Adriano da Silva, que cuida da Comunicação da Igreja Ebenézer, presidida pelo pastor José Ricardo Santana, “no momento, o que mais precisamos é de oração e cremos que Deus nos consola e nos sustenta”.


Pastora Maria da Conceição Lima dos Santos, presidente do Conselho de Pastores de Brumadinho. (Foto: Reprodução/Facebook).

A presidente do COPEB também fala que o maior apoio agora não são alimentos ou outros donativos, mas o suporte espiritual. “As igrejas têm suas equipes, que estão sendo direcionadas aos lares e às famílias para dar suporte espiritual e oração. Estamos em plantão, em alerta em todo momento, prontos para as convocações feitas pelos irmãos. Estamos fazendo tudo conforme está em nossa possiblidade e habilidade para fazer”.

A pastora disse esperar que essa tragédia possa ser ponto de maior unidade entre as igrejas, como acontecia na igreja primitiva, onde tudo era compartilhado. “Que Deus abençoe a todos os pastores de cada igreja, a cada denominação, a cada membro e nós que estamos sofrendo as consequências dessa grande tragédia e provação que atingiu a todos nós, que com ela possamos aprender a sermos um”, disse a pastora Conceição.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Judeus relembram atuação de soldados brasileiros no Holocausto: “Motivo de orgulho”

O mundo inteiro celebrou neste domingo (27) o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1 E BBC NEWS

Sobreviventes radicados no Brasil participam de solenidade em homenagem às vítimas do Holocausto em 2018. (Foto: Eliana Assumpção)

“Sou o único sobrevivente”. A frase se repete entre milhares de judeus que perderam toda sua família no Holocausto, como ficou conhecido o assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Um deles é Freddy Siegfried Glatt, que nasceu na Alemanha e fugiu para a Bélgica com sua família. “Lá, pegaram meus irmãos, pegaram meus avós e pegaram todos os meus colegas de classe. Eu sou o único que sobreviveu”, disse ele ao G1.

Foi no Brasil que Glatt conseguiu reconstruir uma nova família. “Quando eu cheguei no Brasil, encontrei a minha esposa, a Beth. Tivemos seis netos, dois bisnetos. O Brasil me tratou muito bem”.

Outros sobreviventes não perderam toda a família, mas guardam recordações profundas. Ariella Pardo tinha apenas 3 anos quando ela e sua família judia italiana atravessou os Alpes rumo à Suíça, em 1943, por causa da perseguição nazista.

Junto com um grupo de refugiados judeus, eles seguiam em absoluto silêncio, até que sua mãe, Iris, escorregou e desapareceu em meio à escuridão. Ariella gritou, mas teve a boca tapada. “Me disseram: ‘Cala a boca, sua mãe está morta; se você gritar, morremos todos’”, ela contou em entrevista à BBC News Brasil.

Mais tarde, a família voltou a se reunir e Ariella começou uma nova vida no Brasil. Na Suíça ela conheceu Marco Segre, um judeu italiano que havia fugido com os pais para o Brasil. Os dois se casaram e passaram a viver em São Paulo, onde tiveram quatro filhos, oito netos e dois bisnetos.



Ariella casou-se com Marco Segre (retrato 3x4 à esq.) em 1960 e o casal foi morar no Brasil. (Foto: Gui Christ)

Brasil no Holocausto

Neste domingo (27) foi celebrado o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, instituído pela ONU em 2005. Há 74 anos, no dia 27 de janeiro de 1945, milhares de judeus foram libertados do campo de concentração de Auschwitz, o maior e mais terrível campo de extermínio do regime de Adolf Hitler.

Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas, a maioria judeus, tenham morrido ali.

O Brasil teve uma participação importante na luta contra o nazi-fascismo. Quase 26 mil homens e mulheres da Força Expedicionária Brasileira (FEB) lutaram na Itália contra o regime de Benito Mussolini.

Israel Rosentahal, com 98 anos, foi voluntário da FEB como cirurgião-dentista, à frente de um pelotão de infantaria. “Lembro do frio e o medo de lá. Pegamos dois graus abaixo de zero. Dormindo em barraca, cama de lona, e aguardando o término da guerra que, no final, eu fui na verdade do último escalão, e ainda peguei uns três meses de guerra”, disse o ex-combatente ao G1.

Dia de memórias

A Confederação Israelita do Brasil e a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) realizam uma solenidade no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo. Em São Paulo, o ato solene foi promovido pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e a Congregação Israelita Paulista (CIP) na Sinagoga Etz Chaim da CIP.

Entre os participantes estavam autoridades religiosas e políticas, como o pastor e deputado federal Roberto de Lucena (PODE-SP), que classificou a reunião como “uma cerimônia emocionante”.


Roberto de Lucena esteve com autoridades na Sinagoga Etz Chaim da CIP. (Foto: Divulgação)

“Nós lembramos dos sobreviventes, das vítimas que não podem estar conosco. E dos nossos combatentes, os pracinhas brasileiros que, um dos 19 países do mundo que mandou soldados, o único latino americano, o que é um motivo de muito orgulho para nós. Então, nós estamos aqui, chorando pelos que se foram, e comemorando os que sobreviveram e que reconstruíram as suas vidas no Brasil”, afirmou Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil.

“É muito importante estarmos aqui reverenciando a memória de seis milhões de judeus que tombaram no Holocausto. E também cinco milhões de não-judeus que foram mortos pelos nazistas. É importante lembrar que, de seis milhões de judeus, um 1,5 milhão era de crianças. Para que esse crime, para que esse genocídio maior nunca mais se repita”, explicou Osias Wurmann, cônsul honorário de Israel no Rio de Janeiro.