sábado, 27 de março de 2021

Heróis da Fé: Charles Spurgeon, o príncipe dos pregadores

Charles Haddon Spurgeon foi, sem dúvida, o maior pregador da Grã-Bretanha do século 19 e, possivelmente, do mundo.



FONTE: GUIAME

Charles Spurgeon pregou pregou milhares de sermões, durante seu ministério pastoral. (Foto: Pinterest)

Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) nasceu em Kelvedon, Essex, Inglaterra. Filho de John Spurgeon e Eliza Jarvis, cresceu em uma família de clérigos cristãos. Seu pai e seu avô eram ministros não-conformistas (não eram anglicanos).

Devido as condições econômicas de seus pais, Spurgeon foi enviado para morar com seus avós aos 18 meses. Seu avô, James Spurgeon, foi ministro da igreja em Stambourne por 54 anos. Aqueles poucos anos com seus avós tiveram um impacto profundo na vida do jovem. Embora tenha crescido entre cristãos comprometidos, Spurgeon só alcançou uma fé pessoal em Cristo aos 15 anos.

Quando se decidiu pela vida cristã, teve uma trajerória meteórica em busca de conhecimento. Spurgeon passou algum tempo em treinamento ministerial, mas nunca frequentou nenhuma escola teológica formal. Ele também serviu, pregando para uma pequena congregação perto de sua casa por cerca de dois anos, em Waterbeach. Mas o chamado divino em sua vida logo o levaria à maior cidade do Império Britânico.

Com apenas 19 anos, ele foi convidado para ser ministro de uma das seis maiores igrejas batistas de Londres. A New Park Street possuía uma herança incomum às demais igrejas da época. Entre seus ex-pastores estavam Benjamin Keech, Dr. John Gill e Dr. John Rippon. Esses três grandes nomes da história batista serviram por 150 anos combinados na New Park Street.

No entanto, quando Spurgeon chegou a New Park Street, que estava localizada no meio de um distrito industrial imundo e de difícil acesso, ela havia perdido 1.000 membros, do total de 1.200 pessoas.

Em poucos meses, a pregação apaixonada de Charles Spurgeon começou a encher aquela igreja, o que o obrigou a se mudar para locais maiores – quanto mais se espalhava a notícia de suas mensagens. Finalmente, em 1861, Spurgeon adquiriu uma igreja construída para esse fim, o Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 5.000 pessoas, e lá ele permaneceu pelos 38 anos restantes de sua vida.

Susannah Thompson, esposa de Charles Spurgeon. (Foto: Pinterest)

Foi como ministro na New Park Street, que ele conheceu Sussanah Thompson, ao batizá-la. Um ano mais tarde, em 1856, a jovem se tornaria sua esposa. Além do afeto, o casal também formou um vínculo forte pelas condições de saúde que enfrentariam: ela se tornaria semi-inválida e Spurgeon sofreria de gota e depressão durante a maior parte de seu casamento. Do fruto desse relacionamento, nasceram os gêmeos Thomas Spurgeon e Charles Spurgeon Jr.

Susannah se tornou a secretária pessoal de seu marido. Uma vez é relatado que ela fazia anotações enquanto ele falava durante o sono. Quando ele acordou, Spurgeon encontrou o sermão que ele havia murmurado em seu sono. Ele havia dormido, mas Susannah não. Mesmo depois de sua morte, a Sussanah manteve o trabalho de seu marido vivo, publicando os seus sermões e distribuindo milhares de livros para jovens pastores.

Milhares de sermões

Considerado o maior pregador da Grã-Bretanha do século 19 e, possivelmente, do mundo, Spurgeon frequentou as escolas locais por alguns anos, mas nunca obteve um diploma universitário. Mas ao longo de sua vida compensou a ausência do ensino superior lendo livros, especialmente os teólogos puritanos. Conta-se que sua biblioteca pessoal acabou ultrapassando os 12.000 volumes.

Spurgeon pregou milhares de sermões, quase todos impressos e distribuídos em todo o mundo, de modo que, quando ele morreu, cerca de 56 milhões de cópias haviam sido impressas em quase 40 idiomas.

Ele era um homem piedoso que pregava a verdade de Deus de uma forma séria e desafiadora, mas repleta de calor, paixão, inteligência e humor. Spurgeon é autor de frases memoráveis, entre as quais: “Uma Bíblia que está se despedaçando geralmente pertence a alguém que não está” e “A maior alegria de um cristão é dar alegria a Cristo”.

Ele pregou regularmente para um número extraordinário - uma vez para 24.000 pessoas no Crystal Palace - e sem qualquer amplificação. Susannah Thompson foi um grande apoio ao ministério de Spurgeon. A doença dele o levou a passar os meses de inverno em Menton, na Côte d'Azur francesa, onde trabalhou escrevendo sermões e publicações, morrendo lá em 1892 com a idade de 57 anos. O corpo de Spurgeon foi sepultado no Cemitério de West Norwood, em Londres.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Heróis da Fé: William Seymour, o pioneiro do avivamento da Rua Azusa

Um dos líderes mais influentes de seu tempo, William Seymour se tornou um símbolo do avivamento bíblico.



FONTE: GUIAME

Missão de Fé Apostólica, na Rua Azusa, onde William Seymour iniciou o movimento pentecostal. (Foto: Reprodução / Shaun Tabatt)

As raízes do movimento pentecostal passam por William Joseph Seymour (1870–1922), um afro-americano, filho dos escravos libertos Simon Seymour e Phyllis Salabarr, que nasceu em Centerville, Louisiana, em 2 de maio de 1870.

Considerado um dos fundadores do pentecostalismo moderno, William Seymour era um pregador vibrante a respeito dos dons espirituais, incluindo a cura divina, e acreditava que falar em línguas, a chamada glossolalia, era a principal evidência do batismo com o Espírito Santo. Apesar de suas convicções, Seymour não havia ainda tido nenhuma experiência dessa natureza.

A família de Seymour era pobre, o que fez com que ele recebesse pouca educação formal. Na parte religiosa, seus pais tinham afiliações com as igrejas Batista e Católica, o que o fez transitar entre as duas denominações em sua infância. Em 4 de setembro de 1870, aos quatro meses de vida, ele foi batizado em uma cerimônia católica na Igreja da Assunção em Franklin, Louisiana. Ainda criança, Seymour ficou cego de um olho após ter contraído varíola. No entanto, essa deficiência não o impediu de, anos mais tarde, dedicar-se a Deus como pregador.

Sobre a juventude de Seymour, não existem muitas informações, mas foi nessa fase da vida que ele alegou ter visões de Deus. Durante esse período também, Seymour fez muitas viagens.

Em 1895, quando tinha 25 anos, Seymour foi morar em Indianápolis, Indiana. Enquanto trabalhava como garçom em restaurantes e hotéis de luxo, ele passou a frequentar a Simpson Chapel Methodist Episcopal Church, uma congregação afro-americana afiliada à Igreja Metodista Episcopal, predominantemente branca.

Cinco anos mais tarde, em 1900, Seymour se mudou para Cincinnati, Ohio, onde se juntou ao Movimento de Restauração da Igreja de Deus, que também era chamado de Os Santos da Luz da Noite. O grupo fazia parte do crescente movimento de Santidade que abraçou uma doutrina radical que incluía a cura pela fé e uma crença no retorno iminente de Cristo, um evento que seria indicado pela integração das raças na adoração - uma conciliação que Seymour tentou realizar, muitas vezes com grande sucesso, ao longo de sua vida pastoral.

Seymour e grupo de pentecostais. (Foto: Wikimedia Commons/Public Domain/Alaniaris)

O grupo também acreditava na doutrina da santificação, um conceito que remonta ao protestantismo do século 19. No entanto, acreditava em uma conversão e santificação imediata, e não gradual, seguindo a aceitação de Cristo e o batismo no Espírito Santo. Mas o próprio Seymour chegou a declarar: “Minha opinião é que todo cristão precisa crescer em sua fé, seja por um evento, vários eventos ou por um processo”.

Seymour foi aluno do pregador pentecostal Charles Parham, fundador do movimento Apostolic Faith, constituído por igrejas independentes que cresceram no sul e no oeste dos Estados Unidos, onde ele realizava as suas reuniões. Nessa mesma época, Seymour era pastor interino de uma pequena igreja em Houston.

Com apoio financeiro de Parham, em 1906 Seymour foi para Los Angeles, convidado por Neeley Terry, que falou sobre um movimento de santidade que estava acontecendo na cidade. Mas a ligação com Parham foi corroída após Seymour dar início ao movimento pentecostal, cujas reuniões foram duramente criticadas por Parham.

O pentecostalismo da Rua Azusa

Antes de encabeçar o forte movimento pentecostal da Rua Azusa, Seymour visitou algumas igrejas onde pregava sobre o avivamento, sendo rejeitado em algumas delas e aceito em outras.

Em Los Angeles, Seymour foi convidado a pregar na igreja de Julia M. Hutchins, que estabeleceu uma nova congregação depois de ter sido expulsa da Segunda Igreja Batista por causa de sua visão de santidade. Em seus sermões ali, Seymour defendia a importância de uma comunidade religiosa inter-racial e de falar em línguas como um sinal do Espírito Santo.

As visões de Seymour e Hutchins não estavam alinhadas, especialmente sobre a glossolalia, o que fez com que ela o impedisse de continuar ministrando em sua igreja.

Considerado o pai do avivamento, sua pregação também não agradou alguns anciãos que não aceitaram o ensinamento de Seymour, principalmente porque ele não havia experimentado o que estava pregando. A Associação da Igreja de Santidade do Sul da Califórnia também condenou a mensagem de Seymour.

Casa da família Asberry na Rua Bonnie Brae Norte 216. (Foto: Reprodução / Public Domain)

Depois disso, Seymour foi convidado pelo casal Ruth e Richard Asberry para realizar cultos em sua casa, na Avenida North Bonnie Brae. Junto com seu grupo, logo Seymour se mudou para o local, de onde começou a orar pelo batismo no Espírito Santo, junto com famílias brancas que também frequentavam os cultos. Após cinco semanas de pregação e de oração de Seymour, Edward S. Lee falou em línguas pela primeira vez.

Entusiasmado com a experiência de Lee, Seymour compartilhou seu testemunho e pregou sobre Atos 2, quando, no mesmo culto, outras seis pessoas começaram a falar em línguas, incluindo Jennie Moore, que mais tarde se tornaria a esposa de Seymour.

Não muito depois daqueles dias, em 12 de abril, Seymour falou em línguas pela primeira vez, depois de orar uma noite inteira. O grupo cresceu rapidamente e, ainda em 1906, foi para um prédio antes ocupado pela Igreja Metodista Episcopal Africana, na Rua Azusa 312. O local estava sendo usado como depósito e estábulo, o que exigiu uma grande limpeza, feita pelos próprios membros.

Seymour e sua esposa, Jennie. (Foto: Reprodução / Black Past)

A casa recebeu móveis de igreja improvisados. O púlpito foi feito com dois caixotes pregados e os bancos eram de tábuas pregadas em barris vazios. Seymour fez sua casa no andar de acima da igreja e começou a realizar cultos três vezes por dia, sete dias por semana. Uma equipe de voluntários, incluindo negros e brancos e homens e mulheres, ajudava Seymour na realização dos cultos na nova congregação, chamada Missão de Fé Apostólica.

As reuniões no local começaram em 14 de Abril de 1906 e continuaram até meados de 1915.

Estima-se que o movimento pentecostal iniciado na Rua Azusa, por Seymour, tem cerca de 20 milhões de seguidores nos EUA e 500 milhões em todo o mundo.

Últimos anos de vida

A Notable Biographies registra que Seymour passou os últimos anos de sua vida viajando pelo país, falando principalmente para o público negro. Em 1915, ele publicou um manual, As Doutrinas e Disciplina da Missão de Fé Apostólica da Rua Azusa de Los Angeles, mas sua influência como figura religiosa estava diminuindo.

Em 28 de setembro de 1922, Seymour morreu de um ataque cardíaco repentino em Los Angeles. Ele foi enterrado no Cemitério Evergreen em East Los Angeles. Após sua morte, Jennie se tornou pastora da igreja e continuou o trabalho de seu marido, mesmo depois de perder a missão Azusa em 1931. Ela morreu em 1936.

William Seymour morreu antes de realizar muitos de seus objetivos. Ele planejou estabelecer escolas e missões de resgate e formar outras congregações, mas esses sonhos nunca se realizaram. Ainda assim, apesar do rápido declínio em sua influência, Seymour teve um tremendo impacto no movimento pentecostal, que cresceu para incluir mais de meio bilhão de crentes em todo o mundo. Na verdade, o Reavivamento da Rua Azusa é frequentemente citado como uma das raízes do pentecostalismo moderno.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Empresa israelense anuncia que está desenvolvendo vacina oral contra a Covid-19

O projeto é fruto de uma parceria entre uma empresa farmacêutica sediada em Jerusalém com um laboratório da Índia.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO JERUSALEM POST

Empresa farmacêutica sediada em Jerusalém irá iniciar testes clínicos para desenvolver a primeira vacina oral da Covid-19. (Foto: Dado Ruvić/Reuters)

Uma empresa farmacêutica israelense-americana irá iniciar testes clínicos em humanos para desenvolver a primeira vacina oral da Covid-19 do mundo.

A Oramed Pharmaceuticals Inc., uma empresa farmacêutica sediada em Jerusalém, anunciou na última sexta-feira (19) uma parceria com a Premas Biotech, uma empresa de biotecnologia baseada na Índia, para desenvolver uma nova vacina oral. Juntas, elas formaram a empresa Oravax Medical Inc.

A tecnologia da Oramed, chamada “POD”, pode ser usada para administrar via oral uma série de tratamentos baseados em proteínas, que de outra forma seriam administrados por injeção. A Oramed está no meio de uma pesquisa clínica de Fase III, através da FDA (Food and Drug Administration dos EUA), de uma cápsula de insulina oral para diabéticos tipo I e tipo II.

Já a Premas começou em março a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus.

As empresas se conectaram no início deste ano, de acordo com o CEO da Oramed, Nadav Kidron, e rapidamente perceberam que poderiam revolucionar o mercado.

“Uma vacina oral de Covid-19 eliminaria várias barreiras para uma distribuição rápida e em larga escala, permitindo que as pessoas tomem a vacina sozinhas em casa”, disse Kidron. “Embora a facilidade de administração seja crítica hoje para acelerar as taxas de inoculação, uma vacina oral pode se tornar ainda mais valiosa no caso de uma vacina da Covid-19 ser recomendada anualmente como a vacina contra a gripe padrão”.

A empresa concluiu um estudo piloto em animais e descobriu que a vacina promoveu o desenvolvimento de anticorpos Imunoglobulina G (IgG) e Imunoglobulina A (IgA). IgA é necessária para imunidade de longo prazo.

Vantagens

A vacina Oravax tem como alvo três proteínas estruturais do novo coronavírus, explicou Kidron, ao contrário da proteína de pico único direcionada pelas vacinas Moderna e Pfizer. Sendo assim, “esta vacina deve ser muito mais resistente às variantes da Covid-19”, afirmou Kidron.

Além disso, é uma vacina à base de levedura, tornando o tempo e o custo de produção muito mais baratos do que seus concorrentes já aprovados.

As vantagens de uma vacina oral vão além da segurança e eficácia, continuou Kidron. Ele disse que os medicamentos orais tendem a ter menos efeitos colaterais.

Além disso, a vacina pode ser enviada em temperaturas de geladeira e até mesmo armazenada em temperatura ambiente, “tornando mais fácil logisticamente obtê-la em qualquer lugar do mundo”, disse Kidron.

Por fim, uma vacina oral não requer administração profissional.

A Oravax antecipa o início de um teste clínico com humanos durante o segundo trimestre de 2021. Kidron disse que está se inscrevendo para testes em vários países, incluindo Estados Unidos, Israel, Europa e México. Ele espera também atingir a África, onde tal vacina oral pode ser essencial.

Kidron espera que os dados de testes humanos de Fase I estejam disponíveis dentro de três meses.