quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Heróis da Fé: Dietrich Bonhoeffer, o teólogo que desafiou Hitler

No livro “The Cost of Discipleship”, faz um apelo à obediência mais fiel e radical a Cristo e uma severa repreensão ao cristianismo confortável.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CHRISTIANITY TODAY E ENCYCLOPEDIA

O teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer. (Foto: Reprodução / Trouw)

Dietrich Bonhoeffer nasceu em 4 de fevereiro de 1906, em Breslau, Alemanha (atual Wrocław, Polônia), em uma família aristocrática. Sua mãe era filha do pregador da corte do Kaiser Wilhelm II, e seu pai era um neurologista proeminente e professor de psiquiatria na Universidade de Berlim.

Todos os oito filhos foram criados em um ambiente liberal e nominalmente religioso e foram incentivados a se interessar pela boa literatura e pelas artes plásticas. A habilidade de Bonhoeffer ao piano, na verdade, levou alguns em sua família a acreditar que ele estava se encaminhando para uma carreira na música. Quando, aos 14 anos, Dietrich anunciou que pretendia se tornar ministro e teólogo, a família não gostou.

Como teólogo protestante, Bonhoeffer tinha profunda visão do papel do cristianismo no mundo secular. Seu envolvimento em uma conspiração para derrubar Adolf Hitler levou à sua prisão e execução. Suas Cartas e Documentos da Prisão, publicadas postumamente em 1951, são talvez o documento mais profundo de suas convicções.

Bonhoeffer se formou na Universidade de Berlim em 1927, aos 21 anos, e depois passou alguns meses na Espanha como pastor assistente de uma congregação alemã. Depois, voltou à Alemanha para escrever uma dissertação, que lhe garantiria o direito a um cargo universitário. Em seguida, passou um ano na América, no Union Theological Seminary de Nova York, antes de retornar ao cargo de professor da Universidade de Berlim.

“Graça barata”

Nesse ínterim, em 1937, Bonhoeffer escreveu The Cost of Discipleship (“O custo do discipulado”), um apelo à obediência mais fiel e radical a Cristo e uma severa repreensão ao cristianismo confortável: "Graça barata é pregar o perdão sem exigir arrependimento, batismo sem disciplina na igreja, Comunhão sem confissão. ... Graça barata é graça sem discipulado, graça sem a cruz, graça sem Jesus Cristo, viva e encarnada."

Durante esse tempo, Bonhoeffer estava ensinando pastores em um seminário clandestino, Finkenwalde (o governo o proibiu de ensinar abertamente). Mas depois que o seminário foi descoberto e fechado, a Igreja Confessante ficou cada vez mais relutante em falar contra Hitler, e a oposição moral se mostrou cada vez mais ineficaz, então Bonhoeffer começou a mudar sua estratégia. Até então ele era um pacifista e tentava se opor aos nazistas por meio de ações religiosas e persuasão moral.

Agora ele se inscreveu no serviço secreto alemão (para servir como um agente duplo - enquanto viajava para conferências da igreja na Europa, ele deveria estar coletando informações sobre os lugares que visitou, mas, em vez disso, estava tentando ajudar os judeus a escapar do nazismo opressão). Bonhoeffer também se tornou parte de uma conspiração para derrubar e, mais tarde, assassinar Hitler.

Como sua tática estava mudando, ele foi para a América para se tornar um palestrante convidado. Mas ele não conseguia se livrar do sentimento de responsabilidade por seu país. Poucos meses depois de sua chegada, ele escreveu ao teólogo Reinhold Niebuhr: "Cometi um erro ao vir para a América. Devo viver este período difícil em nossa história nacional com o povo cristão da Alemanha. Não terei o direito de participar da reconstrução da vida cristã na Alemanha após a guerra, se eu não compartilhar as provações desta época com meu povo."

Bonhoeffer, embora a par de várias conspirações sobre a vida de Hitler, nunca esteve no centro dos planos. Eventualmente, seus esforços de resistência (principalmente seu papel no resgate de judeus) foram descobertos. Em uma tarde de abril de 1943, dois homens chegaram em uma Mercedes preta, colocaram Bonhoeffer no carro e o levaram para a prisão de Tegel.

Reflexos radicais

Bonhoeffer passou dois anos na prisão, correspondendo-se com familiares e amigos, pastoreando outros presos e refletindo sobre o significado de "Jesus Cristo para hoje". Com o passar dos meses, ele começou a delinear uma nova teologia, traçando linhas enigmáticas inspiradas por suas reflexões sobre a natureza da ação cristã na história.

"Deus se deixa ser empurrado do mundo para a cruz", escreveu ele. “Ele é fraco e impotente no mundo, e essa é precisamente a forma, a única forma em que ele está conosco e nos ajuda. [A Bíblia]… deixa bem claro que Cristo nos ajuda, não em virtude de sua onipotência, mas em virtude de sua fraqueza e sofrimento. ... A Bíblia direciona o homem à impotência e ao sofrimento de Deus; somente o Deus sofredor pode ajudar. "

Em outra passagem, ele disse: "Ser cristão não significa ser religioso de uma maneira particular, fazer algo de si mesmo (um pecador, um penitente ou um santo) com base em um método ou outro, mas para ser um homem - não um tipo de homem, mas o homem que Cristo cria em nós. Não é o ato religioso que torna o cristão, mas a participação nos sofrimentos de Deus na vida secular."

Morte por enforcamento

Por fim, Bonhoeffer foi transferido de Tegel para Buchenwald e depois para o campo de extermínio de Flossenbürg. Em 9 de abril de 1945, um mês antes da rendição da Alemanha, ele foi enforcado com seis outros resistentes.

Uma década depois, um médico do campo que testemunhou o enforcamento de Bonhoeffer descreveu a cena: "Os prisioneiros ... foram retirados de suas celas e os veredictos da corte marcial lidos para eles. Através da porta entreaberta em uma das cabanas, eu vi o pastor Bonhoeffer, antes de tirar o uniforme da prisão, ajoelhando-se no chão orando fervorosamente a seu Deus. Fiquei profundamente comovido com a maneira como este adorável homem orou, tão devoto e tão certo de que Deus ouviu sua oração. No local da execução, ele orou novamente e depois subiu os degraus da forca, corajoso e sereno. Sua morte se seguiu em poucos segundos. Nos quase 50 anos em que trabalhei como médico, dificilmente vi um homem morrer tão inteiramente submisso à vontade de Deus."

Cartas na prisão

A correspondência de Bonhoeffer na prisão foi editada e publicada como Letters and Papers from Prison, o que inspirou muita controvérsia e o movimento "morte de Deus" na década de 1960 (embora o amigo próximo e biógrafo de Bonhoeffer, Eberhard Bethge, tenha dito que Bonhoeffer não sugeriu tal coisa). Seu custo de discipulado, bem como a vida junto (sobre a comunidade cristã, com base em seu ensino no seminário subterrâneo), permaneceram clássicos devocionais.

Durante esses anos, Hitler subiu ao poder, tornando-se chanceler da Alemanha em janeiro de 1933 e presidente um ano e meio depois. A retórica e ações antissemitas de Hitler se intensificaram - assim como sua oposição, que incluía gente como o teólogo Karl Barth, o pastor Martin Niemoller e o jovem Bonhoeffer. Junto com outros pastores e teólogos, eles organizaram a Igreja Confessante, que anunciou publicamente em sua Declaração de Barmen (1934) sua fidelidade primeiro a Jesus Cristo: "Repudiamos o falso ensino de que a Igreja pode e deve reconhecer ainda outros acontecimentos e poderes, personalidades e verdades como revelação divina ao lado desta única Palavra de Deus. ..."

O povo alemão estava tão desanimado após a derrota da Primeira Guerra Mundial e a subsequente depressão econômica que o carismático Hitler parecia ser a resposta da nação às orações - pelo menos para a maioria dos alemães. Uma exceção foi o teólogo Dietrich Bonhoeffer, que estava determinado não apenas a refutar essa ideia, mas também a derrubar Hitler, mesmo que isso significasse matá-lo.

Dietrich Bonhoeffer morreu enforcado em 9 de abril de 1945, em Flossenbürg, Alemanha.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

‘O Senhor os chamou’: após 73 anos de união, casal cristão morre com intervalo de 3 horas

Um casal cristão que viveu junto por 73 anos faleceu com apenas algumas horas de diferença. A família agora testemunha que compreende que Deus os abençoou por não deixa-los separados nem mesmo na morte.

Fonte: noticias.gospelmais

Foto: reprodução/YouTube

James Wold, 94 anos, e sua esposa, Wanda, 96 anos, viviam numa casa de repouso chamada Concord Care, na cidade de Garner, em Iowa (EUA). Os dois faleceram no dia 20 de julho.

A filha do casal, Candy Engstler, disse que um funcionário da equipe da casa de repouso ligou para ela, indicando que sua mãe havia falecido às 4h00. Então, ela e a irmã imediatamente foram visitar o pai para confortá-lo.

De acordo com informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), quando as duas filhas comunicaram ao pai o falecimento de sua companheira, ele demonstrou paz: “Ele cruzou as mãos com nós duas e disse: ‘Obrigado, Jesus. Obrigado por levá-la e, por favor, me leve’”.

A oração de James foi atendida de forma quase imediata: “Por volta das 7 horas, recebi a ligação de que ele também havia passado. Ele permitiu que os dois fossem no mesmo dia. Eu sinto que era a hora deles. O Senhor os chamou e Ele os chamou de uma maneira linda, então eu vou apenas me agarrar a isso”, comentou a filha.

Candy revelou que sua mãe sofria de Alzheimer e que seu pai lutava contra problemas físicos que o limitavam bastante. Perder os pais no mesmo dia foi difícil, mas ela se sentiu consolada pelo fato de que eles se foram juntos, em paz, ao amanhecer.

Wanda nasceu em 24 de março de 1925, em Merrill, Iowa, e tornou-se enfermeira registrada. Ela se mudou para Garner em 1966 e trabalhou para a clínica Hancock County Public Health e também no Concord Care Center, a mesma casa de repouso onde ela e seu marido morreram mais de cinco décadas depois.

James nasceu em 1º de junho de 1927, em St. Cloud, Minnesota, e alistou-se na Marinha dos Estados Unidos. Ele serviu na Segunda Guerra Mundial, depois foi trabalhar na loja de ferragens de seu pai antes de mudar para uma carreira em vendas e seguros.

Ao longo das mais de sete décadas de casamento, o casal Wold tiveram três filhos, que lhes deram nove netos, segundo informações da KCCI.

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terça-feira, 3 de agosto de 2021

“Só reafirmamos a Bíblia: Deus criou homem e mulher”, diz Jorge Linhares após depor no MP

Pastor diz que foi surpreendido com manifestação em seu favor, com o apoio de cristãos, pastores e representantes de várias denominações.



FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

Pastor Jorge Linhares em frente ao Ministério Público de Minas Gerais. (Foto: Reprodução/Vídeo/SBT)

Depois de ser intimado por compartilhamento de vídeo que defende valores cristãos, o pastor e diretor do Colégio Batista Getsêmani, Jorge Linhares, compareceu ao Ministério Público de Minas Gerais, acompanhado de sua filha, Daniela Linhares, na segunda-feira (02) e prestou depoimentos.

Em entrevista ao Guiame, Daniela disse que o pai estava tranquilo e em paz. “Ele entende que esse pronunciamento representa a opinião de todos os cristãos que estão alinhados com a Bíblia e a palavra de Deus”, afirmou.

Sobre a conversa com o promotor: “Ele estava bem chateado pela proporção que o caso ganhou e pelas manifestações que viu na internet”, disse ao se referir a alguns vídeos publicados em defesa de Jorge Linhares.

“O promotor [Mário Konishi] recebeu muitos e-mails com vídeos e lives sobre o assunto, porque, de fato, ocorreu uma mobilização nacional. Ele não esperava por isso, se sentiu ofendido e queria desmarcar a audiência. Mas, meu pai insistiu em conversar”, disse.

Na ocasião, promotor e pastor se conheceram, ambos são pais de família, com filhos e netos. “Meu pai teve oportunidade de falar sobre seu trabalho de 40 anos no ministério, cuidando de vidas e se preocupando com as crianças. Além disso, ele dirige o Colégio Batista Getsêmani há 30 anos, prezando pelos valores bíblicos e cristãos”, detalhou.

“Não houve discurso de ódio”

Segundo Daniela, que também é pastora e diretora da revista Get Up, a conversa entre os dois foi produtiva e respeitosa. “Meu pai explicou que o vídeo compartilhado não foi feito pelo Colégio, mas foi somente compartilhado por estar em harmonia com a nossa confissão de fé”, explicou.

“Meu pai entende e respeita que cada um tem a sua escolha e esclareceu ao promotor que ‘jamais o Colégio ou a Igreja Batista Getsêmani, ou ele mesmo como pastor, incitariam o ódio’. Mas, ele não é obrigado a aceitar que esse ensino [ideologia de gênero] seja imposto nas escolas”, resumiu.

Na saída do Ministério Público, abordado por jornalistas, o pastor Jorge Linhares disse que conseguiu esclarecer que não havia nenhum indício de homofobia em suas ações. “Nós só reafirmamos o que a Bíblia diz, que Deus criou o homem e a mulher”, ressaltou.

Daniela ainda esclarece que o vídeo é claro ao dizer que “Deus não errou ao criar meninos e meninas. “Além de aprendermos isso através da Bíblia, a ciência também afirma o mesmo quando nasce uma criança. Se nasce um menino, a ciência diz que é menino; e se nasce menina, a ciência diz que é menina”, simplificou.

“A conversa foi esclarecedora e agora demanda o fechamento disso tudo. Aguardamos o desfecho do promotor — se o caso vai ser encaminhado para um processo ou se será arquivado”, continuou.

O advogado de defesa, que representou Jorge Linhares e o Colégio Batista Getsêmani, Dr. Oswaldo Fernandes, acredita que a denúncia será arquivada. “Fomos muito bem recebidos pela promotoria e tivemos oportunidade de esclarecer todos os fatos. Deus estava ali conosco. Glória ao Senhor Deus por ter dado tudo certo”, disse ao Guiame.

Manifestação cristã

“Nós tivemos uma surpresa ao chegar no Ministério Público porque vimos vários pastores e representantes de ministérios. Logo na porta, havia uma bandeira enorme do Brasil. Depois eu soube que era uma bandeira do exército, levada pelo militar e pastor Jeferson, enviado por Renê Terra Nova”, mencionou.

Entre os cartazes com mensagens de apoio, Daniela disse que reparou na quantidade de crianças presentes na manifestação. “Também vi muitos cartazes com as frases: ‘Deus nunca erra’, ‘Menino é menino, menina é menina’, ‘Não vamos nos calar’ e ‘O Senhor é o nosso juiz’. Foi gratificante”, sublinhou.

Manifestação de cristãos em frente ao Ministério Público (MG) em apoio ao pastor Jorge Linhares. 
(Foto: Arquivo Pessoal/Daniela Linhares)

Os representantes de pastores de Minas Gerais também estiveram presentes, além de líderes, evangelistas e professores e pedagogos. “As pessoas cantavam o hino nacional, o ambiente foi inundado pela presença de Deus e tudo isso encheu o nosso coração de paz e alegria”, lembrou.

“Com sabedoria e graça, meu pai falou sobre o trabalho dos evangélicos, representando todas as igrejas do Brasil, todas as escolas cristãs e todas as famílias que concordam com o ensino bíblico de que Deus criou meninos e meninas”, concluiu.

Apoio de lideranças

Entre vários apoiadores, está o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que emitiu uma nota de apoio, no domingo (01), ao pastor Jorge Linhares, mencionando que “vivemos uma guerra de valores” e que está em jogo a desconstrução da família.

“Há uma diferença entre educar (papel dos pais) e ensinar (tarefa da escola). Nossa sociedade foi estabelecida sobre os alicerces do cristianismo, e essa construção familiar jamais será neutra. Para a ideologia de gênero, o sexo é uma construção cultural e social que pode ser modificada até chegar a uma completa igualdade, na qual não haja mais famílias”, escreveu.

O texto ainda diz: “Fica evidente que a ideologia de gênero pretende o esvaziamento jurídico do conceito de homem e mulher” e reforça “estamos posicionados para defender nossos valores cristãos e a proteção de nossas crianças, futuro dessa nação”.

O pastor e político Magno Malta também se manifestou através de suas redes sociais. “Pastor Jorge, nós estamos aqui para trazer a nossa solidariedade e aplaudir a sua coragem”, disse.

O teólogo e arqueólogo Rodrigo Silva também se manifestou através do Instagram e se disponibilizou a orar pelo pastor.

“Dias piores virão em que o mundo estará cada vez mais dividido e politizado. Não se esqueçam, a famosa guerra da luz contra as trevas reverbera todos os dias na história humana. De que lado você estará?”, escreveu ao final do texto.