quarta-feira, 3 de julho de 2024

Com 90% de cristãos, América Latina enfrenta perseguição crescente pela fé em Jesus

A perseguição ocorre especialmente em países como Cuba, Haiti, México e Nicarágua.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO MERCATOR

Os ataques ao Cristianismo aumentaram em nações latino-americanas de tendência esquerdista. (Foto representativa: Pexels/Cristian Rojas)

Uma tendência alarmante e crescente de perseguição está surgindo na América Latina, uma região onde os cristãos representam pelo menos 90% da população.

Os ataques ao Cristianismo estão aumentando nas nações latino-americanas de tendência esquerdista, aponta o Mercator.

Na América Central e do Sul, tanto atores estatais quanto não estatais estão mirando a igreja. Governos condenam a igreja, aprovam leis que restringem suas atividades e prendem ou expulsam padres e autoridades eclesiásticas.

Organizações criminosas, incluindo gangues, grupos paramilitares, cartéis e guerrilhas armadas, percebem a igreja como uma ameaça ao seu controle. Como resultado, essas entidades frequentemente intimidam ou eliminam figuras religiosas que se posicionam contra o tráfico de drogas e outras práticas ilegais.

Entre os países mais afetados estão Cuba, Nicarágua e Venezuela. O México é considerado o país mais perigoso para padres católicos, enquanto a Colômbia está classificada entre os 50 piores lugares do mundo para ser cristão.

Cuba comunista

Em Cuba, padres católicos e outros líderes religiosos são frequentemente assediados e presos. Essas ações são impulsionadas pelo desejo do governo comunista de manter um controle rigoroso sobre a população e reprimir qualquer tipo de dissidência.

A Lei de Comunicação Social de 2023 proíbe críticas ao governo, mesmo em contextos religiosos, visando líderes religiosos que critiquem o regime ou apoiem ativistas de direitos humanos. Essa legislação resulta em assédio, detenção e vigilância estatal de figuras religiosas.

Um caso emblemático é o pastor e líder da Igreja Independente Monte de Sion, Lorenzo Rosales Fajardo, que está preso desde 2021 por participar de um protesto pacífico.

O governo da ilha comunista impõe rigorosas restrições às atividades religiosas, censurando publicações e proibindo a venda de Bíblias em livrarias. Indivíduos foram detidos por supostamente orarem pelo fim do regime de esquerda, e mães de presos políticos são impedidas de orar pela libertação de seus filhos.

Havana impõe controle rigoroso à construção de novas igrejas. Em 2020, uma das primeiras igrejas a serem construídas desde a revolução comunista de 1959 foi concluída.

Igrejas domésticas e subterrâneas são proibidas. Cuba está na lista de Países de Preocupação Particular (CPC) do Departamento de Estado dos EUA devido a "violações particularmente graves da liberdade religiosa".

Assassinatos no México

No México, um padre foi encontrado morto a tiros em maio, no estado de Michoacán. Poucos dias antes, um arcebispo de Durango sobreviveu a uma tentativa de esfaqueamento na sacristia da catedral após a missa. Esses incidentes ressaltam porque o México é considerado o lugar mais perigoso para ser um sacerdote.

Entre 2010 e 2020, mais de 30 padres foram assassinados no México, muitos por denunciarem os cartéis. Religiosos se tornaram alvos específicos dos cartéis, e, como a maioria dos assassinatos relacionados a esses grupos, esses crimes também ficaram impunes e sem solução.

O ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, um socialista conhecido por sua abordagem branda em relação aos cartéis, alegou desconhecer as ameaças e a violência contra a igreja. Ele chegou a culpar os bispos que acusaram seu governo de inação.

O padre Alberto Gómez Sánchez, que dirige uma casa para migrantes em Chiapas, expressou a esperança dos católicos de que a nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, reduzirá o poder dos cartéis e protegerá os padres, devido ao seu histórico de redução da criminalidade como prefeita da Cidade do México.

No entanto, a sucessora declarou que seguirá as políticas de López Obrador, que foram ineficazes no controle dos cartéis e negaram a violência contra padres.

Ainda não se sabe se ela se desviará de sua abordagem e, mesmo que o faça, o sucesso é improvável, dado o poder entrincheirado dos cartéis no exército, na polícia, nos tribunais e no Congresso.

Pesadelo nicaraguense

A Nicarágua se destacou negativamente nos últimos meses por sua perseguição implacável contra os cristãos e entrou na lista de Países de Preocupação Particular (CPC) do Departamento de Estado dos EUA por “violações particularmente graves da liberdade religiosa”.

Sob o regime socialista de Daniel Ortega, o governo foi acusado de ter como alvo líderes da igreja que criticam políticas estaduais ou apoiam movimentos de protesto. Vários padres foram assediados, detidos ou expulsos do país.

Entre 2018 e 2020, houve 190 ataques a igrejas na Nicarágua. O governo também vem restringindo as atividades cristãs, incluindo a proibição de eventos religiosos públicos.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

PL do estupro ou da vida? O que realmente diz o projeto antiaborto que tramita na Câmara

O PL 1904/24 equipara o aborto tardio, após a 22ª semana de gestação, ao homicídio.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO BSM E GAZETA DO POVO

Plenário da Câmara dos Deputados. (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

O Projeto de Lei (PL) 1904/24, apresentado na Câmara dos Deputados, visa equiparar a interrupção da gravidez a partir de 22 semanas de gestação (que equivale a 5 meses e meio) ao crime de homicídio.

Ele inclui nos artigos do Código Penal, que tratam sobre o aborto, que “quando houver viabilidade fetal, presumida em gestações acima de 22 semanas, as penas serão aplicadas conforme o delito de homicídio simples previsto no art. 121 deste Código”.

No artigo 124, que trata sobre a mulher que provoca o aborto em si mesma ou o consente, também é acrescentado que “o juiz poderá mitigar a pena, conforme o exigirem as circunstâncias individuais de cada caso, ou poderá até mesmo deixar de aplicá-la, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.”

Assistolia fetal

A proposta da nova lei surgiu após a derrubada, pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, da resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) proibindo a assistolia fetal, técnica orientada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para abortos tardios, acima da 20ª semana.

A conduta, que utiliza fármacos injetados no coração do bebê dentro do ventre da mulher, provoca parada cardíaca. Após a morte do feto, é realizado o aborto por via de parto.

A deputada federal Chris Tonietto fez um vídeo em seu Instagram explicando: "Com 5 meses de gestação, o bebê já é perfeitamente viável. Pode sobreviver ao parto, e não há nenhuma razão para tirar a sua vida. Lutar contra essa monstruosidade é uma obrigação moral de todos nós!”

Após a aprovação da urgência do projeto, o que significa que ele será analisado diretamente no plenário da Câmara sem discussões prévias em comissões temáticas, a proposta passou a sofrer uma intensa narrativa e desinformação para dificultar seu avanço.

De acordo com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), os argumentos contrários são sustentados por narrativas que distorcem o teor do projeto, como por exemplo, alegações de que com sua aprovação haveria punição a menores e ainda que a proposta beneficia estuprador. Os contrários batizaram a proposta pejorativamente de "Projeto do Estuprador".

A principal justificativa para a elaboração do "Projeto Antiaborto", segundo seu autor, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), é a proteção da vida, uma vez que em uma gestação de 22 semanas já há a possibilidade de a criança sobreviver fora do ambiente uterino.

Gestação completa

Em entrevista à Gazeta do Povo, a especialista em Relações Governamentais e presidente do Instituto Isabel, Andrea Hofmann, por ser um projeto mais técnico que exige um certo conhecimento jurídico para entendê-lo, há mais facilidade de as narrativas ganharem espaço.

“Está havendo uma confusão porque aborto não é política pública. Então, a proposta é que as mulheres que chegarem nesse tempo de gestação esperem, com todo o acolhimento necessário e o apoio psicossocial, pelo fim da gestação”, explica.

De acordo com o Projeto de Lei 1904/2024, a realização de aborto após a vigésima segunda semana de gestação será punida com as mesmas penas aplicáveis ao homicídio, direcionadas especificamente ao médico que realizar o procedimento.

É essencial destacar que indivíduos menores de 18 anos não serão sujeitos a essa penalidade, já que o Código Penal os classifica como inimputáveis. Portanto, a ideia de que o projeto de lei puniria menores é sem base.

Quanto à preocupação de que o projeto possa elevar a vulnerabilidade de mulheres grávidas em consequência de estupro, é importante notar que a legislação proposta não modifica as circunstâncias que excluem a punibilidade do aborto em situações de estupro ou quando há risco à vida da mãe até o ponto de viabilidade do feto.

Apesar deste PL, o aborto no Brasil continua permitido em três situações específicas, sem um limite de idade gestacional estipulado: quando houver estupro, quando a vida da mulher está em risco e em casos de feto anencéfalo (que não tem cérebro).

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Hezbollah dispara mais de 200 foguetes, seu maior ataque contra Israel

O bombardeio foi uma resposta do grupo terrorista à morte de um de seus comandantes pelas forças israelenses na noite anterior.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE THE TIMES ISRAEL

Imagem ilustrativa. (Foto: Wikimedia Commons/Tasnim News Agency).

O grupo terrorista Hezbollah disparou 215 foguetes contra Israel, na quarta-feira (12), em resposta à morte de um de seus comandantes pelas forças israelenses na noite anterior.

O ataque, que incluiu mísseis e drones, foi o maior desde o início dos combates na fronteira com o Líbano, em meio a guerra de Israel na Faixa de Gaza.

Após a eliminação do comandante Taleb Abdullah em um ataque aéreo israelense, o Hezbollah prometeu retaliar Israel, intensificando os ataques.

"Se o inimigo está gritando e gemendo sobre o que aconteceu com ele no norte da Palestina, que ele se prepare para chorar e lamentar", afirmou o alto funcionário do grupo, Hashem Safieddine.

Bombardeio no feriado de Shavuot

A série de ataques do Hezbollah iniciou na manhã de quarta-feira (12), pelo menos 90 foguetes foram lançados contra várias áreas no norte de Israel, incluindo Tiberíades, Safed e Rosh Pina. Milhares de moradores judeus, que celebravam o feriado de Shavuot, precisaram correr para abrigos.

Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), outros 70 foguetes foram lançados na área de Mount Meron, que abriga uma base de controle de tráfego aéreo.

Mais dez foguetes foram disparados contra a comunidade de Zar'it, e um míssil antitanque atingiu uma fábrica de veículos blindados em Kibutz Sasa, causando danos. E, no final da manhã, um drone explodiu em uma área aberta perto da comunidade de Zivon.

Além disso, ao longo da tarde, outros foguetes foram lançados nas áreas superior e oeste da Galileia.

O exército de Israel abateu muitos dos foguetes. Ninguém ficou ferido, porém o ataque provocou vários incêndios no norte do país. Cerca de 25 equipes de combate a incêndios e oito aviões do Serviço de Bombeiros atuaram para apagar o fogo.

O Hezbollah assumiu a responsabilidade pelo bombardeio e afirmou que foi uma resposta ao ataque israelense de terça-feira (11) em Jouaiyya, no sul do Líbano, que matou o comandante Abdullah e outros três agentes.

De acordo com a IDF, Abdullah era o comandante mais antigo do grupo terrorista que matou, em meio aos combates em curso. Ele foi responsável por liderar vários ataques contra o norte de Israel nos últimos oito meses.

Depois do ataque de quarta-feira (12), Israel bombardeou locais do Hezbollah, no sul do Líbano.


Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro em Israel, o Hezbollah tem atacado comunidades israelenses e postos militares ao longo da fronteira quase todos os dias. O grupo alega que está fazendo isso em apoio aos palestinos, em meio à guerra no país.

terça-feira, 11 de junho de 2024

Jornalista também era terrorista do Hamas e mantinha 3 reféns, diz Exército de Israel

Abdallah Aljamal, colaborador de notícias e ex-porta-voz do Hamas, foi morto por tropas israelenses durante o resgate de reféns em Nuseirat.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO TIMES OF ISRAEL

O terrorista do Hamas, Abdallah Aljamal, que mantinha 3 reféns israelenses em cativeiro em sua casa no centro de Nuseirat. (Foto: Redes Sociais)

No último fim de semana, forças especiais resgataram três dos quatro reféns de um cativeiro no centro da Faixa de Gaza. Os militares israelenses confirmaram no domingo que os reféns estavam presos na casa de Abdallah Aljamal, jornalista palestino e membro do Hamas.

Após uma postagem de Ramy Abdu, chefe do Monitor de Direitos Humanos Euro-Med, rumores começaram a circular nas redes sociais. Abdu mencionou no X (ex-Twitter) que, durante o ataque em Nuseirat no sábado (08), os soldados invadiram a casa dos Aljamal, matando vários membros da família, incluindo Abdallah e seu pai, Dr. Ahmed Aljamal.

Abdu compartilhou uma imagem supostamente da casa dos Aljamal junto com sua postagem, embora ele não tenha descartado a possibilidade de que os reféns estivessem sendo mantidos lá.

Anteriormente, Abdallah Aljamal atuou como porta-voz do Ministério do Trabalho, administrado pelo Hamas em Gaza, e contribuiu para diversos meios de comunicação.

Durante a guerra em Gaza, vários artigos de Aljamal foram publicados pelo canal Palestine Chronicle, inclusive enquanto os reféns Almog Meir Jan, Andrey Kozlov e Shlomi Ziv supostamente estavam sendo mantidos em cativeiro em sua casa. O quarto refém, Noa Argamani, foi resgatado de um prédio próximo durante a operação de sábado 8 de junho de 2024.

‘Escudo humano’

As Forças de Defesa de Israel, juntamente com a agência de segurança Shin Bet, confirmaram que Abdallah Aljamal mantinha os três reféns em sua casa em Nuseirat, onde também residia com sua família.

"Esta é mais uma prova de que a organização terrorista Hamas usa a população civil como um escudo humano", disse o exército.

Durante a invasão à casa da família Aljamal, o comandante do Yamam, Inspetor-Chefe Arnon Zmora, foi ferido pelos tiros dos terroristas do Hamas e morreu ao chegar a um hospital em Israel.

A missão de resgate foi posteriormente nomeada "Operação Arnon" em sua homenagem.

Al Jazeera

Em 2019, Aljamal escreveu uma coluna para a Al Jazeera, o que gerou rumores de que ele atuava como correspondente em Gaza para a agência de notícias do Catar. No entanto, no domingo, a rede negou veementemente essa alegação.

Argamani, Meir Jan, Kozlov e Ziv foram sequestrados do festival de música perto da comunidade de Re'im na manhã de 7 de outubro, quando cerca de 3.000 terroristas liderados pelo Hamas mataram 1.200 pessoas e fizeram 251 reféns durante um tumulto assassino no sul de Israel.

Oficiais da unidade de contraterrorismo Yamam, uma força de elite da polícia, juntamente com agentes do Shin Bet, invadiram simultaneamente dois edifícios de vários andares no centro de Nuseirat. De acordo com os militares, os quatro reféns estavam sendo mantidos nesses locais por famílias afiliadas ao Hamas e guardados por membros do grupo terrorista.

O escritório de mídia do governo do Hamas afirmou que pelo menos 274 pessoas foram mortas durante a operação, um número não verificado que também não diferencia entre combatentes e civis.

A IDF admitiu ter causado a morte de civis palestinos durante os confrontos, mas responsabilizou o Hamas por manter reféns e travar combates em áreas densamente povoadas. "Estamos cientes de menos de 100 baixas palestinas. Não sei quantos deles são terroristas," declarou Daniel Hagari, porta-voz da IDF, no sábado.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Apesar de Espanha, Irlanda e Noruega, maioria da Europa apoia Israel em nível recorde

Porta-voz da Rede de Liderança Europeia declarou que o apoio europeu a Israel permanece forte tanto nos círculos governamentais quanto entre a população.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO JERUSALEM POST

Protesto pró-Israel na Irlanda. (Foto: Ireland Israel Alliance)

Em uma mudança significativa em relação às políticas externas da maioria dos países europeus, Espanha, Noruega e Irlanda reconheceram oficialmente o Estado palestino com Jerusalém Oriental como capital.

A medida, considerada por muitos como uma declaração política por ser impraticável, é vista pelos críticos de Israel como uma grande vitória, enquanto seus apoiadores a consideram uma decisão diplomática lamentável, especialmente à medida que as forças israelenses (FDI) expandem suas operações em Rafah.

Daniel Shadmy, porta-voz da Rede de Liderança Europeia (ELNET) em Israel, uma ONG que promove os laços entre Israel e Europa, explicou ao The Media Line que as decisões desses três países precisam ser contextualizadas dentro de uma perspectiva mais ampla das relações da Europa com Israel.

“A relação de Israel com a Europa tem sido bastante positiva, especialmente desde 7 de outubro, resultando em um elevado nível de apoio da maioria dos países, que continua até hoje.”

"De fato, enquanto os EUA têm debatido a possibilidade de reter armas destinadas a Israel", continuou Shadmy, "a maioria dos países europeus, liderados pela Alemanha, continua comprando tecnologia de defesa israelense para proteger seus próprios cidadãos em programas que custam bilhões de dólares."

Shadmy também ressaltou que, apesar da decisão tomada por Espanha, Irlanda e Noruega, o apoio europeu a Israel permanece forte tanto nos círculos governamentais quanto entre a população.

“Desde 7 de outubro, os europeus têm mostrado um apoio sem precedentes a Israel, incluindo o Reino Unido, Alemanha, França e Itália. Desde a rejeição das acusações do TIJ e do TPI até à adoção da definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, a maioria dos países europeus está ativamente apoiando Israel da maneira que pode.”

Uma maioria silenciosa apoia Israel

Segundo o porta-voz do ELNET, uma maioria significativa da população na Europa apoia Israel, apesar do surgimento de protestos nas ruas das grandes capitais.

“Por exemplo, mesmo em contextos aparentemente menos sérios como a Eurovisão, a competição tornou-se subitamente muito política. Os votos do público de países como Irlanda, Espanha, Bélgica, Noruega, Reino Unido e França deram a Israel o maior número de pontos. Isso atraiu comentários até mesmo de líderes políticos, destacando o apoio generalizado, o que é algo digno de nota”, acrescentou Shadmy.

"Em relação ao reconhecimento do Estado palestino, as decisões de Espanha, Irlanda e Noruega assumem que a ausência de um Estado palestino é a origem do conflito. No entanto, na opinião da maioria dos países europeus, reconhecer unilateralmente o Estado palestino sem um acordo de paz final com Israel parece uma recompensa ao terrorismo", acrescentou.

"Os países que estão reconhecendo o Estado palestino dizem que o fazem porque acreditam que isso pressionará Israel a parar a guerra, mas estão agindo principalmente como uma estratégia política para atrair seus eleitores. Independentemente do motivo, no fim das contas, esse reconhecimento não atende nem aos critérios mínimos para a formação de um estado, tornando-se, de certa forma, sem significado."

Shadmy concluiu seus argumentos destacando que alguns países estão reconhecendo publicamente esse problema. “Nesta semana, o Parlamento da Dinamarca votou contra o projeto de lei para reconhecer o Estado palestino, após o próprio Ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês afirmar que faltavam as condições prévias necessárias para um país independente. Reconhecer o Estado palestino sem que isso faça parte de algum processo de negociação com Israel não trará progresso, mas sim um golpe de relações públicas. No entanto, esse golpe de relações públicas pode ter consequências muito negativas.”

‘Contradições que tornam o Estado palestino’

A pesquisadora da Universidade Europeia, professora Dra. Beatriz Gutiérrez López, explicou que o reconhecimento de um Estado é principalmente simbólico, e que Espanha, Noruega e Irlanda estão cientes das contradições que tornam o Estado palestino impraticável.

"Por um lado, houve uma onda internacional de reconhecimento depois que 140 membros da ONU votaram a favor de um Estado palestino na Assembleia Geral. No entanto, essa declaração é simbólica, pois a adesão à ONU exige um estado aceito internacionalmente e que solicite a adesão na ONU."

"Por outro lado, após uma pausa na guerra de Gaza, a operação terrestre em Rafah reacendeu o interesse em fornecer apoio simbólico devido à divisão atual, desde 2006, entre a Faixa de Gaza, sob um governo de fato do Hamas, e a Cisjordânia, sob o Fatah. Essa divisão dificulta qualquer esforço de reconhecimento internacional unificado. Além disso, no caso da Espanha, sua própria turbulência política com a nova Lei de Anistia e escândalos de corrupção fez do reconhecimento uma cortina de fumaça útil," explicou a Dra. López.

Reconhecer simbolicamente a Palestina parece desconsiderar as dificuldades de implementar uma solução viável de dois Estados. Os defensores do reconhecimento focam na ideia geral de um Estado palestino, em vez de se concentrarem nos líderes palestinos como participantes ativos no processo de paz.

"Como se trata de um reconhecimento simbólico, e considerando que o Hamas está incluído na lista de grupos terroristas da UE, Irlanda, Noruega e Espanha parecem ignorar o fato de que não existe uma verdadeira 'solução de dois Estados'. Eles não estão considerando os líderes em termos de que tipo de atores políticos eles representam e se são interlocutores viáveis em um futuro processo de paz envolvendo Israel e uma entidade palestina unificada."

De acordo com a Dra. López, Espanha, Irlanda e Noruega também estão aproveitando o crescente sentimento pró-palestino em universidades e manifestações públicas.

“Atualmente, eles não estão defendendo uma posição clara, além da ideia de um Estado palestino com capacidade legal para negociar um cessar-fogo ou um acordo de paz com validade internacional. Na maior parte, estão capitalizando o movimento pró-palestino crescente nas universidades, com manifestações e acampamentos.”

‘Ignorando os reféns’

Espanha, Noruega e Irlanda também estão ignorando a situação dos reféns sequestrados pelo Hamas em Gaza em 7 de outubro.

“Podemos ver que as declarações políticas em apoio aos reféns são muito mais brandas do que aquelas a favor de um Estado palestino,” diz a Dra. López. “Para muitos movimentos de esquerda que apoiam a causa palestina, é problemático reconhecer abertamente que parte da liderança palestina sequestrou e mantém mais de 130 reféns, que foram movidos de um lugar para outro ao longo da Faixa de Gaza desde outubro, envolvendo abusos sexuais, torturas e assassinatos.”

Apesar de ser impraticável, no sentido de que um Estado palestino ainda precisa atender a requisitos específicos para ser considerado um estado, a declaração feita por Espanha, Irlanda e Noruega pode ter consequências prejudiciais para as relações entre Israel e esses países europeus.

De acordo com a análise da Dra. López, “um realinhamento internacional não é provável devido aos demais compromissos internacionais dos três países. No entanto, relações mais frias podem ocorrer em torno de investimentos econômicos, tecnologia e compartilhamento de informações, e até mesmo aspectos como a cooperação antiterrorista podem ser afetados. Portanto, romper relações diplomáticas provavelmente não está no cenário, mas a reformulação dos mapas de apoio mútuo pode ser uma realidade a médio e longo prazo.”

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Mais de 1.000 igrejas dos EUA se reúnem para orar por Israel: ‘A batalha é espiritual’

Enquanto Israel luta contra o Hamas e o aumento do antissemitismo, cristãos em todo os EUA apoiaram o povo judeu em oração, no domingo (19).

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE THE WASHINGTON STAND

Cristãos orando por Israel. (Foto: Reprodução/YouTube/Calvary Chapel Chino Hills).

No último domingo (19), mais de 1.000 igrejas nos Estados Unidos se reuniram para orar por Israel.

Diversas congregações por todo o país ouviram ministrações sobre a importância dos cristãos intercederem pelo povo judeu e pelo Estado israelense.

Na Jefferson Baptist Church, o presidente do Conselho de Pesquisa da Família (FRC), Tony Perkins, lembrou que sempre que as pessoas “defendem a verdade, há uma batalha que se desenrola”. Ele enfatizou: “Estamos em uma batalha espiritual”.

Enquanto Israel luta por sua sobrevivência contra o grupo terrorista Hamas desde o ataque de 7 de outubro, o país ainda enfrenta o aumento do antissemitismo pelo mundo.

Nos EUA, protestos pró-palestina nos campi de universidades renomadas revelaram o ódio ao povo judeu. Israel também perdeu o apoio da ONU, que está cada vez mais alinhada com os palestinos.

Entretanto, enquanto o mundo vira as costas para os israelenses, líderes cristãos exortaram os cristãos a apoiá-los em oração.

“Deus revelou os seus planos e o que Ele fará por Israel. O que os crentes farão?”, refletiu Tony Perkins.

Por que orar por Israel?

Gary Hamrick, pastor sênior da igreja Cornerstone Chapel, ressaltou: “Se alguma vez houve um momento em que precisávamos orar, é agora”.

E acrescentou: “Nunca vi tanto antissemitismo no nosso mundo como estamos vendo. Isso é puramente maligno. É simplesmente demoníaco alinhar-se com uma organização terrorista que se deleita em matar, massacrar e decapitar bebês e violar mulheres. Estes são os dias em que vivemos e isso exige oração”.

David Closson, diretor do Centro de Cosmovisão Bíblica da FRC, afirmou que orar por Israel é uma ordem do próprio Deus.

“A Palavra de Deus nos ordena a orar. Sabemos que há uma guerra massiva em curso pela própria sobrevivência do Estado de Israel. É isso que o Hamas representa para Israel. Sabemos que Israel é a única democracia legítima no Médio Oriente”, disse David.

“Oramos porque nos preocupamos com as pessoas que estão em perigo. Oramos para que os líderes tomem decisões sábias, tanto líderes políticos como militares. E eu acho que, como cristãos, existe uma conexão especial com a terra de Israel, com o povo judeu”, completou.

Em carta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, agradeceu as orações dos cristãos americanos.

“Queridos amigos de Sião, agradeço a todos por prometerem o seu apoio inabalável ao Estado de Israel e ao povo judeu neste momento crítico. Estou particularmente grato aos nossos muitos amigos cristãos que oram por Israel e estão conosco contra a onda de antissemitismo nas capitais e nos campi dos EUA”, declarou.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Morre presidente do Irã aos 63 anos em acidente de helicóptero

 A aeronave, onde estava Ebrahim Raisi e outras autoridades, caiu devido às más condições climáticas, informou a imprensa iraniana.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1 E CNN BRASIL

Ebrahim Raisi, presidente do Irã, morto em queda de helicóptero. (Foto: Wikupedia/X/Dataflixed)

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu aos 63 anos na queda de um helicóptero na manhã de domingo (19), em uma região montanhosa próxima à fronteira com o Azerbaijão.

Segundo a imprensa oficial, a aeronave sofreu o acidente devido às más condições climáticas, que apresentava chuva, ventos fortes e neblina espessa.


BREAKING: TRANSFERRING OF BODIES FROM HELICOPTER CRASH INVOLVING IRAN PRESIDENT RAISI pic.twitter.com/b8J78VC0S0— Sulaiman Ahmed (@ShaykhSulaiman) May 20, 2024

A bordo do helicóptero estavam Malek Rahmati, governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, e Hojjatoleslam Al Hashem, líder religioso e outros, totalizando oito pessoas.

A mídia estatal iraniana Press TV e as agências de notícias semioficiais Tasnim e Mehr relataram que todos os ocupantes do helicóptero morreram no acidente.

A queda do helicóptero ocorreu por volta das 13h (horário local, 6h em Brasília), mas a aeronave só foi encontrada cerca de 12 horas depois, na madrugada desta segunda-feira.

Além das dificuldades de acesso, o tempo ruim dificultava os trabalhos de resgate. O helicóptero foi avistado por integrantes do Crescente Vermelho iraniano após um drone, enviado pela Turquia com sensores de calor, identificar o local da queda.

Quem era Ebrahim Raisi

Sayyid Ebrahim Raisol-Sadati, conhecido como Ebrahim Raisi, nasceu em 14 de dezembro de 1960, em Meshed, uma cidade no nordeste do Irã, localizada perto da fronteira com o Turcomenistão.

Considerado um clérigo linha-dura muito próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ele iniciou sua carreira como promotor no início da década de 1980.

Em 1994, ele assumiu o cargo de procurador-geral de Teerã e, em 2019, foi nomeado chefe do Judiciário do Irã.

Ebrahim Raisi foi eleito presidente do Irã em 2021, vencendo no primeiro turno para um mandato de quatro anos. A eleição teve uma abstenção recorde, e diversos adversários foram impedidos de participar pelo Conselho de Guardiães da Constituição.

Muitos iranianos se recusaram a participar de uma eleição amplamente vista como manipulada. A adesão foi de apenas 48,8% dos eleitores, o menor índice de participação desde o estabelecimento da República Islâmica do Irã em 1979.

"Comissões da morte"

A trajetória de Raisi é marcada por polêmicas e ações contra seu próprio povo. Na década de 1980, ele participou das chamadas "comissões da morte", que resultaram na execução de cerca de 5 mil militantes opositores que se voltaram contra o regime dos aiatolás.

Sua atuação nos episódios de 1988, enquanto era promotor, fizeram com que em 2019, o Departamento do Tesouro dos EUA sancionasse Ebrahim Raisi.

A sanção também se baseou em um relatório da ONU que indicava que o Judiciário iraniano havia aprovado a execução de pelo menos nove crianças entre 2018 e 2019.

Em 2022, sob o governo de Raisi, o Irã reagiu com violência a uma onda de protestos que pediam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por não usar o véu de maneira adequada em público.

De acordo com a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana), mais de 500 manifestantes foram mortos durante esses protestos.

Na ocasião, Raisi afirmou que o Irã deveria "lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e à tranquilidade do país".

Atuação na Guerra de Israel

No plano internacional, o Irã vivenciou uma escalada de tensão com Israel. Em 1º de abril, um ataque israelense à embaixada iraniana na Síria matou sete membros da Guarda Revolucionária. Em resposta, em 13 de abril, o Irã lançou um ataque contra Israel, que retaliou em 18 de abril.

Há cerca de um mês, o Irã lançou dezenas de mísseis contra Israel e ameaçou usar arma inédita no ataque aos israelenses. Raisi disse que o Irã daria “uma resposta dolorosa” após Israel ter bombardeado a embaixada iraniana

‘Patrocinador mundial do terrorismo’

Vale lembrar que o Irã tem sido apontado como principal patrocinador mundial do terrorismo.

Por outro lado, especialistas dizem que o “arsenal sem brilho do Irã sinaliza como as suas aeronaves e defesas obsoletas não seriam páreo para as de Israel no caso de uma guerra em grande escala”.

“Penso que o ataque, que foi concebido para ser espetacular, mas não fatal, realmente expõe os limites da dissuasão do Irã”, disse Ali Vaez, que dirige o Projeto Irã no International Crisis Group.

Ele acrescentou que se o plano regional do Irã for diminuído, Teerã provavelmente considerará o plano final, que vem na forma de armas nucleares: “Eles nunca estiveram tão próximos”.

Cristãos no Irã

O Irã é predominante muçulmano é persegue as minorias religiosas, entre elas os cristãos.

Segundo um porta-voz do Departamento de Estado, “a perseguição aos cristãos e outras minorias religiosas no Irão é antiga e bem documentada. Os EUA continuam condenando estas ações e usando todas as ferramentas à nossa disposição para lidar com tais violações flagrantes”.

Recentemente, o relator especial da ONU, Javaid Rehman, disse à República Islâmica do Irã que “acabem com a criminalização da expressão pacífica da fé” e “abstenham-se de perseguir reuniões religiosas pacíficas em casas privadas e outras instalações”.

Apesar da forte perseguição e torturas, os cristãos crescem no Irã apontou um relatório de 40 páginas do Artigo 18.

“No final de 2023, pelo menos 17 dos cristãos presos durante o verão receberam sentenças de prisão entre três meses e cinco anos, ou punições não privativas de liberdade, como multas, flagelação e, num caso, o serviço comunitário de cavar sepulturas."

O relatório observou: “Apesar de um número comparável de cristãos presos em 2023 ao de anos anteriores – 166 prisões foram documentadas em 2023, em comparação com 134 em 2022 – menos nomes e rostos puderam ser divulgados”.