sexta-feira, 30 de julho de 2021

Cristãos são vítimas de tráfico humano

Estudos da ONU e do Departamento de Pesquisas da Portas Abertas relatam que mulheres e crianças são as mais impactadas pela prática criminosa

As mulheres e as crianças cristãs são as mais impactadas pelo tráfico de pessoas
Crédito: Portas Abertas

Hoje, 30 de julho, é celebrado o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas. Esse é um crime e uma grave violação dos direitos humanos. Todos os dias, homens, mulheres e crianças são vítimas do contrabando em todo o mundo. Muitos cristãos em todo o mundo são traficados como forma de perseguição.

O tráfico de pessoas é definido como o recrutamento, transporte, transferência de pessoas ou uso da força ou outras formas de rapto, abuso de poder ou da situação de vulnerabilidade. Muitos pagam ou recebem dinheiro ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tem autoridade sobre outra, para fins de exploração.

De acordo com as Organização das Nações Unidas (ONU), praticamente todos os países do mundo são afetados pelo tráfico de pessoas, seja como país de origem, trânsito ou destino das vítimas. Além disso, os dados publicados indicam que as mulheres representam 49% e as meninas 23% de todas as vítimas de tráfico. Já a exploração sexual é a forma mais comum de abuso (59%), seguida do trabalho forçado (34%).

Em 2021, um dos temas de preocupação que recebe atenção extra dos pesquisadores e especialistas é o direcionamento de cristãos para o tráfico humano, especialmente o de mulheres e meninas para o comércio sexual. Em março de 2020, o departamento de pesquisa da Portas Abertas informou que meninas cristãs de países da fronteira com a China eram alvo de tráfico para o país comunista.

Esse Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2013, ocorre em um contexto de crise que foi agravada também pela pandemia COVID-19. Cerca de 90% de um grupo de especialistas e pesquisadores da Religious Liberty Partnership afirmam que a crise mundial impactou o tráfico de mulheres, em um aumento significativo ou moderado. Dentre as mulheres levadas, muitas são cristãs, já que lidam com a dupla vulnerabilidade: por serem mulheres e por serem cristãs.

No entanto, há boas notícias também. O parlamentar britânico Lord Ahmad, antes do lançamento da Declaração de Humanidade pelos Líderes da Fé e dos Líderes da Crença, falou sobre a importância de reconhecer e abordar as dificuldades específicas vivenciadas pelas mulheres de comunidades religiosas minoritárias: "O governo do Reino Unido reconhece que mulheres e meninas de minorias religiosas podem, muitas vezes, sofrer por causa do gênero e da fé. É por isso que garantimos que nosso trabalho de política de Direitos Humanos considere a importância de enfrentar as dificuldades específicas vivenciadas pelas mulheres de comunidades religiosas minoritárias".

A Portas Abertas continua a pedir aos governos de todo o mundo para reconhecer a dupla vulnerabilidade da perseguição religiosa e da desigualdade de gênero e aprovar estratégias para lidar com isso, como a ajuda direcionada às mulheres em minorias religiosas. Os governos têm a oportunidade de trabalhar com organizações e atores baseados na fé para garantir que as mulheres tenham igualdade perante a lei para que os autores da violência contra elas não possam mais agir impunemente.

Mulheres na Nigéria

O sequestro e tráfico de mulheres cristãs é intensificado em países em que o islamismo radical tem crescido e tomado força. Exemplo disso é a Nigéria. Sequestros de meninas e mulheres, como as meninas sequestradas em uma escola no Chibok em 2014 - muitas delas ainda desaparecidas e em cativeiro - e, mais recentemente, a invasão e sequestro de adolescentes cristãos numa escola batista no país, são exemplos claros da perseguição de gênero na Nigéria.

Com a intenção de desestabilizar as comunidades locais, os jihadistas têm a tática de matar os homens para deixar as mulheres e crianças mais vulneráveis. Mas o que eles desconhecem é que o Deus a quem essas pessoas servem promete cuidar especialmente dos desamparados, como diz em Salmos 146.9: “O Senhor protege o estrangeiro e sustém o órfão e a viúva, mas frustra o propósito dos ímpios”.

Viúvas cristãs precisam de apoio para sustentar a família após a perda dos maridos em ataques radicais. Para isso, a Portas Abertas criou uma campanha exclusiva, que visa ajudar viúvas e órfãos dessa região, para que possam garantir sua subsistência e permanecer firmes em sua fé em Jesus.

Para isso, a Portas Abertas criou uma campanha exclusiva, que visa ajudar viúvas e órfãos dessa região, para que possam garantir sua subsistência e permanecer firmes em sua fé em Jesus.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Mulher que foi vendida por abortista testemunha a fidelidade de Deus: “Ele esteve comigo”

Jane Blasio descobriu que estava entre 200 bebês que foram vendidos numa operação ilegal.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIAN POST

Jane Blasio foi vendida por um abortista em uma clínica na Geórgia, EUA. (Foto: Reprodução/Christian Post)

Imagine-se no lugar de uma pessoa que, de repente, descobre que foi vendida quando bebê, por um aborteiro corrupto. Qual a sensação? Foi o que aconteceu com Jane Blasio, comercializada ilegalmente em uma clínica de aborto, na Geórgia, nos EUA.

Embora a descoberta não tenha sido fácil, hoje ela vê seu passado como um testamento da fidelidade, proteção e soberania de Deus, mesmo em meio às circunstâncias mais dolorosas.

“Deus esteve comigo desde o início”, disse a mulher de 56 anos ao Christian Post. “Ele mostrou, repetidamente, que não precisa de mim para mostrar sua força. Ele só precisa que eu me incline diante Ele e deixe que Ele seja forte por mim”, testemunhou.

Quando Blasio tinha 6 anos, seus pais disseram que ela era adotada. No entanto, ela disse que começou a desconfiar da situação quando, na adolescência, decidiu pesquisar seus registros de nascimento e descobriu que não se tratava de uma adoção legal.

Por décadas ela tentou encontrar seus pais biológicos, mas acabou descobrindo o inimaginável — ela foi um dos 200 bebês vendidos em uma operação ilegal conduzida entre as décadas de 1950 e 1960 por um abortista da Geórgia chamado Thomas Hicks.

Entre os 200 bebês vendidos

O trabalho de investigação foi exaustivo, mas ao descobrir seu próprio passado, Jane acabou ajudando dezenas de bebês agora crescidos, conhecidos como “bebês Hicks”, a localizar seus pais biológicos e outros parentes.

“As pessoas começaram a sair da toca”, exclamou. “Gostaria de conhecer a todos pessoalmente e fazer algumas perguntas realmente básicas para ter uma ideia do que eles procuram. Eu então diria: Apertem o cinto de segurança, porque esta será a viagem da sua vida”, continuou.

Jane relatou sobre sua busca para conhecer seu passado, revelou suas descobertas chocantes e sua jornada de fé em seu novo livro de memórias “Taken At Birth” [Roubados no Nascimento].

Embora sua história tenha sido amplamente coberta e até mesmo inspirado um documentário do TLC, em 2019, no qual Jane é apresentada como a líder das descobertas, seu livro compartilha detalhes dos bastidores da investigação e se concentra principalmente na fidelidade de Deus ao longo de sua vida.

Sobre o livro

“Este livro não é sobre mim, é sobre todas as pessoas que foram tocadas pela escuridão e pela luz na Clínica Hicks. Deus abriu as portas e disse: Está na hora”, mencionou.

Ela escreveu detalhes sobre sua busca desde a adolescência, mencionando a clínica e o abortista, que morreu em 1972, aos 83 anos. Jane precisou viajar para diversos lugares e até visitou a Clínica Hicks. Entrevistou moradores, bateu de porta em porta, até preencher as lacunas de sua história.

Capa do livro “Roubados no Nascimento”, de Jane Blasio. 
(Imagem: Reprodução/Christian Post)

“Foi difícil porque o Dr. Hicks não deixou muitos rastros”, lembrou. Mesmo assim, ela conseguiu documentar como Hicks realizava abortos ilegais, alguns deles até forçados, em mulheres vulneráveis.

Além de negligência médica, Hicks explorava seus pacientes desfavorecidos. “Muitos bebês que nasceram foram vendidos por Hicks para lares inseguros ou abusivos. Não havia uma rede de segurança e não tinha como saber se essas crianças estavam bem. Essa é a diferença entre uma adoção legal e ilegal”, comentou.

A escritora explica que os motivos de Hicks não eram claros, mas tudo indica que ele simplesmente encontrou um nicho para ganhar dinheiro. Ela o descreveu como “um homem que foi pego em seus próprios esquemas”.

Além disso, aponta para o fato de que “ele fez o que queria porque não havia ninguém lá para impedi-lo”, lamentou.

A graça do perdão

Através de sua fé, Jane disse que conseguiu perdoar o homem que a vendeu tão descaradamente e a centenas de outros bebês sem se preocupar com o futuro deles.

“Se você é crente, o perdão não é apenas uma opção. Deus diz que temos que fazer isso. E a melhor coisa sobre o perdão é que quando você decide perdoar, Deus se faz presente para ajudar a fechar o ciclo com o seu amor”, disse.

“Acho que Deus estava apenas aguardando eu dizer: ‘OK, vou perdoar’. E então, ele arruma totalmente a situação”, continuou. Jane reconhece que sua história é “pesada”, mas que tem partes leves também. Ela menciona as pessoas boas que conheceu através de sua busca e que se tornaram os amigos mais queridos.

“Ao buscar minha identidade, descobri que sou filha de Cristo”, destacou. Mas Jane também relatou que em sua caminhada cristã teve alguns obstáculos. Ela se converteu aos 21, mas depois se afastou da fé por 14 anos, enquanto lutava contra os traumas do passado.

Foi em 2014, que ela ouviu o Espírito Santo dizer: “Quando você vai terminar com isso e me deixar te levar para casa?”. Nesse momento, ela entregou tudo a Deus e se rendeu. “Ele mudou minha perspectiva sobre a minha história”, reconheceu.

Atualmente, Jane compartilha sua história para encorajar outras pessoas, para que enfrentem suas dores do passado. “Sempre haverá esperança em Jesus Cristo. Por meio da minha história, quero que as pessoas possam experimentar esse amor”, reforçou.

Jane compara o amor de Cristo com um vaga-lume que chega brilhando para alguém que está sentado em uma varanda. “Quero que as pessoas conheçam o amor incondicional vem por meio de Jesus. Essa foi a descoberta mais importante da minha vida”, concluiu.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Nova York proíbe casamento infantil e restringe união para maiores de 18 anos

A organização que ajuda mulheres e meninas a evitar casamentos arranjados ou infantis, disse que se o governador não assinasse a lei, haveria protesto em frente ao gabinete.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIAN POST

Governador de Nova York assina lei que proíbe casamento infantil no Estado. (Foto: Getty Images/G.Bouys)

Um protesto que estava planejado para acontecer na cidade de Nova York, contra o casamento infantil, vai se transformar numa celebração no mês que vem.

Isso porque o governador Andrew Cuomo assinou uma lei, na quinta-feira (22), aumentando a idade de consentimento para o casamento no estado de Nova York para 18 anos.

“Este governo lutou muito para acabar com o casamento infantil em Nova York e estou orgulhoso por assinar esta legislação para fortalecer nossas leis e proteger ainda mais as crianças que estavam vulneráveis à exploração”, disse Cuomo em comunicado.

“As crianças deveriam ter permissão para viver sua infância e eu agradeço aos muitos legisladores e defensores que trabalharam diligentemente para fazer avançar essa medida e evitar ainda que ocorram casamentos forçados em nosso Estado”, continuou.

Sobre a legislação

Cuomo assinou uma legislação, em 2017, que aumentou a idade para se casar de 14 para 18 anos. O projeto de lei, no entanto, permitia que jovens de 17 anos se casassem com o consentimento dos pais e da justiça.

A nova legislação é chamada de Lei de Nalia, em homenagem a uma sobrevivente forçada ao casamento infantil, e deve entrar em vigor no próximo mês.

A lei torna Nova York o sexto estado dos EUA a encerrar todos os casamentos antes dos 18 anos, sem exceções, de acordo com Unchained at Last, a única organização sem fins lucrativos nos EUA que é dedicada a ajudar mulheres e meninas a deixar ou evitar casamentos arranjados, forçados ou infantis.

A ativista Fraidy Reiss, diretora executiva da organização, que sobreviveu a um casamento forçado no Brooklyn, prometeu na terça-feira (20), que ficaria em frente ao escritório do governador, acorrentada e vestida de noiva, todas as quartas-feiras, a partir de 4 de agosto, caso ele não assinasse a lei.

Comemoração

Já que Cuomo tomou as medidas necessárias, assinando a lei, em vez de um protesto, agora o grupo planeja uma comemoração. “Temos pressionado o governo para acabar com o casamento infantil, em Nova York, desde 2015”, ela disse.

Junto com seus aliados na Coalizão de Nova York, o grupo pretende pressionar os demais Estados, sem exceção.

Através de um estudo publicado em abril, a organização descobriu que quase 300 mil menores de 18 anos eram legalmente casados ​​nos Estados Unidos, entre os anos de 2000 e 2018.

Além disso, se destacou o fato de que algumas delas tinham apenas 10 anos de idade quando foram obrigadas a se casar, embora a maioria tivesse entre 16 e 17 anos e eram casadas com homens quatro anos mais velhos, em média.

A senadora estadual Julia Salazar, que pressionou pela legislação, elogiou o trabalho do Unchained At Last para tornar a lei uma realidade.

“Independente do nível de maturidade, os menores carecem de direitos legais e autonomia suficientes para protegê-los quando firmam um contrato de casamento antes de se tornarem adultos”, disse Salazar.

A senadora explicou que os adolescentes que se casam costumam sofrer consequências devastadoras. “Agradeço ao governador Cuomo por assinar este projeto de lei para finalmente proibir o casamento infantil em Nova York, e elogio o trabalho contínuo de Unchained At Last em defender a proibição do casamento infantil em todo o país”, citou.

O deputado democrata Phil Ramos também elogiou a nova legislação como proteção para as meninas vulneráveis. “A prática cruel e insensível do casamento infantil traumatizou muitas crianças. Podemos evitar que histórias com a de Nalia se repitam”, concluiu.