sexta-feira, 12 de março de 2021

‘Operação Shalom’ investiga crimes de racismo contra judeus no Rio de Janeiro

 O Brasil faz parte de diversos tratados e acordos internacionais que visam combater e criminalizar condutas racistas ou discriminatórias.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA EBC E CNN BRASIL

Polícia Federal investiga crimes de racismo contra judeus no Rio. (Foto: Divulgação / PF)

A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (12) dois mandados de busca e apreensão em uma ação que visa combater a prática do crime de racismo contra judeus no Rio de Janeiro. Os equipamentos apreendidos serão encaminhados para perícia.

As investigações da Operação Shalom, paz em hebraico, começaram depois que vídeos em que um suspeito pregava o ódio e a intolerância racial foram publicados na internet. Na gravação se falava em um novo holocausto (genocídio de judeus e outras minorias étnicas durante a Segunda Guerra Mundial), o que gerou repercussão internacional.

Segundo a PF, o suspeito, que é um pastor e já havia sido preso e condenado pela prática e incitação à discriminação religiosa, vai responder agora pela prática ou incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, quando cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza. A pena pode chegar a cinco anos de prisão, além do pagamento de multa.

O Brasil faz parte de diversos tratados e acordos internacionais que visam não somente combater, mas também criminalizar condutas racistas ou discriminatórias, seja por questões de raça, étnica, cor, religião ou nacionalidade.

Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e o crime prevê pena de até cinco anos de prisão, além de multa. O nome do investigado ainda não foi divulgado

quarta-feira, 10 de março de 2021

Suprema Corte dos EUA apoia estudante impedido de pregar o Evangelho na faculdade

A Suprema Corte americana decidiu em favor de um estudante, que em 2016 foi impedido por funcionários da faculdade de falar sobre o cristianismo.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO NEW YORK TIMES

O estudante Chike Uzuegbunam teve seu discurso religioso restrito em 2016. (Foto: Alliance Defending Freedom)

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu na segunda-feira (8) que um estudante da Geórgia poderia entrar com um processo contra a sua faculdade, após ser impedido de falar sobre o cristianismo a outros alunos.

O tribunal ficou do lado do estudante Chike Uzuegbunam por 8 votos a 1, com divergência apenas do presidente da Suprema Corte, John Roberts.

Em nome da maioria, o juiz Clarence Thomas considerou que Uzuegbunam pode pedir indenização por danos nominais por ter seu discurso religioso silenciado pelos funcionários da Faculdade Georgia Gwinnett, uma instituição pública na cidade de Lawrenceville.

Em 2016, a faculdade designou duas pequenas áreas de concreto como “áreas da liberdade de expressão”. O local em que a liberdade de expressão era permitida — um pátio e uma calçada — representa apenas 0,0015% do campus, segundo a Alliance Defending Freedom (ADF), uma organização cristã que atuou na defesa do estudante.

Além disso, as zonas de liberdade de expressão estavam disponíveis apenas durante a semana, por quatro horas na maioria dos dias e duas horas às sextas-feiras. Os alunos poderiam reservar seu espaço uma vez a cada 30 dias.

Uzuegbunam, que é evangélico, tentou cumprir as regras, reservando um lugar em uma das zonas para falar sobre sua fé. Mas depois da reclamação de alguns alunos, um policial do campus disse que ele só poderia distribuir literatura e ter conversas individuais.

Falar em público em uma zona de liberdade de expressão, disse o oficial, era considerado uma conduta de desordem.

Uzuegbunam processou a faculdade, dizendo que as políticas da instituição violavam seus direitos da Primeira Emenda. A Georgia Gwinnett defendeu brevemente sua política, argumentando que sua discussão sobre sua fé equivalia a “palavras provocadoras” que não são protegidas pela Constituição.

“O demandante usou linguagem religiosa controversa que, quando dirigida a uma multidão, tem a tendência de incitar hostilidade”, escreveram os advogados da faculdade.

A conselheira geral da ADF, Kristen Wagoner, que defendeu o caso perante a Suprema Corte, elogiou a decisão. “A Suprema Corte afirmou acertadamente que os funcionários públicos devem ser responsabilizados pelos danos que causaram”, afirma.

“Grupos que representam diversos pontos de vista ideológicos apoiaram nossos clientes, porque a ameaça às nossas liberdades, constitucionalmente protegidas, não para com os direitos de liberdade de expressão ou um campus universitário”, acrescenta Wagoner.

segunda-feira, 8 de março de 2021

Papa Francisco e Aiatolá Ali al-Sistani pedem “unidade” em encontro histórico no Iraque

O encontro, que aconteceu na viagem papal ao Iraque, aponta mais um esforço de Francisco para aprofundar o diálogo com outras religiões.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO THE GUARDIAN

Papa Francisco em encontro com o Grande Aiatolá Ali al-Sistani em Najaf,
 no Iraque. (Foto: Vaticano/AP)

Dois dos líderes religiosos mais influentes do mundo tiveram um encontro histórico no sábado (6), em busca de promover “paz e unidade”, durante a primeira visita papal ao Iraque.

O Papa Francisco, de 84 anos, líder dos 1,2 bilhão de católicos romanos do mundo, e o Grande Aiatolá Ali al-Sistani, de 90 anos, líder espiritual da maioria dos muçulmanos xiitas do mundo, conversaram por quase uma hora na modesta casa alugada de Sistani, na cidade sagrada de Najaf.

Sistani afirmou sua preocupação de que os “cidadãos cristãos vivam como todos os iraquianos em paz e segurança, e com todos os seus direitos constitucionais”, segundo um comunicado.

Francisco agradeceu a Sistani por ter “levantado a voz em defesa dos mais fracos e perseguidos” nos momentos mais violentos da história recente do Iraque, disse o Vaticano.

O papa tirou os sapatos antes de entrar no quarto de Sistani. O clérigo muçulmano, que normalmente permanece sentado para receber visitantes, se levantou para cumprimentar Francisco na porta de seu quarto — uma honra rara.

Agenda inter-religiosa do Papa

O encontro, que aconteceu no segundo dia da viagem de três dias ao Iraque, é um momento marcante na história religiosa moderna e um marco nos esforços de Francisco para aprofundar o diálogo com outras religiões.

Francisco, um forte defensor do diálogo inter-religioso, encontrou-se com os principais clérigos sunitas em vários países de maioria muçulmana, incluindo Bangladesh, Marrocos, Turquia e Emirados Árabes Unidos.

Há dois anos, ele e o sheik Ahmed al-Tayeb, imã da mesquita de al-Azhar no Cairo e uma importante autoridade para os muçulmanos sunitas, assinaram um texto encorajando o diálogo cristão-muçulmano.

Depois de conhecer Sistani, Francisco viajou para a antiga cidade de Ur, local do nascimento de Abraão, o patriarca bíblico reverenciado por cristãos, muçulmanos e judeus.

Outdoor do Papa Francisco e do principal clérigo xiita do Iraque, o Aiatolá
 Ali Al-Sistani, antes da visita papal ao Iraque. (Foto: Reuters)

Francisco encontrou representantes de diversas comunidades religiosas do Iraque, incluindo yazidis, cuja cidade de seus ancestrais — mandeanos, kakais, bahá'ís e zoroastrianos — foi devastada pelo Estado Islâmico em 2014.

Sheiks xiitas e sunitas, bem como clérigos cristãos, também compareceram.

A população cristã do Iraque diminuiu de cerca de 1,4 milhão para cerca de 250.000, antes da invasão liderada pelos EUA em 2003. Os cristãos foram alvos do Estado Islâmico entre 2014 e 2017 e dizem que ainda sofrem discriminação e perseguição.

Em seu discurso em Ur, Francisco disse que a liberdade de consciência e de religião são “direitos fundamentais” que devem ser respeitados em todos os lugares. “Nós, fiéis, não podemos ficar calados quando o terrorismo abusa da religião.”

Ele também fez um apelo veemente por “unidade” após o conflito. “Hostilidade, extremismo e violência não nascem de um coração religioso: são traições da religião.”

Mais tarde, Francisco realizou uma missa na Catedral de São José em Bagdá. No domingo (7), ele visitou as comunidades cristãs em Mosul, Erbil e Qaraqosh, no norte do país.