sexta-feira, 26 de julho de 2019

Missionários dizem que cristãos de Hong Kong imploram por Bíblias

País já recebeu mais de 40 mil exemplares das Escrituras e de materiais cristãos.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA MISSION NETWORK

Contêiner com Bíblias para Hong Kong. (Foto: Reprodução/Mission Network)

A China e Hong Kong têm sido fontes regulares de notícias, graças à recente agitação e incerteza política no território autônomo chinês.

Hong Kong está mergulhada em uma das piores crises de sua história recente, depois que milhões de pessoas tomaram as ruas nas últimas semanas para protestar contra uma lei que permitiria extradições para a China continental, manifestações que em vários casos terminaram com confrontos com a polícia.

Parte da incerteza no país está afetando a igreja local, já que regulamentações mais rigorosas e limites nas vendas da Bíblia tornam difícil para os crentes locais colocarem as mãos em recursos cristãos.

Esta nova realidade no país, fez com que a Jason Woolford e a Mission Cry traçassem estratégias para aproveitar as oportunidades que têm agora, antes que seja tarde demais.

Através de seus programas, eles coletam Bíblias, livros e outros recursos cristãos, embalando estes materiais e colocando em contêineres para serem enviados para a China.

Segundo a Mission Network, é graças aos parceiros de negócios locais, que a Mission Cry pode preparar seus contêineres para envio. A distribuição fica por conta das igrejas e dos locais que recebem esses materiais.

O último contêiner enviado já foi distribuído. "Quase 40 mil pessoas têm um livro bíblico ou cristão gratuito e estão implorando por mais, pois há quase 7,4 milhões de pessoas vivendo em Hong Kong", diz Woolford.

Agora, eles estão se preparando para o próximo contêiner. O dinheiro é um grande obstáculo para o projeto, embora o envio do contêiner ainda seja mais barato do que seria para alguém que não tivesse contatos locais.

"Eu vou ter quase meio milhão de dólares em Bíblias usadas e livros cristãos, e nós podemos enviar isso e levá-los até lá e distribuí-lo por US$ 10 mil", diz Woolford. Em outras palavras, é comparativamente acessível; custa menos de 30 centavos para obter um livro cristão dos EUA na mão de um crente chinês.

Oportunidade de evangelismo

Se um contêiner puder afetar quase 40 mil pessoas, imagine o que vários contêineres poderiam fazer. Mas se o Mission Cry enviar recursos, eles terão que agir rápido.

Woolford especula que uma combinação de políticas internas e questões externas poderia dificultar que a Mission Cry e outras organizações continuem a prestar serviços à Igreja chinesa.

"Se você falar sobre o fechamento de uma janela, pode muito bem fechar ainda mais cedo", diz Woolford. É por isso que o financiamento desse próximo contêiner é tão importante. "Assim que tivermos o financiamento de US$ 10.000, poderemos solicitar o contêiner imediatamente. Nós poderemos carregá-lo e colocá-lo no trilho e levá-lo para Hong Kong dentro de 40 dias ”, diz ele.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

A Coreia do Norte tem mais medo de cristãos do que de armas nucleares, revela pastor

O pastor Kenneth Bae, que ficou preso por dois anos na Coreia do Norte, afirma que a maioria das pessoas no país nunca ouviram o nome de Jesus.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST

Pastor Kenneth Bae contou sua história na Cúpula de Genebra sobre Direitos Humanos e Democracia em 2018. (Foto: Geneva Summit)

Em um país onde milhares de pessoas nunca ouviram o nome de Jesus, o cristianismo é o movimento mais temido pelo governo. Este foi um dos debates realizados sobre a Coreia do Norte no encontro ministerial para o avanço da liberdade religiosa, promovido pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos em Washington.

Segundo o relatório da Comissão de Inquérito da ONU de 2014, os norte-coreanos que fugiram para a China e foram repatriados deveriam responder a duas perguntas: se tiveram contato com sul-coreanos ou com missionários cristãos. Se eles respondessem “sim” a qualquer uma dessas questões, estariam sujeitos a tortura e prisão.

“Isso é emblemático do que significa ser um cristão dentro da Coreia do Norte”, disse Olivia Enos, analista de política em estudos asiáticos da Heritage Foundation, ao ler os dados do relatório. “O regime de Kim Jong-un vê a religião como potencialmente ameaçadora para sua liderança”.

Isso foi confirmado pelo pastor coreano-americano Kenneth Bae, que foi mantido como refém na Coreia do Norte entre 2012 e 2014 por ser considerado parte de uma “conspiração cristã” para derrubar o regime.

“Eles diziam: ‘Nós não temos medo de armas nucleares, temos medo que alguém como você traga a religião para o nosso país e a use contra nós; então todos se voltarão para Deus e este se tornará um país de Deus e nós cairemos’”, relatou Bae ao público do evento.

Pyongyang já foi conhecida como a “Jerusalém do Extremo Oriente” e tinha uma forte presença cristã, explicou Bae. Mas hoje, exceto pela fé dos poucos cristãos que foram forçados à clandestinidade, a maioria dos norte-coreanos nunca ouviram falar do nome de Jesus.

Em todas as centenas de refugiados que Bae conheceu, ele nunca se deparou com um fugitivo da Coreia do Norte que tenha ouvido falar de Jesus. Quando Bae começava a evangelizar os norte-coreanos, eles costumavam perguntar se Jesus morava na Coreia ou na China.

“A Coreia do Norte não é um país onde os cristãos estão sendo perseguidos; é um país onde o cristianismo foi eliminado”, alerta o pastor. “E se você é cristão, eles matam você, eles matam seus pais”.

Ideologia norte-coreana

A ideologia oficial da Coreia do Norte é chamada “Juche”, que em coreano poderia ser traduzido como “autossuficiência”. Segundo o governo norte-coreano, a ideia central do Juche baseia-se no princípio filosófico de que o homem é o mestre de tudo e tudo decide,

Quando essa filosofia foi instituída na década de 1960, o nome de Jesus Cristo foi apagado da cultura e da história do país. Bae acredita que o governo fez isso porque a Bíblia diz, em João 14, “que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai senão por Ele”.

Estimativas indicam que cerca de 80.000 a 120.000 pessoas estão atualmente detidas em campos de trabalho forçado dentro da Coreia do Norte, segundo Enos. “Indivíduos podem ser enviados para esses campos de prisioneiros por coisas simples como ter lido a Bíblia, assistido a uma peça sul-coreana, escutado K-pop”, disse ela.

Não existem estimativas definitivas sobre quantas pessoas morreram nos campos políticos norte-coreanos, mas alguns acreditam que o número varia de 400.000 a milhões, segundo Enos.

Hoje Bae se empenha em enviar Bíblias em garrafas de arroz para a Coreia do Norte e ajudar os norte-coreanos a escapar, incluindo aqueles que estão presos na escravidão sexual na China. Um de seus objetivos é imprimir 1 milhão de Bíblias e colocá-las no país.

“Precisamos nos preparar quando a Coreia do Norte se abrir. Se o regime norte-coreano de repente cair, estamos temos Bíblias suficientes para que eles conheçam a verdade e saibam como encontrá-la?”, questionou.