sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Brasil e Israel conversam sobre cooperação para desenvolver remédio contra Covid-19

O medicamento EXO-CD24 é originalmente destinado ao tratamento do câncer de ovário e apresentou resultados preliminares positivos em pacientes com coronavírus.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GLOBO

O presidente Jair Bolsonaro, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em visita ao Muro das
 Lamentações, na Cidade Velha de Jerusalém, em abril de 2019. (Foto: Menahem Kahana / AF)

Por meio de telefonema entre o presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netahyahu, que aconteceu nesta sexta-feira (12), os líderes dois países conversaram sobre a possibilidade de cooperação entre os dois países no desenvolvimento de um remédio anunciado por Israel com eficácia de quase 100% para o tratamento da Covid-19.

O medicamento em formato de spray inalável é originalmente destinado ao tratamento do câncer de ovário, e apresentou resultados preliminares positivos em pacientes com coronavírus. Até o momento, no entanto, ainda não foi realizado nenhum ensaio clínico.

O medicamento EXO-CD24 foi aplicado em 30 pacientes que tinham Covid-19. Destes, 29 se recuperam, de acordo com pesquisadores do centro médico Ichilov, de Tel Aviv. Os pesquisadores agora farão uma pesquisa com grupo de controle, onde metade das pessoas recebe o remédio e metade recebe um placebo. O Brasil poderia participar da fase de pesquisa com grupo de controle e da eventual produção em massa do medicamento, de acordo com o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley.

“Falamos sobre a cooperação para esse remédio também, tentar desenvolver junto e trazer para o Brasil. E também algumas palavras sobre a vacina israelense. Nós temos uma guerra contra coronavírus e estamos juntos”, declarou o diplomata israelense, que participou da conversa junto a Bolsonaro e ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

- Conversei há pouco com o Primeiro-Ministro de Israel, @netanyahu . Dentre outros assuntos, tratamos da participação do Brasil na 3ª fase de testes do spray EXO-CD24, medicamento israelense que, até o momento, vem obtendo grande sucesso no tratamento da covid-19 em casos graves.— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 12, 2021

Da parte brasileira, o entendimento após o contato com Netanyahu foi que pode haver uma "cooperação ampla" em saúde pública.

Durante transmissão ao vivo pela internet na noite desta quinta-feira (11), Bolsonaro anunciou o encontro virtual com o primeiro-ministro de Israel, no qual eles falariam "sobre esse novo spray que está servindo para, pelo menos experimentalmente, para pessoas em estado grave".

Antes mesmo da realização da pesquisa, no entanto, Bolsonaro afirmou que o governo já está em contato com os israelenses para trazer o remédio ao Brasil:

“Já estamos trabalhando com o nosso ministro Ernesto Araújo e com mais gente do nosso governo também tratando dessa questão, com o hospital lá de Israel que está desenvolvendo esse possível remédio [...] E eu quero trazer para cá. Obviamente, trazer para cá, pegar a documentação, dar entrada na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], porque não é eu que vou fazer isso aqui. A Anvisa reconheceu que existe realmente a possibilidade de cura, que o efeito colateral é infinitamente pequeno, nós vamos autorizar esse spray aqui no Brasil.”

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Casa Branca confirma que Biden manterá embaixada dos EUA em Jerusalém

O governo Biden confirmou a permanência da embaixada dos EUA em Jerusalém, mas lançou dúvidas sobre a soberania israelense sobre as Colinas de Golã.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO ROLL CALL E TIMES OF ISRAEL

Local da embaixada dos EUA em Jerusalém antes de sua inauguração, em 13 de maio de 2018. (Foto: Yonatan Sindel/Flash90)

A Casa Branca confirmou na terça-feira (9) que o presidente Joe Biden pretende manter a embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, para onde foi transferida durante o governo Trump.

As intenções do governo foram confirmadas por um porta-voz da Casa Branca à CQ Roll Call, uma agência de notícias do Congresso americano.

“A posição dos EUA é que nossa embaixada permanecerá em Jerusalém, que reconhecemos como a capital de Israel”, disse o porta-voz. “O status final de Jerusalém é uma questão que precisará ser resolvida pelas partes no contexto das negociações diretas”.

Uma maioria esmagadora do Senado americano votou na última quinta-feira (4) para manter a Embaixada dos EUA em Jerusalém, com 93 votos a favor e apenas 3 contra o estabelecimento de fundos para manter a missão diplomática.

Em 2017, o ex-presidente Donald Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e transferiu a embaixada dos EUA para a cidade, contrariando o consenso da comunidade internacional.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na segunda-feira (8), durante uma entrevista à CNN, que tanto ele quanto Biden, consideram Jerusalém a capital de Israel e não têm intenção de transferir a embaixada de volta a Tel Aviv.

Blinken também reiterou o apoio do governo Biden a uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino, por meio das negociações diretas, mas acredita que “infelizmente estamos muito longe disso neste momento”.

Posição sobre as Colinas de Golã

Antony Blinken, também disse à CNN que, nas condições atuais, ele apoia o controle de Israel nas Colinas de Golã, mas lançou dúvidas sobre a legalidade da decisão do governo Trump de reconhecer a soberania israelense sobre o local.

“Deixando de lado as legalidades dessa questão, como uma questão prática, o Golã é muito importante para a segurança de Israel”, disse Blinken.

“Enquanto [Bashar] al-Assad estiver no poder na Síria, enquanto o Irã estiver presente na Síria, grupos de milícias apoiados pelo Irã, o próprio regime de Assad — tudo isso representa uma ameaça significativa à segurança de Israel, e como uma questão prática, o controle do Golã, nessa situação, continua sendo de real importância para a segurança de Israel”, disse ele.

No entanto, ele indicou que no futuro os EUA poderiam estar abertos para reexaminar essa posição. “As questões jurídicas são outra coisa. E com o tempo, se a situação mudasse na Síria, é algo que olharíamos. Mas não estamos nem perto disso”, disse Blinken.

Em 2019, Trump reconheceu a soberania israelense sobre o Golã, que Israel conquistou da Síria na Guerra dos Seis Dias de 1967 e depois anexou em um movimento não reconhecido pela comunidade internacional.

Os comentários de Blinken contrastam fortemente com os de seu antecessor Mike Pompeo, que fez uma rara visita às Colinas de Golã em novembro, reconhecendo que o local “é uma parte central de Israel”.

O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu aos comentários de Blinken, dizendo que “as Colinas de Golã permanecerão para sempre como parte do Estado de Israel”.

“A posição israelense é clara. Em qualquer cenário possível, as Colinas de Golã permanecerão israelenses”, disse o escritório de Netanyahu.