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domingo, 7 de maio de 2017

Distribuição de Bíblias aos iraquianos

Mais de 50 mil Bíblias serão distribuídas aos cristãos iraquianos e muitas crianças serão presenteadas com livros para colorir
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Neste ano, parceiros locais da Portas Abertas e igrejas no Iraque planejam distribuir mais de 50 mil Bíblias para adultos e crianças, além de livros de estudo bíblico aos cristãos. "Nós nos juntamos a um distribuidor de materiais cristãos, Sajjad*, em uma de suas viagens de distribuição ao norte do Iraque e já entregamos muitas Bíblias aos jovens", disse um dos colaboradores. "Através desses livros, eu realmente entendo quem é Jesus e posso dizer que agora o conheço melhor", disse Fadia*, uma garota de 13 anos.
De acordo com um dos colaboradores, Sajjad é muito hábil em seu trabalho, viajando sobre as estradas esburacadas no Curdistão iraquiano, com sua minivan sempre cheia de caixas de Bíblias. "Durante meses, o norte do Iraque ficou totalmente seco, reduzindo as colinas e os campos a um estado de hibernação marrom, empoeirado e aparentemente sem vida. Apenas algumas semanas atrás é que começou a chover novamente. As promissoras primeiras gotas de água trouxeram a promessa de uma nova vida de volta à essas terras, e os primeiros vislumbres de verde já são visíveis nas colinas", conta ele.
"Cerca de duzentas crianças pequenas de famílias cristãs receberam um livro para colorir com histórias da Bíblia. As mais velhas receberam um livro com 27 histórias para ler. Muitos delas já estão acostumadas a ler a própria Bíblia", diz Sajjad. "O propósito de distribuir esses livros é que crianças e jovens entendam melhor o que Deus tem para lhes dizer", explicou. Dessa forma, o corpo de Cristo está sendo fortalecido no Iraque. Você também pode fazer parte desse trabalho, orando por eles.
Envolva-se ainda mais
Conheça o projeto Mantenha a igreja viva no Iraque e invista em um futuro melhor para os cristãos perseguidos no Iraque. Você também pode assinar a Petição Um milhão de vozes de esperança que visa trazer melhores condições de vida para os nossos irmãos iraquianos e sírios.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br

segunda-feira, 13 de março de 2017

Como vivem os cristãos no Iraque

Embora os fiéis não possam expressar sua fé publicamente ou possuir materiais cristãos, eles se reúnem discretamente para adorar a Deus
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O Iraque ocupa o 7º lugar na atual Lista Mundial da Perseguição, descendo bastante em relação ao ano passado, quando ocupava a segunda posição. Isto não significa que a violência contra os seguidores de Cristo tenha cessado, mas que outros países apresentaram um nível de perseguição ainda maior como no caso da Somália e Afeganistão, por exemplo. Há mais de dez anos que o país vive uma guerra sem precedentes e a Igreja tem visto um verdadeiro êxodo de cristãos.

Em 2013, chegou-se a cogitar a possibilidade da extinção do cristianismo no país, mas não foi o que aconteceu, a Igreja sobreviveu e, como um milagre, sempre se levanta a cada investida contra os planos de Deus. Em 2003, havia mais de um milhão de cristãos vivendo no Iraque, hoje em dia, estima-se que esse número não ultrapasse os 230 mil. Embora seja uma quantidade reduzida consideravelmente, os que permaneceram parecerem ter a força dos “300 soldados de Gideão” (Juízes, capítulo 7).

Embora os fiéis não possam expressar sua fé publicamente ou possuir materiais cristãos, eles se reúnem discretamente para adorar a Deus. Além da pressão vinda da própria sociedade, a família também exerce um mecanismo poderoso de perseguição. Muçulmanos convertidos ao cristianismo são vistos como uma vergonha pelos seus parentes e amigos. Muitos templos foram destruídos ou desativados para serem ocupados em outras finalidades. Depois da chegada do Estado Islâmico, em 2014, milhares de cristãos foram expulsos de suas casas e comunidades.

Atualmente, porém, muitas áreas estão sendo retomadas e muitos cristãos estão retornando para suas cidades. Muitos jovens decidiram permanecer. Leia mais nas matérias “O Iraque é meu lar e eu não vou abandoná-lo” e Cristãos perseguidos no norte do Iraque criam empresas. Nossos irmãos iraquianos são corajosos e destemidos, mas necessitam das nossas orações. A Portas Abertas tem apoiado a igreja no Iraque, junto de parceiros e igrejas locais, mantendo trabalhos onde os cristãos podem se aconselhar, se reunir para ler a Bíblia, participar de treinamentos e contar com ajuda emergencial, além do apoio em oração e muito amor cristão. Você também pode fazer parte disso. Envolva-se!

Participe da campanha Um milhão de vozes de esperança e junte-se a nós. Há esperança para a igreja no Iraque e na Síria.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Soldado iraquiano sobrevive a 18 meses preso em gaiola no deserto: "Deus me fortaleceu"

Em um testemunho impactante o soldado Samir contou como aprendeu sobre o amor de Jesus com missionários e provou da proteção divina em diversos momentos de perigo.

Soldados iraquianos, em Mosul. (Foto: Alalam News Network)
Soldados iraquianos, em Mosul. (Foto: Alalam News Network)
O soldado iraquiano Samir tem afirmado que o poder a graça de Deus se manifestaram de maneira intensa em sua vida por diversas vezes. Fugindo da guerra em seu país, ele foi perseguido pelas autoridades do Iraque como desertor e acabou sofrendo diversos tipos de ameaça de morte, mas sempre viu a mão de Deus cuidando de sua vida, chegando até mesmo a fazer com que ele sobrevivesse a 18 meses preso em uma gaiola no deserto.

Samir conta que mesmo tendo nascido em uma família muçulmana, nunca concordou com as doutrinas islâmicas e sempre se sentiu incomodado com a forma como Maomé era exaltado por suas batalhas sangrentas.

"Eu nasci em uma família muçulmana conservadora do Iraque. Quando estava no Ensino Médio, sempre ficava perturbado quando ouvia meu professor explicando como o Islã se espalhou por meio de guerras e batalhas, lideradas por Maomé e seus sucessores", contou.

"Assim, enquanto meu professor estava falando sobre o heroísmo islâmico de suas guerras e batalhas, eu via tudo aquilo como crimes de guerra que encorajam o ódio, a perversidade, matança e roubos", acrescentou.

Samir também contou que se decepcionava com as orações islâmicas, que não buscavam o arrependimento humano, mas sim a mudança do contexto em volta.

"Mesmo nas orações muçulmanas não há nenhum apelo a Deus para mudar suas condutas e comportamento, mas sim suas circunstâncias circundantes", relatou.

Quando terminou seus estudos no Ensino Médio, Samir teve que se alistar no exército de seu país, mas não queria guerrear.

"Com o passar do tempo, terminei o colégio e fui forçado a me alistar e servir no exército do Iraque. Eu me tornei um motorista de tanque blindado, mas decidi fugir do serviço militar", explicou. "Quando perguntei a meus companheiros soldados se algum deles estava disposto a vir comigo, eles recusaram e eu tive que escapar sozinho em meio a bombardeios pesados ​​e minas terrestres perigosas, até que milagrosamente cheguei à minha casa na cidade de Mosul".


Clamor em meio à angústia
Quando chegou à sua casa, teve uma grande decepção ao ver que sua família não o aceitava mais de volta, pois ele estava agindo como um desertor e decidiu fugir novamente.



"Quando cheguei à minha casa, minha família se recusou a me aceitar de volta, então fugi para a Síria. Fui pego tentando atravessar a fronteira, quando dois informantes nômades do exército iraquiano me prenderam", contou. "Passei 16 meses em uma prisão do exército, aguardando por um julgamento, até que finalmente fui ao tribunal e fui confrontado pelos dois nômades que haviam me prendido antes e também testemunharam contra mim".

Samir conta que naquele momento se viu sem forças e clamou a Deus, pedindo por proteção e não tem dúvidas que a mão dEle agiu naquela circunstância.

"Naquele momento difícil eu orei a Deus, pedindo que me livrasse daquela situação perigosa. 'Misteriosamente', o tribunal me absolveu por falta de provas, porque uma das duas testemunhas era surda e cega, e por isso não podia depor legalmente perante o tribunal", afirmou. "Naquele exato momento exato momento senti o profundo amor de Deus, que me libertou e me senti mais confiante sobre o poder que Ele tem".
Mais tarde, Samir foi forçado a voltar para o exército, pois havia uma guerra em curso no Iraque e se viu dirigindo um tanque blindado mais uma vez.
A guerra civil tem atingido a cidade de Mosul e feito com que milhares de famílias fujam para outros países. (Foto: Reuters)

Transformação
Mesmo que sua primeira tentativa de fuga tivesse sido frustrada, ele decidiu tentar mais uma vez e conseguiu sair do país. Mas esta viagem iria transformar completamente a sua vida.


"Eu fui para o Nepal. Acabei ficando doente e tive que ser internado em um hospital, onde conheci uma enfermeira cristã, que trabalhava na capelania daquele lugar", contou. "Aquela enfermeira e outras pessoas haviam saído de suas terras para aquela área remota, com o único propósito de servir a Cristo. Eles visitavam presídios, hospitais e áreas pobres para pregar O Evangelho de Jesus".

"Posteriormente, fui convidado a ir para a casa daquela enfermeira e não hesitei em fazê-lo. Quando cheguei lá, vi pessoas simples, cheias de amor, benevolência e desejo de ajudar os pobres em nome de Jesus, que se entregou para salvar toda a humanidade", acrescentou.

Samir contou que sua amizade com aqueles cristãos lhe possibilitou aprender mais sobre muitas coisas que até então eram novas para ele. Naqueles dias, Samir acabou encontrando a paz que tanto buscava encontrar.

"Lá eu aprendi mais sobre Jesus e sobre a importância de orar por outras pessoas, bem como orar para agradecer pelo alimento e fazer a oração do "Pai Nosso", também", relatou. "Aquelas pessoas [cristãs] me contaram sobre a morte expiatória de Jesus. Eu havia sofrido forte perseguição e estava à procura de paz, mas me senti muito amado por todos ali".

Temendo por sua própria vida, Samir acabou partindo novamente e se viu como um nômade, pulando de cidade em cidade, até que se cansou e decidiu voltar ao Iraque, mesmo sabendo da insegurança que havia por lá.

"Certo dia, desisti de vagar pelo mundo e voltei ao meu país. Já não me importava mais com o perigo que eu corria, pois estava confiante no amor de Jesus por mim", destacou.

"Assim que cheguei [ao Iraque], fui preso e interrogado pelo serviço de inteligência iraquiano. Eles me prenderam e me torturaram. Mais tarde, fui enviado ao tribunal sob falsas acusações. As autoridades esperavam conseguir me condenar à morte e me executar", disse.


Proteção divina
Mais uma vez, Samir foi ao tribunal, confiante que Deus estava cuidando de tudo e surpreendentemente, sentiu grande alegria em seu coração, apesar de um veredito não tão favorável, mas que o possibilitou continuar vivo.


"Fui para aquele tribunal cheio de fé no amor e cuidado do Senhor por mim. Em vez da pena de morte, o tribunal me condenou a 20 anos de prisão. Mesmo diante daquela sentença, o meu coração se encheu de alegria por saber que eu não seria mais executado", exclamou.

Samir passou a cumprir sua pena como um prisionero político e foi libertado após um ano, por causa de um acordo entre o governo iraquiano e rebeldes curdos.

"Oito oficiais iraquianos haviam sido tomados como reféns pelos rebeldes curdos e o resgate dos militares foi trocado pela libertação de todos os prisioneiros políticos do Iraque", contou.

Assim que saiu da prisão, Samir tentou voltar ao Nepal para reencontrar seus amigos cristãos, mas seus planos foram frustrados, quando ele foi novamente forçado a voltar para o exército iraquiano e guerrear no Kuwait.

"Mais uma vez fugi da linha de frente para a fronteira saudita em direção às tropas americanas estacionadas ali. Mas o exército saudita me prendeu em vez disso e eu fui mais uma vez preso por 18 meses em uma gaiola do deserto nem sequer se encaixam em animais selvagens", destacou. "O Senhor fortaleceu-me e eu suportei aquele momento difícil até que eu fosse libertado".

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOSPEL TRUTH

domingo, 23 de outubro de 2016

Converter ou morrer


 IRAQUE

Cristãos foram intimados a abandonar o cristianismo para seguir o islã: “Era isso ou a morte, os anúncios eram bem claros; preferi deixar minha casa a mentir sobre minha fé”
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Segundo estatísticas atuais, metade dos cristãos que restaram no Iraque (cerca de 250 mil) estão vivendo deslocados. Um deles é Amer*, que nasceu e viveu em Mossul antes da invasão do Estado Islâmico (EI). “Antes mesmo da chegada dos jihadistas, eu já havia presenciado grandes mudanças em minha cidade. A simples presença de um cristão passou a ser algo inaceitável para a maioria dos muçulmanos que estavam adotando uma linha religiosa extremista”, conta ele.

Amer que sempre amou música, trabalhou com venda instrumentos musicais desde sua juventude. “Até a música em si era algo mais aceito pela comunidade, mas com o passar do tempo, a atmosfera foi se tornando sombria e não havia mais espaço para melodias. Não era a aparência da cidade que estava mudando, mas os corações das pessoas”, disse.

Segundo ele, não há como saber o que fez as pessoas aceitarem com simpatia a presença dos muçulmanos extremistas naquela cidade, mas o efeito sobre os cristãos foi algo bastante claro de se ver. “Passamos a ser tratados como estranhos e como cidadãos que não pertenciam mais a Mossul. Logo, líderes da igreja começaram a ser sequestrados e até mortos. Eu mesmo vi muitos irmãos sendo ameaçados de morte caso não retornassem ao islã. A pressão foi crescendo e muitos decidiram partir, até que eles passaram a proibir a venda de nossas próprias casas”, revela. Quando Amer decidiu ficar em Mossul, ele já estava casado e tinha quatro filhos, dois meninos e duas meninas. Embora o ramo musical estivesse em queda, ele abriu uma pequena loja, onde restaurava pianos e outros instrumentos para aqueles que ainda usavam.

Converter ou morrer
Em junho de 2014, enquanto sua esposa e filhos estavam fora da cidade, durante as férias de verão, a pressão sobre os cristãos chegou a um clímax. O EI assumiu o controle de Mossul, deixando pouco espaço para a existência de cristãos. “Minha loja estava numa área perigosa, então decidi levar os instrumentos para minha casa e trabalhar com mais segurança”, conta Amer que, na mesma época, teve a casa marcada com um N de nasrani (nazareno em árabe) ou simplesmente “cristão”. Isso espantou sua clientela.

Amer não estava mais seguro e não tinha trabalho suficiente para o sustento da família. As regras islâmicas foram restabelecidas e anúncios foram pregados em toda parte, chamando os cristãos para se converterem ao islã. “A Jizya (imposto islâmico) passou a ser cobrada como um sinal de submissão. Era isso ou a morte, os anúncios eram bem claros. Mas eu não acredito no islã, por isso, preferi deixar minha casa a mentir sobre minha fé”, afirmou.

Esperança e recomeço
O músico conta que teve medo, mas o fato de sua família já estar fora de casa era um alívio. “Minha esposa e meus filhos estavam seguros. Só tive tempo de separar meus documentos pessoais, algum dinheiro e o celular. Entrei no carro e me arrisquei por uma estrada acidentada, não vigiada por eles, e consegui chegar no Curdistão”, conta.

Atualmente, Amer vive com sua família na casa de seu sogro, que também fugiu de Mossul há alguns anos. A situação dele é melhor que a de muitos outros cristãos que tiveram de fugir. Apesar de dormirem em um quarto apertado, eles nunca tiveram que viver em uma tenda com a maioria dos deslocados. “Ouvi dizer que os soldados usam minha casa como uma espécie de hotel. Eles também ficaram com meus instrumentos, mas não tiraram de mim a paixão pela música. Estou reiniciando uma pequena loja aqui em Dohuk, com um pequeno empréstimo que fiz”, acrescenta.

“O futuro é incerto, ainda é difícil encontrar uma luz nessa escuridão. Para mim, paz e democracia é viver em paz com todos os demais. Infelizmente, nem todos pensam assim, eles acham que democracia é se livrar das pessoas que são diferentes”, reflete. Histórias e posicionamentos como o de Amer não são exceções. Milhares de cristãos trilham o mesmo caminho e têm os mesmos sentimentos. Eles descrevem o futuro como algo “sombrio”, mas afirmam que a esperança em Deus ainda brilha dentro deles, apesar de tudo.

* Nome alterado por motivos de segurança.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br