quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A História do Carnaval


História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.

Sobre a origem da palavra Carnaval, não há unanimidade entre os estudiosos. Há quem defenda que a palavra Carnaval é originária do latim, “carne vale” cujo significado é (adeus carne!) ou de “carnis levale” (supressão da carne). Esta interpretação da origem etimológica da palavra “Carnaval” leva-nos, indubitavelmente, para o início do período da Quaresma, uma pausa de 40 dias nos excessos cometidos durante o ano, excessos esses que incluem, segundo a religião católica, a alimentação (carne).

Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de “currus navalis”, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da Primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma e, posteriormente, entre os Teutões.



Vejamos algumas festas que, possivelmente, originaram o que conhecemos como carnaval:
- As Saceias (na Babilônia) – festas anuais de verão - eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Durante cinco dias, os lacaios tornavam-se iguais aos seus mestres. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

- A Saturnália era um festival romano em honra ao deus Saturno que ocorria no mês de dezembro, no solstício de inverno e durava uma semana. As Saturnálias tinham início com grandes banquetes e sacrifícios; os participantes tinham o hábito de saudar-se com io Saturnalia, acompanhado por doações simbólicas. Durante estes festejos subvertia-se a ordem social: os escravos se comportavam temporariamente como homens livres; elegia-se, à sorte, um "princeps" - uma espécie de caricatura da classe nobre - a quem se entregava todo o poder. Todos os homens, escravos ou cidadãos, ficavam em igualdade. As barreiras jurídicas eram ficticialmente abolidas. Os escravos, portanto, não precisavam trabalhar, podiam se vestir como seus senhores, participar das refeições e jogar dados. Com essa inversão de valores “os soldados travestidos escolhiam o rei das saturnais dentre os condenados através de dados. Este rei usaria as insígnias de sua dignidade como o rei dos gracejos e deboches. Após o festival o rei é morto e tudo volta à ordem.”


- Outro rito babilônico, que tinha como fundamento a inversão, durava 11 dias e ocorria dentro do templo de Marduk, o primeiro dos deuses mesopotâmicos.

No fim do quarto dia depois do equinócio da primavera, que marca o Ano Novo babilônico, o sumo sacerdote despojava o rei de seus emblemas de poder. A partir desse momento, o monarca era surrado e arrastado até a estátua divina.

A figura do governante humilhado revelava, então, seu objetivo moderador: o rei se jogava no chão e declarava solenemente não ter abusado de seu poder em relação à Marduk e seu templo, à cidade e a seus súditos. Era, em seguida, novamente consagrado, em um ato que garantia a renovação e a justa reordenação do todo o reino.

Alguns antropólogos vêem nesse antiquíssimo rito mesopotâmico, e não nas Sacéias, a fonte do carnaval, que mais tarde seria exportado pelos Persas ao Ocidente.

Outros deuses pagãos e reis contribuíram para enraizar as festas carnavalescas no mundo.Na Assíria da Antiguidade, sempre em março, acontecia a festa de Ísis, a divindade egípcia protetora dos navegantes e talvez a de maior popularidade na sua região de influência. Seus adoradores introduziram as máscaras na festa. Era com o rosto coberto que marchavam em uma alegre procissão, na frente de um carro que transportava uma barca, depois oferecida à deusa.


Curiosidade
O fim do festival e sua incorporação à outras comemorações
A professora de Língua e Literatura Latina (Universidade Federal do Espírito Santo) Leni Ribeiro Leite* afirma que a Saturnália foi comemorada até a Era Cristã, mas com o nome de Brumália(ocorria no início do inverno e era uma das festas em honra a Baco). Em meados do século IV d.C., teria sido absorvida pela comemoração do Natal, havendo uma continuidade na prática da troca presentes oriundas do festival. Alguns autores também defendem a hipótese sobre haver uma relação entre a Saturnália e as comemorações do carnaval, devido ao caráter de inversão da ordem social ocorrido nos dias de festividades.
*está atualmente participando do Projeto Wikipédia na Universidade.

O rei ou a rainha “dos gracejos e deboches” 
Quem foi Momo?
Na mitologia grega, Momo (em grego ΜωμοςMômos, "burla", "crítica" ou "zombaria" e em latim Momus) é a personificação do sarcasmo, das burlas e de grande ironia, sendo a deusa dos escritores e poetas.


Hesíodo (poeta grego) contava que Momo (nome feminino, ao contrário do que se pensa) é uma filha de Nix (a Noite).


A deusa grega Nix é a personificação da noite. Uma das melhores fontes de informação sobre essa deusa provém da genealogia dos deuses (Teogonia) de Hesíodo.

Momo - Durante seu reinado, era praticado, sob o seu comando,todo tipo de orgia, bebedeira e lasciva. No término das festividades, ou seja, no final do quarto dia, o rei Momo era sacrificado de forma brutal no altar de Saturno.

Mas quem afinal é a entidade Momo?
Momo era o deus da irreverência, e irreverência, segundo os léxicos, é sinônimo de desrespeito, profanação, sacrilégio, ofensa, desveneração e relaxo.

Na Mitologia Grega, relata-se que, por ser irreverente e profanador, Momo teria sido expulso do Olímpio (local onde os gregos acreditavam morar os deuses da sua mitologia). Mas porque afirmar que essa entidade era cultuada em Roma se a sua origem é Grega? Momo é uma das formas de Dionísio, o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo (para os Romanos), daí também se origina o termo Bacanal que significa festas orgísticas.

Saturno (deus cultuado nas Saturnálias) também é conhecido como o deus sol e isso nos retrocede bem antes da época dos reinados Romano, Grego e Egípcio, nos levando até um homem chamado Ninrode (Gênesis 10:8 a 12). 
Ninrode = "ele se rebelou" ou "rebelião" 

Ninrode significa “ele se rebelou" ou "rebelião" ou "Nós nos rebelaremos”. De fato, Ninrode era a personificação da rebeldia. Embora a Bíblia diga que ele era um poderoso caçador diante do Senhor, apontava apenas para a sua profissão. O fato de dizer que ele foi o primeiro poderoso na Terra indica que foi o primeiro homem a exercer influência sobre os outros homens.  Saiba mais sobre Ninrode

Mas o que havia de comum nas festas?
O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa tradição mesopotâmica.

 
As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
Escultura Saturnalia de Ernesto Biondi,
localizada no Jardim Botânico de Buenos Aires.
Havia ainda em Roma, além das festas de Saturnálias, as Lupercálias.

A festa da Lupercalia simbolizava a purificação que devia acontecer em Roma em todo o final de ano (que começava em Março). Acredita-se que essa cerimonia,caracterizada pela licenciosidade, servia para espantar os maus espíritos e para purificar a cidade, assim como para liberar a saúde e a fertilidade às pessoas açoitadas pelos lupercos.
Como descrito nos parágrafos anteriores, Saturnália ocorria no solstício de inverno, em dezembro, e as Lupercálias, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças.

Mas tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos as festas. Nesta concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio.
A Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século VIII, com a criação da quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa.

Ilustração medieval simbolizando um carnaval do período
Ilustração medieval simbolizando um carnaval do período

Durante os carnavais medievais por volta do século XI, no período fértil para a agricultura,homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites. O carnaval era basicamente uma festa de rapazes jovens. Vestidos de mulher percorriam em grupos os sombrios campos, nas noites de lua cheia, com o rosto enegrecido de fuligem ou sob panos. Alguns usavam as roupas pelo avesso ou um simples saco grosseiro sobre o corpo. Acessórios comuns eram focinhos de porco e capuzes de pele de coelho. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os “beijos” das jovens das casas.
No oeste da França, também havia as festas com excessos de violência e obscenidade, porém com fortes tentativas de controle por parte da “igreja”, por exemplo, havia o jogo de soule –longínquo ancestral do rúgbi –, em que todos os golpes eram permitidos. Assim, as partidas da “terça-feira gorda” acabavam sempre em batalhas desordenadas.

Nos países germânicos, a vigilância foi muito mais rigorosa do que na França, em particular em Nurembergue. A partir do fim do século XIV, a duração do carnaval passou a se limitar aos três dias anteriores à quaresma, quando em outras localidades a festa tendia sempre a ocupar mais espaço no calendário.

A festa dos germânicos também foi contida na forma. Os desfiles foram regulamentados, e as fantasias, proibidas, com severas punições aos desobedientes. Em compensação, nasceu uma atração que duraria até a Renascença, apesar da oposição dos luteranos a partir do século XVI: as rápidas representações teatrais de rua. Os espetáculos eram feitos por personagens fantasiados e competiam em obscenidade.

Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi.
Quadro de Johannes Lingelbach (1622-1674), Carnaval em Roma, exemplo de um carnaval da Commedia Dell'arte
Quadro de Johannes Lingelbach (1622-1674), Carnaval em Roma,
exemplo de um carnaval da Commedia Dell'arte
Em Roma e Veneza, os festejos celebravam vitórias políticas do passado e outros feitos históricos. Usava-se a bauta veneziana – uma capa de renda com capuz de seda negra, que enquadrava o rosto e cobria os ombros. Os acessórios eram um chapéu de três pontas e uma máscara branca. A fantasia permitia a abolição temporária de diferenças sociais e, em alguns casos, o prazer de uma perversão à sombra do anonimato.

O carnaval em Veneza começava em 26 de dezembro, com bailes nas grandes praças da cidade. Prosseguia com festas, jogos, representações teatrais e outros espetáculos até a terça-feira gorda. Varrido com a República nas guerras napoleônicas do século XVIII, o carnaval de Veneza só foi efetivamente retomado na década de 70 do século XX.

No Novo Mundo, o carnaval chegou junto com a bagagem dos navegadores e exploradores, a partir do século XVI. Floresceu no Caribe, na América Latina e no Brasil.

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus, marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados e passaram a fazer parte da festa “cultural” carnavalesca brasileira.

MardiGrasPaull1897Cover.jpg 
O Carnaval (como o conhecemos hoje) tem a duração de três dias que vão do Domingo Gordo à Terça-feira Gorda (Terça-Feira Gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras).

O termo mardi gras é sinônimo de Carnaval
.

A quarta-feira seguinte, conhecida por Quarta-feira de Cinzas (reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida) ou Entrudo (do latim “introitus” que significa entrada), simboliza a entrada no período da Quaresma, que antecede a Páscoa.

"Em outras palavras, em três dias o cidadão faz tudo o que desagrada a Deus e, quando chega no quarto dia, recebe um sinal da cruz 'de cinzas' na testa e está tudo perdoado. Agora é só aguardar o próximo Carnaval! Que hipocrisia!"

Fontes: Wikipédia; passadocurioso-Curiosidades da Historia; calendarr.com/Brasil; canal da graça.com; Historia Viva -Carnaval reportagem de Véronique Dumas-edição 64 Fevereiro 2009; BrasilEscola./carnaval. Fonte: http://oleirosdorei.blogspot.com.br/



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