O segmento pretende dar 48% dos votos válidos (que excluem eleitores indecisos, brancos e nulos) para o capitão reformado, que vem amealhando apoios entre as grandes lideranças evangélicas do país —do bispo Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus) ao pastor José Wellington Bezerra da Costa, que lidera o Ministério Belém, o maior braço daquela que é a maior denominação evangélica do Brasil, a Assembleias de Deus.
Um desempenho bem acima de sua média geral, 39%, e que revela como os evangélicos são seu maior ativo eleitoral no campo religioso. Bolsonaro é o preferido de 35% dos católicos, fatia que lhe dá uma distância mais estreita do principal adversário, Fernando Haddad (PT), que nesse segmento tem 29%.
O petista, que no quadro geral conquista 25% dos votos válidos, desidrata entre evangélicos: 18%, 30 pontos percentuais a menos do que o presidenciável do PSL.
Ciro Gomes (PDT) também é menos querido entre os que professam essa fé: se entre católicos e também no total fica com 13%, é o candidato de um entre dez evangélicos.
Entre esses grupos religiosos, Geraldo Ackmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) não desviam muito da pontuação total, de 9% e 4%, respectivamente.
Dos 13 presidenciáveis deste pleito, dois nanicos apresentam variações no limite da margem de erro, e em movimentos opostos.
Cabo Daciolo (Patriota), que profetiza uma vitória com 51% do eleitorado e é adepto do bordão “Glória a Deus!”, tem 1% dos votos válidos. Triplica esse placar entre aqueles que, como ele, se declaram evangélicos.
Já com João Amoêdo (Novo) o quadro se inverte: é o escolhido de 3%, mas, quando a sondagem se afunila para o eleitor evangélico, cai a 1%.
Rejeição
A rejeição a Bolsonaro, que se declara católico, é consideravelmente mais baixa entre os que se dizem evangélicos, mesma religião de sua esposa (com quem casou em cerimônia celebrada por Silas Malafaia) e filhos.
Se 45% dos eleitores dizem que não votarão de jeito nenhum no candidato do PSL, a reprovação mingua para 36% entre evangélicos e incha 47% entre católicos.
Haddad tem 40% da recusa geral, sendo que 44% evangélicos e 37% dos católicos desconsideram votar nele no domingo.
O bloco cristão soma 85% do eleitorado nacional, com 54% seguidores do catolicismo e 31% do credo evangélico.
Os demais grupos religiosos representam uma parcela menor da população e, portanto, a amostra obtida pelo levantamento não é suficiente para extrair um percentual para cada um desses segmentos separadamente.
O Datafolha ouviu 10.930 eleitores em 389 cidades do país na quarta e nesta quinta (4). A margem de erro do levantamento, contratado pela Folha e pela TV Globo, é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Fonte: Folha de São Paulo
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