terça-feira, 2 de outubro de 2018

Jesus ou Barrabás? O peso moral na responsabilidade do voto cristão

O cenário do julgamento entre Cristo e Barrabás descreve com muita clareza o que vivemos em nossos dias.

Cena do filme "Paixão de Cristo", de Mel Gibson, na qual Pilatos ouve o povo sobre a escolha de soltar a Jesus ou Barrabás. (Imagem: Youtube)

A eleição desse ano no Brasil está servindo para revelar muita coisa, em boa parte a natureza moral que influencia o cenário religioso brasileiro. Isso me fez pensar na época de Cristo, pouco antes da sua crucificação, quando os líderes religiosos e a população tiveram a oportunidade de livrar, por ocasião da páscoa, Jesus da crucificação. Ao invés disso, pediram que libertassem Barrarás, um homem que o livro de João 18:40 descreve como “salteador”. Ou seja, um ladrão!

Após interrogar o preso Jesus e ver que Ele não havia cometido crime algum, Pilatos se voltou para os que haviam lhe prendido, dizendo “vós tendes por costume que eu vos solte alguém pela páscoa. Quereis, pois, que vos solte o Rei dos Judeus? Então todos tornaram a clamar, dizendo: Este não, mas Barrabás”.

No livro de Mateus existe uma observação muito importante para os nossos dias. No verso 20 do capítulo 27, a Bíblia diz que os líderes religiosos manipularam o público para que escolhessem Barrabás no lugar de Jesus. Veja como está escrito do 20 ao 22:

“Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram à multidão que pedisse Barrabás e matasse Jesus. E, respondendo o presidente [Pilatos perguntando ao povo], disse-lhes: Qual desses dois quereis vós que eu solte? E eles disseram: Barrabás. Disse-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado”.

A representação moral de Cristo e Barrabás nos dias de hoje

O cenário do julgamento entre Cristo e Barrabás descreve com muita clareza o que vivemos em nossos dias. A humanidade vive isso constantemente. Muito embora os políticos que elegemos não tenham absolutamente qualquer relação com a natureza divina de Cristo, eles carregam através do que defendem os pensamentos que ora podem refletir os valores de Cristo, ou de Barrabás.
Do mesmo modo, não é a elite do judaísmo que está representando os acusadores de Cristo em nossos dias, mas sim algumas “elites” que, julgando falar em nome do povo, manipulam os temores, anseios e necessidades desse mesmo povo em prol dos seus interesses. O mais curioso é que essa “elite” se orgulha por denunciar o que consideram “fundamentalismo” e “legalismo religioso”... dos outros, mas não percebe o que está por trás do próprio fundamentalismo ideológico, que no final das contas consiste em rejeitar a Cristo e servir a Barrabás.

Mas que nos diferencia, afinal? Como saber quais são os líderes religiosos que nesse exato momento estão tentando manipular o povo, ao invés de conscientizá-los. Controlá-los, ao invés de esclarecê-los. Explorá-los, ao invés de cuidá-los. Volto a defender o que já escrevi outro dia: olhe para os valores! Nosso indicativo são os valores, e por eles os frutos. É a Bíblia que ensina isso, não eu. Veja:

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”. (Mateus 7:15-20).

Os frutos são consequências dos valores que um líder defende. Quer saber qual é a “elite” religiosa que em nossos dias tenta persuadir o público a votar pela libertação de Barrabás, contra o que Cristo representa? Olhe para os frutos dos seus líderes, não apenas na esfera pública, mas também na vida pessoal.

Por exemplo, se eles são contra a família tradicional, como ensina a Bíblia, e favoráveis à ideologia de gênero, a qual relativiza todo o conceito de família e da própria identidade sexual humana, não podem ser de Cristo, são de Barrabás! Se são favoráveis à descriminalização do aborto, também não são de Cristo. Se são favoráveis a medidas que favorecem a autodestruição humana, como a descriminalização e legalização das drogas, também. Se são contra a liberdade religiosa, de expressão, consciência e iniciativa, preceitos fundamentais do Evangelho que dizem respeito à liberdade humana, também não são de Cristo.

Portanto, não dá para confundir os frutos (valores) de quem defende Cristo ou Barrabás. Os sinais são evidentes e estão no discurso, nas associações partidárias, bandeiras que carregam e nas pessoas com quem se articulam fora dos redutos religiosos. Também estão na vida pessoal, pois ela serve de testemunho acerca do que é Deus na vida humana. Esses falsos profetas, mesmo vestidos como ovelhas, por dentro são lobos que cedo ou tarde revelam suas presas.

Assim, o peso moral na responsabilidade do voto cristão está em não repetir o mesmo erro do passado. De não sermos massa de manobra de falsos profetas que estão mais interessados em servir a Barrabás, e tudo o que ele representa, do que a Cristo. O peso do nosso voto está em refletir os padrões de Cristo, sua visão e caráter, e para isso devemos olhar para a sociedade em que vivemos e analisar se o rumo em que estamos está correto. Avalie você mesmo e se pergunte: O que Jesus faria no meu lugar?

Por Marisa Lobo - Psicóloga, especialista em Direitos Humanos e autora de livros, como "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".

*O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

FONTE: GUIAME, MARISA LOBO

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