Leitura Dinâmica - Método FastRead
O conceito de que Deus pode abençoar materialmente seus
filhos é biblicamente coerente, mas a ênfase nessa questão, excluindo dos
sermões a soberania de Deus para dizer sim ou não, quando ou onde e a quem
abençoar torna a mensagem uma heresia. Essa é a síntese de um artigo do reverendo
presbiteriano Augustus Nicodemus Lopes sobre o tema.
Para Lopes, a teologia da prosperidade se vale de conceitos
verdadeiros no âmbito teológico, mas torna-se heresia ao isolar tais verdades
de seu contexto amplo, e omitir outras possibilidades.
“A teologia da prosperidade, à semelhança da teologia da
libertação e do movimento de batalha espiritual, identifica um ponto
biblicamente correto, abstrai-o do contexto maior das Escrituras e o utiliza
como lente para reler toda a revelação, excluindo todas aquelas passagens que
não se encaixam. Ao final, o que temos é uma religião tão diferente do
Cristianismo bíblico que dificilmente poderia ser considerada como tal”, resume
o reverendo, em um artigo publicado no Púlpito Cristão.
De acordo com a análise de Lopes, “uma das razões pela qual
os evangélicos têm dificuldade em perceber o que está errado com a teologia da
prosperidade é que ela é diferente das heresias clássicas”, como as que
permeiam as doutrinas de mórmons e testemunhas de Jeová: “A teologia da prosperidade
é um tipo diferente de erro teológico. Ela não nega diretamente nenhuma das
verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é
o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz”, pontua.
Veja a lista de erros e acertos dentro da teologia da
prosperidade, e entenda o que há de errado na mensagem que reduz o Evangelho a
uma busca por riqueza material:
1) Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar
seus filhos com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer
bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos
reivindicar ou exigir dele.
2) Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos
materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las
quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa
parte.
3) Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e
confessar de maneira positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar
tudo o que precisamos, mas erra quando deixa de dizer que estas declarações
positivas não têm poder algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe
materialmente.
4) Ela acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas,
mas erra quando deixa de dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta.
5) Ela acerta quando diz que Deus faz milagres e multiplica
o azeite da viúva, mas erra quando deixa de dizer que nem sempre Deus está
disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer milagres para atender nossas
necessidades, e que na maioria das vezes ele quer nos abençoar materialmente
através do nosso trabalho duro, honesto e constante.
6) Ela acerta quando identifica os poderes malignos e
demônicos por detrás da opressão humana, mas erra quando deixa de identificar
outros fatores como a corrupção, a desonestidade, a ganância, a mentira e a
injustiça, os quais se combatem, não com expulsão de demônios, mas com ações
concretas no âmbito social, político e econômico.
7) Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a
fidelidade mas erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os
fiéis sofram muito aqui neste mundo.
8) Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e
buscar prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas
orações não significa que Ele está irado conosco.
9) Ela acerta quando cita textos da Bíblia que ensinam que
Deus recompensa com bênçãos materiais aqueles que o amam, mas erra quando deixa
de mostrar aquelas outras passagens que registram o sofrimento, pobreza, dor,
prisão e angústia dos servos fiéis de Deus.
10) Ela acerta quando destaca a importância e o poder da fé,
mas erra quando deixa de dizer que o critério final para as respostas positivas
de oração não é a fé do homem mas a vontade soberana de Deus.
11) Ela acerta quando nos encoraja a buscar uma vida melhor,
mas erra quando deixa de dizer que a pobreza não é sinal de infidelidade e nem
a riqueza é sinal de aprovação da parte de Deus.
12) Ela acerta quando nos encoraja a buscar a Deus, mas erra
quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar por aquelas coisas que a
Bíblia constantemente considera como secundárias, passageiras e provisórias,
como bens materiais e saúde. Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/
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