sexta-feira, 7 de junho de 2024

Apesar de Espanha, Irlanda e Noruega, maioria da Europa apoia Israel em nível recorde

Porta-voz da Rede de Liderança Europeia declarou que o apoio europeu a Israel permanece forte tanto nos círculos governamentais quanto entre a população.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO JERUSALEM POST

Protesto pró-Israel na Irlanda. (Foto: Ireland Israel Alliance)

Em uma mudança significativa em relação às políticas externas da maioria dos países europeus, Espanha, Noruega e Irlanda reconheceram oficialmente o Estado palestino com Jerusalém Oriental como capital.

A medida, considerada por muitos como uma declaração política por ser impraticável, é vista pelos críticos de Israel como uma grande vitória, enquanto seus apoiadores a consideram uma decisão diplomática lamentável, especialmente à medida que as forças israelenses (FDI) expandem suas operações em Rafah.

Daniel Shadmy, porta-voz da Rede de Liderança Europeia (ELNET) em Israel, uma ONG que promove os laços entre Israel e Europa, explicou ao The Media Line que as decisões desses três países precisam ser contextualizadas dentro de uma perspectiva mais ampla das relações da Europa com Israel.

“A relação de Israel com a Europa tem sido bastante positiva, especialmente desde 7 de outubro, resultando em um elevado nível de apoio da maioria dos países, que continua até hoje.”

"De fato, enquanto os EUA têm debatido a possibilidade de reter armas destinadas a Israel", continuou Shadmy, "a maioria dos países europeus, liderados pela Alemanha, continua comprando tecnologia de defesa israelense para proteger seus próprios cidadãos em programas que custam bilhões de dólares."

Shadmy também ressaltou que, apesar da decisão tomada por Espanha, Irlanda e Noruega, o apoio europeu a Israel permanece forte tanto nos círculos governamentais quanto entre a população.

“Desde 7 de outubro, os europeus têm mostrado um apoio sem precedentes a Israel, incluindo o Reino Unido, Alemanha, França e Itália. Desde a rejeição das acusações do TIJ e do TPI até à adoção da definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, a maioria dos países europeus está ativamente apoiando Israel da maneira que pode.”

Uma maioria silenciosa apoia Israel

Segundo o porta-voz do ELNET, uma maioria significativa da população na Europa apoia Israel, apesar do surgimento de protestos nas ruas das grandes capitais.

“Por exemplo, mesmo em contextos aparentemente menos sérios como a Eurovisão, a competição tornou-se subitamente muito política. Os votos do público de países como Irlanda, Espanha, Bélgica, Noruega, Reino Unido e França deram a Israel o maior número de pontos. Isso atraiu comentários até mesmo de líderes políticos, destacando o apoio generalizado, o que é algo digno de nota”, acrescentou Shadmy.

"Em relação ao reconhecimento do Estado palestino, as decisões de Espanha, Irlanda e Noruega assumem que a ausência de um Estado palestino é a origem do conflito. No entanto, na opinião da maioria dos países europeus, reconhecer unilateralmente o Estado palestino sem um acordo de paz final com Israel parece uma recompensa ao terrorismo", acrescentou.

"Os países que estão reconhecendo o Estado palestino dizem que o fazem porque acreditam que isso pressionará Israel a parar a guerra, mas estão agindo principalmente como uma estratégia política para atrair seus eleitores. Independentemente do motivo, no fim das contas, esse reconhecimento não atende nem aos critérios mínimos para a formação de um estado, tornando-se, de certa forma, sem significado."

Shadmy concluiu seus argumentos destacando que alguns países estão reconhecendo publicamente esse problema. “Nesta semana, o Parlamento da Dinamarca votou contra o projeto de lei para reconhecer o Estado palestino, após o próprio Ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês afirmar que faltavam as condições prévias necessárias para um país independente. Reconhecer o Estado palestino sem que isso faça parte de algum processo de negociação com Israel não trará progresso, mas sim um golpe de relações públicas. No entanto, esse golpe de relações públicas pode ter consequências muito negativas.”

‘Contradições que tornam o Estado palestino’

A pesquisadora da Universidade Europeia, professora Dra. Beatriz Gutiérrez López, explicou que o reconhecimento de um Estado é principalmente simbólico, e que Espanha, Noruega e Irlanda estão cientes das contradições que tornam o Estado palestino impraticável.

"Por um lado, houve uma onda internacional de reconhecimento depois que 140 membros da ONU votaram a favor de um Estado palestino na Assembleia Geral. No entanto, essa declaração é simbólica, pois a adesão à ONU exige um estado aceito internacionalmente e que solicite a adesão na ONU."

"Por outro lado, após uma pausa na guerra de Gaza, a operação terrestre em Rafah reacendeu o interesse em fornecer apoio simbólico devido à divisão atual, desde 2006, entre a Faixa de Gaza, sob um governo de fato do Hamas, e a Cisjordânia, sob o Fatah. Essa divisão dificulta qualquer esforço de reconhecimento internacional unificado. Além disso, no caso da Espanha, sua própria turbulência política com a nova Lei de Anistia e escândalos de corrupção fez do reconhecimento uma cortina de fumaça útil," explicou a Dra. López.

Reconhecer simbolicamente a Palestina parece desconsiderar as dificuldades de implementar uma solução viável de dois Estados. Os defensores do reconhecimento focam na ideia geral de um Estado palestino, em vez de se concentrarem nos líderes palestinos como participantes ativos no processo de paz.

"Como se trata de um reconhecimento simbólico, e considerando que o Hamas está incluído na lista de grupos terroristas da UE, Irlanda, Noruega e Espanha parecem ignorar o fato de que não existe uma verdadeira 'solução de dois Estados'. Eles não estão considerando os líderes em termos de que tipo de atores políticos eles representam e se são interlocutores viáveis em um futuro processo de paz envolvendo Israel e uma entidade palestina unificada."

De acordo com a Dra. López, Espanha, Irlanda e Noruega também estão aproveitando o crescente sentimento pró-palestino em universidades e manifestações públicas.

“Atualmente, eles não estão defendendo uma posição clara, além da ideia de um Estado palestino com capacidade legal para negociar um cessar-fogo ou um acordo de paz com validade internacional. Na maior parte, estão capitalizando o movimento pró-palestino crescente nas universidades, com manifestações e acampamentos.”

‘Ignorando os reféns’

Espanha, Noruega e Irlanda também estão ignorando a situação dos reféns sequestrados pelo Hamas em Gaza em 7 de outubro.

“Podemos ver que as declarações políticas em apoio aos reféns são muito mais brandas do que aquelas a favor de um Estado palestino,” diz a Dra. López. “Para muitos movimentos de esquerda que apoiam a causa palestina, é problemático reconhecer abertamente que parte da liderança palestina sequestrou e mantém mais de 130 reféns, que foram movidos de um lugar para outro ao longo da Faixa de Gaza desde outubro, envolvendo abusos sexuais, torturas e assassinatos.”

Apesar de ser impraticável, no sentido de que um Estado palestino ainda precisa atender a requisitos específicos para ser considerado um estado, a declaração feita por Espanha, Irlanda e Noruega pode ter consequências prejudiciais para as relações entre Israel e esses países europeus.

De acordo com a análise da Dra. López, “um realinhamento internacional não é provável devido aos demais compromissos internacionais dos três países. No entanto, relações mais frias podem ocorrer em torno de investimentos econômicos, tecnologia e compartilhamento de informações, e até mesmo aspectos como a cooperação antiterrorista podem ser afetados. Portanto, romper relações diplomáticas provavelmente não está no cenário, mas a reformulação dos mapas de apoio mútuo pode ser uma realidade a médio e longo prazo.”

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Mais de 1.000 igrejas dos EUA se reúnem para orar por Israel: ‘A batalha é espiritual’

Enquanto Israel luta contra o Hamas e o aumento do antissemitismo, cristãos em todo os EUA apoiaram o povo judeu em oração, no domingo (19).

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE THE WASHINGTON STAND

Cristãos orando por Israel. (Foto: Reprodução/YouTube/Calvary Chapel Chino Hills).

No último domingo (19), mais de 1.000 igrejas nos Estados Unidos se reuniram para orar por Israel.

Diversas congregações por todo o país ouviram ministrações sobre a importância dos cristãos intercederem pelo povo judeu e pelo Estado israelense.

Na Jefferson Baptist Church, o presidente do Conselho de Pesquisa da Família (FRC), Tony Perkins, lembrou que sempre que as pessoas “defendem a verdade, há uma batalha que se desenrola”. Ele enfatizou: “Estamos em uma batalha espiritual”.

Enquanto Israel luta por sua sobrevivência contra o grupo terrorista Hamas desde o ataque de 7 de outubro, o país ainda enfrenta o aumento do antissemitismo pelo mundo.

Nos EUA, protestos pró-palestina nos campi de universidades renomadas revelaram o ódio ao povo judeu. Israel também perdeu o apoio da ONU, que está cada vez mais alinhada com os palestinos.

Entretanto, enquanto o mundo vira as costas para os israelenses, líderes cristãos exortaram os cristãos a apoiá-los em oração.

“Deus revelou os seus planos e o que Ele fará por Israel. O que os crentes farão?”, refletiu Tony Perkins.

Por que orar por Israel?

Gary Hamrick, pastor sênior da igreja Cornerstone Chapel, ressaltou: “Se alguma vez houve um momento em que precisávamos orar, é agora”.

E acrescentou: “Nunca vi tanto antissemitismo no nosso mundo como estamos vendo. Isso é puramente maligno. É simplesmente demoníaco alinhar-se com uma organização terrorista que se deleita em matar, massacrar e decapitar bebês e violar mulheres. Estes são os dias em que vivemos e isso exige oração”.

David Closson, diretor do Centro de Cosmovisão Bíblica da FRC, afirmou que orar por Israel é uma ordem do próprio Deus.

“A Palavra de Deus nos ordena a orar. Sabemos que há uma guerra massiva em curso pela própria sobrevivência do Estado de Israel. É isso que o Hamas representa para Israel. Sabemos que Israel é a única democracia legítima no Médio Oriente”, disse David.

“Oramos porque nos preocupamos com as pessoas que estão em perigo. Oramos para que os líderes tomem decisões sábias, tanto líderes políticos como militares. E eu acho que, como cristãos, existe uma conexão especial com a terra de Israel, com o povo judeu”, completou.

Em carta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, agradeceu as orações dos cristãos americanos.

“Queridos amigos de Sião, agradeço a todos por prometerem o seu apoio inabalável ao Estado de Israel e ao povo judeu neste momento crítico. Estou particularmente grato aos nossos muitos amigos cristãos que oram por Israel e estão conosco contra a onda de antissemitismo nas capitais e nos campi dos EUA”, declarou.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Morre presidente do Irã aos 63 anos em acidente de helicóptero

 A aeronave, onde estava Ebrahim Raisi e outras autoridades, caiu devido às más condições climáticas, informou a imprensa iraniana.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1 E CNN BRASIL

Ebrahim Raisi, presidente do Irã, morto em queda de helicóptero. (Foto: Wikupedia/X/Dataflixed)

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu aos 63 anos na queda de um helicóptero na manhã de domingo (19), em uma região montanhosa próxima à fronteira com o Azerbaijão.

Segundo a imprensa oficial, a aeronave sofreu o acidente devido às más condições climáticas, que apresentava chuva, ventos fortes e neblina espessa.


BREAKING: TRANSFERRING OF BODIES FROM HELICOPTER CRASH INVOLVING IRAN PRESIDENT RAISI pic.twitter.com/b8J78VC0S0— Sulaiman Ahmed (@ShaykhSulaiman) May 20, 2024

A bordo do helicóptero estavam Malek Rahmati, governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, e Hojjatoleslam Al Hashem, líder religioso e outros, totalizando oito pessoas.

A mídia estatal iraniana Press TV e as agências de notícias semioficiais Tasnim e Mehr relataram que todos os ocupantes do helicóptero morreram no acidente.

A queda do helicóptero ocorreu por volta das 13h (horário local, 6h em Brasília), mas a aeronave só foi encontrada cerca de 12 horas depois, na madrugada desta segunda-feira.

Além das dificuldades de acesso, o tempo ruim dificultava os trabalhos de resgate. O helicóptero foi avistado por integrantes do Crescente Vermelho iraniano após um drone, enviado pela Turquia com sensores de calor, identificar o local da queda.

Quem era Ebrahim Raisi

Sayyid Ebrahim Raisol-Sadati, conhecido como Ebrahim Raisi, nasceu em 14 de dezembro de 1960, em Meshed, uma cidade no nordeste do Irã, localizada perto da fronteira com o Turcomenistão.

Considerado um clérigo linha-dura muito próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ele iniciou sua carreira como promotor no início da década de 1980.

Em 1994, ele assumiu o cargo de procurador-geral de Teerã e, em 2019, foi nomeado chefe do Judiciário do Irã.

Ebrahim Raisi foi eleito presidente do Irã em 2021, vencendo no primeiro turno para um mandato de quatro anos. A eleição teve uma abstenção recorde, e diversos adversários foram impedidos de participar pelo Conselho de Guardiães da Constituição.

Muitos iranianos se recusaram a participar de uma eleição amplamente vista como manipulada. A adesão foi de apenas 48,8% dos eleitores, o menor índice de participação desde o estabelecimento da República Islâmica do Irã em 1979.

"Comissões da morte"

A trajetória de Raisi é marcada por polêmicas e ações contra seu próprio povo. Na década de 1980, ele participou das chamadas "comissões da morte", que resultaram na execução de cerca de 5 mil militantes opositores que se voltaram contra o regime dos aiatolás.

Sua atuação nos episódios de 1988, enquanto era promotor, fizeram com que em 2019, o Departamento do Tesouro dos EUA sancionasse Ebrahim Raisi.

A sanção também se baseou em um relatório da ONU que indicava que o Judiciário iraniano havia aprovado a execução de pelo menos nove crianças entre 2018 e 2019.

Em 2022, sob o governo de Raisi, o Irã reagiu com violência a uma onda de protestos que pediam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por não usar o véu de maneira adequada em público.

De acordo com a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana), mais de 500 manifestantes foram mortos durante esses protestos.

Na ocasião, Raisi afirmou que o Irã deveria "lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e à tranquilidade do país".

Atuação na Guerra de Israel

No plano internacional, o Irã vivenciou uma escalada de tensão com Israel. Em 1º de abril, um ataque israelense à embaixada iraniana na Síria matou sete membros da Guarda Revolucionária. Em resposta, em 13 de abril, o Irã lançou um ataque contra Israel, que retaliou em 18 de abril.

Há cerca de um mês, o Irã lançou dezenas de mísseis contra Israel e ameaçou usar arma inédita no ataque aos israelenses. Raisi disse que o Irã daria “uma resposta dolorosa” após Israel ter bombardeado a embaixada iraniana

‘Patrocinador mundial do terrorismo’

Vale lembrar que o Irã tem sido apontado como principal patrocinador mundial do terrorismo.

Por outro lado, especialistas dizem que o “arsenal sem brilho do Irã sinaliza como as suas aeronaves e defesas obsoletas não seriam páreo para as de Israel no caso de uma guerra em grande escala”.

“Penso que o ataque, que foi concebido para ser espetacular, mas não fatal, realmente expõe os limites da dissuasão do Irã”, disse Ali Vaez, que dirige o Projeto Irã no International Crisis Group.

Ele acrescentou que se o plano regional do Irã for diminuído, Teerã provavelmente considerará o plano final, que vem na forma de armas nucleares: “Eles nunca estiveram tão próximos”.

Cristãos no Irã

O Irã é predominante muçulmano é persegue as minorias religiosas, entre elas os cristãos.

Segundo um porta-voz do Departamento de Estado, “a perseguição aos cristãos e outras minorias religiosas no Irão é antiga e bem documentada. Os EUA continuam condenando estas ações e usando todas as ferramentas à nossa disposição para lidar com tais violações flagrantes”.

Recentemente, o relator especial da ONU, Javaid Rehman, disse à República Islâmica do Irã que “acabem com a criminalização da expressão pacífica da fé” e “abstenham-se de perseguir reuniões religiosas pacíficas em casas privadas e outras instalações”.

Apesar da forte perseguição e torturas, os cristãos crescem no Irã apontou um relatório de 40 páginas do Artigo 18.

“No final de 2023, pelo menos 17 dos cristãos presos durante o verão receberam sentenças de prisão entre três meses e cinco anos, ou punições não privativas de liberdade, como multas, flagelação e, num caso, o serviço comunitário de cavar sepulturas."

O relatório observou: “Apesar de um número comparável de cristãos presos em 2023 ao de anos anteriores – 166 prisões foram documentadas em 2023, em comparação com 134 em 2022 – menos nomes e rostos puderam ser divulgados”.

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Homem que já perdeu casa em enchente no RS encoraja: "Deus é poderoso para restituir"

Aos 11 anos, Rafael e sua família perderam a casa em uma cheia. Mas o Senhor restituiu o que perderam.

FONTE: GUIAME

Rafael encorajou as vítimas das enchentes do RS. (Foto: Reprodução/Instagram/AD Guaíba/Cristine Rochol/PMPA).

O cristão Rafael sabe bem o que as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul estão sentindo nesse momento difícil.

Assim como os 600 mil gaúchos desabrigados, ele também já viu a água levar sua casa e tudo o que sua família possuía.

No dia 23 de dezembro de 1995, aos 11 anos de idade, a família de Rafael perdeu sua residência durante uma inundação, mas todos sobreviveram.

“Era uma casa de madeira. Sobrou o alicerce e o vaso sanitário”, contou ele, em vídeo publicado no Instagram da AD Guaíba.

Um ano depois da catástrofe, a família conseguiu construir uma casa nova. “Deus restaurou tudo. Nós trabalhamos, nos unimos com fé. Fomos ajudados por muitas pessoas. O meu pai pode reconstruir o lar onde nós vivíamos. Conquistamos muito mais do que imaginávamos”, testemunhou Rafael.

O sobrevivente encorajou os milhares de desabrigados das recentes enchentes no RS a não desanimar e confiar no Deus que provê.

“Você que está passando por essa situação, saiba que Deus é poderoso para te restituir tudo que perdeu e muito mais”, declarou o cristãos.

E concluiu: “Tenha fé em Deus. O principal nós temos: a vida. Siga firme nos passos do Senhor Jesus, que você vai vencer. Eu sou um testemunho vivo, estou aqui com 40 anos testemunhando o que Deus fez na minha vida”.

Hoje, Rafael está atuando na linha de frente, ajudando as famílias atingidas no Rio Grande do Sul.

Tragédia no RS

Segundo o último boletim da Defesa Civil , 149 pessoas morreram, 806 ficaram feridas e 112 moradores ainda estão desaparecidos devido às inundações, conforme o G1.

Mais de 600 mil gaúchos estão desabrigados em 435 cidades atingidas. No total, mais de 1,9 milhão de pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas. A população ainda enfrenta a falta de água, energia elétrica, alimentos e sinal de internet.

terça-feira, 14 de maio de 2024

“Cenário de guerra”: o relato de uma jornalista do Guiame que foi afetada pelas enchentes

A cheia histórica prejudicou mais de 2 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul.

FONTE: GUIAME, CÁSSIA DE OLIVEIRA

O Rio Guaíba invadiu Porto Alegre e parte da Região Metropolitana. (Foto: Divulgação/PMPA).

Por Cássia de Oliveira, jornalista do Guiame e moradora de Porto Alegre

Na primeira semana de maio, antes do caos começar, lembro que começou a chover bastante em Porto Alegre. Naqueles dias, não dormi direito com o barulho dos trovões e porque estava preocupada com as goteiras que surgiram no meu apartamento.

Nem imaginava que o pior estava por vir. Na sexta-feira (3), o governador do Rio Grande do Sul começou a anunciar que as enchentes no estado seriam piores do que a cheia de 1941.

Como todo gaúcho conhece a história da tragédia da década de 40, os moradores ficaram muito assustados. No ano passado, já tínhamos enfrentado uma enchente do Rio Guaíba na região metropolitana e o sistema de contenção havia falhado.

Então, um medo coletivo começou a surgir. Como jornalista, já havia feito a cobertura de diversas catástrofes naturais, mas viver uma era bem diferente. Enquanto acompanhava as notícias, minha ansiedade piorava.

Nesses momentos, lembramos que como seres humanos não temos controle de nada e a sensação de ter certo controle de nossas vidas é completamente falsa. No final de semana, o governo do RS começou a emitir alertas de evacuação, foi nesse momento que percebi que a situação realmente era grave.

Na região do Vale do Caí, a água já havia invadido diversas cidades. Cenas de desespero começaram a circular no noticiário. Casais abraçados em cima do telhado de casa e uma residência inteira sendo levada pela correnteza.

Pânico e evacuação

As autoridades pediram para a população não entrar em pânico, mas a levarem a sério os pedidos de evacuação. Porém, o mapa de regiões que seriam inundadas, divulgado pela Defesa Civil, gerou angústia e confusão.

Na capital, por exemplo, o mapa não citava os bairros e nem as ruas que a água chegaria, dificultando os moradores a entenderem se deveriam ou não sair de casa. Nos comentários da postagem no Instagram, muitos reclamaram e perguntavam se seu bairro seria atingido, gerando desespero.

Mesmo após as reclamações, a comunicação da Defesa Civil do RS não melhorou e não ajudou a acalmar a população. Foi necessário um pesquisador da UFRGS vir a público e explicar o mapa.

Na manhã de sexta-feira (10), a prefeitura de Canoas começou a pedir que os moradores de alguns bairros evacuassem imediatamente. O aviso foi feito nas redes sociais sem antecedência, dando a impressão que o alerta não chegou a muitos moradores.

A mãe e toda família do meu noivo moram no bairro Mathias Velho. Eu e meu noivo avisamos que ela deveria sair de casa e ir para o meu apartamento em Porto Alegre. Nesse momento, o medo tomou conta de mim. Só fiquei em paz, quando minha sogra chegou no meu portão, carregando uma pequena mala, que seria tudo o que lhe restaria mais tarde.

O bairro do meu noivo também corria risco de inundação. Então, decidimos passar o final de semana todos juntos em meu apartamento. Estaríamos mais seguros lá, porque a região onde moro seria atingida apenas se o Rio Guaíba atingisse os 6 metros de altura.

No sábado (4), o bairro Mathias Velho já estava submerso pelas águas, assim como outros bairros de Canoas. Em Porto Alegre, a água já havia invadido o centro histórico. As cenas das ruas, que tanto andei, tomadas pelo rio eram chocantes. Parecia cena de filme.

Crise de abastecimento

O Rio Guaíba invadiu Porto Alegre e parte da Região Metropolitana. (Foto: Flickr/Palácio do Planalto/Ricardo Stuckert/PR).

Na região metropolitana, começou a faltar água, energia elétrica e sinal de internet em vários pontos. Na minha casa, não havia água, mas ainda havia luz. A Corsan informou que a situação de abastecimento era complicada e que ainda não tinha previsão de retomada.

Por isso, tive a ideia de captar água da chuva, já que continuava chovendo sem parar. Coloquei dois baldes embaixo das calhas, que encheram até transbordar em poucas horas.

Em todos meus 30 anos, nunca tinha presenciado uma tragédia dessa magnitude. Na manhã daquele dia, eu e minha sogra decidimos ir ao supermercado comprar mantimentos para passar o final de semana. Nas redes sociais, já havia comentários de que faltaria alimento e água mineral em Porto Alegre.

Chegando no hipermercado, presenciamos o desespero das pessoas, em um verdadeiro cenário de guerra. Começando pela luta em encontrar um carrinho disponível. Depois de achar um no estacionamento, entramos no mercado com o objetivo principal de conseguir água.

Fomos direto para a sessão das bebidas, rapidamente. Para a nossa decepção, as prateleiras das águas de 5 litros já estavam vazias. Só restavam água com gás e fardos de garrafinhas pequenas. Pegamos dois fardos e continuamos as compras.

Além das filas quilométricas, e algumas prateleiras já vazias, outra coisa que notei foram alguns consumidores comprando frango, cobertores, colchões infantis e travesseiros em grande quantidade. Logo, percebi que seriam levados para doação em pontos de coleta, que começaram a surgir em todo o RS.

Onda de generosidade e compaixão

Naquele final de semana, em questão de minutos, milhares de moradores perderam tudo o que tinham e ficaram desabrigados. Durante a catástrofe, o poder público não dava conta de ajudar todas as vítimas das enchentes, incluindo nos resgates de pessoas ilhadas.

Foi então, que uma força gigante direto do povo nasceu e começou a atuar no meio do caos de forma apaixonada.

Enquanto civis que possuíam barcos e jet ski entravam na água para salvar idosos, crianças e mulheres, igrejas passaram a abrir suas portas para receber os desabrigados. Muitos deles chegavam molhados, com frio e exaustos.

Uma onda de generosidade e compaixão tomou o povo gaúcho. As igrejas deixaram de lado suas diferenças teológicas e se uniram para socorrer os afetados, como nunca visto.

Gremistas e colorados, brancos e pretos, pobres e ricos, todos trabalhavam lado a lado. As diferenças desapareceram por um propósito maior: salvar vidas. O lema dos voluntários que faziam resgate era: salvar todos, ninguém ficaria para trás, incluindo animais de estimação.

Pedidos de resgate no Instagram

No domingo (5), o clima em todo estado era muito pesado. Um sentimento de tristeza coletiva era sentido no ar. Nas redes sociais, que antes mostravam a rotina de amigos e famílias, se tornou um mural de pedidos de socorro e informações de ajuda humanitária.

Não haviam mais frases motivacionais, fotos, memes. Não conseguindo socorro das autoridades – já sobrecarregadas – as próprias vítimas da cheia pediam para ser resgatadas em suas casas tomadas pela água. Familiares e amigos também compartilhavam até o pedido chegar em algum voluntário que fazia resgate naquela região.

Ao passar os stories do meu Instagram, vi pedidos de resgate para conhecidos, amigos e irmãos na fé por toda a região metropolitana, principalmente em Canoas, Eldorado do Sul e Guaíba. Foi algo terrível e apavorante de presenciar.

Por causa da queda da energia e instabilidade do sinal de internet, muitas vítimas ficaram sem comunicação e as famílias buscavam notícias delas nas redes sociais, desesperadamente.

Logo, eu mesma postaria um pedido de resgate para avó do meu noivo, que ficou presa no segundo andar de uma residência em Canoas. Foram longas horas de angústia até ela e outros familiares serem resgatados.

A fuga

Na noite de domingo (5), eu, meu noivo e minha sogra decidimos ir para o litoral, em busca de água e internet para trabalhar, assim como milhares de moradores que fugiram do caos de Porto Alegre e Região Metropolitana.

Enquanto viajamos pela estrada lotada, os pais dos meus noivos, que perderam a casa nas enchentes, louvaram a Deus em meio a dor, dando o exemplo de uma fé inabalável. “És fiel em todo tempo, em todo tempo tu és tão, tão bom. Com todo fôlego que tenho, eu cantarei da bondade de Deus”, cantaram juntos.

A força da Igreja

Assim como na pandemia da Covid-19, mais uma vez a Igreja se destacou como refúgio e apoio para a população afetada. Rapidamente, os cristãos se organizaram e abrigaram famílias, forneceram refeições, roupas e atendimento médico.

Outros se arriscaram nas enchentes para salvar vidas. Meu líder de jovens foi um desses. Seu barco atendeu centenas de pedidos de famílias para socorrer seus entes queridos. Um amigo, que é atleta de triatlo, salvou sua noiva, que quase morreu afogada. A sobrevivência de muitos gaúchos é um verdadeiro milagre e a misericórdia de Deus manifesta.

Buscando a Deus enquanto ainda há tempo

Mesmo em meio a tanto sofrimento, Deus está se movendo de acordo com seus propósitos, enquanto continuamos lutando por nosso estado e nossa sobrevivência.

O maior testemunho anunciado entre os cristão é estar vivo e seguro, diante de tantas mortes e feridos. Um despertar espiritual está acontecendo no RS, com muitos desabrigados se rendendo a Cristo nas igrejas e sobreviventes voltando para Jesus.

Além disso, a Igreja tem se levantado em oração. Nunca se orou tanto, começando por mim. Precisamos muito da oração dos nossos irmãos em todo o Brasil. Ainda temos mais enchentes para enfrentar e recomeçar não será fácil.

O Rio Grande do Sul tem aprendido que, apesar dos governos terrenos perderem o controle e a natureza ser incontrolável, Deus continua no controle da história. Nada escapa de sua mão poderosa.

Embora percamos tudo, o Senhor nunca nos deixará desamparados. Se Ele não acalmar a tempestade, Jesus estará junto conosco na tormenta.

Muitos gaúchos têm vivido dias de Jó, e assim como ele, com fé estão declarando: “O Senhor deu, e o Senhor tomou: bendito seja o nome do Senhor”. Nenhuma provação calará nossa adoração.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Franklin Graham enviará avião com sistemas de filtragem de água e suprimentos para o RS

O avião de carga 757 da Samaritan’s Purse está sendo preparado para trazer kits de higiene, luzes solares e outros suprimentos aos gaúchos afetados.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE SAMARITAN'S PURSE


O avião da Samaritan’s Purse está sendo preparado para ir ao RS. (Foto: Samaritan’s Purse).

A organização humanitária de Franklin Graham, Samaritan’s Purse, vai enviar seu avião de carga 757 ao Rio Grande do Sul, para ajudar na enchente histórica que devastou o estado.

De acordo com a missão, o avião vai transportar sistemas de filtragem de água para uso individual, kits de higiene, luzes solares e outros suprimentos emergenciais para socorrer os gaúchos afetados.

A Samaritan’s Purse também vai fornecer dez sistemas comunitários de filtragem de água, cada um tem a capacidade de prover água potável para até 10.000 pessoas por dia.

A Equipe de Resposta de Assistência a Desastres, especializada em servir em tragédias no mundo todo, já está em Porto Alegre, preparando uma ação humanitária, em parceria com as autoridades e uma rede de igrejas locais.

A tripulação do Boing 757 já está carregando o avião para decolar rumo ao RS, assim que as permissões de voo forem finalizadas.

Enchentes no RS

Segundo o último boletim da Defesa Civil divulgado nesta quinta-feira (9), 107 pessoas morreram, 374 ficaram feridas e 136 moradores ainda estão desaparecidos devido às inundações.

Mais de 200 mil gaúchos estão desabrigados em 425 cidades atingidas. No total, mais de 1,4 milhões de pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas.

A população ainda enfrenta a falta de água, energia elétrica, alimentos e sinal de internet. Mais de 750 mil imóveis estão sem abastecimento de água no Rio Grande do Sul, conforme a Defesa Civil.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Família é vista louvando em casa alagada no RS: “Verdadeiros adoradores”

As vítimas adoraram a Deus em casa iluminada apenas por uma vela, em um bairro inundado em Esteio.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE G1

Família estava louvando em meio a escuridão em Esteio. (Foto: Reprodução/Instagram/Artcar auto center).

Uma família foi vista louvando a Deus em uma casa em meio à enchente em Esteio, no Rio Grande do Sul.

O momento emocionante foi gravado por um voluntário que está ajudando nos resgates das vítimas. Bynna, dono de uma loja de peças automotivas, fez resgates com seu jipe nos bairros inundados na cidade de Esteio.

No domingo (5), ele compartilhou um vídeo no Instagram em que passava de barco à noite em meio às casas alagadas no bairro Novo Esteio.

Em uma das residências, é possível ouvir um grupo de pessoas cantando louvores na escuridão.

“Escutem: o pessoal ‘rezando’ em uma casa aqui com uma velinha. Olha, até estrela tem, pessoal. São 9h05 da noite, no meio dessa aguaceira toda, o pessoal não ‘deixa cair a peteca’”, disse Bynna, no vídeo.


Com violão, os cristãos cantavam o louvor “Ser Mudado”, de Alessandro Vilas Boas, que diz: “Não é que eu não seja grato / por tudo que tens feito em mim / mas meu coração tem chorado por Ti”.

O vídeo já tem mais de 9 milhões de visualizações e recebeu centenas de comentários de usuários emocionados.

“Estão adorando! Você presenciou verdadeiros adoradores. Glória a Deus!”, escreveu um homem. Outra usuária refletiu: “A única coisa que a água não pode levar é nossa fé”.

Já o pastor Felipe Melo, da Rio Life Church, comentou: “Não tem como não lembrar de Paulo e Silas na prisão. Que coisa linda”.

Enchentes no RS

Segundo o último boletim da Defesa Civil divulgado nesta terça-feira (7), 90 pessoas morreram, 361 ficaram feridas e 132 moradores ainda estão desaparecidos, pelas enchentes no estado.

Mais de 130 mil estão desabrigados em 341 cidades atingidas. No total, 844 mil pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas.

O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública, após as fortes chuvas provocaram enchentes, deslizamentos, rompimentos de barragens e destruição em grande parte do estado.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Missionários são evacuados do Haiti por questões de segurança: “Está um caos”

Alguns missionários que estavam em regiões perigosas viram pessoas sendo queimadas.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

(Foto: Montagem/Guiame | Arquivo pessoal de Priscila Jodas Pyrhus e Reginald Ferreira Pyhrus)

O Haiti está em crise novamente. Depois do assassinato do presidente Jovenel Moise, em julho de 2021, tanto o povo haitiano quanto as igrejas e missionários que vivem no país foram afetados.

A agitação civil e a onda de violência de gangues armadas tem levado o país ao caos. Em entrevista ao Guiame, a missionária Priscila Jodas Pyrhus, que vive no Haiti desde 2018, disse que a situação piorou bastante.

“Depois que o primeiro-ministro tomou posse, ele nunca mais saiu do poder e as coisas foram se agravando, as gangues tomaram a cidade de Porto Príncipe e nos impediu de continuar com os trabalhos em Bon Repos”, contou ao mencionar que depois da confusão, Ariel Henry renunciou ao cargo e anunciou sobre o governo de transição para dar início ao processo das eleições.

Priscila conta que, durante essas decisões, as gangues rebeldes invadiram duas prisões e soltaram mais de 4 mil presos, fazendo aumentar a insegurança: “Eles invadiram o aeroporto e atiraram em algumas aeronaves”.

“O aeroporto, o porto e a fronteira com a República Dominicana foram fechados. O Haiti ficou sitiado, não tinha como entrar ou sair. Foi quando vários países decidiram evacuar seus cidadãos”, continuou ao explicar que a Embaixada Brasileira entrou em contato para saber se ela queria voltar para o Brasil.

Projeto social e evangelístico no Haiti. (Foto: Arquivo pessoal/Priscila Jodas)

‘Tive que deixar meu marido’

A missionária aceitou a proposta do Brasil e saiu do Haiti: “Perdemos um primo do meu marido em meio a essa guerra. Depois disso, decidimos aceitar a proposta de evacuar. Ao todo, sete missionários aceitaram e fomos levados de helicóptero até uma cidade da República Dominicana, no dia 10 de abril”.

“Entre os missionários que saíram do Haiti, alguns contam que viram pessoas sendo queimadas. Eles estavam no meio das gangues, em regiões bem perigosas, com tiros e balas perdidas”, contou.

A Embaixada Dominicana enviou uma van para levar os missionários até Santo Domingo: “De lá, foi cada um por si para retornar ao Brasil. Foi uma decisão muito difícil porque tive que deixar o meu marido que é haitiano”.

A missionária é casada com Reginald Ferreira Pyhrus. Ele continua no Haiti porque não conseguiu visto para entrar na República Dominicana: “O relacionamento entre os dois países não é bom e, por questões políticas, eles não permitem que haitianos entrem no país, mesmo com o visto”, explicou.

Com o aeroporto do Haiti fechado, a única fuga no momento é a República Dominicana: “Não existe outra forma de sair do país, então meu marido ficou preso lá. Eu peço orações para que ele consiga sair de lá de alguma forma”.

Projeto social e evangelístico no Haiti. (Foto: Arquivo pessoal/Priscila Jodas)

‘Não está nada fácil’

A missionária explica que com toda essa confusão, a situação alimentar no país também piorou. “Faltam alimentos, não está nada fácil. Apesar disso, meu marido continua com os projetos em nossa casa e eu estou dando aula online”, compartilhou.

Apesar de não haver perseguição religiosa declarada no país, a violência das gangues impede o evangelismo. “Por conta da violência não é possível realizar as ações de evangelização, tem muita gente saindo do Haiti”.

Enquanto Reginald continua tentando ser evacuado do país, Priscila explica que o casal planeja voltar para o Haiti, em julho, para continuar o trabalho de missões com as crianças. “Enquanto estou aqui no Brasil, vou cuidar da saúde”, ela disse.

Durante a entrevista, Reginald enviou um áudio dando detalhes sobre a questão da perseguição aos cristãos: “Tem acontecido nos últimos anos, é bem recente. Tem dois tipos de gangue aqui, os que tomam essa decisão e os que são influenciados”.

De acordo com o missionário, os rebeldes por opção atacam a Igreja. “Eles sequestram pastores, líderes e fieis. No ano passado, eles entraram em igrejas e as queimaram. Invadiram a Primeira Igreja Batista de Porto Príncipe, quebraram tudo e levaram vários instrumentos”, relatou.

“A violência acontece porque a Igreja prega contra a maldade, contra o tráfico, a mentira, o roubo e a corrupção. E se pregamos contra o que eles estão fazendo, nos tornamos inimigos deles. Pode não ser uma grande perseguição, mas está evoluindo nos últimos três anos. A Igreja no Haiti já foi muito respeitada, mas agora eles estão batendo de frente”, concluiu.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Adolescentes planejavam atacar judeus após bispo ser esfaqueado na Austrália

Documentos policiais apontam que quatro adolescentes planejaram comprar armas para ataque a judeus.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA AP

Adolescente que esfaqueou bispo na igreja de Sydney é detido. (Captura de tela/YouTube/ABC News)

Quatro adolescentes planejaram adquirir armas para realizar um ataque contra judeus, após um bispo ter sido esfaqueado em uma igreja em Sydney, na Austrália, segundo documentos policiais citados em reportagens nesta segunda-feira (29).

Na quinta-feira (25), cinco adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, foram formalmente acusados em um tribunal de Sydney por uma série de crimes, que incluem conspiração para participar ou planejar um ato terrorista.

A polícia afirmou que todos os adolescentes " aderiam a uma ideologia extremista violenta e com motivação religiosa" e estavam associados a uma rede que incluía um jovem de 16 anos acusado de esfaquear o bispo ortodoxo assírio Mar Mari Emmanuel em 15 de abril, durante uma transmissão online de um serviço religioso.

Segundo um boletim da polícia apresentado ao Tribunal de Menores de Sydney, dois dos réus acusados na semana passada discutiram a compra de armas em 19 de abril, o mesmo dia em que o suposto agressor do bispo foi acusado, conforme relatado pelos jornais da News Corp Australia.

A Austrália tem leis nacionais rigorosas que impõem fortes restrições à posse de armas, no entanto, existe um mercado negro de armas de fogo em Sydney.

Conversas sobre planos de ataque

Quatro dos jovens acusados na semana passada, com idades de 15, 16 e dois de 17 anos, supostamente utilizaram o aplicativo de mensagens criptografadas Signal para planejar o ataque.

“Eu quero morrer e quero matar... Estou muito animado... Seu plano é ser pego, morrer ou escapar?”, disse supostamente um jovem de 17 anos, em 20 de abril em um bate-papo em grupo.

O jovem de 16 anos teria respondido: “Vamos planejar por um tempo... preferimos fugir, mas aconteça o que acontecer, é o qadr (predeterminação) de Alá”, relataram os jornais.

O rapaz de 15 anos teria dito no Signal, em 19 de abril: “Eu realmente quero atingir o Yahood”, ou seja, o povo judeu.

Sobre o agressor da igreja, o adolescente de 16 anos supostamente disse: “Eu conheço o cara que fez isso” e “ele é meu companheiro”.

Relatórios policiais


A unidade de mídia da Força Policial de Nova Gales do Sul disse à Associated Press na segunda-feira que não pôde confirmar a veracidade dos relatórios nem fornecer uma cópia do boletim informativo da polícia.

O Tribunal Infantil de Sydney não respondeu imediatamente ao pedido do documento.

O advogado Ahmed Dib, que representa dois dos rapazes acusados na semana passada, afirmou que não leu a reportagem do jornal e, portanto, não poderia comentar sobre a sua veracidade.

O jovem acusado de esfaquear o bispo e um padre foi formalmente acusado de ter cometido um ato terrorista, um crime que pode resultar em uma pena máxima de prisão perpétua.

O reverendo Isaac Royel recebeu alta do hospital com a mão e o ombro enfaixados apenas alguns dias após o ataque.

De volta à igreja

O bispo Emmanuel fez seu primeiro sermão desde o esfaqueamento no domingo (28), na Igreja Cristo Bom Pastor.

Ele usava um tapa-olho no olho direito para cobrir um ferimento de faca e foi aplaudido por sua congregação.

“Este jovem que cometeu este ato há quase duas semanas, digo-te, meu querido, tu és meu filho e serás sempre meu filho”, disse o clérigo de 53 anos em comentários publicados nas redes sociais.

“Sempre orarei por você. Sempre desejarei a você nada além do melhor”, acrescentou Emmanuel.

‘Comportamento violento’

Os pais do jovem, em entrevista à Australian Broadcasting Corp., afirmaram que seu filho tinha um comportamento violento e suspeita de transtorno do espectro do autismo, mas enfatizaram que ele não era um terrorista.

Eles disseram ainda que estavam escondidos por medo de represálias, especialmente depois que tumultos eclodiram em torno da igreja poucas horas após o esfaqueamento.

A ABC também noticiou que o filho tinha interesse em vídeos online do fundador da Al Qaeda, Osama bin Laden, e que a foto de perfil do menino no WhatsApp era uma imagem de Bin Laden.