quarta-feira, 24 de março de 2021

Heróis da Fé: William Seymour, o pioneiro do avivamento da Rua Azusa

Um dos líderes mais influentes de seu tempo, William Seymour se tornou um símbolo do avivamento bíblico.



FONTE: GUIAME

Missão de Fé Apostólica, na Rua Azusa, onde William Seymour iniciou o movimento pentecostal. (Foto: Reprodução / Shaun Tabatt)

As raízes do movimento pentecostal passam por William Joseph Seymour (1870–1922), um afro-americano, filho dos escravos libertos Simon Seymour e Phyllis Salabarr, que nasceu em Centerville, Louisiana, em 2 de maio de 1870.

Considerado um dos fundadores do pentecostalismo moderno, William Seymour era um pregador vibrante a respeito dos dons espirituais, incluindo a cura divina, e acreditava que falar em línguas, a chamada glossolalia, era a principal evidência do batismo com o Espírito Santo. Apesar de suas convicções, Seymour não havia ainda tido nenhuma experiência dessa natureza.

A família de Seymour era pobre, o que fez com que ele recebesse pouca educação formal. Na parte religiosa, seus pais tinham afiliações com as igrejas Batista e Católica, o que o fez transitar entre as duas denominações em sua infância. Em 4 de setembro de 1870, aos quatro meses de vida, ele foi batizado em uma cerimônia católica na Igreja da Assunção em Franklin, Louisiana. Ainda criança, Seymour ficou cego de um olho após ter contraído varíola. No entanto, essa deficiência não o impediu de, anos mais tarde, dedicar-se a Deus como pregador.

Sobre a juventude de Seymour, não existem muitas informações, mas foi nessa fase da vida que ele alegou ter visões de Deus. Durante esse período também, Seymour fez muitas viagens.

Em 1895, quando tinha 25 anos, Seymour foi morar em Indianápolis, Indiana. Enquanto trabalhava como garçom em restaurantes e hotéis de luxo, ele passou a frequentar a Simpson Chapel Methodist Episcopal Church, uma congregação afro-americana afiliada à Igreja Metodista Episcopal, predominantemente branca.

Cinco anos mais tarde, em 1900, Seymour se mudou para Cincinnati, Ohio, onde se juntou ao Movimento de Restauração da Igreja de Deus, que também era chamado de Os Santos da Luz da Noite. O grupo fazia parte do crescente movimento de Santidade que abraçou uma doutrina radical que incluía a cura pela fé e uma crença no retorno iminente de Cristo, um evento que seria indicado pela integração das raças na adoração - uma conciliação que Seymour tentou realizar, muitas vezes com grande sucesso, ao longo de sua vida pastoral.

Seymour e grupo de pentecostais. (Foto: Wikimedia Commons/Public Domain/Alaniaris)

O grupo também acreditava na doutrina da santificação, um conceito que remonta ao protestantismo do século 19. No entanto, acreditava em uma conversão e santificação imediata, e não gradual, seguindo a aceitação de Cristo e o batismo no Espírito Santo. Mas o próprio Seymour chegou a declarar: “Minha opinião é que todo cristão precisa crescer em sua fé, seja por um evento, vários eventos ou por um processo”.

Seymour foi aluno do pregador pentecostal Charles Parham, fundador do movimento Apostolic Faith, constituído por igrejas independentes que cresceram no sul e no oeste dos Estados Unidos, onde ele realizava as suas reuniões. Nessa mesma época, Seymour era pastor interino de uma pequena igreja em Houston.

Com apoio financeiro de Parham, em 1906 Seymour foi para Los Angeles, convidado por Neeley Terry, que falou sobre um movimento de santidade que estava acontecendo na cidade. Mas a ligação com Parham foi corroída após Seymour dar início ao movimento pentecostal, cujas reuniões foram duramente criticadas por Parham.

O pentecostalismo da Rua Azusa

Antes de encabeçar o forte movimento pentecostal da Rua Azusa, Seymour visitou algumas igrejas onde pregava sobre o avivamento, sendo rejeitado em algumas delas e aceito em outras.

Em Los Angeles, Seymour foi convidado a pregar na igreja de Julia M. Hutchins, que estabeleceu uma nova congregação depois de ter sido expulsa da Segunda Igreja Batista por causa de sua visão de santidade. Em seus sermões ali, Seymour defendia a importância de uma comunidade religiosa inter-racial e de falar em línguas como um sinal do Espírito Santo.

As visões de Seymour e Hutchins não estavam alinhadas, especialmente sobre a glossolalia, o que fez com que ela o impedisse de continuar ministrando em sua igreja.

Considerado o pai do avivamento, sua pregação também não agradou alguns anciãos que não aceitaram o ensinamento de Seymour, principalmente porque ele não havia experimentado o que estava pregando. A Associação da Igreja de Santidade do Sul da Califórnia também condenou a mensagem de Seymour.

Casa da família Asberry na Rua Bonnie Brae Norte 216. (Foto: Reprodução / Public Domain)

Depois disso, Seymour foi convidado pelo casal Ruth e Richard Asberry para realizar cultos em sua casa, na Avenida North Bonnie Brae. Junto com seu grupo, logo Seymour se mudou para o local, de onde começou a orar pelo batismo no Espírito Santo, junto com famílias brancas que também frequentavam os cultos. Após cinco semanas de pregação e de oração de Seymour, Edward S. Lee falou em línguas pela primeira vez.

Entusiasmado com a experiência de Lee, Seymour compartilhou seu testemunho e pregou sobre Atos 2, quando, no mesmo culto, outras seis pessoas começaram a falar em línguas, incluindo Jennie Moore, que mais tarde se tornaria a esposa de Seymour.

Não muito depois daqueles dias, em 12 de abril, Seymour falou em línguas pela primeira vez, depois de orar uma noite inteira. O grupo cresceu rapidamente e, ainda em 1906, foi para um prédio antes ocupado pela Igreja Metodista Episcopal Africana, na Rua Azusa 312. O local estava sendo usado como depósito e estábulo, o que exigiu uma grande limpeza, feita pelos próprios membros.

Seymour e sua esposa, Jennie. (Foto: Reprodução / Black Past)

A casa recebeu móveis de igreja improvisados. O púlpito foi feito com dois caixotes pregados e os bancos eram de tábuas pregadas em barris vazios. Seymour fez sua casa no andar de acima da igreja e começou a realizar cultos três vezes por dia, sete dias por semana. Uma equipe de voluntários, incluindo negros e brancos e homens e mulheres, ajudava Seymour na realização dos cultos na nova congregação, chamada Missão de Fé Apostólica.

As reuniões no local começaram em 14 de Abril de 1906 e continuaram até meados de 1915.

Estima-se que o movimento pentecostal iniciado na Rua Azusa, por Seymour, tem cerca de 20 milhões de seguidores nos EUA e 500 milhões em todo o mundo.

Últimos anos de vida

A Notable Biographies registra que Seymour passou os últimos anos de sua vida viajando pelo país, falando principalmente para o público negro. Em 1915, ele publicou um manual, As Doutrinas e Disciplina da Missão de Fé Apostólica da Rua Azusa de Los Angeles, mas sua influência como figura religiosa estava diminuindo.

Em 28 de setembro de 1922, Seymour morreu de um ataque cardíaco repentino em Los Angeles. Ele foi enterrado no Cemitério Evergreen em East Los Angeles. Após sua morte, Jennie se tornou pastora da igreja e continuou o trabalho de seu marido, mesmo depois de perder a missão Azusa em 1931. Ela morreu em 1936.

William Seymour morreu antes de realizar muitos de seus objetivos. Ele planejou estabelecer escolas e missões de resgate e formar outras congregações, mas esses sonhos nunca se realizaram. Ainda assim, apesar do rápido declínio em sua influência, Seymour teve um tremendo impacto no movimento pentecostal, que cresceu para incluir mais de meio bilhão de crentes em todo o mundo. Na verdade, o Reavivamento da Rua Azusa é frequentemente citado como uma das raízes do pentecostalismo moderno.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Empresa israelense anuncia que está desenvolvendo vacina oral contra a Covid-19

O projeto é fruto de uma parceria entre uma empresa farmacêutica sediada em Jerusalém com um laboratório da Índia.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO JERUSALEM POST

Empresa farmacêutica sediada em Jerusalém irá iniciar testes clínicos para desenvolver a primeira vacina oral da Covid-19. (Foto: Dado Ruvić/Reuters)

Uma empresa farmacêutica israelense-americana irá iniciar testes clínicos em humanos para desenvolver a primeira vacina oral da Covid-19 do mundo.

A Oramed Pharmaceuticals Inc., uma empresa farmacêutica sediada em Jerusalém, anunciou na última sexta-feira (19) uma parceria com a Premas Biotech, uma empresa de biotecnologia baseada na Índia, para desenvolver uma nova vacina oral. Juntas, elas formaram a empresa Oravax Medical Inc.

A tecnologia da Oramed, chamada “POD”, pode ser usada para administrar via oral uma série de tratamentos baseados em proteínas, que de outra forma seriam administrados por injeção. A Oramed está no meio de uma pesquisa clínica de Fase III, através da FDA (Food and Drug Administration dos EUA), de uma cápsula de insulina oral para diabéticos tipo I e tipo II.

Já a Premas começou em março a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus.

As empresas se conectaram no início deste ano, de acordo com o CEO da Oramed, Nadav Kidron, e rapidamente perceberam que poderiam revolucionar o mercado.

“Uma vacina oral de Covid-19 eliminaria várias barreiras para uma distribuição rápida e em larga escala, permitindo que as pessoas tomem a vacina sozinhas em casa”, disse Kidron. “Embora a facilidade de administração seja crítica hoje para acelerar as taxas de inoculação, uma vacina oral pode se tornar ainda mais valiosa no caso de uma vacina da Covid-19 ser recomendada anualmente como a vacina contra a gripe padrão”.

A empresa concluiu um estudo piloto em animais e descobriu que a vacina promoveu o desenvolvimento de anticorpos Imunoglobulina G (IgG) e Imunoglobulina A (IgA). IgA é necessária para imunidade de longo prazo.

Vantagens

A vacina Oravax tem como alvo três proteínas estruturais do novo coronavírus, explicou Kidron, ao contrário da proteína de pico único direcionada pelas vacinas Moderna e Pfizer. Sendo assim, “esta vacina deve ser muito mais resistente às variantes da Covid-19”, afirmou Kidron.

Além disso, é uma vacina à base de levedura, tornando o tempo e o custo de produção muito mais baratos do que seus concorrentes já aprovados.

As vantagens de uma vacina oral vão além da segurança e eficácia, continuou Kidron. Ele disse que os medicamentos orais tendem a ter menos efeitos colaterais.

Além disso, a vacina pode ser enviada em temperaturas de geladeira e até mesmo armazenada em temperatura ambiente, “tornando mais fácil logisticamente obtê-la em qualquer lugar do mundo”, disse Kidron.

Por fim, uma vacina oral não requer administração profissional.

A Oravax antecipa o início de um teste clínico com humanos durante o segundo trimestre de 2021. Kidron disse que está se inscrevendo para testes em vários países, incluindo Estados Unidos, Israel, Europa e México. Ele espera também atingir a África, onde tal vacina oral pode ser essencial.

Kidron espera que os dados de testes humanos de Fase I estejam disponíveis dentro de três meses.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Missionários revelam como contrabandearam milhares de Bíblias para países comunistas

Em operação arriscada e ultrassecreta, os missionários Antti e Esko conseguiram introduzir milhares de Bíblias nos países da Cortina de Ferro.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOD REPORTS

Os missionários Antti [à esquerda] e Esko enviaram milhares de Bíblias para países comunistas. (Foto: Reprodução / God Reports)

Por décadas, Antti e Esko contrabandearam Bíblias para os países da União Soviética e do Bloco Oriental, começando de sua fazenda no interior da Finlândia. A “Missão por Trás da Cortina de Ferro” foi uma operação voluntária privada e ultrassecreta que eles mantiveram em silêncio por longos anos.

“Nunca falamos com ninguém sobre isso”, conta Antti em um vídeo da Stefanus em 2018. Fazer isso poderia colocar sua segurança em risco e cortar o suprimento de Bíblias para pessoas famintas por elas sob governos repressivos que baniram o cristianismo e puniram qualquer pessoa encontrada com a Palavra de Deus.

“As pessoas lá no país que trabalhavam conosco, quando foram apanhadas, algumas pegaram três anos, outras cinco anos [de prisão]”, diz Esko. "O senhor Horev, que foi um dos líderes desta operação (a Missão por Trás da Cortina de Ferro), foi condenado a cinco anos de prisão e, depois de cumprido, acrescentaram mais dois anos à sua sentença”.

Antti e Esko nunca foram pegos. O jogo deles era de gato e rato, uma versão cristã das guerras de espionagem, como foi praticado de forma semelhante pelo Irmão André, fundador da Portas Abertas, e está sendo realizado agora em países islâmicos restritivos.

Amor pelas Escrituras

Antti tinha um grande amor pelas Escrituras e sentia que poderia ajudar os irmãos do outro lado da fronteira com a vizinha União Soviética. Através da floresta finlandesa, não havia pontos de verificação, nenhuma cerca, então entrar e sair foi relativamente fácil.

Ele entrou de bicicleta, carregando 20 Novos Testamentos, dois sob a jaqueta nos ombros e o resto escondido nos bolsos dentro de calças largas. Mais tarde, ele inventou um tanque de gasolina com um compartimento escondido para esconder 40 Bíblias.

Antti começou com Bíblias escondidas em um tanque de gasolina com um compartimento falso. (Foto: Reprodução / God Reports)

Mas o clamor por mais Escrituras era interminável, então Antti conseguiu uma minivan de nove lugares que poderia esconder 250 Bíblias.

“Quando percebemos que a necessidade era tão grande, tivemos que criar notícias constantemente sobre isso”, relata Esko. Eventualmente, eles começaram a construir componentes de habitação pré-fabricados para transportar através da União Soviética para a Grécia e Chipre.

Entre as estruturas de casas de madeira pré-fabricadas carregadas em reboques de trator, eles guardaram 40.000 Bíblias para serem descarregadas na madrugada por colaboradores locais na URSS, Romênia e Tchecoslováquia. Eles também levaram Bíblias e folhetos infantis.

Operação contrabando

A rota de Antti era por Leningrado, Moscou, Tula, Oryol, Kiev, Kishinev, Romênia, Bulgária e, finalmente, Grécia. Lá eles descarregavam as estruturas habitacionais para serem vendidas, fornecendo a fachada para a operação de contrabando.

“Houve uma sensação à noite na Romênia quando as Bíblias foram descarregadas, um momento muito especial que nunca esquecerei”, diz Esko.

De um celeiro em sua fazenda, Antti construiu os painéis e estruturas de habitação a serem enviados para a Grécia.

Celeiro na Finlândia usado para armazenamento das Bíblias que seriam contrabandeadas. (Foto: Reprodução / God Reports)

“Houve muitas respostas às orações durante aqueles anos e à proteção de Deus”, diz Esko.

Antes de iniciar sua longa viagem, Antti pesquisava fervorosamente as Escrituras em busca de uma promessa específica. Quando “situações impossíveis” o confrontavam, ele meditava no versículo para manter sua fé e confiança no Senhor.

“Com essas Escrituras, obtivemos forças para seguir em frente”, diz Esko.

Um versículo era o Salmo 121:8: O Senhor protegerá sua ida e sua vinda, agora e para sempre.

Em 1975, Antti e Esko e dois outros viajaram para a Noruega para se encontrar com os líderes da “Missão por trás da Cortina de Ferro”. Eles oraram pedindo ajuda porque não tinham dinheiro e o Senhor supriu suas necessidades.

“A reunião que tivemos naquela época e os relacionamentos duradouros que construímos foram a orientação clara de Deus”, diz Antti.

Ironicamente, a queda do Muro de Berlim em 1989, que abriu os países orientais ao influxo de missionários cristãos e Bíblias, trouxe depressão para Esko. Sua vida havia sido dedicada à missão secreta e agora não havia mais necessidade dele.

“Fiquei muito feliz porque havia liberdade no Oriente e isso me deu muita alegria”, diz Esko. “Mas também me senti muito confuso. Eu nunca poderia imaginar que Deus iria derrubar o muro. De certa forma, fiquei um tempo perdido em meu próprio caminho. Eu não sabia o que fazer a seguir”.

“Agora, olhando para trás, estava nas mãos de Deus e era o seu tempo, e depois disso milhões ouviram o Evangelho”, alegra-se o missionário.

quarta-feira, 17 de março de 2021

Raro pergaminho com fragmentos dos livros de Zacarias e Naum são encontrados em Israel

As autoridades afirmam que a descoberta do rolo bíblico em caverna é histórica.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA BBC E TIMES OF ISRAEL

As dezenas de fragmentos do rolo bíblico são traduções gregas dos livros proféticos. (Foto: Autoridade de Antiguidades de Israel)..

Um raro pergaminho de 2 mil anos com fragmentos bíblicos dos livros de Zacarias e Naum foi encontrado em cavernas no deserto de Judá em Israel. De acordo com a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), a descoberta foi feita durante uma operação para proteger a rede de cavernas contra salteadores de antiguidades.

As dezenas de fragmentos do rolo bíblico são traduções gregas dos livros proféticos. Apenas a palavra Deus aparece exclusivamente em hebraico. Provavelmente, os escritos encontrados pertenciam a judeus rebeldes, que fugiram para as colinas, após uma revolta contra o domínio romano ter fracassado, no século 2.

Para o diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, Israel Hasson, o pergaminho e outras relíquias achadas na região são "de valor incomensurável para a humanidade".

Os pedaços dos livros proféticos foram identificados como vindos de um pergaminho maior que foi encontrado na década de 1950, na mesma região, que fica a cerca de 80 metros abaixo do topo de um penhasco.

Também foram encontrados no local um esconderijo de moedas raras do período da revolta judaica, um esqueleto mumificado de uma criança de 6 mil anos e uma grande cesta intacta, datada de cerca de 10.500 anos atrás, provavelmente a mais antiga do mundo.

Expedições arqueológicas na região das cavernas no deserto da Judéia fizeram descobertas importantes ao longo do tempo, como os famosos Manuscritos do Mar Morto, as cópias mais antigas conhecidas da Bíblia.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Como a Igreja lidou com epidemias nos séculos passados? Veja exemplos e lições

O Guiame traz um relato histórico emocionante de como os cristãos do passado enfrentaram as pragas com compaixão, resiliência e fé.


FONTE: GUIAME, CÁSSIA DE OLIVEIRA

Culto ao ar livre em São Francisco durante a pandemia da Gripe Espanhola, em 1918. (Foto: Reprodução/Twitter/Marina Amaral)

O ano de 2020 trouxe a maior crise epidêmica das últimas décadas: a pandemia da Covid-19. O impacto foi tanto que alterou todas as áreas da vida, estabelecendo um “novo normal”. Se adaptar a esse novo contexto sombrio foi um desafio para todo mundo, inclusive para a Igreja.

Congregações em todo o mundo tiveram que se habituar aos decretos de prevenção dos governos, investir na programação e cultos online, e dar respostas bíblicas às questões mais difíceis que angustiam o ser humano, como “por que Deus permite o sofrimento?” e “por que o justo sofre?”.

Quando crises batem à porta, temos o costume de olhar para trás em busca de respostas na história das gerações passadas, que também vivenciaram angústias como as nossas. Os cristãos sempre fizeram isto; procuramos nas vidas dos personagens bíblicos o consolo, força e conselho espiritual para nossos próprios desafios.

Em tempo de pandemia, seria sábio o Corpo de Cristo relembrar como a Igreja lidou com outras pandemias nos séculos passados, a fim de tirar lições que nos possam servir hoje.

A igreja protestante na linha de frente das pandemias

Quando olhamos para a história da Igreja durante surtos epidêmicos a vemos atuando na linha de frente, combatendo as pragas através da ajuda social e amparo espiritual.

“As igrejas, de modo geral, têm um histórico de solidariedade e de enfrentamento muito forte das pandemias. As igrejas evangélicas, sejam elas protestantes ou pentecostais, sempre tiveram uma postura muito séria em relação às crises epidêmicas”, analisa o professor de Teologia da Universidade Mackenzie, Gerson Moraes, em entrevista ao Guiame.

O professor afirma que os relatos históricos revelam como muitos pastores e ministros atuaram de forma heroica nas pandemias – muitos até mesmo se sacrificando para cumprir sua missão.

“Durante a Reforma Protestante, vamos encontrar o próprio Martinho Lutero enfrentando uma epidemia de peste negra na Europa. Ele deixa registrado em diversos momentos de sua obra como ele lida com a situação de maneira pastoral; enterra pessoas, cuida de crianças que perderam os pais”, diz Gerson e conclui: “Esse é o perfil histórico de um sacerdote protestante que lidou com esta questão”.

Encontramos relatos de cristãos lidando com crises epidêmicas desde a Igreja Primitiva até a Reforma Protestante; igrejas abrindo suas portas para servir de hospitais, irmãos cuidando de enfermos na própria casa e pastores doando suas vidas como verdadeiros mártires. Acompanhe a linha do tempo e entenda como foi a atuação da Igreja durante as principais pandemias da história.

Imagem ilustrativa de igreja servindo como hospital. 
(Imagem: Calvin Institute of Christian Worship)

Peste Antonina (166-189 d.C.) – Roma

A primeira grande epidemia enfrentada pela Igreja Primitiva foi a Peste Antonina, de 166 a 189 d.C., levada a Roma pelas tropas que retornavam da campanha contra os persas. A doença, provavelmente varíola, dizimou cerca de 10% da população. Em 189 d.C., a taxa de mortalidade por dia chegou a 2 mil pessoas em Roma, de acordo com o historiador romano Dio Cassio.

Segundo Glenn Sunshine, professor de História na Universidade Estadual do Centro de Connecticut, as pessoas da época já entendiam que a praga era contagiosa e, por isso, expulsavam seus doentes de casa para morrerem na rua e os ricos fugiam para suas propriedades rurais no interior.

O professor disse em artigo para a Mission Frontiers, que os cristãos permaneceram em Roma para cuidar dos vizinhos doentes, mesmo sabendo que não tinham meios de se proteger contra a doença. Os cuidados básicos de enfermagem oferecidos pela Igreja salvaram muitas vidas e contribuíram para o rápido crescimento do cristianismo.

Peste de Cipriano (249-262 d.C.) – Roma

Cristãos orando do lado de fora de uma igreja durante a Gripe Espanhola em São Francisco (EUA), em 1918. (Foto: Hulton Archive/Getty images)

No século seguinte, o mesmo fenômeno ocorreu. A Peste de Cipriano – chamada assim em homenagem a Cipriano, o bispo de Cartago que registrou a epidemia – atingiu o Império Romano drasticamente. No pico da epidemia, a praga matou 5 mil pessoas por dia em Roma. E dois terços da população de Alexandria, a segunda maior cidade do Império Romano, morreu vítima da doença.

A praga – que pode ter sido um novo surto de varíola ou uma febre hemorrágica como o ebola, segundo os especialistas – foi descrita como terrível pelo Bispo Cipriano: “Os intestinos são sacudidos por um vômito contínuo; os olhos estão em chamas com o sangue infectado; em alguns casos, os pés ou algumas partes dos membros são arrancados pelo contágio da putrefação doentia”.

Novamente os cristãos, de maneira corajosa, cuidavam dos doentes e moribundos enquanto cidades inteiras eram abandonadas na Itália. “No início da doença, [os italianos] empurraram os sofredores e fugiram de seus entes queridos, jogando-os nas estradas antes que morressem e tratando os cadáveres não enterrados como sujeira”, relatou Cipriano.

Assim como no século passado durante a Peste Antonina, o cristianismo teve um crescimento exponencial. O sociólogo religioso Rodney Stark calcula que a população cristã em 251 d.C. era formada por cerca de 1,2 milhão no Império Romano e em 300 d.C. já eram cerca de 6 milhões de crentes, segundo informa Glen Scrivener em artigo para o The Gospel Coalition.

Rodney Stark avalia que ao cuidar dos não crentes infectados, a Igreja criou novas redes sociais, fazendo com que o Evangelho se propagasse rapidamente e convertendo muitos pagãos ao Evangelho. O sociólogo conclui que as pragas foram um importante fator para o crescimento do cristianismo no Império Romano, provando mais uma vez que o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade.

Peste Negra (século 14) – Europa e Ásia

Do século 14 em diante, a Peste Negra assombrou a Europa matando milhões de pessoas. Em apenas cinco anos, metade da população do continente morreu vítima da doença. Nesta pandemia, a Igreja atuava na linha de frente, muitas vezes disponibilizando seus templos para servirem de hospitais improvisados, onde ministros auxiliavam como enfermeiros leigos.

Na era da Reforma Protestante, em agosto de 1527, a Peste Negra atingiu a cidade de Wittenberg na Alemanha, morada de Martinho Lutero. Muitos moradores fugiram da cidade para salvar suas vidas, Lutero foi aconselhado a fazer o mesmo, mas ele e a esposa Katharina, que estava grávida na época, decidiram permanecer para cuidar dos infectados.

Em carta de 19 de agosto de 1527, Martinho Lutero escreveu: “Estamos aqui sozinhos com os diáconos, mas Cristo está presente também, para que não estejamos sós, e Ele triunfará em nós sobre aquela velha serpente, assassina e autora do pecado, por mais que ele machuque o calcanhar de Cristo. Ore por nós e adeus”.

Segundo Michael Whiting, diretor de conteúdo da Universidade Dallas Baptist, em artigo para o site da mesma universidade, embora o reformador tivesse se recusado a fugir da praga para cuidar de doentes em sua própria casa, Lutero recomendava aos fiéis que seguissem as medidas de proteção contra a Peste Negra.

Martinho dizia que as orações de fé deveriam ser oferecidas pela misericórdia de Deus junto com as práticas responsáveis de saneamento, medicação e isolamento social para “não ser responsável pela própria morte ou de qualquer outra pessoa”. E, embora ele seguisse os conselhos médicos tanto quanto possível, dizia que “não negligenciaria seus deveres como cristão e pastor”, caso seu vizinho precisasse dele ou alguém necessitasse de conforto quando estava doente ou morrendo, era seu dever estar presente.

E afirmava contundente: "Se fosse sua hora de morrer, Deus saberia onde encontrá-lo”. Martinho Lutero e Katharina sobreviveram à epidemia.

Lutero e sua esposa Katharina cuidaram de enfermos durante a Peste Negra em 1527. (Foto: Wikimedia Communs) 

Cólera (1817 – até hoje)

Existente desde a Antiguidade, a primeira epidemia global de cólera aconteceu em 1817 e desde lá o vírus sofreu mutações, ocasionando novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos.

Em 1854, um surto de cólera assombrou Londres, na época a capital mais rica do mundo com mais de 2 milhões de habitantes. Neste tempo, Charles Spurgeon, com apenas 20 anos, pastoreava a capela da New Park Street.

O príncipe dos pregadores notou que a recepção dos londrinos ao Evangelho estava maior durante a epidemia. Aqueles que antes zombavam de sua pregação, agora estavam buscando esperança em Deus.

“Se existe um momento em que a mente é sensível, é quando a morte está em alta. Lembro-me, quando vim a Londres pela primeira vez, de como as pessoas ouviam o Evangelho com ansiedade, pois a cólera estava se alastrando terrivelmente. Houve pouca zombaria então”, relatou Spurgeon.

O pregador contou a história de um homem moribundo de Londres que antes o criticava: “Aquele homem, em sua vida, costumava zombar de mim. Em linguagem forte, ele sempre me denunciou como hipócrita. No entanto, ele mal foi atingido pelos dardos da morte e buscou minha presença e conselho, sem dúvida sentindo em seu coração que eu era um servo de Deus, embora ele não se importasse em admitir isso com seus lábios”.

Glen Scrivener, evangelista da Igreja da Inglaterra, em artigo para o The Gospel Coalition, avalia que “Spurgeon viu as pragas de seus dias como uma tempestade que levou muitos a buscar refúgio em Cristo, a Rocha”.

Gripe Espanhola – (1918 a 1919)

Igreja Episcopal do Calvário em Pittsburgh servindo como hospital durante a Gripe Espanhola. (Foto: Reprodução/ Pittsburgh Post-Gazette)

No início do século 20, a Gripe Espanhola se espalhou pelo mundo todo, dizimando cerca de 50 milhões de pessoas. No Brasil, a doença matou o presidente Rodrigues Alves. A pandemia desafiou países, governos, igrejas e profissionais da saúde a lidar com uma crise generalizada em um mundo que ainda se recuperava da destruição da Primeira Guerra Mundial.

Segundo o Dr. Michael Whiting, diretor de Comunicação da Universidade Batista Dallas, nos EUA, os templos das igrejas foram fechados e os cristãos continuaram adorando a Deus em suas casas. Há relatos também de cultos ao ar livre, como registrado na cidade de São Francisco.

Muitas igrejas abriram suas portas para servir como clínicas de saúde improvisadas já que os hospitais estavam lotados. Médicos e enfermeiros cristãos se doavam para cuidar dos infectados, junto com irmãos leigos, muitos deles sacrificando a própria vida, de acordo com Whiting em artigo para o site da mesma universidade.

Conforme registros da Biblioteca Mary Baker Eddy, durante a pandemia da Gripe Espanhola, líderes protestantes, católicos e judeus discutiam sobre os decretos do governo de fechar as igrejas. Alguns acreditavam que o serviço da igreja era mais do que necessário naquele momento, defendendo que os templos ficassem abertos. Cientistas cristãos também participavam da discussão, alguns deles eram favoráveis a obedecer à ordem de contenção.

Também há relatos de igrejas brasileiras na luta contra a Gripe Espanhola, como a Igreja Presbiteriana de Curitiba. Segundo reportagem da Gazeta do Povo, durante a epidemia que atingiu a capital do Paraná entre 1918 e 1919, a igreja recebeu doentes, quando os postos de saúde se encontravam superlotados.

Juarez Marcondes Filho, pastor titular desta igreja e secretário-geral da Igreja Presbiteriana do Brasil, afirmou à Gazeta do Povo que a casa pastoral serviu de ambulatório emergencial. “Provavelmente fiéis médicos ajudaram no acolhimento. Foi algo emergencial, não oficial. Estávamos próximos ao Centro e houve um apelo”, explicou.

Pastores na linha de frente em pandemias: verdadeiros mártires

Pastor Eduardo Lane e sua esposa Mary. O pastor presbiteriano cuidou de enfermos durante um surto de Varíola em Campinas (SP). 
(Foto: Reprodução/IBEL/TV Mackenzie)

Na história da Igreja, encontramos relatos de pastores batalhando na linha de frente nas pandemias. Homens corajosos que não tiveram sua vida como preciosa e cumpriram seu pastorado até o fim, muitos sacrificando a própria vida para salvar outras.

Durante a pandemia da Covid-19, a história se repete. Ministros servindo sua igreja, consolando famílias enlutadas, enterrando vítimas do coronavírus, pregando a esperança vindoura para um mundo em desespero. Infelizmente, muitos desses pastores foram promovidos aos Céus por serem infectados da Covid, morrendo como verdadeiros mártires pelo Evangelho.

Gerson Moraes, professor de Teologia da Universidade Mackenzie, lembra ao Guiame que a situação do pastor é muito delicada: “O pastorado significa se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Você tem que estar preparado espiritualmente para fazer um enterro de manhã e um casamento ao final da tarde”.

O professor cita como exemplo o testemunho do pastor presbiteriano Eduardo Lane que atuou na epidemia de Febre Amarela em Campinas, no final dos anos 1880. Na época, a cidade tinha entre 15 mil a 18 mil habitantes e a doença reduziu drasticamente a população para 5 mil moradores.

O pastor Lane, que também era médico, cuidava dos enfermos. E recusando-se a abandonar os pacientes, acabou morrendo vítima de Febre Amarela.

O papel da Igreja em tempos de pandemia

Jornal anunciando o cancelamento de cultos em São Francisco durante a Gripe Espanhola. (Foto: Reprodução/Newspapers.com)

Glenn Shunsine, professor de História na Universidade Estadual do Centro de Connecticut, em artigo para a Mission Frontiers, lembra que a maneira de amar o próximo pode ser diferente para cada período da história, visto que nas pandemias anteriores a ciência não era tão avançada e não haviam hospitais modernos e tantos profissionais qualificados.

“Amar o nosso próximo pode significar coisas diferentes em momentos diferentes”, ponderou Shunsine. “Pode significar distanciamento social para que não corramos o risco de infectá-los como Lutero sugeriu, mas também pode significar ir a áreas onde corremos o risco de contrair a doença. Se formos para essas áreas, devemos tomar todas as precauções possíveis contra a infecção, mas reconhecer com Paulo que ‘para mim, viver é Cristo e morrer é ganho’", afirmou Glenn.

O professor também destacou a importância da oração em tempos de pandemia, junto com o tratamento médico formal. Ele disse que muitos milagres foram registrados nas crises epidêmicas ao longo da história: “Não é incomum encontrar relatos de curas milagrosas em resposta à oração em epidemias em várias partes do mundo nos últimos 200 anos”.

Para o historiador, Deus continua ouvindo nossas orações em favor dos enfermos: “Deus continua a curar em resposta à oração, e seríamos tolos se não nos voltássemos para Ele em todos os nossos esforços para lidar com doenças e seu impacto em vidas e comunidades. Não devemos negligenciar a oração”.

“Se existe um momento em que a mente é sensível,
é quando a morte está em alta".
— Charles Spurgeon

Shunsine também enfatizou que a Igreja, desde o seu início, considerou a ciência como uma graça de Deus dado aos homens, incentivando que Igreja atual faça o mesmo. “Desde os primeiros séculos, os cristãos reconheceram a medicina como um bom presente de Deus e utilizaram os melhores conhecimentos médicos e tecnologias disponíveis; eles também defenderam seguir os conselhos médicos. Ao lidarmos com a Covid-19 e outras doenças, devemos seguir seu exemplo”, observou Gleen.

Segundo o teólogo Gutierres Fernandes, a Igreja tem um papel social importante em pandemias porque exerce influência sobre a vida de muitas pessoas: “Quando a Igreja segue os protocolos de segurança recomendado pelos agentes de saúde e quando promove campanhas de conscientização, a Igreja está agindo de maneira sábia”, disse ao Guiame.

Já Gerson Moraes, professor de Teologia da Universidade Mackenzie, recorda que a Igreja deve estar na linha de frente durante as calamidades, ajudando o próximo e anunciando as boas novas de salvação.

E Gerson vai além: “A Igreja deve ser a linha de frente não apenas no serviço, mas em relação ao discurso. Ela deve andar de mãos dadas com a ciência, lutando contra o engano. Não ser negacionista, não ser obscurantista, não se vender para políticos de ocasião. E manter sua mensagem eterna e eficaz, que não deve mudar ou ser vendida em hipótese nenhuma”.

sexta-feira, 12 de março de 2021

‘Operação Shalom’ investiga crimes de racismo contra judeus no Rio de Janeiro

 O Brasil faz parte de diversos tratados e acordos internacionais que visam combater e criminalizar condutas racistas ou discriminatórias.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA EBC E CNN BRASIL

Polícia Federal investiga crimes de racismo contra judeus no Rio. (Foto: Divulgação / PF)

A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (12) dois mandados de busca e apreensão em uma ação que visa combater a prática do crime de racismo contra judeus no Rio de Janeiro. Os equipamentos apreendidos serão encaminhados para perícia.

As investigações da Operação Shalom, paz em hebraico, começaram depois que vídeos em que um suspeito pregava o ódio e a intolerância racial foram publicados na internet. Na gravação se falava em um novo holocausto (genocídio de judeus e outras minorias étnicas durante a Segunda Guerra Mundial), o que gerou repercussão internacional.

Segundo a PF, o suspeito, que é um pastor e já havia sido preso e condenado pela prática e incitação à discriminação religiosa, vai responder agora pela prática ou incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, quando cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza. A pena pode chegar a cinco anos de prisão, além do pagamento de multa.

O Brasil faz parte de diversos tratados e acordos internacionais que visam não somente combater, mas também criminalizar condutas racistas ou discriminatórias, seja por questões de raça, étnica, cor, religião ou nacionalidade.

Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e o crime prevê pena de até cinco anos de prisão, além de multa. O nome do investigado ainda não foi divulgado

quarta-feira, 10 de março de 2021

Suprema Corte dos EUA apoia estudante impedido de pregar o Evangelho na faculdade

A Suprema Corte americana decidiu em favor de um estudante, que em 2016 foi impedido por funcionários da faculdade de falar sobre o cristianismo.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO NEW YORK TIMES

O estudante Chike Uzuegbunam teve seu discurso religioso restrito em 2016. (Foto: Alliance Defending Freedom)

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu na segunda-feira (8) que um estudante da Geórgia poderia entrar com um processo contra a sua faculdade, após ser impedido de falar sobre o cristianismo a outros alunos.

O tribunal ficou do lado do estudante Chike Uzuegbunam por 8 votos a 1, com divergência apenas do presidente da Suprema Corte, John Roberts.

Em nome da maioria, o juiz Clarence Thomas considerou que Uzuegbunam pode pedir indenização por danos nominais por ter seu discurso religioso silenciado pelos funcionários da Faculdade Georgia Gwinnett, uma instituição pública na cidade de Lawrenceville.

Em 2016, a faculdade designou duas pequenas áreas de concreto como “áreas da liberdade de expressão”. O local em que a liberdade de expressão era permitida — um pátio e uma calçada — representa apenas 0,0015% do campus, segundo a Alliance Defending Freedom (ADF), uma organização cristã que atuou na defesa do estudante.

Além disso, as zonas de liberdade de expressão estavam disponíveis apenas durante a semana, por quatro horas na maioria dos dias e duas horas às sextas-feiras. Os alunos poderiam reservar seu espaço uma vez a cada 30 dias.

Uzuegbunam, que é evangélico, tentou cumprir as regras, reservando um lugar em uma das zonas para falar sobre sua fé. Mas depois da reclamação de alguns alunos, um policial do campus disse que ele só poderia distribuir literatura e ter conversas individuais.

Falar em público em uma zona de liberdade de expressão, disse o oficial, era considerado uma conduta de desordem.

Uzuegbunam processou a faculdade, dizendo que as políticas da instituição violavam seus direitos da Primeira Emenda. A Georgia Gwinnett defendeu brevemente sua política, argumentando que sua discussão sobre sua fé equivalia a “palavras provocadoras” que não são protegidas pela Constituição.

“O demandante usou linguagem religiosa controversa que, quando dirigida a uma multidão, tem a tendência de incitar hostilidade”, escreveram os advogados da faculdade.

A conselheira geral da ADF, Kristen Wagoner, que defendeu o caso perante a Suprema Corte, elogiou a decisão. “A Suprema Corte afirmou acertadamente que os funcionários públicos devem ser responsabilizados pelos danos que causaram”, afirma.

“Grupos que representam diversos pontos de vista ideológicos apoiaram nossos clientes, porque a ameaça às nossas liberdades, constitucionalmente protegidas, não para com os direitos de liberdade de expressão ou um campus universitário”, acrescenta Wagoner.

segunda-feira, 8 de março de 2021

Papa Francisco e Aiatolá Ali al-Sistani pedem “unidade” em encontro histórico no Iraque

O encontro, que aconteceu na viagem papal ao Iraque, aponta mais um esforço de Francisco para aprofundar o diálogo com outras religiões.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO THE GUARDIAN

Papa Francisco em encontro com o Grande Aiatolá Ali al-Sistani em Najaf,
 no Iraque. (Foto: Vaticano/AP)

Dois dos líderes religiosos mais influentes do mundo tiveram um encontro histórico no sábado (6), em busca de promover “paz e unidade”, durante a primeira visita papal ao Iraque.

O Papa Francisco, de 84 anos, líder dos 1,2 bilhão de católicos romanos do mundo, e o Grande Aiatolá Ali al-Sistani, de 90 anos, líder espiritual da maioria dos muçulmanos xiitas do mundo, conversaram por quase uma hora na modesta casa alugada de Sistani, na cidade sagrada de Najaf.

Sistani afirmou sua preocupação de que os “cidadãos cristãos vivam como todos os iraquianos em paz e segurança, e com todos os seus direitos constitucionais”, segundo um comunicado.

Francisco agradeceu a Sistani por ter “levantado a voz em defesa dos mais fracos e perseguidos” nos momentos mais violentos da história recente do Iraque, disse o Vaticano.

O papa tirou os sapatos antes de entrar no quarto de Sistani. O clérigo muçulmano, que normalmente permanece sentado para receber visitantes, se levantou para cumprimentar Francisco na porta de seu quarto — uma honra rara.

Agenda inter-religiosa do Papa

O encontro, que aconteceu no segundo dia da viagem de três dias ao Iraque, é um momento marcante na história religiosa moderna e um marco nos esforços de Francisco para aprofundar o diálogo com outras religiões.

Francisco, um forte defensor do diálogo inter-religioso, encontrou-se com os principais clérigos sunitas em vários países de maioria muçulmana, incluindo Bangladesh, Marrocos, Turquia e Emirados Árabes Unidos.

Há dois anos, ele e o sheik Ahmed al-Tayeb, imã da mesquita de al-Azhar no Cairo e uma importante autoridade para os muçulmanos sunitas, assinaram um texto encorajando o diálogo cristão-muçulmano.

Depois de conhecer Sistani, Francisco viajou para a antiga cidade de Ur, local do nascimento de Abraão, o patriarca bíblico reverenciado por cristãos, muçulmanos e judeus.

Outdoor do Papa Francisco e do principal clérigo xiita do Iraque, o Aiatolá
 Ali Al-Sistani, antes da visita papal ao Iraque. (Foto: Reuters)

Francisco encontrou representantes de diversas comunidades religiosas do Iraque, incluindo yazidis, cuja cidade de seus ancestrais — mandeanos, kakais, bahá'ís e zoroastrianos — foi devastada pelo Estado Islâmico em 2014.

Sheiks xiitas e sunitas, bem como clérigos cristãos, também compareceram.

A população cristã do Iraque diminuiu de cerca de 1,4 milhão para cerca de 250.000, antes da invasão liderada pelos EUA em 2003. Os cristãos foram alvos do Estado Islâmico entre 2014 e 2017 e dizem que ainda sofrem discriminação e perseguição.

Em seu discurso em Ur, Francisco disse que a liberdade de consciência e de religião são “direitos fundamentais” que devem ser respeitados em todos os lugares. “Nós, fiéis, não podemos ficar calados quando o terrorismo abusa da religião.”

Ele também fez um apelo veemente por “unidade” após o conflito. “Hostilidade, extremismo e violência não nascem de um coração religioso: são traições da religião.”

Mais tarde, Francisco realizou uma missa na Catedral de São José em Bagdá. No domingo (7), ele visitou as comunidades cristãs em Mosul, Erbil e Qaraqosh, no norte do país.

sexta-feira, 5 de março de 2021

“É muito possível que já estejamos no princípio das dores”, diz apologista cristão

Pastor Ciro Zibordi comenta, em entrevista ao Guiame, sobre o final dos tempos pela perspectiva da Teologia Pentecostal


FONTE: GUIAME, CÁSSIA DE OLIVEIRA

O apologista Ciro Zibordi comenta sobre o final dos tempos em entrevista ao Guiame. (Foto: Divulgação).

O apologista cristão Ciro Zibordi afirmou, em entrevista ao Guiame, que é possível estarmos vivendo no princípio das dores, ao analisar o contexto de pandemia que o mundo se encontra.

Baseado na corrente pré-tribulacionista – que crê que a Igreja será arrebatada antes da Grande Tribulação –, o teólogo diz que não podemos afirmar categoricamente em que período estamos, já que o arrebatamento será iminente. E lembra que os sinais mencionados na Bíblia dizem respeito ao tempo do fim, e não ao Arrebatamento.

Apesar disso, observando o que está acontecendo no mundo e considerando que os sinais são progressivos, para Ciro existe a possibilidade de estarmos na época chamada na Bíblia de princípio das dores: “o qual começa um pouco antes do Arrebatamento da Igreja e adentra os primeiros anos do período tribulacional”.

O apologista explica ainda que a Igreja está vivendo os “últimos dias” desde o dia de Pentecostes, já que Pedro interpretou a profecia de Joel 2.28-29 da seguinte forma: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne” (At 2.17).

“Creio que estamos na culminância desses últimos dias, pois os sinais cósmicos mencionados por Joel ainda não se cumpriram. Ou seja, estamos muito possivelmente, nos ‘últimos dias dos últimos dias’”, esclarece Ciro Zibordi.

De acordo com Zibordi, o arrebatamento desencadeará o início do final dos tempos, seguido pelos sete anos da Grande Tribulação.

Sobre Ciro Zibordi

Ciro Zibordi é teólogo, escritor e membro da Casa de Letras Emílio Conde e da Academia Evangélica de Letras do Brasil.

Autor de vários best-seller da CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus) como “Erros que pregadores devem evitar”, “Evangelhos que Paulo jamais pregaria” e “Teologia Sistemática Pentecostal”(co-autor).

Também é professor do Centro Educacional Teológico das Assembleias de Deus no Brasil (CETADEB) e pastor na Igreja Assembleia de Deus.

quinta-feira, 4 de março de 2021

Visita do Papa levanta questões sobre a Igreja Perseguida no Iraque

Em visita inédita ao país, o Papa Francisco irá a igrejas atacadas pelo Estado Islâmico

Uma das igrejas a ser visitadas pelo Papa no Iraque, Al Tahira foi usada como campo de tiro do Estado Islâmico durante a ocupação do grupo
Crédito: Portas Abertas

Entre os dias 5 e 8 de março, o Papa Francisco visitará o Iraque pela primeira vez, sobretudo as igrejas que foram alvos do Estado Islâmico nos últimos anos. A igreja iraquiana é uma das mais antigas do mundo, mas está ameaçada de extinção, devido aos frequentes ataques vindos de grupos extremistas. Desde o início dos anos 90, o número de seguidores de Cristo no país caiu cerca de 90%.

O Papa visitará vários lugares no Iraque, entre os quais Qaraqosh e Bagdá, principais pontos de atuação da Portas Abertas. No dia 5 de março, o líder passará por Bagdá, capital do país. E, no dia 7 de março, a visita acontecerá às cidades de Qaraqosh e Erbil, principais cidades onde acontece a perseguição e ataques aos seguidores de Cristo.

O Iraque ocupa o 11º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2021, onde os seguidores de Jesus enfrentam perseguição em todas as esferas da vida; a perseguição parte de amigos, familiares, grupos extremistas, líderes de grupos não cristãos e de autoridades oficiais do país. Desde o ano passado, muitos protestos violentos aconteceram e a extremistas islâmicos continuam ativos no Iraque, atacando e sequestrando cristãos. Muitos cristãos foram mortos em bombardeios e ações violentas.

Em 2014, dezenas de milhares de cristãos foram expulsos de casa após a invasão do Estado Islâmico. As igrejas no Iraque também viraram alvo dos extremistas e muitos templos foram destruídos. Os cristãos ex-muçulmanos muitas vezes são obrigados a manter a nova fé em segredo, porque sofrem pressão para abandonar o cristianismo, além de perderem emprego e acesso às necessidades básicas. A pressão vem em maior parte da família; uma mulher ex-muçulmana corre riscos de enfrentar diversos abusos, prisão domiciliar, assédio e violência sexual e até mesmo a morte, caso a fé seja revelada.


Por meio de parceiros no Iraque, a Portas Abertas trabalha para apoiar os cristãos no país há mais de 20 anos com distribuição de Bíblias, treinamentos, ajuda emergencial em crises, projetos socioeconômicos e reconstrução de igrejas e lares destruídos pelo Estado Islâmico. Com a reconstrução de casas e igrejas, os cristãos podem retornar para a cidade natal, tendo igrejas para congregar e assim propagando o cristianismo no país. Saiba como ajudar cristãos no Iraque através da sua doação.

Pedidos de oração

*Ore para que a visita do Papa ao Iraque chame a atenção da comunidade internacional para a situação da Igreja Perseguida no país e assim ações de apoio sejam desenvolvidas.

*Clame pelos seguidores de Cristo no Iraque, para que Jesus os fortaleça na fé, para que não desanimem em meio a perseguição e dificuldades que enfrentam.

*Interceda pelos grupos extremistas que causam tanto sofrimento ao país, para que o Espírito Santo do Senhor aja sobre a vida deles, trazendo transformação.

quarta-feira, 3 de março de 2021

Leitura da Bíblia cresce desde o início da pandemia no Reino Unido

Mark Woods diz que três coisas principais fazem com que a Bíblia deixe as pessoas mais confiantes, mentalmente saudáveis e mais esperançosas.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO PREMIER

Segundo pesquisa, a leitura da Bíblia aumenta a confiança no futuro e traz saúde mental. (Foto: Reprodução / iStock)

A explosão das restrições em todos os tipos de atividades no Reino Unido fez com que os cristãos passassem a ler mais a Bíblia em busca de esperança e conforto.

De acordo com nossa pesquisa recente, um número significativo de cristãos relatou que a leitura da Bíblia aumentou a esperança em Deus (42%); 28 por cento disseram que aumentou sua confiança no futuro, enquanto 63 por cento disseram que permitiu que sua confiança permanecesse a mesma, em vez de diminuir.

Os resultados são de uma nova pesquisa, que também sugere que a leitura bíblica é boa para a saúde mental, especialmente em tempos de pandemia. A informação foi compartilhada por Mark Woods, da Sociedade Bíblica do Reino Unido.

“Quase um quarto dos 1.000 cristãos que pesquisamos disseram que a leitura da Bíblia também aumentou seu bem-estar mental. E descobrimos que, desde que a pandemia atingiu, os cristãos estão lendo a Bíblia com mais frequência - 35 por cento dos entrevistados em geral, enquanto entre os 25 a 34 anos esse número sobe para mais da metade”, disse a instituição.

Para eles, três coisas principais fazem com que a Bíblia deixe as pessoas com mais confiança, mentalmente saudáveis ​​e mais esperançosas.

“Primeiro, há muitas histórias na Bíblia que se transferem diretamente para a nossa situação hoje. Se as pessoas estão preocupadas em pegar Covid-19, ou perder seus empregos, ou estão frustradas e tristes por não poderem ver suas famílias, elas podem ler as palavras de Jesus ‘Não fique preocupado e chateado ... Acredite em Deus e acredite também em mim’ (João 14:1) falam diretamente aos seus corações”, explica Woods.

Em segundo lugar, ele diz, o que realmente impressiona as pessoas e as traz de volta à Bíblia não sejam as partes tradicionalmente reconfortantes dela. “A Bíblia é uma mistura. Sim, está repleta de salmos gloriosamente edificantes e ensinamentos inspiradores. Mas também tem violência e horror”, lembra.

Woods explica que “os salmistas e os profetas passam tanto tempo lamentando quanto regozijando-se. Jó e Lamentações são longos gritos de dor. O Eclesiastes é uma expressão elegante de pura perplexidade com o mundo”.

“Talvez uma das coisas que os cristãos redescobriram durante a pandemia é que a Bíblia tem a linguagem de que precisamos para expressar o que estamos sentindo quando o mundo não faz mais sentido, e os suportes que geralmente nos sustentam caíram”, diz.

Citando o Salmo 69:3 ("Estou cansado de pedir socorro; minha garganta está seca. Meus olhos desfalecem, procurando o meu Deus"), Woods diz precisamos saber que não há problema em lamentar e reclamar diante de adversidades.

“A Bíblia tem a linguagem de que precisamos para expressar o que estamos sentindo quando o mundo não faz sentido”, diz.

Na visão de Woods, o terceiro ponto é que existem versículos que podem não ser tão significativos para nós a longo prazo quanto sermos capazes de nos localizar na grande história de Deus. “A Bíblia está cheia de histórias, mas também é uma história. Começa em um jardim e termina em uma cidade-jardim”, diz.

“O drama das Escrituras envolve criação, queda, Israel, Cristo, a Igreja e a nova criação - e todos nós fazemos parte dessa história”, lembra. Para ele, o ato de ler a Bíblia com fé nos torna parte de algo maior. “Nós entendemos em algum nível profundo que nossas vidas têm significado e que Deus é por nós. Jesus ressuscitou. Podemos não entender todas as imagens tumultuadas do Apocalipse, mas ainda assim entendemos a mensagem e, no final, nós vencemos.”

Woods diz que “talvez não seja surpreendente que estejamos nos voltando mais para a Bíblia. Que livro melhor poderia haver, para uma época como esta?”

segunda-feira, 1 de março de 2021

Festa judaica de Purim é proibida em Israel devido à pandemia

As comemorações foram proibidas, com multas para quem as organizasse.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO OBSERVADOR E EXAME

Meninas judias ultraortodoxas usam trajes festivos no domingo, 28 de fevereiro de 2021, para celebrar o feriado judaico de Purim, em Jerusalém. (Foto: Oded Balilty / AP)

A pandemia de Covid-19 afetou uma das comemorações mais significativas para os judeus: a Festa de Purim. Devido às restrições impostas pelo coronavírus, as celebrações estão sendo impedidas pela polícia de Israel e alguns rabinos pedem às pessoas que não bebam muito para manter o distanciamento social.

Extraído do relato do bíblico Livro de Ester de como os judeus foram poupados do genocídio na antiga Pérsia, Purim é comemorada com o uso de todos os tipos de fantasias elaboradas, doação de comida para festas e bebidas.

As festas de Purim foram proibidas, com multas para quem as organizasse. Isso estimulou comemorações espontâneas de rua em Tel Aviv. O comandante da polícia, Ziv Saguy, disse que a corporação estava aplicando 200 multas por hora.

Toque de recolher

Este ano, Israel - que começou a sair de seu terceiro lockdown nacional em 21 de fevereiro - reimpôs toques de recolher noturnos para o fim de semana prolongado de Purim e acesso limitado a Jerusalém.

Em comunicado conjunto, o gabinete do primeiro-ministro e o Ministério da Saúde israelitas informam quarta-feira que o recolher obrigatório entre as 18h30 e 5h00 estará em vigor de quinta-feira até este sábado.

“Isto é para evitar o que aconteceu no último Purim, que não queremos que se repita” disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, durante uma visita a um centro de vacinação no norte do país, em referência às grandes festividades de 2020, consideradas por cientistas como tendo contribuído para a primeira vaga de Covid-19 no país.

Durante o toque de recolher obrigatório, ficarão proibidas visitas a residências de pessoas terceiras e os transportes públicos funcionarão de forma reduzida. De acordo com o Governo, as deslocações ficarão também limitadas a um quilômetro da residência.

Apesar disso, longos engarrafamentos se formaram na estrada para Jerusalém, enquanto a polícia tentava impedir que grandes grupos chegassem à cidade sagrada para o festival. Algumas pessoas abandonaram seus veículos e caminharam pela rodovia.