Sem casas e sem segurança, cristãos ex-mulçumanos da etnia Rohingyas enfrentam a perseguição de seu povo e de grupos radicais muçulmanos
Cristãos em Kutupalong, o maior campo de refugiados do mundo em Cox Bazar, no sudeste de Bangladesh Crédito: Portas Abertas
Três anos depois que uma repressão dos militares de Mianmar forçou os Rohingyas a fugir de suas casas, muitos deles ainda vivem em campos de refugiados na fronteira com Bangladesh. Enquanto a segurança nos campos é um problema para todos eles, a população cristã minoritária enfrenta uma vulnerabilidade dupla: sua origem étnica e sua fé.
Os Rohingya são em sua maioria muçulmanos, mas há alguns convertidos cristãos entre eles. Por causa de sua fé, eles enfrentam uma pressão crescente de outros refugiados, autoridades locais e grupos islâmicos radicais, como o Exército de Salvação Arakan Rohingya ou ARSA. E viver em um campo de refugiados significa que eles não têm a quem recorrer ou como escapar.
Saiful Peter está entre os 2 mil cristãos que vivem em Kutupalong, o maior campo de refugiados do mundo em Cox Bazar, uma cidade no sudeste de Bangladesh. Eles compartilham a área com mais de 1 milhão de muçulmanos.
“Nós, muçulmanos e cristãos, vivemos juntos por muitos anos”, disse Peter. "Mas a ARSA está nos atacando quase todos os dias no acampamento e aos domingos durante os cultos de adoração a Deus. Somos discriminados pelos muçulmanos Rohingya porque somos cristãos", explica.
Em janeiro, três cristãos foram sequestrados durante um ataque. O paradeiro de dois deles é desconhecido e Peter diz que a comunidade teme por suas vidas. Uma menina de 14 anos que também foi sequestrada de uma igreja, também foi forçada a se converter ao islamismo e casada forçadamente com um dos militantes da ARSA.
administrado pela ONU. Os ataques e assédio, no entanto, continuaram, de acordo com Peter. “Funcionários da ONU nos disseram que vão construir um campo separado para nós a fim de garantir nossa proteção”, disse ele. Nove meses depois, nada aconteceu.
Existem muitos fatores que contribuem para a vulnerabilidade dos cristãos entre os Rohingya. Quando as pessoas são perseguidas por sua origem étnica, a coesão do grupo é muito importante e fortemente vigiada. Este nível de controle é facilitado pelos acampamentos super lotados e uma aplicação da leis e regras frágeis nos acampamentos. Além disso, os Rohingyas que se convertem ao cristianismo são vistos como aqueles que viraram as costas ao seu povo e traidores, sendo comprados por cristãos ocidentais.
O que torna a situação ainda mais complexa é a presença de grupos militantes como a ARSA, radicalizando os muçulmanos Rohingya, e policiais de Bangladesh que podem estar mais interessados em conter todas as inquietações do que em proteger um grupo religioso minoritário.
Tanto Bangladesh, como Mianmar estão na Lista Mundial da Perseguição 2020, que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo. Em 38º lugar e 19º lugar, respectivamente, os cristãos nesses países enfrentam a perseguição por terem abdicados de suas fés budistas e islâmicas para seguir a Jesus.
Saiba mais sobre como vivem os cristãos perseguidos e ore por eles.
Pedidos de Oração
Ore pelos cristãos da etnia Rohingya, que estão refugiados e perseguidos por sua fé em Jesus. Que Deus lhes dê paz e sabedoria para que eles possam enfrentar a perseguição e permanecer firmes em sua fé.
Peça a Deus por proteção a esses cristãos, que estão sendo atacados, sequestrados, mortos e obrigados a se converter ao islamismo.
Ore pelo perseguidor. Que ele conheça a Jesus, se entregue a Ele e se arrependa de suas más ações.