As autoridades alegaram que a ação teve o objetivo de controlar a multiplicação de templos não regulamentados.
Fonte: Guiame, com informações de Religion News Service
Igreja em Ruanda. (Foto: Imagem ilustrativa/Wikipedia Commons/Varech).
As mais afetadas foram pequenas igrejas pentecostais, que supostamente funcionavam às margens de rios e em cavernas.
Segundo o Religion News Service, o fechamento de templos, tendas e mesquitas iniciou no dia 29 de julho, com as autoridades alegando que os locais de culto estavam fora das exigências de funcionamento, estabelecidos por leis em 2018.
A lei exige que os líderes religiosos tenham diploma de teologia, que as igrejas se registrem no governo e que tenham declarações de fé esclarecendo sua doutrina.
As declarações das denominações precisam ser enviadas ao Conselho de Governança de Ruanda, a agência governamental que regula as casas de culto e outras organizações.
Exigências rigorosas
As exigências legais também incluem: as paredes da igreja devem ser equipadas com isolamento acústico; as estradas de acesso à igreja, bem como os complexos da igreja, devem ser pavimentadas e todas as igrejas devem ter pára-raios.
Além disso, o governo exige que as denominações instalem um tipo específico de teto de lona (mesmo que o material apresente risco de incêndio).
Em Ruanda, a maioria das igrejas não têm condições financeiras de fazer as mudanças exigidas.
“Descobrimos que todas as igrejas estão sofrendo o mesmo destino e que mesmo as igrejas consideradas luxuosas para os padrões locais tiveram que fechar”, afirmou um analista local, em entrevista anterior ao World Watch Monitor.
O Conselho de Governança de Ruanda afirmou que o banimento de milhares de igrejas teve o objetivo de controlar a multiplicação de templos não regulamentados.
Para o arcebispo anglicano Laurent Mbanda, de Ruanda, as medidas do governo foram positivas para as igrejas do país.
"Acho que o que foi introduzido – não hoje, mas há cinco anos – é bom para a igreja. O governo nos deu cinco anos para cumprir e continuou nos dando lembretes. Estamos falando de aeração, controle de som, banheiros para homens e mulheres. Acho que não há nada fora do comum nisso”, comentou Laurent.
Porém, críticos da ação disseram que o governo de Ruanda está infringindo a liberdade de culto dos cidadãos.
O país da África Oriental com 12 milhões de habitantes é predominantemente cristão. Conforme o censo de 2022, cerca de 48% são protestantes, entretanto, a Igreja Católica Romana é a maior denominação.
Em 2019, Ruanda possuía 15.000 igrejas, 700 delas estavam legalmente registradas.
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