Líderes se comprometeram a ampliar a cooperação econômica diplomática entre si e falaram sobre o Acordo Nuclear do Irã.
FONTE: GUIAME, COM
INFORMAÇÕES DE CNN
Encontro de
líderes do Acordo de Abraão, em Israel, 28 de março de 2022. (Foto:
Reprodução/Facebook Yair Lapid)
Desde que Israel assinou o Acordo
de Abraão — como ficou conhecido um tratado de paz com várias
nações árabes — muitas coisas aconteceram.
E na última segunda-feira (28),
houve uma reunião diplomática entre os ministros das Relações Exteriores
de Israel,
Estados Unidos e quatro governos árabes, para falar sobre assuntos em
comum.
O encontro aconteceu no deserto
de Negev, sul de Israel, na cidade de Sde Boker, onde os líderes se
comprometeram a ampliar a cooperação econômica diplomática entre si.
Compareceram o chanceler
israelense, Yair Lapid, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken,
os chanceleres do Bahrein, Egito, Marrocos e Emirados
Árabes Unidos.
Real objetivo do Acordo de
Abraão
Muito do que une esses países é
uma posição comum sobre
o Irã, especialmente porque as negociações para reviver o acordo
nuclear iraniano de 2015 atingem um estágio avançado.
A reunião foi uma oportunidade
para os ministros das Relações Exteriores expressarem sua decepção com o que
veem como um acordo
fraco. Para eles, o acordo nuclear só reforçará ainda mais o que
eles apontam como “atividades desestabilizadoras do Teerã na região”. Entre
elas, citam o apoio às organizações militantes do Líbano ao Iêmen.
“Esses interesses compartilhados
giram em torno de combater o Irã e
lidar com o vácuo que os EUA estão deixando para trás”, explicou Ezzedine
Fishere, professor do Dartmouth College e ex-diplomata egípcio em Tel
Aviv.
O ministro das Relações
Exteriores de Israel, Yair Lapid, disse na reunião que a “nova arquitetura
regional” com os países
árabes “intimida e dissuade o Irã e seus representantes”.
Ele explicou que os Emirados
Árabes Unidos têm feito questão de apresentar seus alinhamentos regionais em um
contexto mais amplo, como parte de uma “ordem
mundial” em mudança que não é mais unipolar.
“Nossa intenção é encontrar uma
maneira de trabalhar funcionalmente com o Irã”, disse Gargash, que é assessor
diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos, ao se referir à
necessidade de uma agenda estável.
Palestina não participou da
reunião
A não participação dos palestinos
fez lembrar uma série de ataques
em Israel, neste mês, mostrando que o conflito entre as duas partes
está cada vez mais violento e longe de ter um fim.
Cinco pessoas foram mortas em um
tiroteio perto de Tel Aviv, na terça-feira, segundo a polícia israelense,
marcando o terceiro ataque desse tipo em Israel em uma semana.
Diante do aumento de atos
terroristas em solo israelense, o primeiro-ministro Naftali Bennett diz que o
país vai combater
o terrorismo “com mão de ferro”.
A ausência dos palestinos “é uma
vitória importante para Israel”, disse Hasan Alhasan, pesquisador do Instituto
Internacional de Estudos Estratégicos do Bahrein. “Isso permite que ele
apresente suas relações com o mundo árabe como livres do conflito
israelo-palestino”, continuou.
Pontos discutidos na reunião
Dentre os temas tratados, estão
as ameaças de segurança pelo acordo
nuclear do Irã, a diminuição da presença dos Estados Unidos na região e
um compromisso sobre a criação de um estado da Palestina.
Embora os Estados Unidos tenham
ajudado Israel a intermediar os acordos de paz com Bahrein, Marrocos e Emirados
Árabes Unidos, em 2020, a cúpula foi uma indicação de que Israel agora pode
agir como um canal público entre Washington e alguns países árabes, conforme o
Estadão.
Segundo o ministro das Relações
Exteriores de Israel e anfitrião da reunião, Yair Lapid, a cúpula “intimida e
dissuade” o Irã, que ameaça produzir armamento nuclear.
O país discute novamente com os
Estados Unidos um acordo que o impeça de fabricar armas
nucleares, em troca do fim de sanções econômicas.
Israel vê com maus olhos um
possível acordo com o país persa, seu inimigo número um, porque teme que o Irã
aproveite a situação para fabricar armamento
nuclear. Emirados Árabes Unidos e Bahrein compartilham a mesma preocupação
sobre as atividades iranianas na região.
Outras discussões abordaram a segurança alimentar, uma preocupação agravada pela invasão da Ucrânia pela Rússia porque ambos os países são grandes fornecedores de grãos para o Egito e outras partes do Oriente Médio, bem como para o resto do mundo.
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