Embora a prática do jejum esteja diminuindo, os teólogos entram no consenso de que este é um hábito bíblico.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST
Teólogos acreditam que a prática do jejum está diminuindo porque muitos não foram ensinados. (Foto: Getty Images)
Alguns teólogos e líderes acreditam que a prática do jejum pode estar diminuindo, já que muitos cristãos não foram ensinados sobre sua necessidade ou até mesmo como aplicá-lo na prática. O grande consenso entre os religiosos, no entanto, é que o jejum é bíblico e não deixou de ser importante.
“O jejum está completamente fora de sintonia com a forma como o Ocidente aborda o cristianismo (e a religião como um todo) e, o mundo penetrou tanto na igreja, que essa pode ser a principal razão pela qual o jejum não é tão familiar para os cristãos ocidentais do século 21”, observou Guy M. Richard, do Seminário de Teologia Reformada em Atlanta, Geórgia (EUA), em um artigo publicado na revista Tabletalk.
“Mas precisamos nos lembrar que Jesus não está interessado em que os cristãos simplesmente sigam um mecanismo. Ele não está procurando por um simples roteiro de jejum, assim como não está procurando por um roteiro de como orar ou fazer qualquer outra coisa”, Richard acrescentou.
O jejum é um “divisor de águas” para a autora Jennifer Eivaz, líder da Igreja Harvest Christian Center em Turlock, na Califórnia. Ela observa que o jejum é como uma prática de oração não verbalizada.
“Quando você está jejuando — e isso está ligado à oração — muitas pessoas não percebem que você está fazendo um sacrifício com seu corpo físico e está, literalmente, em uma oração contínua”, disse Eivaz. “Imagine o poder do jejum por um dia inteiro. São 24 horas de oração direta. Tal disciplina produz avanços e responde à oração em níveis muito mais altos”.
Eivaz acredita que muitos cristãos, especialmente aqueles que não jejuam, nunca tiveram um ensinamento sólido sobre o tema e não são incentivadora por seus líderes a jejuarem. Ela destaca a importância da prática em Marcos 9:29, onde Jesus diz: “Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum”.
“Perdemos o contato com algumas dimensões espirituais do jejum. Nos tornamos mais orientados para a carne, orientados ao entretenimento e negligenciamos o reino espiritual”, ela observa.
Jejum está ligado aos alimentos
Enquanto a Bíblia mostra que existem diferentes tipos de jejuns — o profeta Daniel jejuou carne e vinho, por exemplo — todos eles se resumem a ficar sem comida, esclarece Eivaz.
“Em muitos círculos cristãos estão promovendo jejum de negatividade ou ficar sem celular por um tempo. Acho que tudo isso é útil, mas não é um jejum bíblico”, disse ela.
Donald Whitney, professor do Seminário Teológico Batista do Sul, em Louisville, Kentucky, concorda. “O jejum aparece na Bíblia com mais frequência do que algo tão importante quanto o batismo”, disse ele. “Nas minhas contas, o jejum é mencionado cerca de 77 vezes ou mais, em comparação com 75 vezes em que é citado o batismo”.
Ecoando a mesma opinião, Whitney acredita que as pessoas não vão fazer o que não foram ensinadas. “É difícil ser um defensor de algo do púlpito que você não está fazendo fora dele. É difícil incentivar as pessoas a jejuarem se você não estiver jejuando. O mesmo vale para o culto familiar ou para qualquer outra prática”, destaca.
Jejum com propósito
O teólogo explica que há muitos propósitos para o jejum, mas o principal é fortalecer a oração. Ele enfatiza que, para o jejum ser feito corretamente, deve haver um propósito bíblico. “Não é ideia da igreja ou de uma figura histórica, é uma ideia de Deus”, afirmou, destacando que Deus não é manipulado pelo jejum.
“Se, no momento em que você sentir fome, seu estômago roncar e sua cabeça doer, você disser ‘cara, eu estou com fome’, e seu próximo pensamento for ‘isso mesmo, eu estou jejuando hoje’ e então ‘quanto tempo vai levar para isso acabar?’, então você está fazendo isso errado”, alerta.
Para que o jejum seja feito corretamente, Whitney esclarece que o pensamento após as dores da fome deve ser de orar por alguém. “Sua fome serve ao seu propósito maior. Sem isso é apenas algo a ser tolerado e achamos que estamos impressionando a Deus, como se sofrer nos desse alguns pontos. E esse é provavelmente o erro mais comum daqueles que praticam o jejum”, afirma.
Ele considera o jejum tão importante que exige que seus alunos jejuem pelo menos duas vezes por semestre. Mas ele não aplica o mesmo para casos que possam interferir na saúde, como acontece com as grávidas ou diabéticos.
“Mas eu descobri que onde há vontade, há um caminho”, completou, observando que há muitas formas de privar-se de comida para ser inclinado a orar, mantendo simultaneamente um consumo nutricional que não prejudique o corpo.
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