O bispo Albert Kankienza é conselheiro de Denis Sassou Nguesso, presidente da República do Congo. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
Embora existam preocupações relacionadas ao terrorismo, os
líderes evangélicos são procurados para aconselhar as autoridades da República
do Congo, como acontece com o bispo Albert Kankienza.
Há cerca de 30 anos, a única igreja que tinha espaço na
República do Congo, na África, era a Católica. Hoje em dia o cenário é outro —
líderes evangélicos são procurados pelas autoridades do país, como acontece com
o bispo Albert
Kankienza, conselheiro de Denis Sassou Nguesso, presidente da República
do Congo.
“Isso significa dizer que Deus nos permitiu uma grande
ocupação”, disse Kankienza, que é pastor presidente das Igrejas de Avivamento
na África, em entrevista exclusiva ao Guiame. Por outro lado,
enquanto os pastores se aproximaram da presidência do Congo, os líderes
católicos formaram uma oposição.
“Há três ou quatro meses, o principal líder da Igreja
Católica [do Congo] esteve na Bélgica, e foi recebido por políticos.
Perguntaram a ele: ‘Por que você não apoia mais o presidente da república?’ Ele
disse: ‘Eu não o apoio e também nunca o aceitarei, porque ao seu redor só tem
pastores das Igrejas de Avivamento. Ele não escuta o que temos dito a ele’”,
relembra.
O relato, que foi veiculado na revista “Jeune Afrique”,
demonstra que a Igreja Católica não está contente por ter perdido espaço, mas
para Kankienza, este é o tempo de Deus. “Nossas igrejas estão ocupando espaço,
e sempre hão de ocupar espaço”, diz o bispo.
Terrorismo
A Nigéria e a República Centro Africana, um dos países mais
afligidos pela atuação do grupo terrorista Boko
Haram, são localizados nas proximidades da República do Congo. Diante
disso, a igreja congolesa se encontra em preocupação, de acordo com o bispo.
“Pode perceber que é fácil o Boko Haram chegar até o nosso
país. Nós estamos muito preocupados e orando muito sobre isso. O nosso país não
tem condições de lutar contra esses terroristas, porque não temos meios, como
os europeus têm. A única arma que a gente tem é a oração”, afirma Kankienza.
Assista a entrevista completa:
O avivamento teve início na República do Congo em 1969,
quando o evangelista americano Tommy Lee Osborn liderou o primeiro movimento de
cruzadas evangelísticas no país. Depois dele, um movimento pentecostal de
avivamento surgiu, e tomou as igrejas congolesas.
“Os missionários na África trouxeram uma coisa que não
podemos ignorar, mas hoje em dia os filhos do país se levantaram e estão
fazendo um grande trabalho”, ressalta Kankienza.
O avivamento no Congo resultou em igrejas abertas não apenas
ao redor da África, mas também em pontos da Europa como França, Bélgica,
Londres e Itália. “Hoje em dia, o Congo é que envia missionários”, afirma o
bispo.
Albert Kankienza é conselheiro de Denis Sassou Nguesso, presidente da
República do Congo. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
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