Este dia de expiação é o último dos dias sagrados judaicos do ano com celebração iniciada após Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO NATIONAL GEOGRAPHIC E CURSO BÍBLICO ONLINE
Judeu ortodoxo. (Foto: Unsplash/Maayan Nemanov)
Yom Kipur, também conhecido como o “Dia da Expiação” ou “Dia do Perdão”, é reverenciado como o mais sagrado dos feriados na tradição judaica.
Este dia representa o ponto culminante dos 10 Dias de Reverência, um intervalo destinado à introspecção e ao arrependimento que se inicia após o Rosh Hashanah, a celebração do Ano Novo Judaico.
Ele ocorre no décimo dia de Tishrei, que é o primeiro mês do ano no calendário civil e o sétimo mês no calendário religioso hebraico, que segue o sistema lunissolar.
Neste ano, o Yom Kipur teve início no pôr do sol do dia 24 e termina no pôr do sol de 25 de setembro.
Levítico 16
Segundo o pastor Felipe Morais, “esse era o dia que toda a nação de Israel dependia de um só homem para interceder por eles diante de Deus”.
“Esse dia era tão importante que era considerado um Sábado de Descanso Shabat Shabatôn – era um duplo feriado, uma espécie de sábado reforçado”, diz o pastor, citando a descrição da data em Levítico 16:31.
“Nesse dia se fazia Expiação pelo Santuário, pela Tenda, pelo Altar do Holocausto, pelos Sacerdotes, por todo o povo da Congregação", explica o pastor Felipe Morais, que também é colunista do Guiame.
Segundo o pastor, as orientações foram dadas diretamente a Arão, mas servia para todos os que assumissem em seu lugar na função de Sumo-Sacerdote.
“Foi dito que Arão não poderia entrar no Santuário, dentro do véu a qualquer hora, senão seria morto (Lv 16:2). Assim, Arão e, depois de sua morte, quem o sucedesse nessa importante função, só poderia entrar no Santo dos Santos uma vez por ano, no Dia da Expedição que aconteceu por causa dos pecados (Lv16:34)”, explica.
Origens e significado do Yom Kipur
De acordo com a tradição judaica, o Yom Kipur tem raízes que remontam ao tempo de Moisés.
Após receber os Dez Mandamentos de Deus no topo do Monte Sinai, Moisés retornou ao povo de Israel. No entanto, durante sua longa ausência, os israelitas haviam começado a adorar uma imagem de um bezerro de ouro, que foi considerado um falso ídolo, uma violação flagrante dos ensinamentos divinos.
Moisés ficou profundamente perturbado com aquela idolatria e intercedeu em nome do povo diante de Deus, buscando perdão e reconciliação.
Deus perdoou o povo de Israel e concedeu a Moisés as instruções para um dia de expiação, que se tornou o Yom Kipur.
Esse dia especial foi estabelecido como um tempo para o arrependimento, expiação e busca de perdão divino, uma oportunidade para restaurar a relação entre Deus e o povo de Israel após o incidente do bezerro de ouro.
Como é comemorado o Yom Kipur
O feriado começa ao anoitecer e se encerra ao entardecer do dia seguinte. Durante esse período, o trabalho é estritamente proibido, e a expiação pelos pecados do ano anterior é manifestada através de práticas de "aflição", que incluem o jejum, abstenção de lavagem, banho, relações íntimas, uso de calçados de couro, bem como a não aplicação de loções ou cremes.
Embora nem todos os judeus sigam todos os rituais desta ocasião, o Yom Kipur é notável por ser o único feriado em que muitos judeus não praticantes frequentam a sinagoga.
A sinagoga desempenha um papel crucial no Yom Kipur, oferecendo cinco serviços de oração distintos.
Em cada um desses serviços, a congregação realiza confissões coletivas de seus pecados. Alguns participantes escolhem usar roupas brancas ou um kitel, uma vestimenta branca que simboliza uma mortalha, o vestuário dos anjos e a pureza associada ao perdão.
Quando as últimas orações do Yom Kipur chegam ao fim, é tradicionalmente tocado o shofar, um chifre de carneiro, simbolizando a concessão do perdão divino e marcando o fim do jejum de 25 horas.
As pessoas então retornam às suas casas para quebrar o jejum junto de suas famílias e amigos.
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