Como acontece tradicionalmente, o presidente do Brasil abriu a 74ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas.
FONTE: GUIAME
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, diz à Assembléia Geral da ONU que a floresta amazônica é território soberano (Foto: Carlo Allegri/Reuters)
O presidente Jair Bolsonaro discursou nesta terça-feira (24) pela primeira vez como chefe de Estado na 74ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos EUA.
Em sua fala onde disse que o Brasil ali estava para reestabelecer a verdade, Bolsonaro tratou de diversos temas, entre os quais democracia, economia, regimes políticos na América Latina, direitos humanos, causa indígena, paz, meio ambiente, Amazônia e liberdade religiosa.
Com duração de cerca de 30 minutos, o discurso de Bolsonaro destacou a “defesa intransigente” do Brasil com relação à liberdade religiosa" e questões relacionadas à soberania do país, à família e direitos individuais, como à crença e fé.
Bolsonaro também fez a citação bíblica de João 8:32, que tem sido uma “marca” de sua atuação desde a campanha presidencial. “Tudo o que precisamos é contemplar a verdade seguindo João 8:32: ‘E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’”, disse.
O presidente falou do episódio em que sofreu atentando ao ser esfaqueado por Adélio Bispo em 6 de setembro de 2018, em Minas Gerais. “Só sobrevivi por um milagre de Deus”, disse Bolsonaro. “Mais uma vez agradeço a Deus pela minha vida”.
Bolsonaro finalizou seu discurso dizendo que dizendo que “agradeço a todos pela graça e pela glória de Deus”.
Crianças, ideologia e Deus
O presidente disse que “durante as últimas décadas nos deixamos seduzir, sem perceber, por sistemas ideológicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto.” Ao falar sobre ideologia, que segundo disse, instalou-se “no terreno da cultura, da educação e da mídia”, ela afetou até mesmo as crianças.
“A ideologia invadiu nossos lares para investir contra a célula mater de qualquer sociedade saudável, a família”, declarou Bolsonaro. O presidente disse que essa ideologia de gênero “tenta ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo identidade mais básica e elementar, a biológica”.
O presidente disse também que a “ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar deus e a dignidade com que Ele nos revestiu”.
Liberdade Religiosa
“A perseguição religiosa é um flagelo que devemos combater de forma incansável. Nos últimos anos testemunhamos, em diferentes regiões, ataques covardes que vitimaram fiéis, congregados em igrejas, sinagogas e mesquitas”, disse Bolsonaro.
O presidente disse que “o Brasil condena energicamente todos esses atos e está pronto a colaborar com outros países para a proteção daqueles que se veem oprimidos por causa de sua fé”.
Bolsonaro destacou que “preocupam o povo brasileiro, em particular, a crescente perseguição, a discriminação e a violência contra missionários e minorias religiosas em diferentes regiões do mundo”. Nesse sentido, o presidente disse que o país apoia o Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência baseados em Religião ou Crença, comemorado em 22 de agosto. “Nesta data recordaremos, anualmente, aqueles que sofrem as consequências nefastas da perseguição religiosa”, disse o presidente.
Discurso americano
Na mesma linha, o presidente americano Donaldo Trump, que discursou após Bolsonaro, disse que 80% da população vivem em países onde a liberdade religiosa inexiste e que os EUA nunca se cansarão de apoiar a liberdade de culto e de religião.
Trump falou ainda sobre aborto ao dizer que os americanos não se cansarão de defender vidas inocentes. “Criança nascida e não nascida são um presente sagrado de Deus e os EUA não podem permitir que entidades internacionais se metam em direitos dos cidadãos”, disse.
Bolsonaro agradeceu o apoio de Israel no combate aos incêndios na Amazônia.
Primeira-dama
A primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanhou o presidente na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas.
À tarde, Michelle deverá participar de um evento promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O evento será na Biblioteca Pública de Nova York e trata, conforme o Planalto, do “bilhão excluído da cobertura universal de saúde: crianças e pessoas com dificuldades no desenvolvimento e deficiências”.
Michelle tem atuação em trabalhos sociais, principalmente nos destinados à comunidade de surdos e mudos. A primeira-dama, inclusive, discursou na posse de Bolsonaro em libras (Língua Brasileira de Sinais).
No governo, a primeira-dama preside o conselho do programa Pátria Voluntária, que incentiva ações de trabalho voluntário no país.
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