Publicado por Tiago Chagas
Cristão cubano que usou o próprio sangue para escrever
cartas da prisão é homenageado em NY
Valladares usava o próprio sangue para escrever cartas na
prisão, assim como nylon queimado e até medicamentos. O material produzido por
ele, que inclui quadros, cartas e poesias, foram retiradas de Cuba de forma
clandestina por sua esposa, Martha, que publicou o conteúdo e logo atraiu a
atenção da mídia.
De acordo com informações do Christian Post, Valladares,
hoje com 78 anos de idade, foi liberto da prisão em 1982. Quatro anos depois,
publicou um livro de memórias intitulado “Contra Toda a Esperança: Uma Memória
de Vida na Gulag de Castro”, que se tornou best-seller segundo o New York
Times. A homenagem recebida por ele em Nova York faz parte das comemorações do
30º aniversário de lançamento.
O cubano contou que durante oito dos 22 anos que ficou
preso, ele era mantido nu em confinamento solitário, além de sofrer
espancamentos e torturas. Como forma de protesto, realizou 16 greves de fome, e
uma delas trouxe consequências tão sérias que ele precisou usar uma cadeira de
rodas por anos.
Ainda na prisão, Valladares foi adotado pela Anistia
Internacional como um “prisioneiro de consciência”, afinal, seu crime era se
recuar a exibir uma placa em sua mesa de trabalho com os dizeres “Eu estou com
Fidel”.
Em seu discurso de agradecimento à homenagem, Valladares
disse que crê que Deus o escolheu para um propósito grandioso: “Eu não sou um
homem extraordinário. Na verdade, sou bastante comum, mas Deus me escolheu para
ser algo bastante extraordinário”, disse. “Quando eu tinha 23 anos, me recusei
a fazer algo que parecia muito pequeno na época. Eu me recusei a dizer as
palavras: ‘Estou com Fidel Castro’. Em primeiro lugar, eu rejeitei a ordem de
colocar uma placa na minha mesa. Depois de anos de tortura e vendo muitos dos
meus companheiros de cela morrerem, eu ainda me recusei a dizer essas
palavras”, acrescentou.
“Se eu tivesse dito aquelas palavras, a tortura teria
terminado e eu teria sido imediatamente liberto da prisão. Minha história tem
demonstrado que um pequeno ato de desafio pode significar tudo para os amigos
da liberdade. Eles não me deixaram na prisão por 22 anos por causa da minha
recusa em dizer essas palavras que, aparentemente não significavam nada. Na
realidade, essas palavras significavam tudo. Para mim, dizer essas palavras
teriam constituído uma espécie de suicídio espiritual. Mesmo que meu corpo
estivesse na prisão, sendo torturado minha alma estava livre e florescendo”,
discursou.
Ao final, Valladares convocou a plateia a ser um agente na defesa
da liberdade, mesmo que o custo seja alto: “Mesmo quando não temos nada, cada
pessoa possui a chave para a sua própria consciência, o seu próprio castelo
sagrado. Sendo assim, cada um de nós que não podemos ter um castelo terreno ou
mesmo uma casa, cada um de nós é mais rico que um rei ou rainha […] Eu estou
aqui para dizer-lhe que cada pequeno ato conta. Nenhum homem ou mulher é muito
pequeno ou muito simples demais que não possa ser chamado a dar testemunho da
verdade. Eu estou aqui para lembrá-los que cada um de vocês possui uma grande
riqueza no sagrado domínio de sua própria consciência. Eu estou aqui para
dizer-lhes que cada um de vocês é chamado a permanecer fiel a essa
consciência”, disse, aplaudido.
Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/
Fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/
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