sábado, 16 de novembro de 2024

Cristãos alertam pais sobre filme “Arca de Nóe” com tema LGBT: “Não levem seus filhos”

Em cartaz no cinema, a animação distorce a narrativa bíblica do dilúvio e faz apologia à ideologia LGBT.

Fonte: Guiame

(Foto: Acervo/Globo Filmes).

O novo filme de animação “Arca de Noé” entrou em cartaz nos cinemas de todo Brasil. Nas redes sociais, diversos cristãos estão alertando os pais que a produção não é bíblica, contém apologia LGBT e não é indicada para o público infantil.

A palestrante e educadora cristã, Karina Lit, explicou em uma publicação no Instagram que o filme não se trata da história de Noé da Bíblia, mas é baseado nas músicas de Vinícius de Moraes.

“Não é um filme cristão. Precisamos estar atentos, pois nem tudo que tem nome bíblico realmente é. Queridas, não se deixem enganar! Quando você vê um filme/desenho com nome cristão, aí mesmo que você precisa pesquisar sobre”, ensinou Karina às mães cristãs.


A animação brasileira, produzida pela Globo Filmes, foi dirigida por Sérgio Machado e Alois di Leo. O roteiro contou com a colaboração de Heloisa Périssé e Ingrid Guimarães.

Uma mensagem, que está sendo amplamente compartilhada entre os pais no WhatsApp, cita os trechos do filme com ideologias não cristãs e que deturpam o relato bíblico do dilúvio:

“Noé comunica sua esposa e neta que Deus mandou levar na arca um casal de cada espécie. Sua neta questiona a Deus, dizendo: ‘Deus não deve estar bem da cabeça; isso é um absurdo. E as famílias LGBTQIA+?”.

“Noé é retratado como um bobalhão; eu diria até lunático. Ele usa uma roupa parecida com a de um mago. Os animais fazem chacota de Noé, chamando-o de velho incompetente. O leão diz que a única lei Divina é a ‘do mais forte’”.

“Um animal, que não me lembro agora, fala amigues e incentiva nudes. Os animais falam para cantarem uma música para animar os espíritos. Outra fala faz um incentivo à insensatez: ‘Um pouco de loucura não faz mal a ninguém’”.

Críticas

Nas avaliações do Google, a animação recebeu muitas críticas de pais que levaram seus filhos ao cinema, achando que a trama era inocente e bíblica.

“Achei que seria algo que teria ligação com a Bíblia. O que vimos, eu e o meu filho de 8 anos, foi palavreado impróprio, com duplos sentidos eróticos e muita agressividade e confusão. Pelo jeito é a ideia que a Globo quer implantar. Confundir as crianças e deturpar a Palavra de Deus”, escreveu um pai.

Uma mãe também afirmou: “Assisti aos 10 primeiros minutos e saí do cinema com meu filho. Uma blasfêmia, total distorção de valores, manipulação. Na cabeça do meu filho não entra esse tipo de filme. Para quem é cristão e pensa em ir por ser uma história bíblica, nem perca seu tempo. Esse filme não tem nada de Deus”.

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Trump indica o pastor e ex-governador Mike Huckabee como embaixador em Israel

Mike Huckabee é declaradamente pró-Israel e já visitou o país mais de 100 vezes, ao longo de 50 anos.

Fonte: Guiame, com informações da Baptist News e Jerusalem Post

Mike Huckabee, futuro embaixador em Israel. (Foto: Instagram/Mike Huckabee)

O ex-governador e pastor batista Mike Huckabee foi escolhido por Donald Trump como embaixador dos EUA em Israel, segundo o The New York Times.

Eleito duas vezes para servir mandatos completos de quatro anos como governador do Arkansas, Huckabee foi recentemente classificado como o segundo sionista cristão mais influente da América, de acordo com o The Jerusalem Post.

“Tudo o que eu abraço como cristão está enraizado nas promessas que Deus deu ao povo judeu”, é uma das várias declarações de Huckabee a favor de Israel.

Dos muitos amigos cristãos da “Irmandade Internacional de Cristãos e Judeus” (IFCJ, sigla em inglês) e do Estado judeu, nenhum tem paixão e chamado mais forte do que Mike Huckabee, teria afirmado o rabino Yechiel Eckstein, fundador do IFCJ.

Elogiando Huckabee na época, ele justificou: “Suas realizações – governador do Arkansas, candidato presidencial, pastor batista do sul ordenado e apresentador de televisão – certamente mostram que ele é um homem de ação e um homem de Deus”.

Pastor batista

Huckabee se formou na Universidade Batista de Ouachita e participou brevemente do Seminário Teológico Batista do Sudoeste.

Ele abandonou o seminário para servir como televangelista, e construiu sua carreira como pastor antes de entrar na vida pública.

Huckabee serviu como pastor de duas igrejas Batistas do Sul no Arkansas.

Como político, ele já se manifestou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra o aborto, exceto em casos de risco à vida da gestante, e declarou não acreditar na teoria da evolução das espécies de Darwin.

Sua filha é Sarah Huckabee Sanders, ex-secretária de imprensa de Trump e atual governadora do Arkansas.

Pró-Israel

Trump tem adotado uma postura fortemente pró-Israel na formação de sua equipe, o que explica sua escolha por Huckabee, apesar de ele não ter experiência em política externa ou serviço diplomático. No entanto, Huckabee é visto como um aliado evangélico fervoroso de Israel.

"Mike tem sido um grande servidor público, governador e líder na fé por muitos anos", disse Trump.

“Ele ama Israel, e o povo de Israel, e também o povo de Israel o ama. Mike vai trabalhar incansavelmente para trazer a paz no Oriente Médio!”

Em uma entrevista de 2017 à CNN, Huckabee declarou: “Há certas palavras que me recuso a usar. Não existe tal coisa como uma Cisjordânia. É a Judeia e Samaria. Não existe tal coisa como um acordo. Eles são comunidades, são bairros, são cidades. Não existe tal coisa como uma ocupação.”

Nessa linha, na segunda-feira (11) Trump anunciou a deputada Elise Stefanik como embaixadora dos EUA na ONU.

Stefanik é conhecida por seu apoio incondicional a Israel e por suas críticas à abordagem do governo Biden em relação ao Oriente Médio.

Huckabee visitou Israel pela primeira vez há cinquenta anos. Ao longo dessas cinco décadas, esteve no país mais de 100 vezes, levando dezenas de milhares de visitantes para Israel.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

CCJ da Câmara começa a analisar PEC que restringe o aborto legal no Brasil

Atualmente, o aborto é permitido no Brasil em três casos: anencefalia fetal, gravidez resultante de estupro e risco de morte para a gestante.

Fonte: Guiame, com informações do UOL e Gazeta do Povo

PEC tem argumentos a favor e contra. (Imagem ilustrativa criada por IA)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados começa a analisar nesta terça-feira (11) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa restringir o aborto legal no Brasil.

A PEC foi apresentada por deputados da bancada evangélica e propõe a alteração do artigo 5º da Constituição para garantir o direito à vida desde a concepção.

A análise da PEC gerou debates acalorados entre os parlamentares, com argumentos tanto a favor quanto contra a proposta.

Atualmente, o aborto é permitido em três casos no país: anencefalia fetal, malformação congênita grave do cérebro que impede qualquer possibilidade de o bebê sobreviver; gravidez resultante de estupro; e risco de morte da gestante.

A PEC, proposta em 2012 pelo então deputado Eduardo Cunha, inclui a expressão “desde a concepção” no artigo que trata dos direitos e garantias fundamentais, estabelecendo a “inviolabilidade do direito à vida”.

“A discussão acerca da inviolabilidade do direito à vida não pode excluir o momento do início da vida. A vida não se inicia com o nascimento e sim com a concepção”, justificou Cunha ao protocolar o texto.

‘Aborto legal apenas não é punível’

Críticos ao aborto, o jurista Ives Gandra da Silva Martins e o conselheiro federal de Medicina Raphael Câmara escreveram no artigo Não existe direito adquirido ao aborto “legal”:

“A mídia e os defensores do aborto, por meio da insistência em repetir falácias, fizeram todos acreditarem que há um direito natural em realizar o aborto quando apenas não é punível, exigindo de médicos e gestores que o realizem para quem queira, mesmo sem risco de morte materna. Inclusive ameaçando e intimidando, por meio de ações judiciais, os médicos a realizarem o homicídio uterino.”

“Caso recente é o da prefeitura de São Paulo que optou por fechar serviços de aborto ‘legal’ e é denunciada diariamente pela mídia de que está restringindo direitos. Não há esse direito previsto em nenhuma lei ou na Constituição Federal. A nosso ver, é absolutamente lícito que o gestor se negue a disponibilizar serviços para realização de abortos, salvo, obviamente, os de risco de morte materna.”

E Continuam: “Mesmo o direito do médico não realizar o aborto baseado na objeção de consciência já vem sendo questionado, inclusive por meio de projetos de lei propostos pelo PSOL. Nosso entendimento legal evitaria esse absurdo que é o de matar bebês de oito e nove meses por meio da assistolia fetal. Temos certeza que em caso de sedimentação desta ideia os gestores deixariam de medo da prisão, e praticamente não haveria serviços realizando essa barbárie.”

Descriminalização do aborto no Brasil

O aborto é considerado crime no Brasil, e a legislação estabelece que a mãe e os demais envolvidos no procedimento podem ser processados.

Em setembro de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de uma ação que busca descriminalizar o aborto realizado por mulheres até 12 semanas de gestação.

A ministra Rosa Weber, relatora do processo, votou a favor da descriminalização do aborto. O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, pediu destaque no julgamento, que foi suspenso.

Em fevereiro passado, Barroso afirmou em entrevista que o STF não julgará a ação neste momento. Para ele, não é adequado o Supremo decidir sobre uma prática que a maioria da população e o Congresso se opõem.

Relatório e trâmite

Relatora e vice-presidente da comissão, deputada católica Chris Tonietto (PL-RJ) protocolou um parecer favorável à admissibilidade do texto.

“Não se vislumbram, outrossim, quaisquer incompatibilidades entre a alteração que se pretende realizar e os demais princípios e regras fundamentais que alicerçam a Constituição vigente e nosso ordenamento jurídico”.

Após a leitura do parecer, os deputados governistas devem pedir vista, solicitando mais tempo para a análise do projeto, o que resultará no adiamento da votação para a próxima semana.

Se aprovada na CCJ, a PEC ainda precisará ser analisada por uma comissão especial e, em seguida, pelo plenário. Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidir se irá pautar a proposta. Para que uma PEC seja aprovada na Câmara, são necessários, pelo menos, 308 votos favoráveis.

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Mais de 278 mil cristãos foram obrigados a fugir de casa

A violência contra cristãos gera o deslocamento de milhares de pessoas em todo o mundo. O DIP 2025 tem como tema os deslocados pela violência

Fonte: Portas Abertas

Campo de deslocados na África Subsaariana. Foto: Portas Abertas

A violência no mundo já causou o deslocamento de 68 milhões de pessoas, segundo os dados da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR). Muitos deles são cristãos e agora vivem em acampamentos improvisados sem comida, água, saneamento básico, cuidados médicos e esperança.

Apenas no período de 1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023, 278.716 cristãos foram obrigados a fugir de casa por seguirem a Jesus. Isso equivale a um crescimento de 120% em relação ao período anterior. Os dados são da Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2024, documento publicado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

Essa necessidade urgente ditou o tema do Domingo da Igreja Perseguida (DIP) 2025: Forçados a fugir: cristãos deslocados por causa da violência pedem socorro. Em 15 de junho, igrejas brasileiras e de outros países da América Latina se unirão para orar em favor dos seguidores de Jesus deslocados em países como Nigéria, Índia e Mianmar.

Quem são os cristãos deslocados?

Os cristãos deslocados são todos os seguidores de Jesus que precisaram fugir de sua comunidade por causa da violência e vagam dentro de seus países em busca de um local seguro para viver. Há três anos, Abraham mora em um campo de deslocados na Nigéria com sua família de cinco pessoas.

No acampamento, há cerca de 3 mil cristãos que foram forçados a fugir por causa de ataques violentos de extremistas islâmicos. Eles esforçam-se para ter o que comer e água para beber, dividem 15 banheiros e oram para não ficarem doentes.

“Tenho lutado para permanecer vivo. A vida no campo é muito difícil, pois não temos trabalho. Se continuarmos assim, seremos forçados a nos mudar para qualquer lugar que não esteja sendo atacado”, testemunha Abraham.

A necessidade dos cristãos é urgente e apenas a oração e a ação do corpo de Cristo podem mudar a realidade dos deslocados. “Irmãos e irmãs, apelo a todos vocês para que nos ajudem orando por nós e por esses ataques. Nosso maior problema agora é que Deus toque as mentes de nossos assassinos e reduza nossos sofrimentos. Temos passado por muita coisa”, pede o cristão nigeriano.

Assista ao vídeo e saiba mais sobre como vivem os cristãos perseguidos deslocados pela violência.

Organize o DIP 2025

Com a autorização da liderança de sua igreja e um coração disponível para Deus, é possível organizar o DIP 2025. Faça a inscrição agora e mobilize seus irmãos na fé a intercederem pelos cristãos deslocados como Abraham.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Igrejas são mais numerosas do que escolas e hospitais em favelas, aponta IBGE

Segundo o IBGE, 8% da população brasileira vive em favelas, com São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco concentrando quase a metade dessas comunidades.

Fonte: Guiame, com informações do Metropoles e g1

Favelas dobram de número no Brasil. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Nas favelas do Brasil, existem mais igrejas e templos do que a soma total de instituições de ensino e saúde, de acordo o Censo Demográfico 2022: Favelas e Comunidades Urbanas.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (08).

No total, as favelas possuem 958.251 estabelecimentos.

Dentre eles, 50.934 são igrejas ou templos religiosos, 7.896 são instituições de ensino (escolas, faculdades e cursinhos) e 2.792 são locais de saúde (hospitais, postos de saúde e clínicas).

Isso significa que, para cada hospital em uma favela no Brasil, há 18,2 estabelecimentos religiosos, e para cada instituição de ensino, existem 6,5 igrejas ou templos religiosos.

O recorte das favelas reflete um padrão semelhante ao que se observa no Brasil como um todo. No país, há 579,7 mil templos religiosos e igrejas, em comparação com 264,4 mil estabelecimentos educacionais e 247,7 mil unidades dedicadas à área da saúde, de acordo com o Censo 2022.

As favelas

O Brasil possui 12.348 favelas e comunidades urbanas, que abrigam aproximadamente 16,4 milhões de habitantes, o que representa 8,1% da população total do país, estimada em 203 milhões de pessoas.

Além disso, há 6,55 milhões de imóveis nessas áreas, dos quais 5,5 milhões (84,8%) são domicílios, conforme os dados do Censo 2022.

Em comparação com 2010, o número de favelas quase dobrou, passando de 6.329 para 12.348, e a população residente nas favelas cresceu de 11,4 milhões para 16,4 milhões, representando 8,1% da população total naquele ano.

Segundo o IBGE, esse aumento está relacionado ao aprimoramento do recenseamento.

Três estados abrigam quase metade das comunidades (46,1%): São Paulo (3.123), Rio de Janeiro (1.724) e Pernambuco (849).

domingo, 10 de novembro de 2024

‘Deus existe. Deus existe no cérebro’, afirma o neuropsicólogo Jordan Grafman

Jordan Grafman afirma que muitos neurocientistas evitam investigar religião e espiritualidade por receio de serem considerados não científicos.

Fonte: Guiame, Marcio Scarpellini

(Foto: Pixabay)

Em julho de 2023, o neuropsicólogo e professor da Faculdade de Medicina da Northwestern University, Jordan Grafman, detentor do prêmio Humboldt Research Award de 2011 publicou um artigo na renomada revista Nature, sob o título "Os neurocientistas não devem ter medo de estudar religião". Neste artigo, Grafman afirma que muitos neurocientistas evitam investigar religião e espiritualidade por receio de serem considerados não científicos, e defende que o foco da pesquisa deve ser a análise de como a religião se manifesta no cérebro e seus efeitos, sem a intenção de detratar ou promover crenças.

Com o intuito de avançar nessa pesquisa, Grafman firmou uma parceria com a Ciência Pioneira, uma instituição do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) dedicada a pesquisas inovadoras, para criar um centro virtual dedicado à "neurociência das crenças". Essa iniciativa contará com a colaboração de pesquisadores brasileiros e internacionais, incluindo o King’s College London e o Shirley Ryan AbilityLab. O professor coordenará estudos sobre temas como cognição religiosa e as bases cerebrais das crenças, explorando a relação entre crenças religiosas e não-religiosas, entre outros tópicos.

Em entrevista ao GLOBO, Grafman abordou a formação das crenças, argumentando que a escolha de crenças pode ser tanto uma adaptação ao contexto social e cultural, quanto uma decisão consciente, e que até mesmo os ateus possuem representações de Deus em seu sistema cognitivo.

O professor também aborda a relação entre fé e ciência, discorrendo que, embora a ciência tenha avançado na explicação de muitos fenômenos, ainda existem questões que permitem espaço para a busca de respostas a partir da fé. Ele propõe que ciência e religião podem coexistir, com a ciência buscando explicar o que já é conhecido, porém reconhecendo que os campos de conhecimento que ainda não compreende. Grafman propõe mapear as redes cerebrais associadas às estruturas de crença, buscando entender como elas se interconectam e influenciam comportamentos nas mais diversas áreas de crenças.

Grafman também aponta que existe uma resistência dos cientistas em estudar e publicar estudos sobre o tema “espiritualidade”, e esta resistência pode ser atribuída a um dilema social, onde acadêmicos que não acreditam em Deus podem ridicularizar pesquisas sobre o tema. Em oposição a esta posição, ele propõe que essa aversão é um preconceito que deve ser superado, especialmente considerando a importância da religião na sociedade. O professor defende que a pesquisa científica sobre este tema deve focar os efeitos da religião na vida dos indivíduos, buscando explorar as origens e consequencias que tornam a religião um sistema de crenças específico.

Por fim, Grafman destaca que a fé pode ter diversos efeitos positivos, como a diminuição do estresse e o aumento das sensações de bem-estar, e sugere ainda que a crença pode ativar mecanismos cerebrais que ajudam a controlar a ansiedade. A parceria com o instituto brasileiro IDOR é vista como uma oportunidade única de estudar a relação entre crenças, saúde e comportamento, com potencial impacto para a amplicação do conhecimento nesta área.

Abaixo seguem alguns trechos importantes da entrevista:

Pergunta: Escolhemos acreditar em algo ou a fé é algo irracional?

Resposta: Aprendemos a acreditar. Muitas pessoas estão em famílias onde uma crença existia antes de nascerem, assim as crianças são expostas a essas crenças em casa ou em difernetes locais de culto. Então, trata-se de absorver o mundo que está ao seu redor. Você adapta ou adota essa crença por uma variedade de razões. Mas, sim, às vezes as pessoas realmente escolhem seu sistema de crenças. Elas analisam ou têm uma experiência emocional dramática e dizem: vou acreditar dessa forma por causa disso.

P.: Mesmo quem vem de uma família ateia, por exemplo, pode optar por acreditar?

R.: Não acreditar em Deus também é uma crença. Mas certamente é possível escolher suas crenças ou influenciado através da sua exposição. Uma vez que você foi exposto à ideia de Deus ou religião, adivinhe onde está? No seu cérebro. Então, até mesmo ateus têm uma representação de Deus em seus cérebros. Não podem escapar dEle. Por causa disso, isso pode soar radical, mas eu digo: Deus existe. Tenho confiança de que Deus existe no cérebro. Então podemos estudar Deus com segurança e em grande quantidade de detalhes estudando como o cérebro processa, representa e permite nossos comportamentos associados à religião.

P.: Nosso cérebro é projetado para a crença?

R.: Sim, com certeza. O que nós tentamos fazer, como humanos, é tentar explicar os eventos que vemos. Nos tempos amuito antigos, quando um vulcão entrava em erupção ou um terremoto ocorria, por exemplo, questionavam: ‘o que causou isso?’ ‘Quem causou isso?’ Bem, é mais poderoso do que nós humanos, deve ser algum outro ser. Então, muitas das primeiras explicações de eventos naturais eram agentes sobrenaturais. Esse foi o começo. Mas depois evoluiu para uma questão social. Crenças frequentemente ajudam a organizar sociedades, seja uma família, uma tribo ou um país. Se você acreditasse de uma certa forma, poderia pensar que seu grupo é forte e, se houvesse uma batalha, iria vencê-la. Se houvesse uma crença ligada à agricultura, creditaria a ela os frutos de seu trabalho. Isso é parte da evolução humana.

P.: Essas crenças são frequentemente questionadas?

R.: Uma vez que você estabelece uma crença, não precisa se preocupar com certas coisas. Está estabelecido. No entanto, se você não acredita em muita coisa, sua vida pode ser movida pela ansiedade. E quase todo mundo quer reduzir a ansiedade. Nosso cérebro acha muito importante ter essas crenças. Se eu quiser conhecer alguém, quero saber o que essa pessoa pensa e em que acredita. Então, as crenças são uma assinatura para nossas identidades como indivíduos e como grupos.

P.: Muitas questões que dependiam de crenças a ciência explicou. É mais difícil hoje acreditar em coisas sobrenaturais, já que temos a ciência explicando as coisas?

R.: Sabemos muito mais, mas não sabemos tudo. Sim, eu acho que para muitas pessoas, elas têm, por um lado, sua fé. E do outro lado, a ciência e os fatos. Fatos verdadeiros são muito importantes, mas eles não cobrem tudo. Se a sociedade fizer o trabalho certo, espero que façamos, então, enquanto tivermos fatos, podemos dizer que “sabemos disso e não sabemos daquilo”. E então, ainda há espaço para a fé. Por exemplo, não sabermos o que acontece antes da vida. E, em certo sentido, ninguém sabe o que acontece depois.

P.: Como a fé se relaciona com a neurologia?

R.: O primeiro passo é desenvolver conhecimento sobre redes cerebrais relacionadas a diferentes aspectos da crença e prática religiosa. É mapear a religião no cérebro. O segundo é ver a que essas redes estão relacionadas além da religião.

P.: Por que os cientistas evitam estudar espiritualidade?

R.: Existem dilemas sociais e preconceitos que podem levar os cientistas a evitarem esse tema. Muitos acadêmicos não acreditam em Deus e podem ser críticos em relação a pesquisas nesse campo, o que desencoraja investigações mais profundas sobre a espiritualidade.

P.: Como assim?

R.: Fizemos pesquisas sobre crenças e regiões no cérebro importantes para o fundamentalismo. Talvez essas redes estejam próximas no cérebro e sabemos que a ativação em uma rede cerebral pode afetar o funcionamento da rede vizinha. Então, se você for ativo em suas crenças religiosas, isso pode influenciar de uma forma muito sutil suas crenças políticas e vice-versa. E isso nem sempre está na sua consciência. Já sabemos que existe uma relação. Queremos mapear essas redes no cérebro para que possamos ver como elas se relacionam entre si.

P.: Por que os cientistas evitam estudar espiritualidade?

R.: A Ciência não quer falar sobre isso. Em parte, é um dilema social Muitos acadêmicos, não todos, mas muitos, não acreditam em Deus. E eles podem ridicularizar você se quiser fazer uma pesquisa sobre o assunto. Os periódicos não querem publicar artigos sobre o assunto, hesitam. Agora, lembre-se, há mais locais de culto no mundo do que escolas ou prefeituras. Não estamos falando de um pequeno subconjunto de pessoas que vivem em algum lugar perdido. Realmente acho que há esse preconceito social, e não deveria haver, especialmente por causa da importância da religião na sociedade.

P.: Há estudos que apontam que a espiritualidade é boa para a saúde e bem-estar, mas como isso funciona?

R.: De muitas maneiras. Algumas pessoas estão procurando crenças que possam adotar porque é reconfortante, reduz a ansiedade. Mas nem precisamos chegar a isso, considere um placebo. Se você acredita que o que está tomando vai funcionar, geralmente funciona. Esse é um exemplo perfeito de quão frequentemente, cerca de 30% das pessoas se beneficiam de medicamentes placebo. Como isso acontece? Esse é o poder da crença no cérebro, ajudando a estimular, por exemplo, mecanismos anti-inflamatórios, ou ativando processos cerebrais que ajudam a controlar a ansiedade, reduzir o estresse, etc.

P.: Pode falar mais sobre esse centro de estudos no Rio?

R.: É complicado estudar essas coisas no mundo. Então escolhemos, com a ajuda do Centro de Neurociência e Psicologia de Valores e Crenças, o programa IDOR, olhar para o cérebro. Isso elemina muitos dos problemas que vêm com o estudo da religião. E a iniciativa no Rio é muito única e importante, e o impacto vai além do Brasil. É internacional. E também está além da religião. Porque, como falamos, crenças incluem visões políticas, econômicas, sobre outras pessoas. Crenças dão esse repertório.

Minhas observações sobre a entrevista do Dr. Jordan Grafman

A relação entre fé e ciência tem sido tumultuosa e muitas vezes parece ser até infrutífera, mas eu entendo que ambas, como áreas de conhecimento distintas podem contribuir profundamentamente para uma compreensão mais ampla e profunda sobre a experiência da vida humana. Concordo de forma ampla com o pensamento de Lois Pasteur sobre este assunto, quando ele disse que a “...boa ciência nos aproxima do Criador”.

Entendo que, por “boa ciência” devemos considerar aquela que é feita baseada na pesquisa pura, sem pré-definições ou expectativas de encontrar e validar resultados já programados e desejados. Por “Criador”, considero Aquele que cumpra os requisitos necessários pela lógica: um ente que seja atemporal, ou seja, que seja anterior e exterior ao tempo, pois já sabemos científicamente que o tempo teve início e metafísico, pois não pode depender dos compostos físicos existentes e “não criado”, pois se fosse um ente criado seria criação e não criador. Este ente, não pode ter-se desenvolvido a partir de quaisquer outras condições, visto que estas condições propostas seriam necessárias ao ente criador original.

Dito isso, tendo a concordar em diversos pontos com o professor Grafman, mas também a discordar em alguns pontos que julgo importantes. Em sua entrevista é possível inferir que o fenômeno que ele chama de “crença” pode ser equiparado ao efeito placebo, dando então um sentimento de esperança que, por si só, causaria uma melhora em condições de saúde física ou psicológica. Este, parece-me um bom argumento de alguém que não crê em um Deus que cumpra os quesitos apresentados acima, mas, de qualquer forma, é um passo inicial possível para quem deseja se aproximar do campo de estudos da fé, principalmente se o fizer de forma científica, ou seja, a partir da observação fenomenológica.

Outro ponto que é necessário um pouco mais de cuidado, é um assunto um tanto complexo até para os estudiosos de teologia. Trata-se da confusão entre fé e processos religiosos. Entendo que religiosos podem desenvolverse em suas comunidades e práticas liturgicas desprovidos de qualquer sentimento de fé, apenas como fenômeno sociocultural. Enquanto outros indivíduos podem desenvolver estruturas individuais profundamente calcadas em uma sólida e consistente fé, sem, no entanto, dedicar-se a liturgias religiosas específicas. Não estou defendendo estas posições. Estou apenas colocando-as em campos de existência em que não são mutuamente necessárias, ainda que sejam provavelmente consequentes uma da outra.

Por fim, entendo que assim como é necessária uma “boa ciência” e que esta pode levar o cientista para mais perto do Criador, também é necessária uma “boa crença”, pois esta também tem a capacidade de aproximar um indivíduo ao Criador, enquanto uma “crença ruim”, pode afastar indivíduos do Criador, fenômeno que estamos observando em larguíssima escala nos tempos atuais.

Marcio Scarpellini é Pastor, Administrador de Empresas, Pedagogo, Cientista Social, Pós-Graduado em Educação, Política e Sociedade, Antropologia, Neurologia Aplicada à Aprendizagem, Psicanálise e Ciências da Religião. Diretor Escolar, professor e palestrante, é casado há 20 anos com a Patrícia e pai do João Pedro e da Manuella.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

‘Falhamos com os judeus na 2ª Guerra, agora falhamos novamente’, diz rei da Holanda

Willem-Alexander condenou o ataque antissemita contra torcedores israelenses em Amsterdã, após o jogo entre Ajax e Maccabi Tel Aviv.

Fonte: Guiame, com informações de The Times Israel

Willem-Alexander. (Foto: Flickr/European Parliament).

O rei da Holanda, Willem-Alexander, condenou o ataque antissemita contra torcedores israelenses que aconteceu na noite de quinta-feira (7), em Amesterdã.

Os israelenses foram atacados logo após a partida de futebol entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, vencida pelo Ajax por 5 a 0. Segundo a Stand With Us Brasil, instituição de ensino sobre Israel, tudo indica que os ataques foram organizados por grupos de imigrantes árabes.

"Falhamos com a comunidade judaica da Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, e ontem à noite falhamos novamente", disse o rei holandês ao presidente Isaac Herzog, durante em um telefonema na manhã desta sexta-feira (8).

Willem-Alexander expressou "profundo horror e choque" com os ataques e afirmou a Herzog que eles deveriam ser "inequivocamente condenados".

O rei disse que espera que as autoridades holandesas tomem medidas imediatas para garantir a segurança dos israelenses e judeus na Holanda no país daqui para frente.

A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, também condenou os ataques, os descrevendo como uma "explosão" de antissemitismo que "não era vista há muito tempo".

"Homens em scooters cruzaram a cidade em busca de torcedores de futebol israelenses. Foi um atropelamento. Posso entender facilmente que isso traz de volta memórias de pogroms", declarou Halsema.

E acrescentou: "Nossa cidade foi profundamente danificada. A cultura judaica foi profundamente ameaçada. Esta é uma explosão de antissemitismo que espero nunca mais ver’.


Conforme o The Times of Israel, pelo menos 10 torcedores do Maccabi Tel Aviv ficaram feridos no ataque.

Centenas de outros israelenses permaneceram em seus hoteis por horas, temendo que pudessem ser atacados a caminho do aeroporto para embarcar em seus voos para casa.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deu a ordem para o envio de dois aviões de resgate à Holanda, segundo informou seu gabinete nesta sexta-feira (08).

As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram uma missão de resgate, com equipes médicas sendo enviadas em coordenação com o governo holandês.

A polícia de Amsterdã informou que 62 pessoas foram presas após o episódio antissemita. De acordo com o governo holândes, uma investigação já está em andamento.

Tribo não alcançada é impactada pelo Evangelho e indígenas são batizados

Após anos rejeitando o Evangelho, membros de uma tribo no Nordeste do Brasil finalmente começaram a se abrir para Cristo.

Fonte: Guiame, com informações da Baptist Press

Tribos foram alcançadas pela atuação de missionários no Brasil. (Foto: IMB)

Desde 2012, os missionários Mitchell e Liz Heinz trabalham com uma tribo que nunca tinha sido alcançada pelo Evangelho. Composta por cerca de 4.000 indígenas que vivem da agricultura, essa comunidade está dividida em 14 aldeias espalhadas por uma reserva de 30 mil hectares.

Ao longo dos últimos 12 anos, Mitchell e Liz visitaram regularmente as aldeias, construindo laços com as famílias e compartilhando o Evangelho através de histórias da Bíblia. Apesar de receberem os missionários com simpatia, as pessoas hesitavam em se converter ao cristianismo.

O maior obstáculo era a liderança tribal, que proibia qualquer membro da tribo de se tornar cristão, ameaçando aqueles que se mostrassem abertos à fé.

“Descobrimos que os líderes da tribo estavam nos vigiando e monitorando tudo que fazíamos”, contou Mitchell ao site Baptist Press. “Depois que saíamos das aldeias, eles interrogavam as famílias sobre o que dissemos e advertiam para que não nos recebessem mais.”

Em certa ocasião, um pajé tentou expulsar Mitchell e Liz da reserva, ameaçando as famílias que queriam saber mais sobre o Evangelho.

Nasce uma igreja debaixo do cajueiro

Em 2014, o casal conheceu Mara, a única cristã da tribo na época. Ela havia conhecido o Evangelho enquanto vivia em São Paulo e enfrentava perseguição constante por sua fé, mas não desistia.

“Passamos muito tempo com Mara e vimos que, embora sua igreja de origem tivesse algumas doutrinas questionáveis, ela parecia confiar sinceramente em Jesus e obedecer ao Evangelho”, disse Mitchell.

Mara aprofundou seu conhecimento na fé cristã e ajudou os missionários a alcançar outras famílias nas aldeias vizinhas.

O primeiro casal que Mara apresentou foi sua irmã e seu cunhado, que começaram a convidar os missionários para ensinarem a Palavra em sua casa. Eles se reuniam debaixo de um enorme cajueiro, onde Mitchell contava histórias da Bíblia.

Por dois anos, todas as semanas, o casal reunia amigos e familiares para estudarem as Escrituras. A cada encontro, parecia que a sede deles pela Palavra só aumentava.

“A fome deles pela Palavra aumentava a cada semana, então continuamos ensinando”, contou Mitchell.

A casa deles se tornou um ponto de encontro na aldeia, onde familiares, amigos, vizinhos e até mesmo líderes tribais apareciam para tomar um café. Foi o ambiente perfeito para começar uma igreja indígena.

Mitchell dirige até áreas remotas do Brasil. (Foto: IMB)

Experiência com a graça de Deus

Mesmo com advertências da liderança da tribo, a família permaneceu firme. Com o passar dos anos, outros membros da tribo também se converteram, e, em 2022, foi formada a primeira igreja indígena da tribo. Eles continuam se reunindo duas vezes por semana para estudar a Bíblia e orar.

Com o crescimento dos cristãos, aumentou também a perseguição. Léo e Luana, um casal de novos convertidos, chegaram a perder seus postos como professores na escola da aldeia por causa de sua fé — por influência de uma respeitada líder na tribo chamada Sue.

Até que, em maio deste ano, o filho mais velho de Sue desapareceu por duas semanas, e ela temia o pior. Léo foi até a casa dela para orar, juntamente com outros membros da igreja. Sue nunca imaginou que as pessoas que ela perseguia seriam tão amorosas e solidárias.

Na manhã seguinte, o filho de Sue voltou para casa. Deus demonstrou Sua misericórdia através da vida dos cristãos. Desde esse acontecimento, Sue mudou sua postura: parou de perseguir a igreja e agora está aberta a ouvir sobre Jesus.

A igreja continua crescendo e testemunhando o agir de Deus. O progresso é lento, mas novos membros estão sendo batizados, e a igreja se dedica a fazer novos discípulos, relata a Baptist Press.

“Hoje há mais abertura para o Evangelho do que havia quando Liz e eu começamos a trabalhar com essa tribo, há 12 anos”, disse Mitchell.

* Os nomes foram alterados por razões de segurança.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Com 11.000 anos de história, Jericó é cidade bíblica mais antiga do mundo

Localizada no coração do deserto da Judeia, escavações da década de 1950 revelaram descobertas arqueológicas significativas, incluindo o monte da tentação de Cristo.

Fonte: Guiame, com informações do Jerusalem Post


Imagem panorâmica de Jericó atual. (Foto: Wikipedia)

Jericó, a cidade mais antiga do mundo, teve sua importância histórica reconhecida em 2023 ao ser incluída na Lista do Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Essa decisão destacou o valor cultural e arqueológico da região, sublinhando o status de Jericó como a cidade habitada mais antiga do mundo.

Localizada no coração do deserto da Judeia, com mais de 11.000 anos de história, Jericó se afirma como um local excepcional na trajetória da humanidade.

A cidade foi palco da batalha de Jericó, descrita no Livro de Josué, que marcou o primeiro combate travado na conquista de Canaã pelos israelitas.

A batalha é famosa pela queda triunfante das muralhas de Jericó, provocada pela marcha de israelitas tocando suas trombetas.

Primeiras civilizações

A antiga cidade de Jericó, correspondente ao local conhecido como Tell es-Sultan, proporciona uma visão única das primeiras civilizações humanas.

As escavações arqueológicas revelaram aproximadamente 70 casas pré-históricas e mais de 20 assentamentos sucessivos, evidenciando uma ocupação contínua por milênios.

As casas, de formato circular, foram construídas com argila e palha. O primeiro assentamento humano documentado em Jericó remonta a cerca de 9000 a.C., quando grupos de caçadores-coletores da cultura natufiana se estabeleceram na região.

Os grupos natufianos em Jericó aproveitaram a fonte Ein as-Sultan e as águas do rio Jordão, o que facilitou o desenvolvimento da agricultura e das primeiras tecnologias alimentares.

Essa transição para um estilo de vida sedentário representou uma evolução significativa do nomadismo para a produção de alimentos, com comunidades estabelecendo bases que ainda podem ser observadas hoje.

A transição para um estilo de vida sedentário não apenas alterou a maneira de viver, mas também impulsionou o desenvolvimento de ferramentas e objetos domésticos fundamentais para a convivência em comunidade.

Remanescentes do palácio de Herodes. (Foto: Wikipedia)

Jericó foi pioneira não apenas no sedentarismo, mas também na construção de infraestruturas defensivas. As comunidades ergueram muros de pedra que desempenhavam uma função dupla: proteger a população de ataques externos e regular os níveis de água de fontes adjacentes para prevenir inundações.

Características notáveis, como um muro de pedra com 3,5 metros de altura e uma torre circular de nove metros, evidenciam as avançadas habilidades de engenharia de seus antigos habitantes.

Torre de Jericó

Escavações em Tell es-Sultan, conduzidas pela arqueóloga britânica Kathleen Kenyon na década de 1950, revelaram descobertas arqueológicas significativas, incluindo a Torre de Jericó.

Os turistas podem explorar a Torre de Jericó, que oferece uma visão de como era a vida na antiguidade. Entre as descobertas arqueológicas mais notáveis em Jericó estão utensílios de cerâmica com inscrições pré-históricas. Essas peças de cerâmica foram utilizadas para conservar alimentos ou para cozinhar, indicando um desenvolvimento inicial de tecnologias alimentares na região.

Além disso, foram descobertos crânios cobertos com gesso e conchas colocadas nas órbitas oculares, sugerindo uma preocupação significativa com a adoração aos ancestrais e as crenças espirituais entre os antigos habitantes.

Esses restos revelam uma conexão profunda com a vida após a morte e um surpreendente nível de sofisticação cultural em uma época em que muitas sociedades ainda eram dependentes da caça e da coleta.

Hoje, Jericó possui uma rica herança histórica, com as ruínas de Tell es-Sultan como seu principal destaque, localizadas no centro histórico da cidade.

Tell es-Sultan abriga vestígios das primeiras civilizações e proporciona aos visitantes a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a história humana. Para os amantes da antiguidade ou para aqueles que desejam aprender mais sobre a história durante as férias, as ruínas de Tell es-Sultan são uma excelente opção de visita.

Fonte de Eliseu

A poucos metros das ruínas de Jericó encontra-se a Fonte de Eliseu, que se tornou um dos locais mais fotografados da cidade.

A Fonte de Eliseu se destaca tanto por sua arquitetura quanto por sua relevância arqueológica e cultural. Em suas paredes, está inscrita a frase "Cidade mais antiga do mundo". Essa distinção atrai milhares de visitantes anualmente.

Jericó também abriga vestígios do Califado Omíada, representados pelo Palácio de Hisham, construído por volta do ano 743-744.

O palácio se destaca por seus mosaicos e decorações em estuque, inspirados nos banhos da civilização romana. Essas obras resistiram ao passar do tempo, proporcionando uma visão do esplendor da arquitetura islâmica primitiva. Alguns restos do Palácio de Hisham estão preservados no Museu Rockefeller em Jerusalém, permitindo que o legado histórico do palácio transcenda as fronteiras de Jericó.

O Monte da Tentação

Outro lugar que merece atenção em Jericó é o Monte da Tentação. Reconhecido pelos fiéis por sua conexão com a Bíblia, é aqui que, segundo relatos bíblicos, Jesus passou quarenta dias em jejum e resistiu às tentações do diabo.

O Monte da Tentação é um dos principais mirantes de Jericó, cercado pela paisagem desértica da Judeia, e possui profundo significado espiritual para os crentes. A partir do Monte da Tentação, os visitantes podem contemplar a vasta extensão do deserto, compreendendo a importância histórica e cultural de Jericó.

Monte da Tentação, em Jericó. (Foto: Wikipedia)

O legado histórico de Jericó vai além de seu passado antigo. Os esforços contínuos de habitação e preservação da cidade possibilitaram que as ruínas de Tell es-Sultan fossem estudadas e apreciadas por arqueólogos e visitantes.

Apesar da passagem do tempo, essas estruturas evidenciam a fase sedentária da cidade, fornecendo provas da transição de um estilo de vida nômade para um sedentário. Essa mudança representou um marco na história ao permitir o desenvolvimento da agricultura na região.

‘Exaltamos o teu nome, Senhor’, diz Nadja Haddad pela alta do filho após 6 meses de UTI

A apresentadora publicou um vídeo do momento em que seu filho José recebeu alta da UTI neonatal, após 191 dias de internação.

Fonte: Guiame

Nadja Haddad e seu marido Danilo Joan na alta de José. (Captura de tela/Instagram/Nadja Haddad)

Em um vídeo publicado no Instagram, a jornalista Nadja Haddad, acompanhada de seu marido Danilo Joan e seu bebê de 6 meses, demonstra fé e gratidão a Deus pelo que ela descreve como “o maior milagre”.

“Nosso grande dia chegou. Deus honrou sua promessa na nossa vida. Cumpriu, completou a obra, e a gente vai embora para casa hoje. Vocês participaram de tudo com a gente, oraram, então, é muito justo que vocês participem. […] Eu nem dormi!”, disse Nadja nos Stories do Instagram antes de levar seu bebê para casa.

Agora, após uma luta pela vida de José, que nasceu prematuramente junto com seu gêmeo Antônio, que infelizmente não resistiu, o casal levou o filho para casa no último sábado (02).

Seis meses na UTI

José permaneceu internado na UTI neonatal do Hospital Pro-Matre, em São Paulo, por seis meses, lutando pela vida.

"Foram 191 dias de UTI, depois um parto tenso, prematuro, de apenas 23 semanas e três dias. Uma gestação fora do útero começou a acontecer dentro das incubadoras, que se tornaram os nossos porta-joias, e com o olhar de uma equipe médica que fez como anjos enviados por Deus.”


Nadja conta que os diagnósticos nem sempre foram bons, pois uma forte bactéria atacou seus meninos, ainda tão frágeis, levando Antonio a óbito.

“Deus decidiu recolher o nosso anjo Antônio e colocou José para lutar e vencer, com apenas 380 gramas e 16 dias de vida”, contou.

“Passamos a viver entre o luto e a esperança. Cheios de fé, e hoje preenchidos de muita gratidão, exaltamos o Teu nome, Senhor. A luta chegou ao fim, nós vamos para casa”, disse emocionada.

A apresentadora relata que os meninos uniram pessoas de todos os lugares em oração, e agradece:

“A você que fez parte dessa corrente de amor, nossa mais profunda gratidão. Com muita alegria, muita alegria, quero que conheçam o nosso pedido de oração: aquele por quem vocês orarão. E o nosso maior milagre, e o milagre tem nome, e o nome dele é José."

A fé da apresentadora já havia sido demonstrada publicamente quando, em janeiro de 2023, ela foi batizada nas águas na Igreja Lagoinha Alphaville, em São Paulo.