sábado, 6 de janeiro de 2018

“Deixei de ser feminista porque vi o cristianismo como algo maior”, diz Fabiana Bertotti

Em entrevista ao Guiame, a escritora e youtuber Fabiana Bertotti fala sobre submissão da mulher no casamento, feminismo e seu novo livro.

Fabiana esclarece que a visão feminista moderna não compactua com a visão bíblica. (Foto: Reprodução/Facebook)
A submissão da mulher ao marido só continua sendo um tema polêmico para muitos cristãos por causa da falta de conhecimento sobre o contexto bíblico, de acordo com a escritora e youtuber Fabiana Bertotti.

Em entrevista ao Guiame, ela esclarece que a proposta da Bíblia vai além da visão superficial e errônea de classificar a esposa como “capacho” do homem.

“O primeiro texto (Efésios 5:25) diz para os maridos amarem as esposas como Cristo amou a igreja. Cristo morreu pela igreja, mesmo ela sendo infiel e não totalmente devota à Ele. Eu não acho que dizer às esposas para serem submissas a seus maridos seja mais difícil do que amar as esposas como Cristo amou a igreja”, explica Fabiana.

“Quando você entende o contexto em que isso foi escrito e a mensagem de submissão — que tem a ver com a proteção que é dada pelo marido e mostra a submissão como reconhecimento ao sacerdócio dele no lar — eu acho que a missão da mulher é muito mais fácil”, acrescenta.

Sem a visão correta do contexto, algumas pessoas caem no erro de categorizar Deus como machista. “Se você for estudar a Bíblia hermeneuticamente, você vai descobrir um Deus que no decorrer da história tenta reconstruir a imagem da mulher para uma sociedade moralista e machista. É um Deus que protege e dá direito às mulheres”, observa.

Embora o termo machista não se enquadre para Deus, Fabiana afirma que os homens descritos pela Bíblia eram machistas em alguns aspectos. “Deus não é machista, os homens que Ele usou ao longo da história, muitos eram. A sociedade e o período cultural que são retratados são machistas. Temos medo de dizer que a Bíblia não tem machismo, mas é lógico que tem. A Bíblia é o retrato cultural de uma época, um recorte no tempo”, avalia. “A Bíblia tem machismo, homicídio, inveja, porque ela retrata seres humanos vivendo ora pela graça de Deus, ora pela perfídia dos homens”.


Fabiana se tornou mais popular no Brasil através de seu canal no YouTube. (Foto: Reprodução/Facebook)
Fabiana já foi adepta ao feminismo há alguns anos, hoje ela esclarece que a visão feminista moderna não compactua com a visão bíblica. “Eu deixei de ser feminista porque eu enxerguei o cristianismo como algo muito maior do que o feminismo. Quando eu entendo que em Cristo nós somos iguais, entendo uma declaração de direitos iguais. A partir do momento em que eu vou luto para ter o mesmo salário ou para mulher não ser estuprada no ônibus, isso não é feminismo. Estamos falando de direitos civis, de um direito à vida”.

A youtuber acredita que muitas mulheres cristãs que se dizem feministas, podem estar seguindo este movimento moderno por não conhecer sua origem. “A raiz feminista que está arraigada no marxismo cultural vai contra toda a filosofia cristã de família e de submissão a Deus. As pessoas dizem que são feministas porque querem direitos iguais para as mulheres, mas a maioria nunca estudou o tema e não sabe de onde vem a filosofia feminista. Se você entender a raiz desse movimento, você vai perceber que a raiz marxista não combina com a filosofia bíblica”, esclarece.

Onde mora a felicidade?

Recentemente, Fabiana lançou o livro “Onde Mora a Felicidade?” pelo selo Pórtico, da Editora Planeta, com o objetivo de mostrar que a felicidade não é igual para todo mundo. “O que pode ser sinônimo de felicidade para umas pessoas pode ser super entediante para outras”, disse ela, fazendo uma crítica ao padrão de felicidade imposto principalmente por influenciadores e até mesmo pessoas comuns nas mídias sociais. “Para a maioria das pessoas isso é uma escravidão, mas elas nem notam, porque elas não sabem onde mora a felicidade delas”.

Fabiana escreveu o livro enquanto descobria sua maior fonte de felicidade: seu primeiro filho, o pequeno Theodoro. Com a maternidade, ela conta que compreendeu um pouco melhor a dimensão do amor de Deus. “Todo mundo compara o amor de Deus com o amor de mãe, porque é o mais perto que a gente tem no âmbito humano, pois é um amor que sacrifica tudo em prol daquele serzinho”, comenta.

Rodrigo e Fabiana Bertotti segurando o primeiro filho do casal, Theodoro. (Foto: Reprodução/Facebook)
“Um dia meu filho estava dormindo, depois de uma noite bem intensa de cólicas e dificuldades na amamentação. Então eu me dei conta que esse serzinho nunca vai me amar como eu o amo. O amor dele por mim vai ser sempre menor, porque o meu amor pelos meus pais é infinitamente menor do que o deles por mim e hoje eu sei disso. Essa foi a primeira vez que eu entendi a dimensão do amor de Deus”, afirma a youtuber.

FONTE: GUIAME, LUANA NOVAES


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