quarta-feira, 23 de maio de 2018

“Evangélicos apoiam Israel com maior devoção que muitos judeus”, afirma embaixador

David M. Friedman afirma que esse apoio a Israel é importante: "Precisamos de amigos e precisamos de alianças".


por Jarbas Aragão

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Benjamin Netanyahu e David M. Friedman. (Foto: Menahem Kahana/AFP)

Segundo uma longa reportagem do jornal The New York Times, no dia seguinte à inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, convocou líderes evangélicos para falar sobre os próximos países a fazerem o mesmo.

Em uma sala de conferência, Netanyahu agradeceu o pequeno grupo de pastores e ativistas proeminentes por intercederem junto ao presidente Donald Trump para realocar a embaixada o mais cedo possível.

Ainda segundo o jornal, Netanyahu queria saber qual embaixada seria a próxima. Listando países onde havia fortes igrejas evangélicas, lembrou que Guatemala, Paraguai e Honduras já haviam decidido pela mudança de suas embaixadas. Os próximos a serem tentados seriam Brasil e Índia.


“O primeiro-ministro estava muito animado com as possibilidades”, afirma Mario Bramnick, pastor cubano, líder do ministério Coalizão de Latinos por Israel e parte do seleto grupo de pastores que ora periodicamente com Trump na Casa Branca.

Embora o Israel moderno sempre tenha dependido do apoio da diáspora judaica, o governo de Netanyahu fez uma mudança histórica e estratégica, aproximando-se de líderes cristãos evangélicos, mesmo correndo o risco de afastar judeus americanos que se incomodam com as declarações de pastores evangélicos que “difamam a sua fé”.


O movimento calculado de Netanyahu refletiu-se na presença de dois pastores conhecidos pela sua defesa de Israel, que fizeram orações durante a inauguração da embaixada americana. As imagens foram repercutidas em todo o mundo.

O primeiro a falar foi Robert Jeffress, da Primeira Igreja Batista de Dallas. Lembrando profecias bíblicas sobre o renascimento de Israel, e encerrou dizendo “em nome do Príncipe da Paz, o nosso Senhor Jesus Cristo”.

As câmeras mostraram Netanyahu batendo palmas após a fala, o que incomodou líderes como rabino Yechiel Eckstein, fundador da Fraternidade Internacional de Cristãos e Judeus. Ele considerou que, dado o contexto, era algo “inapropriado”.

O ministério de John Hagee, pastor que fez a oração final, anualmente arrecada milhões de dólares e doa para governo de Israel, por exemplo, ambulâncias e equipamento hospitalar. Ao Times, afirmou: “Conheço o primeiro-ministro Netanyahu há muitos anos e tenho orgulho de chamá-lo de amigo. Em muitos aspectos, ele é o Churchill de nosso tempo”.


Apesar das históricas diferenças, muitos judeus acreditam que esse apoio dos evangélicos é bem-vindo. David M. Friedman, embaixador dos EUA em Israel, disse que os evangélicos “apoiam Israel com muito mais fervor e devoção que muitos dentre a comunidade judaica”.

O diplomata afirmou que esse apoio a Israel é importante: “Precisamos de amigos e precisamos de alianças”. Foi de Friedman a decisão de convidar Jeffress e Hagee. “Eles são dois dos líderes mais influentes da comunidade evangélica americana, e eu queria honrar essa comunidade por ser tão veemente em seu apoio a nós”.

Já Ron Dermer, o embaixador israelense nos EUA, que participa regularmente de eventos onde recebe o apoio evangélico, disse que os “cristãos devotos” hoje em dia são a “espinha dorsal” do apoio a Israel. Ele insiste que isso não significa que Israel está ignorando o apoio dos judeus liberais. “Você poderia dizer que há uma mudança aqui ou ali, mas, obviamente, para nós, é importante termos um forte apoio que seja muito amplo. Afinal, não se pode pilotar um avião só com uma asa.”
Melhores amigos

Em todo o mundo, o número de evangélicos é estimado em 600 milhões, e esse número continua crescendo em países latino-americanos e africanos. Os judeus, segundo reconhece o governo israelense são 23 milhões, sendo que 17 milhões vivem fora de Israel.

O relacionamento de Netanyahu com os cristãos conservadores é muito mais forte que com qualquer outro grupo fora de Israel. O rabino Eckstein entende que o premiê é muito mais popular entre os evangélicos do que qualquer outro primeiro-ministro israelense já foi.

“Ele fala a língua deles”, disse o rabino. “Ele sente-se confortável no meio eles e retribuiu esse amor”.

Em diferentes ocasiões, o primeiro ministro já expressou essa boa relação. Falando a um grupo e líderes e líderes evangélicos durante visita à África, foi enfático: “Não temos melhores amigos no mundo. Ninguém! Agradecemos essa amizade”.

Todos os anos ele grava mensagem desejando um “Feliz Natal” e no final do ano passado pediu orações pelos cristãos perseguidos.

Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br

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