Porque se contentar apenas com o
crescimento numérico de igrejas, enquanto que, o Evangelho pode penetrar em
todas as camadas...
Porque se contentar apenas com o
crescimento numérico de igrejas, enquanto que, o Evangelho pode penetrar em
todas as camadas da sociedade? Porque não acreditar que o Evangelho pode curar
a maneira adoecida e equivocada de se fazer política? Porque não acreditar que
a cultura, a literatura, e as mentes pensantes de nossa geração podem ser
transformadas pelo Evangelho?
Seria extraordinário o Evangelho
transformando a política brasileira, em um novo modelo de justiça e igualdade.
Como seria a sociedade livre dos altos índices de violência, adultério, roubo,
homicídio, e suicídio? Como seria acordar um dia e encontrar uma cidade mais
saudável, equilibrada, feliz e livre? Qual seria a sensação de abrir o jornal e
não encontrar mais as calamidades que assolam as nações? Tudo isso é possível
quando o Evangelho torna-se realidade nos corações!
A Igreja não estará cumprindo de fato
a sua missão, enquanto, apenas os templos religiosos estiverem abarrotados de
pessoas ávidas pela prosperidade material, pacificação emocional ou qualquer
outra intenção que não seja de fato a realidade de viver o Reino de Deus e a
sua justiça.
O Evangelho almeja modificar desde as
mais sutis manifestações da vida até os grandes sistemas e processos
existências. Porém, o número de pessoas que tem vivido apenas na periferia dos
portões do Reino de Deus é alarmante. Esses indivíduos chegam até a contemplar
a beleza e a singularidade do Reino, mas acabam ficando entretidas com as
mercadorias e comércios realizados do lado de fora.
Enquanto a Igreja não se desvincular
de uma mensagem que apenas procure solucionar problemas de natureza temporais
individualistas, jamais influenciará além dos seus portões.
A mensagem do Evangelho de Cristo
sempre teve como objetivo tornar o Reino de Deus concreto na vida das pessoas.
O espírito do Evangelho atende as necessidades individuais em seus pormenores,
como também os de aspecto coletivo.
A dificuldade em absorver o espírito
integral da mensagem do Evangelho, normalmente provoca atrasos indizíveis na
missão da Igreja. A tentativa da descentralização de Deus para que os desejos
narcisistas humanos sejam centralizados, pode ser notado em inúmeras letras de
canções e conteúdo de algumas pregações. A doença do narcisismo religioso tem
atingido um estágio tão crônico que atualmente muitos cultuam a si mesmos
pensando estarem rendendo culto a Deus.
A estagnação e o retardamento da
grande comissão da Igreja vêm acontecendo porque as luzes que encantam o mundo
estão ofuscando a visão da Igreja. Como é rara a visão espiritual no mundo
moderno!
A visão divina não apenas gera
ideologias ou teorias, mas efetivamente proporciona a iluminação e o poder de
ação.
Através da iluminação divina a Igreja
descobre em primeiro plano onde se encontra dentro do panorama divino. Ninguém
chega a lugar nenhum, sem antes conhecer de fato onde está no presente. Para um
individuo viajar para qualquer lugar, primeiro deverá saber onde se encontra,
para depois planejar a viagem.
O fracasso na maioria das vezes
ocorre pelo desconhecimento do posicionamento atual. A revelação gerada pela
visão proporciona o posicionamento substancial do individuo.
Um exemplo de Igreja que desconhecia
seu posicionamento era Laodicéia – “Como
dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és
um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;” Ap. 3.17A ausência de visão
na Igreja de Laodicéia era uma realidade sórdida – “que
unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Ap3.18, produzindo um
estado de anarquia espiritual maquiado pela religiosidade e pela prosperidade
material.
Após a visão posicionar o indivíduo
dentro de sua realidade substancial, a iluminação atua como elemento de
motivação. Isso ocorre porque o reconhecimento do estado de indolência
produzirá desassossego – “Levantar-me-ei,
e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;”
Lc 15.18 Quase sempre a confrontação do coração dormente com a chama da
iluminação divina recondicionará o individuo no caminho da mudança. Não existe
nenhum poder de natureza humana ou maligna que pode parar um coração iluminado
pela visão divina.
Enquanto existir a visão de Deus a
iluminação jamais cessará. E existindo iluminação sempre haverá ação. De modo
que, a ação na vida do cristão é consequência da iluminação divina, Jesus
disse: “…sem mim nada podeis fazer.” (João
15.5). Existe de fato iluminação em nossos dias? Se existe, qual tem sido a
iluminação dos representantes do Reino de Cristo? Temos apenas sonhado ou de
fato estamos realizando? Contamos apenas história ou estamos participando
efetivamente da construção do Reino de Deus?
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