sexta-feira, 2 de abril de 2021

PGR pede suspensão de decretos que proíbem a realização de cultos em todo o país

Para Augusto Aras, igrejas e templos devem poder funcionar desde que respeitados protocolos de prevenção à disseminação da Covid-19.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA PGR

Culto na Igreja Edificando em Cristo, em 8 de julho de 2020 em São Paulo. (Foto: Reprodução / AFP)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (31) a suspensão de decretos municipais e estaduais em todo o país que proíbem a realização de cultos, missas e outras atividades religiosas de caráter coletivo. Para o PGR, além de a Constituição assegurar a liberdade religiosa, a assistência espiritual é essencial para muitas pessoas enfrentarem a pandemia. Portanto, igrejas e templos devem poder abrir, desde que respeitados os protocolos sanitários para evitar a disseminação da Covid-19.

O PGR se manifestou na ADPF 811, ajuizada pelo PSD contra decreto do governo do estado de São Paulo que vetou atividades religiosas presenciais. O pedido apresentado pelo PGR reforça a solicitação de liminar do partido e requer a suspensão imediata da norma – a fim de que templos e igrejas possam celebrar a Páscoa, principal feriado cristão – com efeito expansivo para alcançar atos editados por outros entes federativos que também tenham estabelecido a proibição total ao livre exercício do direito fundamental à liberdade religiosa por meio de cultos, missas e outros rituais presenciais, desde que observados os protocolos de prevenção, como os estabelecidos anteriormente no próprio estado de São Paulo e no Distrito Federal, e o atendimento das medidas sanitárias definidas pelo Ministério da Saúde. O relator da ADPF é o ministro Gilmar Mendes.

Em parceria com especialistas e setores envolvidos, São Paulo elaborou detalhado protocolo voltado a auxiliar os estabelecimentos a reduzir o risco de contágio, baseado em critérios técnicos e de saúde. O documento contém prescrições específicas – que podem ser adotadas – para as atividades praticadas em cada matriz religiosa

O PGR justifica o pedido de liminar argumentando que o perigo na demora de uma decisão “decorre do próprio agravamento da epidemia de covid-19 no estado de São Paulo e de estar em curso período importante para tradição religiosa cristã (semana santa), de modo que a proibição de externalização de crença em culto, de missas ou demais atividades religiosas de caráter coletivo neste momento de especial significado religioso inflige maior sofrimento na população do estado, que não pode sequer se socorrer em templos religiosos para professar sua fé em nome dos entes queridos que se foram ou pela saúde daqueles que estão acometidos pela doença”.

Segundo Aras, é esperado que, no cenário atual, sejam implementadas algumas restrições. No entanto, considerando a importância que o constituinte deu à proteção à liberdade religiosa e tendo em vista que a legislação nacional considera as atividades religiosas como essenciais, não é proporcional que o Poder Público possa determinar proibição absoluta da realização de cultos e missas, sobretudo quando há outras medidas menos restritivas e igualmente adequadas para o objetivo de conter o coronavírus.

“Assim, a permissão de realização de celebrações religiosas coletivas, mediante a adoção de adaptações razoáveis destinadas à prevenção da transmissão da covid-19, confere viabilidade e concretização à liberdade religiosa e de culto, sem prejuízo da proteção à saúde pública”, afirma o procurador-geral. Aras também destaca que algumas atividades religiosas podem ser realizadas on-line, mas outras, não, o que acaba por criar um privilégio para praticantes de algumas religiões em detrimento de outras. Além disso, nem todos têm acesso à internet rápida, o que prejudica principalmente os mais pobres. A abertura das igrejas com os devidos cuidados, conforme argumenta o PGR, é adequada não somente para garantir a saúde física, como também a saúde mental e espiritual da população em um momento de agravamento da epidemia em todo o país.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Dia 1º de abril: o que está por trás do “Dia da Mentira”?

Segundo Tomás de Aquino, a mentira se divide em três tipos: viciosa, oficiosa e jocosa. Douglas Gonçalves acrescenta: “Existem as mentiras satânicas”.



FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

Homem mentindo. (Crédito: Getty Images/iStockphoto)

Há quem diga que o dia 1º de abril, amplamente conhecido como o “Dia da Mentira”, é uma data para brincadeiras inocentes envolvendo trotes. De onde surgiu essa ideia? Há inúmeras respostas tentando explicar. Por exemplo: Alguns associam a determinados festivais romanos, outros a uma festa francesa conhecida como “Tolo de Abril” e há muitas outras versões em países onde esse dia é comemorado.

No Brasil, por exemplo, a data se popularizou em Minas Gerais, onde circulou a falsa notícia do falecimento de Dom Pedro II, no dia 1º de abril de 1848, pelo periódico com o nome sugestivo: “A Mentira”.

O engano foi desmentido no dia seguinte, mas desde então, as pessoas passaram a pregar peças e trotes na mesma data, por pura diversão. A brincadeira caiu no gosto popular e se tornou uma tradição. Mas existe algum momento em que a mentira pode ser tratada como algo inocente ou como uma brincadeira?

Três tipos de mentira

O teólogo italiano Tomás de Aquino [1225-1274] diferenciava a mentira em três tipos: a viciosa, que visa enganar por um fim desprezível mesmo; a oficiosa, que visa algum bem, como proteger a vida de uma pessoa; e a jocosa, que visa divertir ou entreter. Essas duas últimas são, na opinião dele, pecado venial, ou seja, não muito graves, mas ainda assim moralmente erradas.

Mentir por brincadeira pode estimular essa ação e contribuir negativamente para a formação do caráter. O simples hábito de mentir pode tornar as pessoas insensíveis à mentira. Uma coisa pode levar à outra, de forma que, não dizer a verdade, pode servir de escape em situações embaraçosas ou para não ferir os sentimentos de alguém.

E a mentira de origem satânica?

De acordo com o líder do movimento JesusCopy, Douglas Gonçalves: “A grande arma de satanás para destruir nossas vidas é a mentira”, disse através de um vídeo publicado em seu canal no YouTube, em janeiro de 2020.

Ele organiza sua exposição nas “quatro principais mentiras”, encontradas na Bíblia, no livro de Gênesis [3.1-7], onde se encontra o relato da queda humana através do pecado original.

Segundo o pastor, a primeira mentira distorce a imagem de Deus, colocando-o como um “estraga-prazer”. Ele enfatiza a mentira de satanás apontando para o próprio texto bíblico: “Foi isto mesmo que Deus disse: Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim?” [Gn 3.1].

O diabo começa tentando distorcer o que Deus disse, já que o alerta divino era apenas “não comer do fruto da árvore que estava no meio do jardim”, ou seja, de uma única árvore. 


A mentira da religiosidade

A segunda mentira sai da boca da mulher: “Deus disse: Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vocês morrerão.” [Gn 3.3]. Douglas aponta para as palavras acrescentadas por Eva — “nem toquem nele” [no fruto]. “Ela exagerou a lei de Deus, ela tornou a lei mais rígida do que era. Essa é a mentira da religiosidade, que torna o fardo mais pesado”, explicou.

A mentira da libertinagem

Douglas prossegue mostrando que a terceira grande mentira saiu mais uma vez da boca de satanás. “Disse a serpente à mulher: Certamente não morrerão! [Gn 3.4]. “Satanás disse que Deus era um mentiroso e que estava escondendo e retendo deles algo bom. Essa mentira entrou no coração de algumas pessoas, que pensam que se obedecerem a Deus completamente, terão uma vida miserável e infeliz”, esclareceu.

“A verdade é que, se você obedecer a Deus em tudo, ao final, você terá o máximo de prazer possível, porque Ele não é um estraga-prazer, Ele é a fonte de todo prazer”, desfez o engano.

“Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal.” [Gn 3.5]

“Olha o que o diabo disse: ‘é preciso comer para ser como Deus’. Essa é a quarta e grande mentira — fazer para se tornar! E essa mentira está muito presente em nossos dias. Você não precisa fazer mais nada, porque você ‘já é’ imagem e semelhança de Deus”, enfatiza. O pastor ilustra com isso a outra face da religiosidade, que impõe ações por parte das pessoas para que sejam abençoadas, como se a bênção necessitasse de uma moeda de troca.

“A religiosidade diz que você precisa ‘fazer’ para ser amado, mas você já é amado. A religiosidade diz que você precisa ‘fazer’ para ser aceito, mas você também já é aceito. Muitas pessoas passam a vida inteira correndo atrás daquilo que já é, e do que já têm”, acrescentou.

“Seja na libertinagem, seja na religiosidade, o caminho será a queda. Essas mentiras de satanás só servem para desviar você do caminho. A verdade está no Evangelho, onde diz que Deus é a fonte de todo prazer, e que a lei de Deus é por amor a nós e para nossa proteção”, frisa e conclui: “Que essas mentiras não tenham mais poder sobre a sua vida e que você tenha uma vida abundante em Deus”, finalizou.

quarta-feira, 31 de março de 2021

Heróis da fé: Susanna Wesley – criando filhos para servir a Deus

Dedicada a servir a Deus, ajudando pessoas em suas vidas religiosas, Susanna Wesley também teve vida marcada pela determinação em formar a vida cristã de seus filhos.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA SUSANNA WESLEY FOUNDATION

Susanna Wesley, mãe dos pregadores Charles e John Wesley. (Cortesia da Comissão Geral Metodista Unida de Arquivos e História).

Mãe de John Wesley, a londrina Susanna Annesley nasceu em 20 de janeiro de 1669, em Spital Yard, Bishopsgate, como filha mais nova de um proeminente pastor presbiteriano, Samuel Annesley, que morreu em 1696.

Em 1688, então com 19 anos, Sussana se casou com Samuel Wesley (que, como sua família, não pertencia à linha dos não-conformistas, aqueles que não se conformavam com o governo e com as práticas da Igreja Anglicana). Depois, ambos foram convertidos do não-conformismo ao anglicanismo.

O ministério paroquial de Samuel o levou de Londres para Surrey, depois para Lincolnshire, onde foi Reitor de Epworth de 1697 até sua morte em 1735.

Foi neste local que Susanna Wesley criou sua grande família e salvou seu marido da vergonha em várias ocasiões. Ela cuidou da educação de seus 19 filhos, liderou grupos de pessoas com instruções bíblicas enquanto Samuel ficava fora e encontrou tempo para ler e escrever fartamente.

Hoje, Sussana é lembrada principalmente como a mãe de John e Charles Wesley. No entanto, ela foi, pelo menos para muitos metodistas posteriores, um arquétipo de feminilidade evangélica cuja contribuição intelectual e espiritual só agora está sendo totalmente avaliada desde a publicação da edição completa de seus escritos.

Outro aspecto reconhecido na vida de Sussana tem sido sua influência na formação do filho Charles Wesley, através da inculcação de seus escritos catequéticos (como aqueles sobre o Credo dos Apóstolos e os Dez Mandamentos escritos em 1710-11) e conversas diárias animadas com cada um de seus filhos.

Sussana dizia separar dias da semana para falar com cada um deles. Ela compartilhou orações familiares, leitura da Bíblia e os ensinou em um esquema educacional rigoroso. Um cronograma cuidadosamente ordenado em que até mesmo as tarefas domésticas se tornassem atos religiosos era essencial para uma vida disciplinada.

Segundo a Susanna Wesley Foundation, durante sua viuvez a esposa do reverendo Samuel escreveu algumas obras importantes em defesa do anglicanismo reformado.

Vários eventos importantes constituíram sua espiritualidade. O primeiro foi sua disputa com Samuel sobre dizer "Amém" no final da oração pelo Rei William em 1701, demonstrando assim a defesa da liberdade de consciência como uma Alta Igreja Anglicana e apoiadora dos Stuarts, nascida de seu feroz espírito dissidente.

Em segundo lugar, a preservação milagrosa do filho John (junto com as outras crianças) no incêndio que destruiu a Reitoria de Epworth em 1709 deu a ela um senso especial da providência e graça de Deus que marcou ela e sua filha ‘Jacky’ como instrumentos divinos.

E em terceiro lugar, a realização de cultos "irregulares" na cozinha da Reitoria de Epworth enquanto Samuel estava ausente demonstrou como a abordagem metódica de sua própria vida pessoal se transformou em um imperativo de educar os outros, a família e os paroquianos.

Ela explicou isso em termos de uma santa mordomia a ela confiada: “Não posso deixar de ver cada pessoa que você deixa sob meus cuidados como um talento confiado a mim sob a confiança do grande Senhor.”

Um aspecto da reverência de Susanna pelo Tempo Sagrado era a centralidade e importância do Dia do Senhor. Ela tem várias meditações sobre o "dia mais feliz" que serviram para lembrar às pessoas que "esses momentos sagrados podem sempre ser empregados em Teu serviço", um dia de devoção.

Dentro da tradição puritana, Holy Living enfatizou a centralidade do conceito de Igreja como a família de Deus, a congregação reunida, modelando sua vida no padrão de Jesus Cristo para seu comportamento moral. Susanna modelou a família Epworth em modelos adaptados de Thomas à Kempis, Richard Baxter, Richard Lucas e outros.

A Susanna Wesley Foundation registra que os meios da graça empregados por Deus para edificar uma vida santa foram, para Susanna, a oração, o autoexame, a meditação e a leitura das Escrituras e a sagrada comunhão regular.

Os 'modos e meios de religião' de Susanna listados em seu diário de 1718 são muito próximos aos meios de graça de seu filho John informando a vida do Clube Sagrado em Oxford na década de 1730, assim como sua teologia da presença real na comunhão estabelecida em um carta a John em 1732.

Susanna considerava a oração a principal arma contra a tentação, enquanto a meditação era "incomparavelmente o melhor meio de espiritualizar nossas afeições, confirmar nosso julgamento e adicionar força às nossas resoluções piedosas"

Por todas as suas atividades, Susanna acabou reforçando o papel das mulheres na igreja e até mesmo levou à formação de toda a Igreja Metodista.

Em seu diário, Susanna escreveu: “Eu sou uma mulher, mas também sou dona de uma grande família. E embora a carga superior das almas contidas nele recaia sobre você, ainda em sua longa ausência eu não posso deixar de olhar para cada alma que você deixa sob minha responsabilidade como um talento confiado a mim sob uma custódia.”

Ela foi enterrada em 1742 em Bunhill Fields, Londres, não muito longe da Capela da Fundição, onde uma sociedade foi estabelecida por seu filho John como um centro para o trabalho metodista em Londres.

segunda-feira, 29 de março de 2021

Jair Bolsonaro convoca dia de jejum e oração pelo Brasil nesta segunda-feira

“Juntos, ao lado de Deus, nós venceremos”, disse o presidente ao convidar a população para se unir em fé.



FONTE: GUIAME, LUANA NOVAES

Presidente Jair Bolsonaro durante discurso em Brasília em 25 de março de 2021. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)


O presidente Jair Bolsonaro estabeleceu um dia de jejum e oração pelo Brasil nesta segunda-feira (29), em meio ao aumento dos casos e mortes por coronavírus no País. O convite foi feito no domingo (28) através das redes sociais.

“Aos que puderem e quiserem participar, amanhã, 29/03/2021, teremos um dia de jejum e oração pelo bem e pela liberdade de nossa nação”, disse o presidente.

“Seguiremos lutando com todas as nossas forças contra o vírus e o desemprego; pela vida, mas sem abrir mão da dignidade de cada um. A batalha é dura e dolorosa, mas juntos, ao lado de Deus, nós venceremos!”, acrescentou Bolsonaro.

Por fim, ao pedir que seja “abençoado o nosso Brasil e o povo brasileiro”, o presidente citou o Salmo 33:12, que diz: “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor”.

O jejum nacional é resultado de um
pedido feito por pastores a Bolsonaro em 15 de março, quando o presidente recebeu em Brasília algumas lideranças evangélicas brasileiras. Na ocasião, o presidente agradeceu a todos que fariam o jejum “pelo futuro do nosso Brasil”.

“Como Josafá fez, chamando todo Israel para jejuar, nós queremos chamar todo o povo de Deus, todas as pessoas cristãs, que queiram fazer um jejum em favor da nação brasileira para que haja paz, para que haja prosperidade na nossa nação”, declararam o Pr. Silas Malafaia (Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no Rio de Janeiro) e o Ap. César Augusto (Igreja Apostólica Fonte da Vida, em Goiânia).

Também participaram do encontro os pastores Samuel Câmara (Assembleia de Deus em Belém, no Pará), Abner Ferreira (Assembleia de Deus Madureira, no Rio de Janeiro), Renê Terra Nova (Ministério Internacional da Restauração, em Manaus) e Estevam Hernandes (Igreja Renascer em Cristo, em São Paulo).

Em abril de 2020, no início da pandemia, Bolsonaro havia proclamado um dia de jejum para interceder pelo Brasil contra o coronavírus.

O pedido se deu após atender um grupo de pastores no Palácio da Alvorada. “Tenho certeza que o Brasil sairá dessa muito mais forte”, disse Bolsonaro na época, agradecendo àqueles que têm fé.

sábado, 27 de março de 2021

Heróis da Fé: Charles Spurgeon, o príncipe dos pregadores

Charles Haddon Spurgeon foi, sem dúvida, o maior pregador da Grã-Bretanha do século 19 e, possivelmente, do mundo.



FONTE: GUIAME

Charles Spurgeon pregou pregou milhares de sermões, durante seu ministério pastoral. (Foto: Pinterest)

Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) nasceu em Kelvedon, Essex, Inglaterra. Filho de John Spurgeon e Eliza Jarvis, cresceu em uma família de clérigos cristãos. Seu pai e seu avô eram ministros não-conformistas (não eram anglicanos).

Devido as condições econômicas de seus pais, Spurgeon foi enviado para morar com seus avós aos 18 meses. Seu avô, James Spurgeon, foi ministro da igreja em Stambourne por 54 anos. Aqueles poucos anos com seus avós tiveram um impacto profundo na vida do jovem. Embora tenha crescido entre cristãos comprometidos, Spurgeon só alcançou uma fé pessoal em Cristo aos 15 anos.

Quando se decidiu pela vida cristã, teve uma trajerória meteórica em busca de conhecimento. Spurgeon passou algum tempo em treinamento ministerial, mas nunca frequentou nenhuma escola teológica formal. Ele também serviu, pregando para uma pequena congregação perto de sua casa por cerca de dois anos, em Waterbeach. Mas o chamado divino em sua vida logo o levaria à maior cidade do Império Britânico.

Com apenas 19 anos, ele foi convidado para ser ministro de uma das seis maiores igrejas batistas de Londres. A New Park Street possuía uma herança incomum às demais igrejas da época. Entre seus ex-pastores estavam Benjamin Keech, Dr. John Gill e Dr. John Rippon. Esses três grandes nomes da história batista serviram por 150 anos combinados na New Park Street.

No entanto, quando Spurgeon chegou a New Park Street, que estava localizada no meio de um distrito industrial imundo e de difícil acesso, ela havia perdido 1.000 membros, do total de 1.200 pessoas.

Em poucos meses, a pregação apaixonada de Charles Spurgeon começou a encher aquela igreja, o que o obrigou a se mudar para locais maiores – quanto mais se espalhava a notícia de suas mensagens. Finalmente, em 1861, Spurgeon adquiriu uma igreja construída para esse fim, o Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 5.000 pessoas, e lá ele permaneceu pelos 38 anos restantes de sua vida.

Susannah Thompson, esposa de Charles Spurgeon. (Foto: Pinterest)

Foi como ministro na New Park Street, que ele conheceu Sussanah Thompson, ao batizá-la. Um ano mais tarde, em 1856, a jovem se tornaria sua esposa. Além do afeto, o casal também formou um vínculo forte pelas condições de saúde que enfrentariam: ela se tornaria semi-inválida e Spurgeon sofreria de gota e depressão durante a maior parte de seu casamento. Do fruto desse relacionamento, nasceram os gêmeos Thomas Spurgeon e Charles Spurgeon Jr.

Susannah se tornou a secretária pessoal de seu marido. Uma vez é relatado que ela fazia anotações enquanto ele falava durante o sono. Quando ele acordou, Spurgeon encontrou o sermão que ele havia murmurado em seu sono. Ele havia dormido, mas Susannah não. Mesmo depois de sua morte, a Sussanah manteve o trabalho de seu marido vivo, publicando os seus sermões e distribuindo milhares de livros para jovens pastores.

Milhares de sermões

Considerado o maior pregador da Grã-Bretanha do século 19 e, possivelmente, do mundo, Spurgeon frequentou as escolas locais por alguns anos, mas nunca obteve um diploma universitário. Mas ao longo de sua vida compensou a ausência do ensino superior lendo livros, especialmente os teólogos puritanos. Conta-se que sua biblioteca pessoal acabou ultrapassando os 12.000 volumes.

Spurgeon pregou milhares de sermões, quase todos impressos e distribuídos em todo o mundo, de modo que, quando ele morreu, cerca de 56 milhões de cópias haviam sido impressas em quase 40 idiomas.

Ele era um homem piedoso que pregava a verdade de Deus de uma forma séria e desafiadora, mas repleta de calor, paixão, inteligência e humor. Spurgeon é autor de frases memoráveis, entre as quais: “Uma Bíblia que está se despedaçando geralmente pertence a alguém que não está” e “A maior alegria de um cristão é dar alegria a Cristo”.

Ele pregou regularmente para um número extraordinário - uma vez para 24.000 pessoas no Crystal Palace - e sem qualquer amplificação. Susannah Thompson foi um grande apoio ao ministério de Spurgeon. A doença dele o levou a passar os meses de inverno em Menton, na Côte d'Azur francesa, onde trabalhou escrevendo sermões e publicações, morrendo lá em 1892 com a idade de 57 anos. O corpo de Spurgeon foi sepultado no Cemitério de West Norwood, em Londres.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Heróis da Fé: William Seymour, o pioneiro do avivamento da Rua Azusa

Um dos líderes mais influentes de seu tempo, William Seymour se tornou um símbolo do avivamento bíblico.



FONTE: GUIAME

Missão de Fé Apostólica, na Rua Azusa, onde William Seymour iniciou o movimento pentecostal. (Foto: Reprodução / Shaun Tabatt)

As raízes do movimento pentecostal passam por William Joseph Seymour (1870–1922), um afro-americano, filho dos escravos libertos Simon Seymour e Phyllis Salabarr, que nasceu em Centerville, Louisiana, em 2 de maio de 1870.

Considerado um dos fundadores do pentecostalismo moderno, William Seymour era um pregador vibrante a respeito dos dons espirituais, incluindo a cura divina, e acreditava que falar em línguas, a chamada glossolalia, era a principal evidência do batismo com o Espírito Santo. Apesar de suas convicções, Seymour não havia ainda tido nenhuma experiência dessa natureza.

A família de Seymour era pobre, o que fez com que ele recebesse pouca educação formal. Na parte religiosa, seus pais tinham afiliações com as igrejas Batista e Católica, o que o fez transitar entre as duas denominações em sua infância. Em 4 de setembro de 1870, aos quatro meses de vida, ele foi batizado em uma cerimônia católica na Igreja da Assunção em Franklin, Louisiana. Ainda criança, Seymour ficou cego de um olho após ter contraído varíola. No entanto, essa deficiência não o impediu de, anos mais tarde, dedicar-se a Deus como pregador.

Sobre a juventude de Seymour, não existem muitas informações, mas foi nessa fase da vida que ele alegou ter visões de Deus. Durante esse período também, Seymour fez muitas viagens.

Em 1895, quando tinha 25 anos, Seymour foi morar em Indianápolis, Indiana. Enquanto trabalhava como garçom em restaurantes e hotéis de luxo, ele passou a frequentar a Simpson Chapel Methodist Episcopal Church, uma congregação afro-americana afiliada à Igreja Metodista Episcopal, predominantemente branca.

Cinco anos mais tarde, em 1900, Seymour se mudou para Cincinnati, Ohio, onde se juntou ao Movimento de Restauração da Igreja de Deus, que também era chamado de Os Santos da Luz da Noite. O grupo fazia parte do crescente movimento de Santidade que abraçou uma doutrina radical que incluía a cura pela fé e uma crença no retorno iminente de Cristo, um evento que seria indicado pela integração das raças na adoração - uma conciliação que Seymour tentou realizar, muitas vezes com grande sucesso, ao longo de sua vida pastoral.

Seymour e grupo de pentecostais. (Foto: Wikimedia Commons/Public Domain/Alaniaris)

O grupo também acreditava na doutrina da santificação, um conceito que remonta ao protestantismo do século 19. No entanto, acreditava em uma conversão e santificação imediata, e não gradual, seguindo a aceitação de Cristo e o batismo no Espírito Santo. Mas o próprio Seymour chegou a declarar: “Minha opinião é que todo cristão precisa crescer em sua fé, seja por um evento, vários eventos ou por um processo”.

Seymour foi aluno do pregador pentecostal Charles Parham, fundador do movimento Apostolic Faith, constituído por igrejas independentes que cresceram no sul e no oeste dos Estados Unidos, onde ele realizava as suas reuniões. Nessa mesma época, Seymour era pastor interino de uma pequena igreja em Houston.

Com apoio financeiro de Parham, em 1906 Seymour foi para Los Angeles, convidado por Neeley Terry, que falou sobre um movimento de santidade que estava acontecendo na cidade. Mas a ligação com Parham foi corroída após Seymour dar início ao movimento pentecostal, cujas reuniões foram duramente criticadas por Parham.

O pentecostalismo da Rua Azusa

Antes de encabeçar o forte movimento pentecostal da Rua Azusa, Seymour visitou algumas igrejas onde pregava sobre o avivamento, sendo rejeitado em algumas delas e aceito em outras.

Em Los Angeles, Seymour foi convidado a pregar na igreja de Julia M. Hutchins, que estabeleceu uma nova congregação depois de ter sido expulsa da Segunda Igreja Batista por causa de sua visão de santidade. Em seus sermões ali, Seymour defendia a importância de uma comunidade religiosa inter-racial e de falar em línguas como um sinal do Espírito Santo.

As visões de Seymour e Hutchins não estavam alinhadas, especialmente sobre a glossolalia, o que fez com que ela o impedisse de continuar ministrando em sua igreja.

Considerado o pai do avivamento, sua pregação também não agradou alguns anciãos que não aceitaram o ensinamento de Seymour, principalmente porque ele não havia experimentado o que estava pregando. A Associação da Igreja de Santidade do Sul da Califórnia também condenou a mensagem de Seymour.

Casa da família Asberry na Rua Bonnie Brae Norte 216. (Foto: Reprodução / Public Domain)

Depois disso, Seymour foi convidado pelo casal Ruth e Richard Asberry para realizar cultos em sua casa, na Avenida North Bonnie Brae. Junto com seu grupo, logo Seymour se mudou para o local, de onde começou a orar pelo batismo no Espírito Santo, junto com famílias brancas que também frequentavam os cultos. Após cinco semanas de pregação e de oração de Seymour, Edward S. Lee falou em línguas pela primeira vez.

Entusiasmado com a experiência de Lee, Seymour compartilhou seu testemunho e pregou sobre Atos 2, quando, no mesmo culto, outras seis pessoas começaram a falar em línguas, incluindo Jennie Moore, que mais tarde se tornaria a esposa de Seymour.

Não muito depois daqueles dias, em 12 de abril, Seymour falou em línguas pela primeira vez, depois de orar uma noite inteira. O grupo cresceu rapidamente e, ainda em 1906, foi para um prédio antes ocupado pela Igreja Metodista Episcopal Africana, na Rua Azusa 312. O local estava sendo usado como depósito e estábulo, o que exigiu uma grande limpeza, feita pelos próprios membros.

Seymour e sua esposa, Jennie. (Foto: Reprodução / Black Past)

A casa recebeu móveis de igreja improvisados. O púlpito foi feito com dois caixotes pregados e os bancos eram de tábuas pregadas em barris vazios. Seymour fez sua casa no andar de acima da igreja e começou a realizar cultos três vezes por dia, sete dias por semana. Uma equipe de voluntários, incluindo negros e brancos e homens e mulheres, ajudava Seymour na realização dos cultos na nova congregação, chamada Missão de Fé Apostólica.

As reuniões no local começaram em 14 de Abril de 1906 e continuaram até meados de 1915.

Estima-se que o movimento pentecostal iniciado na Rua Azusa, por Seymour, tem cerca de 20 milhões de seguidores nos EUA e 500 milhões em todo o mundo.

Últimos anos de vida

A Notable Biographies registra que Seymour passou os últimos anos de sua vida viajando pelo país, falando principalmente para o público negro. Em 1915, ele publicou um manual, As Doutrinas e Disciplina da Missão de Fé Apostólica da Rua Azusa de Los Angeles, mas sua influência como figura religiosa estava diminuindo.

Em 28 de setembro de 1922, Seymour morreu de um ataque cardíaco repentino em Los Angeles. Ele foi enterrado no Cemitério Evergreen em East Los Angeles. Após sua morte, Jennie se tornou pastora da igreja e continuou o trabalho de seu marido, mesmo depois de perder a missão Azusa em 1931. Ela morreu em 1936.

William Seymour morreu antes de realizar muitos de seus objetivos. Ele planejou estabelecer escolas e missões de resgate e formar outras congregações, mas esses sonhos nunca se realizaram. Ainda assim, apesar do rápido declínio em sua influência, Seymour teve um tremendo impacto no movimento pentecostal, que cresceu para incluir mais de meio bilhão de crentes em todo o mundo. Na verdade, o Reavivamento da Rua Azusa é frequentemente citado como uma das raízes do pentecostalismo moderno.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Empresa israelense anuncia que está desenvolvendo vacina oral contra a Covid-19

O projeto é fruto de uma parceria entre uma empresa farmacêutica sediada em Jerusalém com um laboratório da Índia.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO JERUSALEM POST

Empresa farmacêutica sediada em Jerusalém irá iniciar testes clínicos para desenvolver a primeira vacina oral da Covid-19. (Foto: Dado Ruvić/Reuters)

Uma empresa farmacêutica israelense-americana irá iniciar testes clínicos em humanos para desenvolver a primeira vacina oral da Covid-19 do mundo.

A Oramed Pharmaceuticals Inc., uma empresa farmacêutica sediada em Jerusalém, anunciou na última sexta-feira (19) uma parceria com a Premas Biotech, uma empresa de biotecnologia baseada na Índia, para desenvolver uma nova vacina oral. Juntas, elas formaram a empresa Oravax Medical Inc.

A tecnologia da Oramed, chamada “POD”, pode ser usada para administrar via oral uma série de tratamentos baseados em proteínas, que de outra forma seriam administrados por injeção. A Oramed está no meio de uma pesquisa clínica de Fase III, através da FDA (Food and Drug Administration dos EUA), de uma cápsula de insulina oral para diabéticos tipo I e tipo II.

Já a Premas começou em março a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus.

As empresas se conectaram no início deste ano, de acordo com o CEO da Oramed, Nadav Kidron, e rapidamente perceberam que poderiam revolucionar o mercado.

“Uma vacina oral de Covid-19 eliminaria várias barreiras para uma distribuição rápida e em larga escala, permitindo que as pessoas tomem a vacina sozinhas em casa”, disse Kidron. “Embora a facilidade de administração seja crítica hoje para acelerar as taxas de inoculação, uma vacina oral pode se tornar ainda mais valiosa no caso de uma vacina da Covid-19 ser recomendada anualmente como a vacina contra a gripe padrão”.

A empresa concluiu um estudo piloto em animais e descobriu que a vacina promoveu o desenvolvimento de anticorpos Imunoglobulina G (IgG) e Imunoglobulina A (IgA). IgA é necessária para imunidade de longo prazo.

Vantagens

A vacina Oravax tem como alvo três proteínas estruturais do novo coronavírus, explicou Kidron, ao contrário da proteína de pico único direcionada pelas vacinas Moderna e Pfizer. Sendo assim, “esta vacina deve ser muito mais resistente às variantes da Covid-19”, afirmou Kidron.

Além disso, é uma vacina à base de levedura, tornando o tempo e o custo de produção muito mais baratos do que seus concorrentes já aprovados.

As vantagens de uma vacina oral vão além da segurança e eficácia, continuou Kidron. Ele disse que os medicamentos orais tendem a ter menos efeitos colaterais.

Além disso, a vacina pode ser enviada em temperaturas de geladeira e até mesmo armazenada em temperatura ambiente, “tornando mais fácil logisticamente obtê-la em qualquer lugar do mundo”, disse Kidron.

Por fim, uma vacina oral não requer administração profissional.

A Oravax antecipa o início de um teste clínico com humanos durante o segundo trimestre de 2021. Kidron disse que está se inscrevendo para testes em vários países, incluindo Estados Unidos, Israel, Europa e México. Ele espera também atingir a África, onde tal vacina oral pode ser essencial.

Kidron espera que os dados de testes humanos de Fase I estejam disponíveis dentro de três meses.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Missionários revelam como contrabandearam milhares de Bíblias para países comunistas

Em operação arriscada e ultrassecreta, os missionários Antti e Esko conseguiram introduzir milhares de Bíblias nos países da Cortina de Ferro.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOD REPORTS

Os missionários Antti [à esquerda] e Esko enviaram milhares de Bíblias para países comunistas. (Foto: Reprodução / God Reports)

Por décadas, Antti e Esko contrabandearam Bíblias para os países da União Soviética e do Bloco Oriental, começando de sua fazenda no interior da Finlândia. A “Missão por Trás da Cortina de Ferro” foi uma operação voluntária privada e ultrassecreta que eles mantiveram em silêncio por longos anos.

“Nunca falamos com ninguém sobre isso”, conta Antti em um vídeo da Stefanus em 2018. Fazer isso poderia colocar sua segurança em risco e cortar o suprimento de Bíblias para pessoas famintas por elas sob governos repressivos que baniram o cristianismo e puniram qualquer pessoa encontrada com a Palavra de Deus.

“As pessoas lá no país que trabalhavam conosco, quando foram apanhadas, algumas pegaram três anos, outras cinco anos [de prisão]”, diz Esko. "O senhor Horev, que foi um dos líderes desta operação (a Missão por Trás da Cortina de Ferro), foi condenado a cinco anos de prisão e, depois de cumprido, acrescentaram mais dois anos à sua sentença”.

Antti e Esko nunca foram pegos. O jogo deles era de gato e rato, uma versão cristã das guerras de espionagem, como foi praticado de forma semelhante pelo Irmão André, fundador da Portas Abertas, e está sendo realizado agora em países islâmicos restritivos.

Amor pelas Escrituras

Antti tinha um grande amor pelas Escrituras e sentia que poderia ajudar os irmãos do outro lado da fronteira com a vizinha União Soviética. Através da floresta finlandesa, não havia pontos de verificação, nenhuma cerca, então entrar e sair foi relativamente fácil.

Ele entrou de bicicleta, carregando 20 Novos Testamentos, dois sob a jaqueta nos ombros e o resto escondido nos bolsos dentro de calças largas. Mais tarde, ele inventou um tanque de gasolina com um compartimento escondido para esconder 40 Bíblias.

Antti começou com Bíblias escondidas em um tanque de gasolina com um compartimento falso. (Foto: Reprodução / God Reports)

Mas o clamor por mais Escrituras era interminável, então Antti conseguiu uma minivan de nove lugares que poderia esconder 250 Bíblias.

“Quando percebemos que a necessidade era tão grande, tivemos que criar notícias constantemente sobre isso”, relata Esko. Eventualmente, eles começaram a construir componentes de habitação pré-fabricados para transportar através da União Soviética para a Grécia e Chipre.

Entre as estruturas de casas de madeira pré-fabricadas carregadas em reboques de trator, eles guardaram 40.000 Bíblias para serem descarregadas na madrugada por colaboradores locais na URSS, Romênia e Tchecoslováquia. Eles também levaram Bíblias e folhetos infantis.

Operação contrabando

A rota de Antti era por Leningrado, Moscou, Tula, Oryol, Kiev, Kishinev, Romênia, Bulgária e, finalmente, Grécia. Lá eles descarregavam as estruturas habitacionais para serem vendidas, fornecendo a fachada para a operação de contrabando.

“Houve uma sensação à noite na Romênia quando as Bíblias foram descarregadas, um momento muito especial que nunca esquecerei”, diz Esko.

De um celeiro em sua fazenda, Antti construiu os painéis e estruturas de habitação a serem enviados para a Grécia.

Celeiro na Finlândia usado para armazenamento das Bíblias que seriam contrabandeadas. (Foto: Reprodução / God Reports)

“Houve muitas respostas às orações durante aqueles anos e à proteção de Deus”, diz Esko.

Antes de iniciar sua longa viagem, Antti pesquisava fervorosamente as Escrituras em busca de uma promessa específica. Quando “situações impossíveis” o confrontavam, ele meditava no versículo para manter sua fé e confiança no Senhor.

“Com essas Escrituras, obtivemos forças para seguir em frente”, diz Esko.

Um versículo era o Salmo 121:8: O Senhor protegerá sua ida e sua vinda, agora e para sempre.

Em 1975, Antti e Esko e dois outros viajaram para a Noruega para se encontrar com os líderes da “Missão por trás da Cortina de Ferro”. Eles oraram pedindo ajuda porque não tinham dinheiro e o Senhor supriu suas necessidades.

“A reunião que tivemos naquela época e os relacionamentos duradouros que construímos foram a orientação clara de Deus”, diz Antti.

Ironicamente, a queda do Muro de Berlim em 1989, que abriu os países orientais ao influxo de missionários cristãos e Bíblias, trouxe depressão para Esko. Sua vida havia sido dedicada à missão secreta e agora não havia mais necessidade dele.

“Fiquei muito feliz porque havia liberdade no Oriente e isso me deu muita alegria”, diz Esko. “Mas também me senti muito confuso. Eu nunca poderia imaginar que Deus iria derrubar o muro. De certa forma, fiquei um tempo perdido em meu próprio caminho. Eu não sabia o que fazer a seguir”.

“Agora, olhando para trás, estava nas mãos de Deus e era o seu tempo, e depois disso milhões ouviram o Evangelho”, alegra-se o missionário.

quarta-feira, 17 de março de 2021

Raro pergaminho com fragmentos dos livros de Zacarias e Naum são encontrados em Israel

As autoridades afirmam que a descoberta do rolo bíblico em caverna é histórica.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA BBC E TIMES OF ISRAEL

As dezenas de fragmentos do rolo bíblico são traduções gregas dos livros proféticos. (Foto: Autoridade de Antiguidades de Israel)..

Um raro pergaminho de 2 mil anos com fragmentos bíblicos dos livros de Zacarias e Naum foi encontrado em cavernas no deserto de Judá em Israel. De acordo com a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), a descoberta foi feita durante uma operação para proteger a rede de cavernas contra salteadores de antiguidades.

As dezenas de fragmentos do rolo bíblico são traduções gregas dos livros proféticos. Apenas a palavra Deus aparece exclusivamente em hebraico. Provavelmente, os escritos encontrados pertenciam a judeus rebeldes, que fugiram para as colinas, após uma revolta contra o domínio romano ter fracassado, no século 2.

Para o diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, Israel Hasson, o pergaminho e outras relíquias achadas na região são "de valor incomensurável para a humanidade".

Os pedaços dos livros proféticos foram identificados como vindos de um pergaminho maior que foi encontrado na década de 1950, na mesma região, que fica a cerca de 80 metros abaixo do topo de um penhasco.

Também foram encontrados no local um esconderijo de moedas raras do período da revolta judaica, um esqueleto mumificado de uma criança de 6 mil anos e uma grande cesta intacta, datada de cerca de 10.500 anos atrás, provavelmente a mais antiga do mundo.

Expedições arqueológicas na região das cavernas no deserto da Judéia fizeram descobertas importantes ao longo do tempo, como os famosos Manuscritos do Mar Morto, as cópias mais antigas conhecidas da Bíblia.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Como a Igreja lidou com epidemias nos séculos passados? Veja exemplos e lições

O Guiame traz um relato histórico emocionante de como os cristãos do passado enfrentaram as pragas com compaixão, resiliência e fé.


FONTE: GUIAME, CÁSSIA DE OLIVEIRA

Culto ao ar livre em São Francisco durante a pandemia da Gripe Espanhola, em 1918. (Foto: Reprodução/Twitter/Marina Amaral)

O ano de 2020 trouxe a maior crise epidêmica das últimas décadas: a pandemia da Covid-19. O impacto foi tanto que alterou todas as áreas da vida, estabelecendo um “novo normal”. Se adaptar a esse novo contexto sombrio foi um desafio para todo mundo, inclusive para a Igreja.

Congregações em todo o mundo tiveram que se habituar aos decretos de prevenção dos governos, investir na programação e cultos online, e dar respostas bíblicas às questões mais difíceis que angustiam o ser humano, como “por que Deus permite o sofrimento?” e “por que o justo sofre?”.

Quando crises batem à porta, temos o costume de olhar para trás em busca de respostas na história das gerações passadas, que também vivenciaram angústias como as nossas. Os cristãos sempre fizeram isto; procuramos nas vidas dos personagens bíblicos o consolo, força e conselho espiritual para nossos próprios desafios.

Em tempo de pandemia, seria sábio o Corpo de Cristo relembrar como a Igreja lidou com outras pandemias nos séculos passados, a fim de tirar lições que nos possam servir hoje.

A igreja protestante na linha de frente das pandemias

Quando olhamos para a história da Igreja durante surtos epidêmicos a vemos atuando na linha de frente, combatendo as pragas através da ajuda social e amparo espiritual.

“As igrejas, de modo geral, têm um histórico de solidariedade e de enfrentamento muito forte das pandemias. As igrejas evangélicas, sejam elas protestantes ou pentecostais, sempre tiveram uma postura muito séria em relação às crises epidêmicas”, analisa o professor de Teologia da Universidade Mackenzie, Gerson Moraes, em entrevista ao Guiame.

O professor afirma que os relatos históricos revelam como muitos pastores e ministros atuaram de forma heroica nas pandemias – muitos até mesmo se sacrificando para cumprir sua missão.

“Durante a Reforma Protestante, vamos encontrar o próprio Martinho Lutero enfrentando uma epidemia de peste negra na Europa. Ele deixa registrado em diversos momentos de sua obra como ele lida com a situação de maneira pastoral; enterra pessoas, cuida de crianças que perderam os pais”, diz Gerson e conclui: “Esse é o perfil histórico de um sacerdote protestante que lidou com esta questão”.

Encontramos relatos de cristãos lidando com crises epidêmicas desde a Igreja Primitiva até a Reforma Protestante; igrejas abrindo suas portas para servir de hospitais, irmãos cuidando de enfermos na própria casa e pastores doando suas vidas como verdadeiros mártires. Acompanhe a linha do tempo e entenda como foi a atuação da Igreja durante as principais pandemias da história.

Imagem ilustrativa de igreja servindo como hospital. 
(Imagem: Calvin Institute of Christian Worship)

Peste Antonina (166-189 d.C.) – Roma

A primeira grande epidemia enfrentada pela Igreja Primitiva foi a Peste Antonina, de 166 a 189 d.C., levada a Roma pelas tropas que retornavam da campanha contra os persas. A doença, provavelmente varíola, dizimou cerca de 10% da população. Em 189 d.C., a taxa de mortalidade por dia chegou a 2 mil pessoas em Roma, de acordo com o historiador romano Dio Cassio.

Segundo Glenn Sunshine, professor de História na Universidade Estadual do Centro de Connecticut, as pessoas da época já entendiam que a praga era contagiosa e, por isso, expulsavam seus doentes de casa para morrerem na rua e os ricos fugiam para suas propriedades rurais no interior.

O professor disse em artigo para a Mission Frontiers, que os cristãos permaneceram em Roma para cuidar dos vizinhos doentes, mesmo sabendo que não tinham meios de se proteger contra a doença. Os cuidados básicos de enfermagem oferecidos pela Igreja salvaram muitas vidas e contribuíram para o rápido crescimento do cristianismo.

Peste de Cipriano (249-262 d.C.) – Roma

Cristãos orando do lado de fora de uma igreja durante a Gripe Espanhola em São Francisco (EUA), em 1918. (Foto: Hulton Archive/Getty images)

No século seguinte, o mesmo fenômeno ocorreu. A Peste de Cipriano – chamada assim em homenagem a Cipriano, o bispo de Cartago que registrou a epidemia – atingiu o Império Romano drasticamente. No pico da epidemia, a praga matou 5 mil pessoas por dia em Roma. E dois terços da população de Alexandria, a segunda maior cidade do Império Romano, morreu vítima da doença.

A praga – que pode ter sido um novo surto de varíola ou uma febre hemorrágica como o ebola, segundo os especialistas – foi descrita como terrível pelo Bispo Cipriano: “Os intestinos são sacudidos por um vômito contínuo; os olhos estão em chamas com o sangue infectado; em alguns casos, os pés ou algumas partes dos membros são arrancados pelo contágio da putrefação doentia”.

Novamente os cristãos, de maneira corajosa, cuidavam dos doentes e moribundos enquanto cidades inteiras eram abandonadas na Itália. “No início da doença, [os italianos] empurraram os sofredores e fugiram de seus entes queridos, jogando-os nas estradas antes que morressem e tratando os cadáveres não enterrados como sujeira”, relatou Cipriano.

Assim como no século passado durante a Peste Antonina, o cristianismo teve um crescimento exponencial. O sociólogo religioso Rodney Stark calcula que a população cristã em 251 d.C. era formada por cerca de 1,2 milhão no Império Romano e em 300 d.C. já eram cerca de 6 milhões de crentes, segundo informa Glen Scrivener em artigo para o The Gospel Coalition.

Rodney Stark avalia que ao cuidar dos não crentes infectados, a Igreja criou novas redes sociais, fazendo com que o Evangelho se propagasse rapidamente e convertendo muitos pagãos ao Evangelho. O sociólogo conclui que as pragas foram um importante fator para o crescimento do cristianismo no Império Romano, provando mais uma vez que o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade.

Peste Negra (século 14) – Europa e Ásia

Do século 14 em diante, a Peste Negra assombrou a Europa matando milhões de pessoas. Em apenas cinco anos, metade da população do continente morreu vítima da doença. Nesta pandemia, a Igreja atuava na linha de frente, muitas vezes disponibilizando seus templos para servirem de hospitais improvisados, onde ministros auxiliavam como enfermeiros leigos.

Na era da Reforma Protestante, em agosto de 1527, a Peste Negra atingiu a cidade de Wittenberg na Alemanha, morada de Martinho Lutero. Muitos moradores fugiram da cidade para salvar suas vidas, Lutero foi aconselhado a fazer o mesmo, mas ele e a esposa Katharina, que estava grávida na época, decidiram permanecer para cuidar dos infectados.

Em carta de 19 de agosto de 1527, Martinho Lutero escreveu: “Estamos aqui sozinhos com os diáconos, mas Cristo está presente também, para que não estejamos sós, e Ele triunfará em nós sobre aquela velha serpente, assassina e autora do pecado, por mais que ele machuque o calcanhar de Cristo. Ore por nós e adeus”.

Segundo Michael Whiting, diretor de conteúdo da Universidade Dallas Baptist, em artigo para o site da mesma universidade, embora o reformador tivesse se recusado a fugir da praga para cuidar de doentes em sua própria casa, Lutero recomendava aos fiéis que seguissem as medidas de proteção contra a Peste Negra.

Martinho dizia que as orações de fé deveriam ser oferecidas pela misericórdia de Deus junto com as práticas responsáveis de saneamento, medicação e isolamento social para “não ser responsável pela própria morte ou de qualquer outra pessoa”. E, embora ele seguisse os conselhos médicos tanto quanto possível, dizia que “não negligenciaria seus deveres como cristão e pastor”, caso seu vizinho precisasse dele ou alguém necessitasse de conforto quando estava doente ou morrendo, era seu dever estar presente.

E afirmava contundente: "Se fosse sua hora de morrer, Deus saberia onde encontrá-lo”. Martinho Lutero e Katharina sobreviveram à epidemia.

Lutero e sua esposa Katharina cuidaram de enfermos durante a Peste Negra em 1527. (Foto: Wikimedia Communs) 

Cólera (1817 – até hoje)

Existente desde a Antiguidade, a primeira epidemia global de cólera aconteceu em 1817 e desde lá o vírus sofreu mutações, ocasionando novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos.

Em 1854, um surto de cólera assombrou Londres, na época a capital mais rica do mundo com mais de 2 milhões de habitantes. Neste tempo, Charles Spurgeon, com apenas 20 anos, pastoreava a capela da New Park Street.

O príncipe dos pregadores notou que a recepção dos londrinos ao Evangelho estava maior durante a epidemia. Aqueles que antes zombavam de sua pregação, agora estavam buscando esperança em Deus.

“Se existe um momento em que a mente é sensível, é quando a morte está em alta. Lembro-me, quando vim a Londres pela primeira vez, de como as pessoas ouviam o Evangelho com ansiedade, pois a cólera estava se alastrando terrivelmente. Houve pouca zombaria então”, relatou Spurgeon.

O pregador contou a história de um homem moribundo de Londres que antes o criticava: “Aquele homem, em sua vida, costumava zombar de mim. Em linguagem forte, ele sempre me denunciou como hipócrita. No entanto, ele mal foi atingido pelos dardos da morte e buscou minha presença e conselho, sem dúvida sentindo em seu coração que eu era um servo de Deus, embora ele não se importasse em admitir isso com seus lábios”.

Glen Scrivener, evangelista da Igreja da Inglaterra, em artigo para o The Gospel Coalition, avalia que “Spurgeon viu as pragas de seus dias como uma tempestade que levou muitos a buscar refúgio em Cristo, a Rocha”.

Gripe Espanhola – (1918 a 1919)

Igreja Episcopal do Calvário em Pittsburgh servindo como hospital durante a Gripe Espanhola. (Foto: Reprodução/ Pittsburgh Post-Gazette)

No início do século 20, a Gripe Espanhola se espalhou pelo mundo todo, dizimando cerca de 50 milhões de pessoas. No Brasil, a doença matou o presidente Rodrigues Alves. A pandemia desafiou países, governos, igrejas e profissionais da saúde a lidar com uma crise generalizada em um mundo que ainda se recuperava da destruição da Primeira Guerra Mundial.

Segundo o Dr. Michael Whiting, diretor de Comunicação da Universidade Batista Dallas, nos EUA, os templos das igrejas foram fechados e os cristãos continuaram adorando a Deus em suas casas. Há relatos também de cultos ao ar livre, como registrado na cidade de São Francisco.

Muitas igrejas abriram suas portas para servir como clínicas de saúde improvisadas já que os hospitais estavam lotados. Médicos e enfermeiros cristãos se doavam para cuidar dos infectados, junto com irmãos leigos, muitos deles sacrificando a própria vida, de acordo com Whiting em artigo para o site da mesma universidade.

Conforme registros da Biblioteca Mary Baker Eddy, durante a pandemia da Gripe Espanhola, líderes protestantes, católicos e judeus discutiam sobre os decretos do governo de fechar as igrejas. Alguns acreditavam que o serviço da igreja era mais do que necessário naquele momento, defendendo que os templos ficassem abertos. Cientistas cristãos também participavam da discussão, alguns deles eram favoráveis a obedecer à ordem de contenção.

Também há relatos de igrejas brasileiras na luta contra a Gripe Espanhola, como a Igreja Presbiteriana de Curitiba. Segundo reportagem da Gazeta do Povo, durante a epidemia que atingiu a capital do Paraná entre 1918 e 1919, a igreja recebeu doentes, quando os postos de saúde se encontravam superlotados.

Juarez Marcondes Filho, pastor titular desta igreja e secretário-geral da Igreja Presbiteriana do Brasil, afirmou à Gazeta do Povo que a casa pastoral serviu de ambulatório emergencial. “Provavelmente fiéis médicos ajudaram no acolhimento. Foi algo emergencial, não oficial. Estávamos próximos ao Centro e houve um apelo”, explicou.

Pastores na linha de frente em pandemias: verdadeiros mártires

Pastor Eduardo Lane e sua esposa Mary. O pastor presbiteriano cuidou de enfermos durante um surto de Varíola em Campinas (SP). 
(Foto: Reprodução/IBEL/TV Mackenzie)

Na história da Igreja, encontramos relatos de pastores batalhando na linha de frente nas pandemias. Homens corajosos que não tiveram sua vida como preciosa e cumpriram seu pastorado até o fim, muitos sacrificando a própria vida para salvar outras.

Durante a pandemia da Covid-19, a história se repete. Ministros servindo sua igreja, consolando famílias enlutadas, enterrando vítimas do coronavírus, pregando a esperança vindoura para um mundo em desespero. Infelizmente, muitos desses pastores foram promovidos aos Céus por serem infectados da Covid, morrendo como verdadeiros mártires pelo Evangelho.

Gerson Moraes, professor de Teologia da Universidade Mackenzie, lembra ao Guiame que a situação do pastor é muito delicada: “O pastorado significa se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. Você tem que estar preparado espiritualmente para fazer um enterro de manhã e um casamento ao final da tarde”.

O professor cita como exemplo o testemunho do pastor presbiteriano Eduardo Lane que atuou na epidemia de Febre Amarela em Campinas, no final dos anos 1880. Na época, a cidade tinha entre 15 mil a 18 mil habitantes e a doença reduziu drasticamente a população para 5 mil moradores.

O pastor Lane, que também era médico, cuidava dos enfermos. E recusando-se a abandonar os pacientes, acabou morrendo vítima de Febre Amarela.

O papel da Igreja em tempos de pandemia

Jornal anunciando o cancelamento de cultos em São Francisco durante a Gripe Espanhola. (Foto: Reprodução/Newspapers.com)

Glenn Shunsine, professor de História na Universidade Estadual do Centro de Connecticut, em artigo para a Mission Frontiers, lembra que a maneira de amar o próximo pode ser diferente para cada período da história, visto que nas pandemias anteriores a ciência não era tão avançada e não haviam hospitais modernos e tantos profissionais qualificados.

“Amar o nosso próximo pode significar coisas diferentes em momentos diferentes”, ponderou Shunsine. “Pode significar distanciamento social para que não corramos o risco de infectá-los como Lutero sugeriu, mas também pode significar ir a áreas onde corremos o risco de contrair a doença. Se formos para essas áreas, devemos tomar todas as precauções possíveis contra a infecção, mas reconhecer com Paulo que ‘para mim, viver é Cristo e morrer é ganho’", afirmou Glenn.

O professor também destacou a importância da oração em tempos de pandemia, junto com o tratamento médico formal. Ele disse que muitos milagres foram registrados nas crises epidêmicas ao longo da história: “Não é incomum encontrar relatos de curas milagrosas em resposta à oração em epidemias em várias partes do mundo nos últimos 200 anos”.

Para o historiador, Deus continua ouvindo nossas orações em favor dos enfermos: “Deus continua a curar em resposta à oração, e seríamos tolos se não nos voltássemos para Ele em todos os nossos esforços para lidar com doenças e seu impacto em vidas e comunidades. Não devemos negligenciar a oração”.

“Se existe um momento em que a mente é sensível,
é quando a morte está em alta".
— Charles Spurgeon

Shunsine também enfatizou que a Igreja, desde o seu início, considerou a ciência como uma graça de Deus dado aos homens, incentivando que Igreja atual faça o mesmo. “Desde os primeiros séculos, os cristãos reconheceram a medicina como um bom presente de Deus e utilizaram os melhores conhecimentos médicos e tecnologias disponíveis; eles também defenderam seguir os conselhos médicos. Ao lidarmos com a Covid-19 e outras doenças, devemos seguir seu exemplo”, observou Gleen.

Segundo o teólogo Gutierres Fernandes, a Igreja tem um papel social importante em pandemias porque exerce influência sobre a vida de muitas pessoas: “Quando a Igreja segue os protocolos de segurança recomendado pelos agentes de saúde e quando promove campanhas de conscientização, a Igreja está agindo de maneira sábia”, disse ao Guiame.

Já Gerson Moraes, professor de Teologia da Universidade Mackenzie, recorda que a Igreja deve estar na linha de frente durante as calamidades, ajudando o próximo e anunciando as boas novas de salvação.

E Gerson vai além: “A Igreja deve ser a linha de frente não apenas no serviço, mas em relação ao discurso. Ela deve andar de mãos dadas com a ciência, lutando contra o engano. Não ser negacionista, não ser obscurantista, não se vender para políticos de ocasião. E manter sua mensagem eterna e eficaz, que não deve mudar ou ser vendida em hipótese nenhuma”.