O mundo inteiro celebrou neste domingo (27) o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1 E BBC NEWS
Sobreviventes radicados no Brasil participam de solenidade em homenagem às vítimas do Holocausto em 2018. (Foto: Eliana Assumpção)
“Sou o único sobrevivente”. A frase se repete entre milhares de judeus que perderam toda sua família no Holocausto, como ficou conhecido o assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Um deles é Freddy Siegfried Glatt, que nasceu na Alemanha e fugiu para a Bélgica com sua família. “Lá, pegaram meus irmãos, pegaram meus avós e pegaram todos os meus colegas de classe. Eu sou o único que sobreviveu”, disse ele ao G1.
Foi no Brasil que Glatt conseguiu reconstruir uma nova família. “Quando eu cheguei no Brasil, encontrei a minha esposa, a Beth. Tivemos seis netos, dois bisnetos. O Brasil me tratou muito bem”.
Outros sobreviventes não perderam toda a família, mas guardam recordações profundas. Ariella Pardo tinha apenas 3 anos quando ela e sua família judia italiana atravessou os Alpes rumo à Suíça, em 1943, por causa da perseguição nazista.
Junto com um grupo de refugiados judeus, eles seguiam em absoluto silêncio, até que sua mãe, Iris, escorregou e desapareceu em meio à escuridão. Ariella gritou, mas teve a boca tapada. “Me disseram: ‘Cala a boca, sua mãe está morta; se você gritar, morremos todos’”, ela contou em entrevista à BBC News Brasil.
Mais tarde, a família voltou a se reunir e Ariella começou uma nova vida no Brasil. Na Suíça ela conheceu Marco Segre, um judeu italiano que havia fugido com os pais para o Brasil. Os dois se casaram e passaram a viver em São Paulo, onde tiveram quatro filhos, oito netos e dois bisnetos.
Ariella casou-se com Marco Segre (retrato 3x4 à esq.) em 1960 e o casal foi morar no Brasil. (Foto: Gui Christ)
Brasil no Holocausto
Neste domingo (27) foi celebrado o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, instituído pela ONU em 2005. Há 74 anos, no dia 27 de janeiro de 1945, milhares de judeus foram libertados do campo de concentração de Auschwitz, o maior e mais terrível campo de extermínio do regime de Adolf Hitler.
Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas, a maioria judeus, tenham morrido ali.
O Brasil teve uma participação importante na luta contra o nazi-fascismo. Quase 26 mil homens e mulheres da Força Expedicionária Brasileira (FEB) lutaram na Itália contra o regime de Benito Mussolini.
Israel Rosentahal, com 98 anos, foi voluntário da FEB como cirurgião-dentista, à frente de um pelotão de infantaria. “Lembro do frio e o medo de lá. Pegamos dois graus abaixo de zero. Dormindo em barraca, cama de lona, e aguardando o término da guerra que, no final, eu fui na verdade do último escalão, e ainda peguei uns três meses de guerra”, disse o ex-combatente ao G1.
Dia de memórias
A Confederação Israelita do Brasil e a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) realizam uma solenidade no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo. Em São Paulo, o ato solene foi promovido pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e a Congregação Israelita Paulista (CIP) na Sinagoga Etz Chaim da CIP.
Entre os participantes estavam autoridades religiosas e políticas, como o pastor e deputado federal Roberto de Lucena (PODE-SP), que classificou a reunião como “uma cerimônia emocionante”.
Roberto de Lucena esteve com autoridades na Sinagoga Etz Chaim da CIP. (Foto: Divulgação)
“Nós lembramos dos sobreviventes, das vítimas que não podem estar conosco. E dos nossos combatentes, os pracinhas brasileiros que, um dos 19 países do mundo que mandou soldados, o único latino americano, o que é um motivo de muito orgulho para nós. Então, nós estamos aqui, chorando pelos que se foram, e comemorando os que sobreviveram e que reconstruíram as suas vidas no Brasil”, afirmou Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil.
“É muito importante estarmos aqui reverenciando a memória de seis milhões de judeus que tombaram no Holocausto. E também cinco milhões de não-judeus que foram mortos pelos nazistas. É importante lembrar que, de seis milhões de judeus, um 1,5 milhão era de crianças. Para que esse crime, para que esse genocídio maior nunca mais se repita”, explicou Osias Wurmann, cônsul honorário de Israel no Rio de Janeiro.
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