terça-feira, 14 de maio de 2024

“Cenário de guerra”: o relato de uma jornalista do Guiame que foi afetada pelas enchentes

A cheia histórica prejudicou mais de 2 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul.

FONTE: GUIAME, CÁSSIA DE OLIVEIRA

O Rio Guaíba invadiu Porto Alegre e parte da Região Metropolitana. (Foto: Divulgação/PMPA).

Por Cássia de Oliveira, jornalista do Guiame e moradora de Porto Alegre

Na primeira semana de maio, antes do caos começar, lembro que começou a chover bastante em Porto Alegre. Naqueles dias, não dormi direito com o barulho dos trovões e porque estava preocupada com as goteiras que surgiram no meu apartamento.

Nem imaginava que o pior estava por vir. Na sexta-feira (3), o governador do Rio Grande do Sul começou a anunciar que as enchentes no estado seriam piores do que a cheia de 1941.

Como todo gaúcho conhece a história da tragédia da década de 40, os moradores ficaram muito assustados. No ano passado, já tínhamos enfrentado uma enchente do Rio Guaíba na região metropolitana e o sistema de contenção havia falhado.

Então, um medo coletivo começou a surgir. Como jornalista, já havia feito a cobertura de diversas catástrofes naturais, mas viver uma era bem diferente. Enquanto acompanhava as notícias, minha ansiedade piorava.

Nesses momentos, lembramos que como seres humanos não temos controle de nada e a sensação de ter certo controle de nossas vidas é completamente falsa. No final de semana, o governo do RS começou a emitir alertas de evacuação, foi nesse momento que percebi que a situação realmente era grave.

Na região do Vale do Caí, a água já havia invadido diversas cidades. Cenas de desespero começaram a circular no noticiário. Casais abraçados em cima do telhado de casa e uma residência inteira sendo levada pela correnteza.

Pânico e evacuação

As autoridades pediram para a população não entrar em pânico, mas a levarem a sério os pedidos de evacuação. Porém, o mapa de regiões que seriam inundadas, divulgado pela Defesa Civil, gerou angústia e confusão.

Na capital, por exemplo, o mapa não citava os bairros e nem as ruas que a água chegaria, dificultando os moradores a entenderem se deveriam ou não sair de casa. Nos comentários da postagem no Instagram, muitos reclamaram e perguntavam se seu bairro seria atingido, gerando desespero.

Mesmo após as reclamações, a comunicação da Defesa Civil do RS não melhorou e não ajudou a acalmar a população. Foi necessário um pesquisador da UFRGS vir a público e explicar o mapa.

Na manhã de sexta-feira (10), a prefeitura de Canoas começou a pedir que os moradores de alguns bairros evacuassem imediatamente. O aviso foi feito nas redes sociais sem antecedência, dando a impressão que o alerta não chegou a muitos moradores.

A mãe e toda família do meu noivo moram no bairro Mathias Velho. Eu e meu noivo avisamos que ela deveria sair de casa e ir para o meu apartamento em Porto Alegre. Nesse momento, o medo tomou conta de mim. Só fiquei em paz, quando minha sogra chegou no meu portão, carregando uma pequena mala, que seria tudo o que lhe restaria mais tarde.

O bairro do meu noivo também corria risco de inundação. Então, decidimos passar o final de semana todos juntos em meu apartamento. Estaríamos mais seguros lá, porque a região onde moro seria atingida apenas se o Rio Guaíba atingisse os 6 metros de altura.

No sábado (4), o bairro Mathias Velho já estava submerso pelas águas, assim como outros bairros de Canoas. Em Porto Alegre, a água já havia invadido o centro histórico. As cenas das ruas, que tanto andei, tomadas pelo rio eram chocantes. Parecia cena de filme.

Crise de abastecimento

O Rio Guaíba invadiu Porto Alegre e parte da Região Metropolitana. (Foto: Flickr/Palácio do Planalto/Ricardo Stuckert/PR).

Na região metropolitana, começou a faltar água, energia elétrica e sinal de internet em vários pontos. Na minha casa, não havia água, mas ainda havia luz. A Corsan informou que a situação de abastecimento era complicada e que ainda não tinha previsão de retomada.

Por isso, tive a ideia de captar água da chuva, já que continuava chovendo sem parar. Coloquei dois baldes embaixo das calhas, que encheram até transbordar em poucas horas.

Em todos meus 30 anos, nunca tinha presenciado uma tragédia dessa magnitude. Na manhã daquele dia, eu e minha sogra decidimos ir ao supermercado comprar mantimentos para passar o final de semana. Nas redes sociais, já havia comentários de que faltaria alimento e água mineral em Porto Alegre.

Chegando no hipermercado, presenciamos o desespero das pessoas, em um verdadeiro cenário de guerra. Começando pela luta em encontrar um carrinho disponível. Depois de achar um no estacionamento, entramos no mercado com o objetivo principal de conseguir água.

Fomos direto para a sessão das bebidas, rapidamente. Para a nossa decepção, as prateleiras das águas de 5 litros já estavam vazias. Só restavam água com gás e fardos de garrafinhas pequenas. Pegamos dois fardos e continuamos as compras.

Além das filas quilométricas, e algumas prateleiras já vazias, outra coisa que notei foram alguns consumidores comprando frango, cobertores, colchões infantis e travesseiros em grande quantidade. Logo, percebi que seriam levados para doação em pontos de coleta, que começaram a surgir em todo o RS.

Onda de generosidade e compaixão

Naquele final de semana, em questão de minutos, milhares de moradores perderam tudo o que tinham e ficaram desabrigados. Durante a catástrofe, o poder público não dava conta de ajudar todas as vítimas das enchentes, incluindo nos resgates de pessoas ilhadas.

Foi então, que uma força gigante direto do povo nasceu e começou a atuar no meio do caos de forma apaixonada.

Enquanto civis que possuíam barcos e jet ski entravam na água para salvar idosos, crianças e mulheres, igrejas passaram a abrir suas portas para receber os desabrigados. Muitos deles chegavam molhados, com frio e exaustos.

Uma onda de generosidade e compaixão tomou o povo gaúcho. As igrejas deixaram de lado suas diferenças teológicas e se uniram para socorrer os afetados, como nunca visto.

Gremistas e colorados, brancos e pretos, pobres e ricos, todos trabalhavam lado a lado. As diferenças desapareceram por um propósito maior: salvar vidas. O lema dos voluntários que faziam resgate era: salvar todos, ninguém ficaria para trás, incluindo animais de estimação.

Pedidos de resgate no Instagram

No domingo (5), o clima em todo estado era muito pesado. Um sentimento de tristeza coletiva era sentido no ar. Nas redes sociais, que antes mostravam a rotina de amigos e famílias, se tornou um mural de pedidos de socorro e informações de ajuda humanitária.

Não haviam mais frases motivacionais, fotos, memes. Não conseguindo socorro das autoridades – já sobrecarregadas – as próprias vítimas da cheia pediam para ser resgatadas em suas casas tomadas pela água. Familiares e amigos também compartilhavam até o pedido chegar em algum voluntário que fazia resgate naquela região.

Ao passar os stories do meu Instagram, vi pedidos de resgate para conhecidos, amigos e irmãos na fé por toda a região metropolitana, principalmente em Canoas, Eldorado do Sul e Guaíba. Foi algo terrível e apavorante de presenciar.

Por causa da queda da energia e instabilidade do sinal de internet, muitas vítimas ficaram sem comunicação e as famílias buscavam notícias delas nas redes sociais, desesperadamente.

Logo, eu mesma postaria um pedido de resgate para avó do meu noivo, que ficou presa no segundo andar de uma residência em Canoas. Foram longas horas de angústia até ela e outros familiares serem resgatados.

A fuga

Na noite de domingo (5), eu, meu noivo e minha sogra decidimos ir para o litoral, em busca de água e internet para trabalhar, assim como milhares de moradores que fugiram do caos de Porto Alegre e Região Metropolitana.

Enquanto viajamos pela estrada lotada, os pais dos meus noivos, que perderam a casa nas enchentes, louvaram a Deus em meio a dor, dando o exemplo de uma fé inabalável. “És fiel em todo tempo, em todo tempo tu és tão, tão bom. Com todo fôlego que tenho, eu cantarei da bondade de Deus”, cantaram juntos.

A força da Igreja

Assim como na pandemia da Covid-19, mais uma vez a Igreja se destacou como refúgio e apoio para a população afetada. Rapidamente, os cristãos se organizaram e abrigaram famílias, forneceram refeições, roupas e atendimento médico.

Outros se arriscaram nas enchentes para salvar vidas. Meu líder de jovens foi um desses. Seu barco atendeu centenas de pedidos de famílias para socorrer seus entes queridos. Um amigo, que é atleta de triatlo, salvou sua noiva, que quase morreu afogada. A sobrevivência de muitos gaúchos é um verdadeiro milagre e a misericórdia de Deus manifesta.

Buscando a Deus enquanto ainda há tempo

Mesmo em meio a tanto sofrimento, Deus está se movendo de acordo com seus propósitos, enquanto continuamos lutando por nosso estado e nossa sobrevivência.

O maior testemunho anunciado entre os cristão é estar vivo e seguro, diante de tantas mortes e feridos. Um despertar espiritual está acontecendo no RS, com muitos desabrigados se rendendo a Cristo nas igrejas e sobreviventes voltando para Jesus.

Além disso, a Igreja tem se levantado em oração. Nunca se orou tanto, começando por mim. Precisamos muito da oração dos nossos irmãos em todo o Brasil. Ainda temos mais enchentes para enfrentar e recomeçar não será fácil.

O Rio Grande do Sul tem aprendido que, apesar dos governos terrenos perderem o controle e a natureza ser incontrolável, Deus continua no controle da história. Nada escapa de sua mão poderosa.

Embora percamos tudo, o Senhor nunca nos deixará desamparados. Se Ele não acalmar a tempestade, Jesus estará junto conosco na tormenta.

Muitos gaúchos têm vivido dias de Jó, e assim como ele, com fé estão declarando: “O Senhor deu, e o Senhor tomou: bendito seja o nome do Senhor”. Nenhuma provação calará nossa adoração.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Franklin Graham enviará avião com sistemas de filtragem de água e suprimentos para o RS

O avião de carga 757 da Samaritan’s Purse está sendo preparado para trazer kits de higiene, luzes solares e outros suprimentos aos gaúchos afetados.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE SAMARITAN'S PURSE


O avião da Samaritan’s Purse está sendo preparado para ir ao RS. (Foto: Samaritan’s Purse).

A organização humanitária de Franklin Graham, Samaritan’s Purse, vai enviar seu avião de carga 757 ao Rio Grande do Sul, para ajudar na enchente histórica que devastou o estado.

De acordo com a missão, o avião vai transportar sistemas de filtragem de água para uso individual, kits de higiene, luzes solares e outros suprimentos emergenciais para socorrer os gaúchos afetados.

A Samaritan’s Purse também vai fornecer dez sistemas comunitários de filtragem de água, cada um tem a capacidade de prover água potável para até 10.000 pessoas por dia.

A Equipe de Resposta de Assistência a Desastres, especializada em servir em tragédias no mundo todo, já está em Porto Alegre, preparando uma ação humanitária, em parceria com as autoridades e uma rede de igrejas locais.

A tripulação do Boing 757 já está carregando o avião para decolar rumo ao RS, assim que as permissões de voo forem finalizadas.

Enchentes no RS

Segundo o último boletim da Defesa Civil divulgado nesta quinta-feira (9), 107 pessoas morreram, 374 ficaram feridas e 136 moradores ainda estão desaparecidos devido às inundações.

Mais de 200 mil gaúchos estão desabrigados em 425 cidades atingidas. No total, mais de 1,4 milhões de pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas.

A população ainda enfrenta a falta de água, energia elétrica, alimentos e sinal de internet. Mais de 750 mil imóveis estão sem abastecimento de água no Rio Grande do Sul, conforme a Defesa Civil.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Família é vista louvando em casa alagada no RS: “Verdadeiros adoradores”

As vítimas adoraram a Deus em casa iluminada apenas por uma vela, em um bairro inundado em Esteio.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE G1

Família estava louvando em meio a escuridão em Esteio. (Foto: Reprodução/Instagram/Artcar auto center).

Uma família foi vista louvando a Deus em uma casa em meio à enchente em Esteio, no Rio Grande do Sul.

O momento emocionante foi gravado por um voluntário que está ajudando nos resgates das vítimas. Bynna, dono de uma loja de peças automotivas, fez resgates com seu jipe nos bairros inundados na cidade de Esteio.

No domingo (5), ele compartilhou um vídeo no Instagram em que passava de barco à noite em meio às casas alagadas no bairro Novo Esteio.

Em uma das residências, é possível ouvir um grupo de pessoas cantando louvores na escuridão.

“Escutem: o pessoal ‘rezando’ em uma casa aqui com uma velinha. Olha, até estrela tem, pessoal. São 9h05 da noite, no meio dessa aguaceira toda, o pessoal não ‘deixa cair a peteca’”, disse Bynna, no vídeo.


Com violão, os cristãos cantavam o louvor “Ser Mudado”, de Alessandro Vilas Boas, que diz: “Não é que eu não seja grato / por tudo que tens feito em mim / mas meu coração tem chorado por Ti”.

O vídeo já tem mais de 9 milhões de visualizações e recebeu centenas de comentários de usuários emocionados.

“Estão adorando! Você presenciou verdadeiros adoradores. Glória a Deus!”, escreveu um homem. Outra usuária refletiu: “A única coisa que a água não pode levar é nossa fé”.

Já o pastor Felipe Melo, da Rio Life Church, comentou: “Não tem como não lembrar de Paulo e Silas na prisão. Que coisa linda”.

Enchentes no RS

Segundo o último boletim da Defesa Civil divulgado nesta terça-feira (7), 90 pessoas morreram, 361 ficaram feridas e 132 moradores ainda estão desaparecidos, pelas enchentes no estado.

Mais de 130 mil estão desabrigados em 341 cidades atingidas. No total, 844 mil pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas.

O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública, após as fortes chuvas provocaram enchentes, deslizamentos, rompimentos de barragens e destruição em grande parte do estado.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Missionários são evacuados do Haiti por questões de segurança: “Está um caos”

Alguns missionários que estavam em regiões perigosas viram pessoas sendo queimadas.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

(Foto: Montagem/Guiame | Arquivo pessoal de Priscila Jodas Pyrhus e Reginald Ferreira Pyhrus)

O Haiti está em crise novamente. Depois do assassinato do presidente Jovenel Moise, em julho de 2021, tanto o povo haitiano quanto as igrejas e missionários que vivem no país foram afetados.

A agitação civil e a onda de violência de gangues armadas tem levado o país ao caos. Em entrevista ao Guiame, a missionária Priscila Jodas Pyrhus, que vive no Haiti desde 2018, disse que a situação piorou bastante.

“Depois que o primeiro-ministro tomou posse, ele nunca mais saiu do poder e as coisas foram se agravando, as gangues tomaram a cidade de Porto Príncipe e nos impediu de continuar com os trabalhos em Bon Repos”, contou ao mencionar que depois da confusão, Ariel Henry renunciou ao cargo e anunciou sobre o governo de transição para dar início ao processo das eleições.

Priscila conta que, durante essas decisões, as gangues rebeldes invadiram duas prisões e soltaram mais de 4 mil presos, fazendo aumentar a insegurança: “Eles invadiram o aeroporto e atiraram em algumas aeronaves”.

“O aeroporto, o porto e a fronteira com a República Dominicana foram fechados. O Haiti ficou sitiado, não tinha como entrar ou sair. Foi quando vários países decidiram evacuar seus cidadãos”, continuou ao explicar que a Embaixada Brasileira entrou em contato para saber se ela queria voltar para o Brasil.

Projeto social e evangelístico no Haiti. (Foto: Arquivo pessoal/Priscila Jodas)

‘Tive que deixar meu marido’

A missionária aceitou a proposta do Brasil e saiu do Haiti: “Perdemos um primo do meu marido em meio a essa guerra. Depois disso, decidimos aceitar a proposta de evacuar. Ao todo, sete missionários aceitaram e fomos levados de helicóptero até uma cidade da República Dominicana, no dia 10 de abril”.

“Entre os missionários que saíram do Haiti, alguns contam que viram pessoas sendo queimadas. Eles estavam no meio das gangues, em regiões bem perigosas, com tiros e balas perdidas”, contou.

A Embaixada Dominicana enviou uma van para levar os missionários até Santo Domingo: “De lá, foi cada um por si para retornar ao Brasil. Foi uma decisão muito difícil porque tive que deixar o meu marido que é haitiano”.

A missionária é casada com Reginald Ferreira Pyhrus. Ele continua no Haiti porque não conseguiu visto para entrar na República Dominicana: “O relacionamento entre os dois países não é bom e, por questões políticas, eles não permitem que haitianos entrem no país, mesmo com o visto”, explicou.

Com o aeroporto do Haiti fechado, a única fuga no momento é a República Dominicana: “Não existe outra forma de sair do país, então meu marido ficou preso lá. Eu peço orações para que ele consiga sair de lá de alguma forma”.

Projeto social e evangelístico no Haiti. (Foto: Arquivo pessoal/Priscila Jodas)

‘Não está nada fácil’

A missionária explica que com toda essa confusão, a situação alimentar no país também piorou. “Faltam alimentos, não está nada fácil. Apesar disso, meu marido continua com os projetos em nossa casa e eu estou dando aula online”, compartilhou.

Apesar de não haver perseguição religiosa declarada no país, a violência das gangues impede o evangelismo. “Por conta da violência não é possível realizar as ações de evangelização, tem muita gente saindo do Haiti”.

Enquanto Reginald continua tentando ser evacuado do país, Priscila explica que o casal planeja voltar para o Haiti, em julho, para continuar o trabalho de missões com as crianças. “Enquanto estou aqui no Brasil, vou cuidar da saúde”, ela disse.

Durante a entrevista, Reginald enviou um áudio dando detalhes sobre a questão da perseguição aos cristãos: “Tem acontecido nos últimos anos, é bem recente. Tem dois tipos de gangue aqui, os que tomam essa decisão e os que são influenciados”.

De acordo com o missionário, os rebeldes por opção atacam a Igreja. “Eles sequestram pastores, líderes e fieis. No ano passado, eles entraram em igrejas e as queimaram. Invadiram a Primeira Igreja Batista de Porto Príncipe, quebraram tudo e levaram vários instrumentos”, relatou.

“A violência acontece porque a Igreja prega contra a maldade, contra o tráfico, a mentira, o roubo e a corrupção. E se pregamos contra o que eles estão fazendo, nos tornamos inimigos deles. Pode não ser uma grande perseguição, mas está evoluindo nos últimos três anos. A Igreja no Haiti já foi muito respeitada, mas agora eles estão batendo de frente”, concluiu.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Adolescentes planejavam atacar judeus após bispo ser esfaqueado na Austrália

Documentos policiais apontam que quatro adolescentes planejaram comprar armas para ataque a judeus.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA AP

Adolescente que esfaqueou bispo na igreja de Sydney é detido. (Captura de tela/YouTube/ABC News)

Quatro adolescentes planejaram adquirir armas para realizar um ataque contra judeus, após um bispo ter sido esfaqueado em uma igreja em Sydney, na Austrália, segundo documentos policiais citados em reportagens nesta segunda-feira (29).

Na quinta-feira (25), cinco adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, foram formalmente acusados em um tribunal de Sydney por uma série de crimes, que incluem conspiração para participar ou planejar um ato terrorista.

A polícia afirmou que todos os adolescentes " aderiam a uma ideologia extremista violenta e com motivação religiosa" e estavam associados a uma rede que incluía um jovem de 16 anos acusado de esfaquear o bispo ortodoxo assírio Mar Mari Emmanuel em 15 de abril, durante uma transmissão online de um serviço religioso.

Segundo um boletim da polícia apresentado ao Tribunal de Menores de Sydney, dois dos réus acusados na semana passada discutiram a compra de armas em 19 de abril, o mesmo dia em que o suposto agressor do bispo foi acusado, conforme relatado pelos jornais da News Corp Australia.

A Austrália tem leis nacionais rigorosas que impõem fortes restrições à posse de armas, no entanto, existe um mercado negro de armas de fogo em Sydney.

Conversas sobre planos de ataque

Quatro dos jovens acusados na semana passada, com idades de 15, 16 e dois de 17 anos, supostamente utilizaram o aplicativo de mensagens criptografadas Signal para planejar o ataque.

“Eu quero morrer e quero matar... Estou muito animado... Seu plano é ser pego, morrer ou escapar?”, disse supostamente um jovem de 17 anos, em 20 de abril em um bate-papo em grupo.

O jovem de 16 anos teria respondido: “Vamos planejar por um tempo... preferimos fugir, mas aconteça o que acontecer, é o qadr (predeterminação) de Alá”, relataram os jornais.

O rapaz de 15 anos teria dito no Signal, em 19 de abril: “Eu realmente quero atingir o Yahood”, ou seja, o povo judeu.

Sobre o agressor da igreja, o adolescente de 16 anos supostamente disse: “Eu conheço o cara que fez isso” e “ele é meu companheiro”.

Relatórios policiais


A unidade de mídia da Força Policial de Nova Gales do Sul disse à Associated Press na segunda-feira que não pôde confirmar a veracidade dos relatórios nem fornecer uma cópia do boletim informativo da polícia.

O Tribunal Infantil de Sydney não respondeu imediatamente ao pedido do documento.

O advogado Ahmed Dib, que representa dois dos rapazes acusados na semana passada, afirmou que não leu a reportagem do jornal e, portanto, não poderia comentar sobre a sua veracidade.

O jovem acusado de esfaquear o bispo e um padre foi formalmente acusado de ter cometido um ato terrorista, um crime que pode resultar em uma pena máxima de prisão perpétua.

O reverendo Isaac Royel recebeu alta do hospital com a mão e o ombro enfaixados apenas alguns dias após o ataque.

De volta à igreja

O bispo Emmanuel fez seu primeiro sermão desde o esfaqueamento no domingo (28), na Igreja Cristo Bom Pastor.

Ele usava um tapa-olho no olho direito para cobrir um ferimento de faca e foi aplaudido por sua congregação.

“Este jovem que cometeu este ato há quase duas semanas, digo-te, meu querido, tu és meu filho e serás sempre meu filho”, disse o clérigo de 53 anos em comentários publicados nas redes sociais.

“Sempre orarei por você. Sempre desejarei a você nada além do melhor”, acrescentou Emmanuel.

‘Comportamento violento’

Os pais do jovem, em entrevista à Australian Broadcasting Corp., afirmaram que seu filho tinha um comportamento violento e suspeita de transtorno do espectro do autismo, mas enfatizaram que ele não era um terrorista.

Eles disseram ainda que estavam escondidos por medo de represálias, especialmente depois que tumultos eclodiram em torno da igreja poucas horas após o esfaqueamento.

A ABC também noticiou que o filho tinha interesse em vídeos online do fundador da Al Qaeda, Osama bin Laden, e que a foto de perfil do menino no WhatsApp era uma imagem de Bin Laden.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Desenho Bíblico leva milhões de crianças a Jesus: “Está alcançando famílias”

Produtores do “Superbook” afirmam que as crianças estão exercendo a fé e orando pelos pais.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CBN NEWS

Cena de um episódio. (Foto: Reprodução/YouTube/Superbook Brasil)

O “Superbook”, animação bíblica da CBN Animation, alcançou milhões de crianças para Cristo ao redor do mundo. O projeto evangelístico está crescendo e conta com trabalhos em novos idiomas.

Segundo a CBN News, líderes de ministério infantil afirmam que as idades de quatro a quatorze anos, muitas vezes conhecidas como a “janela dos 4 aos 14”, é a idade em que as pessoas têm maior probabilidade de aceitar Jesus.

Ben Edwards, vice-presidente da CBN International, contou que o Superbook alcança crianças nessas idades importantes.

“Ele tem como alvo as crianças num momento de suas vidas em que é tão importante alcançá-las com o Evangelho”, disse ele.

“Um momento crítico para eles entenderem que existe um Deus que me ama, que existe um Deus que quer ter um relacionamento comigo e que existe um Deus que morreu por mim. Então, é um momento incrível para ministrar na vida das crianças”, acrescentou.

Através da animação com dublagens em mais de sessenta idiomas e dialetos, o Superbook se comunica com as crianças em sua língua materna e consegue atraí-las a Jesus.

“Os diálogos vêm direto da Bíblia, portanto, sabemos que quando as crianças assistem ao Superbook, elas estão obtendo uma base espiritual e uma base bíblica muito fortes”, afirmou Edwards.

Sandra Anderson, diretora de operações da CBN na América Latina, explicou que as crianças “estão se vendo dentro das histórias e se relacionando com os personagens”. Assim, elas acreditam no que está sendo abordado.

“Eles acreditam não apenas na mensagem, mas nas lições que estão aprendendo e que agora podem aplicar em suas vidas diariamente. É por meio dessa combinação que acreditamos que tantos estão encontrando Deus em meio a suas situações e aprendendo como confiar Nele”, relatou Sandra.

De acordo com projeções de uma pesquisa de audiência da Brown, Fraser and Associates, em 2023, mais de 500 milhões de telespectadores em todo o mundo assistiram a pelo menos um episódio e mais de 350 milhões relataram que declararam “O Poema da Salvação” no final do desenho.

“Sabemos que a Palavra de Deus muda vidas e como o Superbook está repleto da Palavra de Deus vemos a transformação espiritual acontecer quando um episódio é assistido”, disse Sandra.

E continuou: “Muitas vezes ouvimos falar de crianças com mau comportamento que se tornam excelentes alunos na escola. Vemos crianças que oram com fé para que seus pais não se divorciem e algo muda a seu favor”.

O Diretor Executivo da CBN Animation, Paul Richardson, informou que as crianças que confiam no Senhor muitas vezes têm compaixão pelos outros.

“Eles são transformados e então essa transformação os leva a agir de acordo com a sua fé. Eles começam a orar por sua família, a orar por seus amigos, a orar por seus pais”, disse ele.

“O Superbook está alcançando as famílias e muitas vezes a porta de entrada passa pelo coração de uma criança que primeiro reconheceu e aceitou Jesus como Senhor e depois começou a orar por seus pais”, acrescentou Sandra.

A Diretora Regional do Superbook, Vanja Bule, contou que a série é um evento evangelístico na Croácia.

“O Superbook é usado como uma ferramenta em provavelmente todas as escolas da Croácia. São milhares e milhares de crianças”, disse ela.

O aplicativo no Brasil

De acordo com a CBN News, o Superbook também está crescendo no lugar onde as crianças passam mais tempo atualmente: nos celulares.

O aplicativo foi baixado mais de 35 milhões de vezes. Os Estados Unidos, Índia e Brasil lideram a lista de países com mais downloads.

O aplicativo é gratuito e disponibiliza a Bíblia na linguagem infantil, jogos e 26 episódios do desenho. Cada um deles narra um personagem bíblico diferente.

A ferramenta é um movimento estratégico que combate as inúmeras opções de vídeo onlines que afastam as crianças do Senhor.

“Existem visões de mundo específicas implícitas ao conteúdo que está sendo divulgado e, em seguida, os dispositivos são entregues às crianças para cuidar delas por um tempo, enquanto os pais estão ocupados”, disse Richardson.

"Então essas crianças estão sendo influenciadas. Que melhor conteúdo para influenciar as crianças do que a Palavra de Deus e o amor de Jesus através do meio que melhor se conectará com elas, que é a animação", concluiu ele.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Cristãos são atacados por negar fazer convite de noivos gays: “É questão de princípios”

Em entrevista ao Guiame, o casal Thiago e Beatriz, empreendedores do Jurgenfeld Ateliê e Fotografia, contaram que estão sendo acusados de homofobia e atacados na internet.

FONTE: GUIAME

O casal Thiago e Beatriz. (Foto: Instagram/jurgenfeldakombi).

Desde terça-feira (23), o casal cristão Thiago e Beatriz, empreendedores do Jurgenfeld Ateliê e Fotografia, vem enfrentando críticas e recebendo ameaças na web, após não aceitarem um pedido de noivos gays para fazer o convite do seu casamento.

O casal cristão, de São Paulo, atua na área de fotografia de casamentos há mais de 8 anos e na área de convites de casamento há 3 anos.

Em entrevista ao Guiame, eles contaram que o casal homoafetivo entrou em contato com o ateliê através de uma plataforma paga que capta clientes, e o atendimento a eles aconteceu normalmente.

“Nós respondemos de uma maneira extremamente educada e a resposta deles também foi educada em certo sentido, mas carregada de um aparente sentimento de raiva”, disseram.

Após a repercussão da decisão da empresa de não prestar serviços aos noivos, devido a seus princípios cristãos, Thiago e Beatriz foram acusados de homofobia nas redes sociais e foram ameaçados por usuários.

“Fomos extremamente ameaçados por pessoas, a maioria homossexuais, com mensagens contendo o nosso endereço e palavras do tipo ‘iremos atrás de vocês’ ou então ‘vamos matá-los por isso’ e algumas até mesmo ‘que Lúcifer faça sexo em vocês e os mate’", revelou o casal.

A polícia vai instaurar um inquérito para investigar as ameaças, conforme os cristãos.

"Temos um advogado que se solidarizou com a causa e está fazendo nossa ampla defesa”, informaram eles.

Liberdade religiosa atacada

O casal Thiago e Beatriz. (Foto: Jurgenfeld Fotografia).

Para Thiago e Beatriz, sua liberdade religiosa foi atacada com a repercussão do caso. “Em nenhum momento fomos desrespeitosos com eles ou os ofendemos por serem homossexuais”, afirmaram.

“Nós simplesmente dissemos que para nós é uma questão de princípios e não iremos abrir mão das convicções da nossa fé”, ressaltaram.

O casal explicou que seu trabalho não é apenas uma fonte de renda, mas uma forma de honrar Jesus.

Eles ainda comentaram que têm consciência que os cristãos podem ser perseguidos por causa de sua fé.

“Já tivemos o privilégio de estar em alguns países perseguidos e sabemos o quanto a Igreja é oprimida por amar a Deus e obedecer os seus princípios”, declararam.

Apoio

Em vídeo no Instagram, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) se solidarizou com o casal cristão e pediu que seus seguidores os apoiassem.

“Eles estão sendo cancelados, estão sendo acusados de homofobia, sendo que homofobia não é simplesmente uma recusa de fazer um convite de casamento. Homofobia é uma aversão ao homossexual, que não é o caso. A gente sabe que isso é uma militância em cima de pessoas que estão trabalhando, a militância está destruindo a imagem deles”, criticou Nikolas.

E acrescentou: “Estou me solidarizando porque tenho certeza que isso já vem acontecendo há muito tempo, agora é com eles, daqui a pouco é com você, com seu pai, seu irmão, eu não quero que isso aconteça. Diz respeito à nossa liberdade religiosa”.

Nesta quinta-feira (25), Thiago e Beatriz agradeceram ao apoio que receberam.

“Gostaríamos muito de agradecer a todas as mensagens de carinho e apoio que temos recebido. Muitos advogados entraram em contato conosco solidarizando-se com a causa e uma parte deles já está tomando as providências legais”, escreveram.

“Nunca pedimos por tanta ‘fama’ assim, seja positiva ou negativamente, contudo cremos que há um propósito para todas as coisas debaixo dos céus”, refletiram.

Liberando perdão

Ao serem perguntados sobre como respondem aos ataques recentes, os cristãos disseram que liberaram perdão aos agressores e desejam que eles também conheçam o amor de Cristo.

“Perdoamos nossos acusadores e as pessoas que nos ameaçaram. Que o Senhor os abençoe e revele seu caráter de amor e justiça, para que eles conheçam o Jesus que transformou a nossa história”, declararam ao Guiame.

Um caso semelhante aconteceu no Brasil em 2020, quando um pastor do Rio de Janeiro foi acusado de homofobia por se recusar a fazer um casamento homoafetivo.

Omar Zaracho, que trabalha como celebrante de casamentos em Búzios, foi alvo de intolerância religiosa após recusar o serviço a um casal de lésbicas.

Comentando o caso na época, Tadeu Nóbrega, professor e mestre em Direito Constitucional e diretor da União dos Juristas Católicos de São Paulo (UJUCASP), disse à Gazeta do Povo que a recusa de fazer um casamento homoafetivo é sustentada pelo artigo 5º da Constituição, que permite a objeção de consciência — o que impede que qualquer cidadão seja obrigado a fazer algo que vá contra suas convicções, sejam religiosas ou não.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Ex-guerrilheiro é impedido de matar cristão e se rende a Deus: “Não consegui sacar a arma”

Felipe contou ao Guiame que ouviu a voz de Deus e foi livrado do mundo do crime.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

Imagem ilustrativa. (Foto: Lukas/PxHere/Creative Commons)

O cristão perseguido na Colômbia, identificado como Felipe (nome fictício por motivos de segurança), está no Brasil para dar seu testemunho e falou exclusivamente ao Guiame, dando detalhes de sua vida cristã depois de convertido.

“Nasci em 1969, numa região camponesa e pobre da Colômbia. Meu pai era alcoólatra e minha mãe morreu quando eu tinha 1 ano de vida. O que me aconteceu depois disso é fruto de orfandade e solidão”, iniciou.

“Desde então, uma família que não conhecia ao Senhor ficou responsável por mim”, disse ao especificar que cresceu sem conhecer os princípios cristãos. “O que me ensinaram foi a filosofia do marxismo, do materialismo. E eu não conhecia nada além da guerrilha”, continuou.

“Eu tinha muita sede de matar cristão”

Aos 6 anos de idade, Felipe prestava pequenos serviços para os guerrilheiros, levando e trazendo mensagens através de cartas. Ele conta que, naquela época, já via igrejas sendo perseguidas pelos criminosos.

Ainda menino, Felipe foi obrigado a cometer crimes, incluindo assassinato: “Minhas mãos se sujaram de sangue pela primeira vez. E, pouco antes de completar 7 anos de idade, a guerrilha me recrutou”.

Aos 11 anos, o pré-adolescente já tinha 10 guerrilheiros sob o seu comando: “A guerrilha começou a crescer e eu também. Aos 17 anos eu tinha 170 guerrilheiros sob minha responsabilidade”.

“Só para esclarecer, aqueles que estão no comando de uma guerrilha não matam, eles mandam matar. Mas eu tinha muita vontade, muita sede de matar um cristão”, revelou.

Revelação de Deus

Certo dia, ao ver um homem pregando o Evangelho, Felipe o ameaçou: “Eu não permitia que ninguém me falasse de Deus e eu estava armado para matar aquele homem”.

“Eu perguntei a ele: quem te permitiu pregar o Evangelho aqui? E ele me disse: o Senhor Jesus Cristo. Aquilo me deixou muito indignado porque era uma afronta direta contra mim e meu comando”, lembrou.

“E eu disse: então, hoje você vai morrer. E esse homem valente, pegou a Bíblia em suas mãos. Eu dei um passo em sua direção e ele deu dois passos à frente. Ele era muito corajoso. Eu ia matá-lo, mas ele ‘me matou’ primeiro. Eu não conseguia sacar a arma e suava frio, com vontade de chorar”, detalhou.

“Foi quando ele me apontou com a Bíblia e disse: Sabe, comandante, se o senhor me matar hoje, Deus vai levantar homens nessa montanha para pregar o Evangelho. E o Espírito Santo está me revelando que o senhor será um deles”, disse.

Felipe conta que mandou o homem embora e, ao ser questionado pelos guerrilheiros por que não o matou, justificou que “não matou porque não quis”.

Sonho de revelação

Outros cristãos foram encontrados na mesma montanha e Felipe confessa que nunca teve coragem de tocar neles: “Na Colômbia, todos os guerrilheiros são também satanistas. Eu comecei a pedir a satanás que aparecesse a mim”.

“Mas ele não apareceu. Então, eu pedi que se o Deus dos evangélicos existisse, que ele aparecesse a mim, porque eu queria conversar com ele e queria que ele me desse poder para libertar a Colômbia do jugo do governo”, destacou.

Como nenhum dos dois apareceu como Felipe esperava, ele concluiu que ambos não existiam: “Continuei na guerrilha, matando gente, queimando casas e igrejas de cristãos, em batalhas contra o exército”.

Até que, um dia, Felipe teve um sonho: “Uma porta se abria no céu e um homem descia. Ele me disse: Se você não se arrepender, certamente vai morrer. E aquela voz entrou na minha cabeça, no meu coração e foi tremendo. Eu caí de joelhos chorando, e caíam folhas, frutos e galhos das árvores. E essa voz me seguiu por muito tempo”.

‘Aquela voz me salvou’

Durante um confronto com o exército, Felipe foi capturado e, em seguida, torturado por 17 dias: “Eu estava quase morrendo e eles planejavam me enterrar vivo. Mas, um tenente chegou e me levou para a prisão”.

Os companheiros de guerrilha pagaram uma fiança. Ele conta que saiu da prisão ainda com mais ódio e vontade de matar. Mas, em outra ocasião, enquanto estava novamente cercado pelo exército, com helicópteros sobrevoando o céu, Felipe ouviu aquela voz do sonho.

Ele lembra da oração que fez: “Se o Deus dos evangélicos me tirar daqui e me livrar da morte, eu vou servi-lo até morrer. Consegui fugir e enquanto corria, ouvi a voz dizendo: ‘Felipe, eu sou Jesus de Nazaré que te tirou do meio do combate, levanta, foge e não volte mais’. E eu levantei, aceitei a Cristo como meu Senhor e Salvador e desde esse dia eu sirvo a Jesus”.

‘É perigoso pregar o Evangelho na Colômbia’

Felipe agora é perseguido pelos guerrilheiros que eram seus “amigos”. Ele disse que teme pela sua família: “Temo que eles fiquem sem o pai e esposo, mas eles têm noção do perigo que eu corro e do perigo que eles mesmos correm”.

Pregar o Evangelho em zona de conflito dominado pela guerrilha e pelo tráfico de drogas é extremamente perigoso, mas Felipe afirma que não vai parar.

“Crianças cristãs são especialmente desejadas pelas guerrilhas e aliciadas o tempo todo, pois são crianças com princípios, leais e que obedecem aos mais velhos, tudo o que eles precisam para criar gerações de guerrilheiros”, mencionou.

“Tive um filho aliciado pela guerrilha e uma filha sequestrada por eles. Graças a Deus, os dois voltaram para casa e eu tive oportunidade de levá-los a um lugar seguro, o Abrigo Lar Cristão, que é mantido pela Portas Abertas”, revelou.

Atualmente, seus filhos foram curados do trauma e também são cristãos: “Hoje, eles não estão mais no Abrigo e seguem suas vidas em segurança”.

Recado à Igreja no Brasil

Ao afirmar que deseja “viver e morrer por Cristo”, Felipe mencionou a importância da Portas Abertas treinar líderes para “resistir à perseguição de forma bíblica”.

Apesar de não existir a perseguição física contra os cristãos brasileiros, como ocorre em alguns lugares da Colômbia, Felipe acredita que os cristãos precisam estar preparados e também dispostos a orar por aqueles que são perseguidos por causa do nome de Cristo.

“Continuem firmes no Evangelho e na missão de apoio à Igreja Perseguida. Quando estamos no campo, principalmente quando passamos por algum perigo iminente, sentimos o poder de Deus e sentimos que existem irmãos orando por nós. Isso é real e precisamos que isso continue”, disse.

“A oração de vocês é vital para que permaneçamos firmes durante a perseguição. Não nos esqueçam e orem por nós”, concluiu.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Rabino e professor de física dizem que “mão de Deus” protege Israel de mísseis

O professor Maximilian Abitbol, especialista em defesa militar, disse que é cientificamente impossível alcançar uma taxa de defesa quase perfeita de 99,9%.

Fonte: Guiame, com informações de CBN New

O rabino Yitzchok Adlerstein. (Foto: Reprodução/CBN News).

No ataque do Irã contra Israel na semana passada, o exército israelense conseguiu se proteger dos mais de 300 drones e mísseis lançados em seu território.

Com a ajuda dos Estados Unidos, Reino Unido e Arábia Saudita, os militares abateram 99% dos projéteis, surpreendendo o mundo todo.

Muitos elogiaram a capacidade militar e os avanços em tecnologia defensiva de Israel. Mas, o sentimento entre os israelenses – mesmo que a maioria não seja religiosa – é que a nação foi abençoada com a proteção divina, conforme a CBN News.

O rabino Yitzchok Adlerstein, do Centro Simon Wiesenthal, ressaltou que acredita que o Senhor está defendendo Israel de seus inimigos hoje.

“Todos nós fomos testemunhas de nada menos que um milagre de proporções bíblicas”, afirmou ele, em entrevista à CBN News.

Segundo o colunista de tecnologia Hillel Fuld, não é apenas os líderes religiosos que veem a mão de Deus protegendo Israel.

Sem explicação científica

O professor de física Maximilian Abitbol diz que não há explicação científica para as forças israelenses e seus aliados conseguirem se defender dos mísseis e drones com uma taxa quase perfeita de 99,9%.

Maximilian, que também é especialista na indústria de defesa militar, observou que fisicamente não há como alcançar essa taxa de sucesso sem a intervenção divina. O professor chegou a calcular a probabilidade.

“É muito mais que um sentimento. Algo que resulta de um cálculo real: o que aconteceu em Israel no último Motzaei Shabat não foi menor que a escala da divisão do Mar Vermelho”, afirmou ele, em publicação no X.

"Quando olho para o que aconteceu no Motzai Shabat, em nível científico, isso simplesmente não pode acontecer! Os gestores das indústrias de defesa, que desenvolvem e fabricam estes sistemas, não garantem mais de 90% de sucesso! Mesmo que tivéssemos 90% de proteção teria sido um milagre! O que aconteceu é que todos, mas todos – os pilotos, os operadores de sistemas e os operadores de tecnologia agiram como um só homem, num momento em total unidade. Se isto não for um ato de D'us, então não sei mais o que é um milagre”, acrescentou.

O ataque

Na manhã do dia 14, Israel foi inundado com o som de alarmes de ataque aéreo, quando o Irã realizou uma missão de vingança sem precedentes, lançando centenas de drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro.

O contra-almirante Daniel Hagari afirmou que o Irã lançou 170 drones, mais de 30 mísseis de cruzeiro e mais de 120 mísseis balísticos. Vários desses mísseis balísticos atingiram o território israelense, resultando em danos menores a uma base aérea.

A ação levou o Oriente Médio a um cenário mais próximo de uma guerra regional. Um porta-voz militar relatou que mais de 300 lançamentos foram efetuados, mas que 99% deles foram interceptados com sucesso.