Fonte: jornaldacidadeonline
Foto Reprodução/Internet
Sr. Presidente Apedeuta:
Em 12/03/2012 o jornal Haaretz de Israel publicou uma longa entrevista sua, dada com exclusividade à Adar Primor. Naquela entrevista você disse que jamais leu um livro mas que todos admiram sua "sabedoria suprema" e sua "mente criativa".
Numa troca de correspondência com sua então assessora Clara Ant, ela tentou me convencer que isto não era verdade. Eu pedi uma declaração oficial que você não disse isso pois eu pretendia desafiar a jornalista - mas nunca houve desmentido seu. Portanto, até hoje, 4608 dias ou 11anos e quase dois meses mais tarde, a afirmação segue válida.
Assim sendo, provavelmente o termo apedeuta não faz parte de seu vocabulário. Deve haver algum AsPoNe em Brasília que possa esclarecer o significado do termo.
A introdução supra é apenas para lhe dizer que entendo perfeitamente sua recente declaração na Espanha. Você disse lá: "Veja que a ONU era tão forte que em 48 ela conseguiu criar o Estado de Israel e que em 2023 ela não consegue criar o Estado Palestino". Esta declaração contém desinformação, contém mentira e confirma seu apedeutismo.
Vou lhe passar informações para que você não volte a passar vergonha e - principalmente - para que você deixe de envergonhar os brasileiros...
Começando por deixar claro que a ONU não "criou o Estado de Israel em 1948". Em 29/11/1947, sob comando do grande brasileiro Oswaldo Aranha, a ONU votou pela partilha da Palestina em dois Estados Nacionais: um Árabe e outro Judeu. Nenhum dos dois tinha nome. Aos Judeus foram alocados 53% do território, a esmagadora maioria deserto, enquanto aos Árabes foram destinados 47% do território, a esmagadora maioria de terras férteis. Os Judeus aceitaram a partilha, os Árabes a recusaram. No dia 14/05/1948 saem os ultimos soldados Ingleses e imediatamente 7 exércitos Árabes atacam o Estado Judeu visando destruí-lo.
A alegação que você não sabia mostra que antes de proferir discurso público seria conveniente verificar os fatos.
Não cabe à ONU criar o "Estado Palestino" - um Estado Árabe na Palestina foi criado no mesmo dia que o Estado Judeu . Como consequência da guerra iniciada em 14/05/1948 e terminada em 20/07/1949, o Estado de Israel delimitou sua fronteiras (Linha Verde). No entanto o território que caberia ao Estado Árabe foi conquistado na área oeste pelo Egito (que ficou com a Faixa de Gaza) e no leste pela Transjordânia que capturou a Judéia e a Samária, mudando o nome da região para Cisjordânia ou Margem Ocidental do Rio Jordão. Em 20/04/1950 a Transjordânia anexou a Margem Ocidental aos seus domínios e mudou o nome do país de Transjordânia para Jordânia, aumentando sua população de 400.000 para 1.320.000 pessoas. Apenas a Grã- Bretanha reconheceu a anexação - nenhum outro país no mundo reconheceu esta anexação.
Jordânia e Egito repartiram entre si as terras destinadas ao Estado Árabe e ninguém - nenhum líder, nenhum pensador ou político e nenhum pais Árabe pensou em criar o Estado da Palestina na área que eles conquistaram. Em 1967 mais uma vez os países Árabes vizinhos tentaram aniquilar Israel mas este reagiu e venceu a guerra em seis dias, conquistando tanto a Cisjordânia (Judeia e Samária) como a Faixa de Gaza.
Nas conversações de paz com o Egito (1979), Israel decidiu devolver todo o território conquistado mas o Egito só aceitou a Península de Sinai e recusou-se a receber de volta a problemática Faixa de Gaza. Israel administrou Gaza até 2005, quando a devolveu aos Palestinos. Depois de uma sangrenta guerra civil entre os Palestinos, a Autoridade Palestina e seu braço militar (Fatah) foram expulsos de Gaza, que caiu na mão dos terroristas do Hamas.
A margem ocidental do Jordão (anexada em 1950 pela Transjordânia), foi conquistada por Israel em 1967. 21 anos mais tarde (31/07/1988), a Jordânia renunciou à reivindicação de soberania sobre a Cisjordânia (mantendo a tutela sobre os locais sagrados muçulmanos e cristãos em Jerusalém). Na mesma data a Jordânia reconheceu a Organização para a Libertação da Palestina como "o único representante legítimo do povo palestino".
Pelo informado acima, seu discurso na Espanha é uma junção de mentiras com desconhecimento. Pessoas honradas, ao serem informadas de seus deslizes, pedem perdão.
Você pedirá perdão pelos erros? Ou honradez não é parte de sua personalidade?
Marcos L Susskind
Holon - Israel
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