terça-feira, 11 de março de 2025

Culto celebrará 70 anos da Portas Abertas Internacional

No dia 12 de julho, vamos agradecer juntos em um culto em São Paulo

Fonte: Portas Abertas 

Marque a data e local em sua agenda para participar desse dia histórico

Com apenas um jovem com um carro cheio de Bíblias escondidas e o coração transbordando o amor de Cristo, nasce a Portas Abertas Internacional, em 1955. A organização internacional, iniciada com a obediência do Irmão André, hoje serve cristãos perseguidos ao redor do mundo em mais de 70 países.


O trabalho começou quando o jovem missionário holandês descobriu a necessidade urgente de Bíblias na igreja atrás da Cortina de Ferro durante a Guerra Fria. Ele entendeu o chamado de Deus para servir cristãos em países sob restrição e discriminação, confirmado ao ler Apocalipse 3.2a: “Esteja atento! Fortaleça o que resta e que estava para morrer”.

Após 70 anos, vemos essa história concretizada, respeitada e multiplicada, cujo apoio alcança e fortalece a Igreja Perseguida. É tempo de celebrar cada pessoa que faz parte dessa jornada, como um corpo em Cristo, honrando o legado dos fundadores e dando continuidade à missão.

No dia 12 de julho, vamos comemorar essa história que construímos e continuamos a construir juntos - igreja livre e Igreja Perseguida - sob o cuidado de Deus. Não fique de fora! Venha ao culto de celebração dos 70 anos da Portas Abertas Internacional em São Paulo ou participe da transmissão online no dia.


*Mais informações em breve. Fique atento ao nosso site e redes sociais ;)


Culto de celebração 70 anos

Data: 12 de julho de 2025

Local: Comunidade da Graça (Rua Eponina, 390 - Vila Carrão/SP)

segunda-feira, 10 de março de 2025

Explosão de violência deixa mais de mil mortos na Síria

Cultos foram suspensos e a igreja síria teme novos conflitos

Fonte: Portas Abertas 

Grupos contrários e favoráveis ao novo governo na Síria disputam o poder desde a última quinta-feira 
(foto representativa) foto: Portas Abertas

Uma nova onda de violência se espalhou pela Síria. Cristãos na região estão com medo; ontem, cultos foram cancelados e muitos pensam em deixar o país. Mais de mil pessoas, a maioria civis, foram mortas nos últimos quatro dias na área costeira do país que é 18º na Lista Mundial da Perseguição 2025.

Até o momento, apenas a morte de um pai e um filho cristãos na quinta-feira podem ser confirmadas. Na sexta-feira, outro cristão foi morto em casa, atingido por uma bala, provavelmente perdida, nos combates entre as forças de segurança do novo governo e os apoiadores do antigo governo.

No sábado, os três líderes das maiores igrejas da Síria emitiram uma declaração conjunta sobre a violência. “Nos últimos dias, a Síria testemunhou uma perigosa escalada de violência, brutalidade e assassinatos, resultando em ataques a civis inocentes, incluindo mulheres e crianças. Lares foram violados, sua santidade desrespeitada e propriedades saqueadas, cenas que refletem claramente o imenso sofrimento suportado pelo povo sírio”, eles escreveram.

“As igrejas cristãs condenam fortemente qualquer ato que ameace a paz civil, denunciam e condenam os massacres que visam civis inocentes, e pedem o fim imediato desses atos horríveis, que estão em total oposição a todos os valores humanos e morais”, concluem os cristãos. Em cidades como Latakia e Tartous, muitas lojas e quase todos os restaurantes estão fechados. Uma cristã da região diz que tem medo de que um período de vingança e terror possa começar.

Toque de recolher

Toda a violência lembra aos muitos sírios traumatizados as atrocidades durante o domínio do Estado Islâmico. “Todos os cristãos que conheço agora querem deixar o país”, diz uma fonte local. Os combates começaram na quinta-feira (6), em áreas de maioria alauíta, um grupo étnico muçulmano ao qual o ex-presidente Bashar al-Assad pertencia. Apoiadores do antigo regime pegaram em armas e atacaram as forças de segurança do novo regime, matando vários deles. O novo líder do país, Ahmed al-Sharaa, enviou reforços para a área para acabar com a violência.

O toque de recolher foi imposto em Homs, Tartous e Latakia. Nos últimos dias, circularam relatos de que as forças de segurança sírias supostamente mataram 830 civis alauítas. Além disso, a BBC diz, citando o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que “231 membros das forças de segurança e 250 combatentes pró-Assad” foram mortos.

“Os assassinatos de civis nas áreas costeiras no Noroeste da Síria devem cessar imediatamente. Estamos recebendo relatos extremamente perturbadores de famílias inteiras, incluindo mulheres e crianças, sendo mortas. Há relatos de execuções sumárias com base sectária por perpetradores não identificados, por membros das forças de segurança das autoridades interinas, bem como por elementos associados ao antigo governo”, afirma Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em um comunicado de imprensa.

A Portas Abertas também condena veementemente a violência e pede orações pela situação na Síria. “Mais do que nunca a unidade do corpo de Cristo em todo mundo é necessária em intercessão por nossos irmãos na fé sírios”, afirma Marco Cruz, secretário-geral da Portas Abertas Brasil.

Ajude quem mais precisa

A Portas Abertas atua na missão de prover as necessidades da Igreja Perseguida. Com uma doação, você garante alimento, água, Bíblias, treinamento e outras necessidades emergenciais para cristãos perseguidos onde a necessidade é mais urgente.

sábado, 8 de março de 2025

Perfis de mulheres: cristãs perseguidas no Vietnã

O que uma professora aposentada, uma avó e uma esposa dedicada têm em comum.

Fonte: Portas Abertas

Zombadas, amaldiçoadas e espancadas, mulheres cristãs testemunham fé extraordinária no Vietnã (foto representativa)

Hoje, no Dia Internacional da Mulher, você será inspirado pela histórias de cinco mulheres cristãs de diferentes regiões do Vietnã que encontraram seu valor e alegria em Jesus. Cada uma delas experimentou opressão por parte do marido ou família, mas elas têm algo em comum: não perderam a esperança ou a coragem. Embora perseguidas por abandonarem a religião tradicional por Cristo, elas professam a fé com alegria, pois estão seguras nos braços de Jesus.

Lan: uma mulher que ama a Bíblia

Lan* vive em um pequeno vilarejo na região do Delta do Mekong, no Vietnã. Quando ela recebeu Jesus em sua vida há alguns anos, foi imediatamente confrontada com perseguição do marido e sogros. Eles a impediram de seguir a Deus e ameaçaram rejeitá-la se continuasse a buscar Jesus.

Lan encontra na Bíblia respostas para resistir à perseguição (credito Portas Abertas)

“Se meu marido vir minha Bíblia, ele a jogará fora. Ele até me bate e me estrangula se me vê lendo a Bíblia”, compartilha Lan. Mas isso não a impediu de ir fielmente à igreja e estudar a Palavra de Deus. Mas não foi apenas seu marido que se opôs à sua fé. As autoridades locais e seus sogros também foram hostis com ela.

“Fui convocada à delegacia três vezes e as autoridades me disseram para parar de seguir a Deus. Mas eu respondi com o que aprendi na Bíblia e continuei indo à igreja. Sempre que enfrento problemas, oro e estudo mais a Bíblia. Todos os dias oro a Deus. Somente Jesus dá paz ao meu coração”, conta Lan.

Tram: uma filha amada de Deus

Tram*, assim como Lan, vive no Delta do Mekong, no Vietnã. Ela é casada e tem dois filhos. Em 2020, ela conheceu Jesus e passou a se ver criada à imagem de Deus, e uma mulher que tem valor aos olhos do pai celestial. Mas essa mudança não foi bem-vinda pelos sogros nem pelo marido. Quando não está bêbado, o marido é tolerante com a fé, mas pede que ela não fale sobre Deus ou faça qualquer atividade cristã em casa. Mas quando fica bêbado, ele a amaldiçoa e a impede de ir à igreja. Se Tram responde, ele a espanca e amaldiçoa.

Jesus mostrou a Tram que ela é uma mulher amada e valiosa (Credito Portas Abertas)

Quando os dois filhos adolescentes viram como ela era perseguida por causa da fé em Deus, buscaram consolo no álcool e nas drogas ilegais. Durante reuniões familiares, especialmente aniversários de morte, Tram também tem que cozinhar um banquete para que seu marido e a família façam oferendas aos ancestrais. Em um jantar, a mãe de Tram pediu à neta de quatro anos para queimar incenso para um ancestral, mas a menina se recusou. A mãe de Tram a empurrou e a amaldiçoou. Quando a menina tentou abraçar a avó, foi empurrada novamente com força.

Os sogros de Tram e os parentes do marido frequentemente dizem: “Tram não é uma boa nora. Nos aniversários de morte de nossos pais, ela só cozinha, mas nunca queima incenso para nossos pais”. Apesar de tudo, Tram compartilha: “Quando não tinha Deus, embora tivesse minha família, me sentia muito sozinha. Depois que aceitei Jesus em minha vida, fiquei mais feliz e em paz. Sempre que discordo do que meu marido diz sobre mim ou minha fé, eu falo com Deus, e ele conforta meu coração.”

Kha Han: a professora aposentada da escola pública

Kha Han, 65 anos, é uma professora aposentada da escola pública. Ela ouviu falar de Deus muitas vezes quando ainda era professora, mas como trabalhava para o governo, não ousava mostrar sua fé em Deus.

Kha Han foi agredida por ir à igreja, mas não desistiu da fé (Credito Portas Abertas)

Mas, após sua aposentadoria, ela professou corajosamente a fé em Jesus para sua família e amigos. Kha testemunhou milagres, maravilhas, amor, graça e perdão com os que estavam ao seu redor. Seu marido era alcoólatra e frequentemente a espancava e amaldiçoava sempre que ela voltava da igreja.

Em fevereiro de 2024, seu marido, ao saber que ela não desistiu de sua fé, a repreendeu e a espancou. Durante dias, ela não foi autorizada a comer até que renunciasse sua fé. Seus filhos também encontraram maneiras de forçá-la a desistir de sua fé. Apesar disso, ela se recusa a renunciar a Jesus e continua a orar pela salvação de sua família.

Nhi: uma mãe perseverante

Nhi* é mãe de quatro filhos e o mais novo tem síndrome de Down. Ela é da região costeira do Vietnã. Há dois anos, ela se entregou a Cristo e levou todos os quatro filhos a Jesus também.

Nhi com três filhos no Vietnã (Credito Portas Abertas)

Toda vez que recebe a visita de um obreiro da igreja em casa, seu marido se torna cada vez mais violento com ela. Ele a agride severamente e, uma vez, ela foi hospitalizada por causa das lesões e ferimentos das surras do marido. Apesar da incapacidade de frequentar a igreja livremente, ela e os quatro filhos mantêm a fé em Deus.

Hoa: seguindo a Cristo com a nora e os netos

Após sua conversão ao cristianismo há mais de seis anos, Hoa* levou toda a família, incluindo seu marido e filhos, a Cristo. Há cerca de quatro anos seu segundo filho faleceu e, desde então, a nora e netos moram com Hoa.

Hoa junto ao marido no Vietnã (Credito Portas Abertas)

Como eram os únicos cristãos no vilarejo naquela época, a comunidade insistiu que seguissem a tradição de enviar o corpo a um feiticeiro e realizar ritos anualmente. Mas Hoa não cedeu à pressão da comunidade. Desde então, todo o vilarejo virou as costas para a família de Hoa.

Apesar disso, ela, a nora e netos suportaram as ameaças e humilhações, compartilharam o evangelho com os que os perseguiam e ganharam algumas almas para Jesus. Apesar de terem sido rejeitados pelos amigos e familiares próximos, a avó, os netos e a nora persistem firmes em Cristo.

*Nomes alterados por segurança


Você pode ajudar a construir igrejas na Ásia, em Bangladesh, para que mulheres cristãs perseguidas possam conhecer sua identidade em Cristo. Como Hoa, Nhi, Kha e muitas outras irmãs em Cristo atacadas e pressionadas por amor a Jesus, elas podem ser fortalecidas para serem sal e luz mesmo nos lugares mais perigosos Apoie!

sexta-feira, 7 de março de 2025

Liderança de cristãs perseguidas na América Latina

Conheça três mulheres corajosas que estão comprometidas em suas comunidades apesar da perseguição religiosa

Fonte: Portas Abertas

Cristãs durante treinamento de líderes da Portas Abertas  Foto: Portas Abertas

A perseguição de cristãos em países como Nicarágua, Cuba e Venezuela testa a resiliência das comunidades cristãs. Somente em 2024, mais de 800 incidentes de perseguição foram relatados nesses países, de acordo com uma análise da Portas Abertas. Nicarágua e Cuba estão na Lista Mundial da Perseguição 2025 (LMP), ocupando o 30º e 26º lugar na lista de países que mais perseguem cristão no mundo. A Lista conta ainda com México (31º) e Colômbia ((46º). Não menos afetada pela perseguição, aparece a Venezuela, em 71º lugar.

O crime organizado, a corrupção, o governo autoritário e a repressão política são os principais impulsionadores da perseguição, restringindo, monitorando, discriminando e até mesmo expulsando cristãos de suas próprias comunidades ou países.

No entanto, em meio a esses desafios, muitas mulheres se levantaram para sustentar a adoração, educar novas gerações e preservar os valores do Evangelho. Conheça histórias inspiradoras de três mulheres cristãs que superaram imensos desafios para seguir seu chamado. Com fé inabalável e orientação de Deus, eles continuam a caminhar firmemente em sua jornada.

Cuba: A complexidade de ser uma líder cristã

O olhar determinado de Carolina* reflete anos de luta para compartilhar o Evangelho em um país onde a liderança cristã é desafiadora — especialmente para as mulheres, já que as normas sociais determinam que seu papel se limita ao lar e não à liderança da igreja. Para ela, a liderança feminina na igreja é um ato de coragem. “Envolve lutar contra preconceitos e provar que as mulheres podem desempenhar papéis importantes, não apenas na sociedade, mas também na igreja”, afirma.

Em Cuba, as mulheres nem sempre recebem as mesmas oportunidades que os homens e devem equilibrar o ministério com o trabalho e as responsabilidades domésticas para se sustentarem. Isso é particularmente assustador em um país onde a pobreza é galopante e um salário médio é insuficiente para cobrir as necessidades básicas. "Com um salário, você não consegue nem comprar um ovo por dia. Então, como uma mulher pode alimentar seus filhos e, ao mesmo tempo, se dedicar ao ministério?", reflete ela.

A crise econômica também afeta as atividades religiosas, agravadas pela contínua escassez de energia do país. "Você pode ter a melhor liturgia preparada, mas tudo pode parar devido a uma queda repentina de energia", ela explica.

Apesar dessas dificuldades, Carolina buscou treinamento teológico e estabeleceu um grupo de estudo bíblico feminino. "Hoje, sou mentora de dez mulheres, e nos reunimos semanalmente", ela compartilha com um sorriso, embora saiba que cada reunião está potencialmente sob vigilância. "Você deve sempre ter cuidado com o que diz e com quem fala", ela alerta, reconhecendo que qualquer declaração mal interpretada como oposição ao regime pode colocar seu ministério em risco.

Somente em 2024, quase 250 incidentes de perseguição foram registrados em Cuba, principalmente relacionados à vigilância, restrições e discriminação contra líderes cristãos. Carolina destaca os esforços crescentes do governo para influenciar ideologicamente as igrejas, limitando seu crescimento e desencorajando a liderança das mulheres cristãs. "Eles tentam introduzir ideologias que distorcem o papel das mulheres — sejam feministas, baseadas em gênero ou marxistas-leninistas — porque não querem que a igreja se expanda", ela adverte.

Apesar da adversidade, Carolina permanece firme, guiando seu grupo de mulheres a confiar em Deus e no Espírito Santo. Desde 2023, ela também participa de workshops ministeriais da Portas Abertas, fortalecendo seu conhecimento bíblico e ministério. "O líder cristão sobrevive apenas pela obra e graça do Senhor", ela afirma com firmeza.

Sua jornada não é fácil, mas sua fé permanece inabalável. Com cada mulher que lidera, ela reafirma seu chamado e demonstra que a luz do Evangelho não será extinta. "Seguiremos em frente porque Deus nos sustenta, e Seu propósito é maior do que qualquer barreira", ela declara com esperança.

Nicarágua: A luta para liderar

Elena* lembra vividamente do momento em que sentiu o chamado de Deus novamente aos 27 anos, após concluir seus estudos e se casar. Embora já tivesse sentido isso antes quando criança, desta vez ela não conseguiu resistir. "Deus me chamou novamente, e eu não tive outra opção a não ser dizer sim", ela relembra. Desde então, ela lidera uma igreja crescente de cerca de 80 membros.

Como muitos pastores nicaraguenses, ela enfrentou inúmeros desafios. Embora sua igreja tenha conseguido adquirir terras e construir um espaço de culto, as restrições governamentais os impediram de realizar atividades ministeriais, como campanhas evangelísticas em escolas.

As instituições religiosas na Nicarágua operam sob severa repressão do regime de Ortega, que não apenas controla as atividades e mensagens da igreja, mas também decide quais igrejas são legalmente reconhecidas. "O governo concede ou nega status legal às igrejas com base no alinhamento político", explica Martha Lozano*, membro da equipe do Nicaragua Portas Abertas. Sem reconhecimento legal, as igrejas enfrentam fechamento e confisco de ativos.

Desde as eleições de 2021, as restrições governamentais se intensificaram. "Na superfície, há liberdade, mas a realidade é diferente", explica Elena. Ela sabe que se for pega falando contra o governo, corre o risco de ter sua igreja fechada, ser exilada ou presa.

Só em 2024, a Portas Abertas documentou mais de 500 casos de perseguição, incluindo fechamentos de igrejas, confiscos, prisões e vigilância.

Elena também encontrou oposição dentro da comunidade cristã, pois alguns homens se recusam a aceitar sua liderança. "Equilibrar lar, ministério e crítica tem sido difícil", ela confessa.

Apesar dessas lutas, seu amor por servir a Deus a mantém firme. Desde 2021, ela recebeu, da Portas Abertas, uma bolsa para estudar teologia, que a equipou com habilidades ministeriais e melhorou seu alcance. "A teologia me deu confiança para compartilhar a Palavra e interagir com pessoas diversas. Ela transformou minha vida", diz ela.

Embora a estrada seja difícil, Elena segue em frente, sabendo que o Evangelho continua a transformar vidas. "Deus nos chama para sermos corajosos e, enquanto Ele me sustentar, continuarei", afirma ela.

Venezuela: Uma vida de fé e liderança

Susana* cresceu em Mérida, Venezuela, em um lar marcado por abusos. No entanto, sua vida mudou quando amigos a apresentaram a Jesus. "Eu encontrei um amor que curou minhas feridas", ela relembra. Essa fé recém-descoberta a levou a servir sua comunidade.

Ela se envolveu ativamente no trabalho social da igreja, mas enfrentou resistência até mesmo dentro da comunidade cristã. "Algumas pessoas não acreditam que as mulheres devem liderar, mas eu me concentro no meu chamado e provo por meio de ações que Deus pode usar qualquer um", diz ela. Determinada, ela se tornou pastora aos 40 anos, treinando em mordomia e cuidado psicológico e pastoral com o apoio da Portas Abertas.

Além da igreja, Susana lidera programas de auxílio a mulheres em situações vulneráveis ​​e jovens em risco. No entanto, o crime organizado exerce um forte controle sobre sua comunidade, limitando seus esforços.

Para os pastores locais, o perigo de tais atividades é claro: "grupos criminosos veem o Evangelho como uma ameaça porque ele oferece um caminho fora de seu controle", explica Gabriel José Contreras, um membro da equipe da Portas Abertas. Muitos pastores temem falar abertamente, sabendo das consequências.

Além disso, o governo venezuelano suprime vozes dissidentes, incluindo igrejas. Sob o presidente Maduro, o recém-criado Vice-Ministério de Instituições Religiosas pressiona as igrejas a se alinharem ao governo, ameaçando ainda mais os ministérios independentes.

Apesar desses desafios, Susana permanece inabalável. "Deus tem um propósito em tudo isso. Eu confio em Seu plano", ela diz. Desde 2024, ela se beneficia do projeto Capital Semilla da Portas Abertas, recebendo ajuda financeira e treinamento para melhorar as instalações de seu ministério.

"Desde a infância, adoro ajudar os outros. Como cristã, continuo com uma dedicação ainda maior", ela compartilha. Embora os obstáculos persistam, Susana se mantém firme, sabendo que sua fé e chamado são mais fortes do que qualquer oposição. "Não importa a tempestade, Deus sempre tem a última palavra", ela diz com um sorriso esperançoso.

Apesar da perseguição atingir também homens e meninos cristãos em muitos países, a perseguição é ainda mais intensa para as mulheres, que lidam com a hostilidade também ligada ao gênero. Ou seja, as seguidoras de Jesus são duplamente vulneráveis: por serem mulheres e por serem cristãs. Clique aqui e veja mais.

Capacite a liderança feminina cristã para a América Latina

A perseguição torna desafiadora a sobrevivência e o crescimento das comunidades cristãs nesses países. Doe e ajude a preparar líderes com coragem e estratégias para anunciar as boas-novas em meio à perseguição na América Latina.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Conflito em Catatumbo afeta a igreja na Colômbia

A violência causou a maior crise de deslocados internos do país

Fonte: Portas Abertas

A igreja está no fogo cruzado do tráfico de drogas na Colômbia (Foto: Portas Abertas)

A crise humanitária em Catatumbo começou há mais de um mês e continua a piorar à medida que dissidentes das FARC e do Exército de Libertação Nacional (ELN) lutam pelo controle das rotas de tráfico de drogas. Em meio a esse caos, a Igreja está levantando sua voz, clamando por paz e proteção para os mais vulneráveis.

Parceiros locais da Portas Abertas se encontraram na semana passada com a igreja na região para entender a situação atual e orar por eles. A região do conflito fica no Norte da Colômbia, na fronteira com a Venezuela. A luta pelo controle das rotas de tráfico de drogas e pela dominação territorial levou a ameaças generalizadas, assassinatos, deslocamentos em massa e severas restrições à população.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), mais de 80.600 pessoas foram afetadas pela violência. Destas, aproximadamente 52.300 foram forçadas a fugir de suas casas, 19.000 enfrentam restrições de mobilidade dentro de seus territórios e 8.668 estão sob confinamento forçado.

Maior deslocamento da história

“A violência em Catatumbo gerou o maior deslocamento em massa desde que começamos a manter registros na Colômbia. As comunidades estão confinadas, com mobilidade restrita e acesso limitado a alimentos, cuidados médicos e ajuda humanitária", conta Mireille Girard, representante do ACNUR na Colômbia.

A gravidade da crise levou o presidente Gustavo Petro a declarar Estado de Comoção Nacional em 24 de janeiro – uma medida legal excepcional não invocada há mais de uma década. Esta declaração concede a ele poderes extraordinários para emitir medidas legislativas e restaurar a ordem por um período inicial de 90 dias.

"O medo é constante. Sentimo-nos completamente vulneráveis", compartilha Josué*, um pastor que serve na região há mais de uma década. A ameaça de retaliação é tão severa que muitos pastores evitam falar ou pedem que seus testemunhos não sejam gravados, pois qualquer comentário vazado pode resultar em uma sentença de morte.

Apesar desses medos, pastores e líderes cristãos relatam múltiplas formas de perseguição, incluindo restrições de mobilidade, proibição de atividades evangelísticas, fechamento de igrejas, ameaças diretas e a apreensão de templos por grupos armados para uso como bases operacionais.

Pablito*, outro cristão em Catatumbo, relatou que seus pastores foram ameaçados por um líder local ligado a um grupo criminoso. “Eles os forçaram a fechar a igreja e proibiram os cultos porque já haviam prendido outro pastor acusado de ajudar o grupo opositor”, disse ele.

Giovanny* e Camen*, um casal missionário, também foram impactados. Eles estavam realizando esforços evangelísticos e pregando em várias comunidades indígenas ao longo da fronteira com a Venezuela, até que um comandante os parou e avisou que, se continuassem, a abordagem seria diferente, uma ameaça que poderia variar de agressão à morte.


*Nomes alterados por motivo de segurança


terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Líderes cristãs são expulsas da Nicarágua

As autoridades continuam a tomar medidas arbitrárias contra cristãos

Fonte: Portas Abertas 

O paradeiro das cristãs desde a expulsão é desconhecido

A ditadura na Nicarágua forçou líderes cristãs a deixarem Manágua e Chinandega. Segundo o jornal Mosaico CSI, a ordem da ditadura foi executada na noite de 28 de janeiro, forçando cerca de 30 cristãs a partirem. "Disseram-lhes que tinham que sair e permitiram que levassem alguns de seus pertences", acrescentou uma fonte local.

Martha Patricia Molina, advogada, pesquisadora e autora do relatório "Nicarágua: uma Igreja Perseguida?" descreveu o ocorrido como uma "noite de terror". Ela é conhecida por documentar quase mil ataques da ditadura contra a igreja no país latino americano desde 2018.

Molina observou que os agentes da ditadura "só permitiram que levassem alguns pertences, apenas o suficiente para suas mãos. O paradeiro das cristãs expulsas é desconhecido".

Em 28 de janeiro, a ditadura também apareceu na casa do líder cristão Rolando Álvarez. Ele vive exilado da Nicarágua desde janeiro de 2024, por isso, todos os bens, móveis e equipamentos, incluindo objetos religiosos, foram tomados do local.

Molina disse à ACI Prensa que "vários caminhões brancos foram usados para remover todos os pertences, como uma cruz. Os que viram a remoção relataram a mim como foi doloroso". Não deixe de orar e apoiar a Igreja Perseguida na Nicarágua, o 30º país da Lista Mundial da Perseguição 2025, que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo.

Seguir a Jesus em países de Estado autoritário é um desafio. Em nações como Cuba e Nicarágua, a liberdade religiosa e outros direitos humanos são violados em nome da manutenção da ordem e do poder. Na América Latina, Cuba é o país mais perigoso para os cristãos, seguida pela Nicarágua. Em ambas as nações, igrejas são fechadas e a pressão torna a prática do evangelho muito difícil.

Clique aqui e veja o vídeo de Miguel*, pastor cubano que já passou por mais de 50 interrogatórios e diversas ameaças de prisão.

Prepare pastores para a perseguição na América Latina

Em países como Cuba e Nicarágua, pastores e líderes de igrejas são alvos de ataques do governo. Para que eles recebam capacitação bíblica para resistir à hostilidade e fortalecer as igrejas na América Latina, a Portas Abertas mantém uma campanha de doação e oração. Clique no link e saiba como participar.

*Nome alterado por motivo de segurança

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Igreja é destruída em incêndio na Índia

A congregação estava pacificamente na comunidade indiana há 75 anos

Fonte: Portas Abertas

Suspeita-se que grupos anticristãos tenham sido responsáveis pelo incidente

Na noite de 15 de janeiro, os cristãos em Chokragoan, no distrito de Udalguri, Índia, ficaram devastados ao descobrir que a capela onde haviam celebrado o primeiro culto com dois novos líderes cristãos ordenados apenas dois dias antes, havia sido destruída por um incêndio.

Após 75 anos de existência pacífica, a igreja agora está em ruínas, com o telhado desabado, janelas de madeira carbonizadas, restos queimados de cadeiras de plástico e um altar sem a mesa.

Um dos cristãos locais contou que tiveram que sair correndo no meio da noite para apagar um incêndio que consumia o estoque de feno de um vizinho. Ao retornarem, viram a capela em chamas. Os bombeiros chegaram logo depois e conseguiram apagar o fogo. Embora a polícia esteja ciente sobre a situação, nenhuma ação foi tomada até agora.

Veículos de notícias e testemunhas locais afirmam que grupos religiosos mal-intencionados que haviam realizado uma reunião algumas semanas antes do incidente para falar contra a comunidade cristã e os missionários poderiam ser responsáveis pelo ataque premeditado.

Atualmente, os cristãos da área não podem se reunir para orar na igreja e estão realizando encontros de oração rotativos nas casas dos membros. As autoridades da igreja pediram às autoridades governamentais que forneçam proteção e mantenham a paz e a harmonia na localidade, já que a capela serve como local de culto para 160 famílias e cerca de 500 pessoas.

A Igreja Perseguida precisa da sua ajuda

Você não pode impedir que a perseguição aconteça, mas pode apoiar irmãos na fé a resistirem e se manterem firmes em Jesus. Acesse o link, conheça mais e apoie cristãos perseguidos em suas necessidades básicas.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Decapitação de cristãos na Líbia completa dez anos

Em 2015, 21 cristãos foram mortos por militantes do Estado Islâmico

As famílias só puderam enterrar os cristãos decapitados na Líbia três anos depois do atentado foto: Portas Abertas

Há dez anos, em 15 de fevereiro de 2015, o mundo testemunhou uma tragédia que se transformou em um testemunho de fé inabalável. Vinte e um cristãos, 20 egípcios coptas e um ganês, foram martirizados nas margens de Sirte, na Líbia, por militantes do Estado Islâmico. Suas vidas terrenas terminaram em brutalidade, mas eles entraram na eternidade em triunfo, coroados com a glória do céu.

Esses homens eram trabalhadores comuns, operários da construção civil que deixaram o Egito em busca de melhores oportunidades para sustentar suas famílias. Naquele dia fatídico, sob o sol brilhante e ao lado das ondas serenas e da areia silenciosa da praia de Sirte, eles estavam vestidos de laranja, enfrentando seus captores vestidos de preto. Capturados mais de um mês antes, eles haviam suportado prisão, tortura e medo, mas mantiveram a fé inabalável.

Recentemente, parceiros locais da Portas Abertas visitaram as famílias que perderam entes queridos no atentado. Samir, pai do cristão Girgis, lembra de cada detalhe relacionado ao filho, cada conversa, momentos de medo e tristeza. Toda vez que seus olhos viam os retratos do filho na sala era como se ele revivesse as lembranças do filho todas as noites antes de dormir.

Um exemplo poderoso de perdão

“Girgis tinha apenas 24 anos quando foi sequestrado e decapitado. Estava noivo e planejava se casar em agosto daquele mesmo ano, quando finalmente planejava voltar da Líbia para o Egito para sempre. Girgis está com Jesus, e isso é o que importa agora. Eu sinto falta dele a cada segundo”. E então, as palavras mais poderosas de todas: “eu perdoei os militantes que mataram meu filho. Eles não sabiam o que estavam fazendo”, afirma o pai do cristão.

No início, ele admitiu, estava perdido na dor, incapaz de pensar em qualquer outra coisa. Mas com o tempo, entendeu: “meu filho é um mártir por Jesus, e isso é uma bênção. Eu oro por aqueles que o mataram, para que possam ver a verdade e seguir a luz”. O perdão é uma convicção compartilhada entre todas as famílias que perderam entes queridos no ataque na Líbia. A dor é outro fio comum, mas a fé deles supera tanto a dor quanto a raiva.

A poucos passos dali, parceiros da Portas Abertas foram à casa de Loka, outro cristão decapitado. Ele tinha 27 anos, era marido e pai, e havia viajado para a Líbia para sustentar a família. As fotografias nas paredes carregam histórias. Uma foto mostrava-o deitado em um caixão.

Enterrados em vala comum

Quando o Estado Islâmico decapitou os 21 homens, lhes negaram um sepultamento digno. Sem caixão, sem orações, sem funeral. Os corpos foram descartados em uma vala comum. Três anos depois, um dos militantes capturados revelou a localização onde os mártires haviam sido escondidos e os restos mortais foram finalmente devolvidos ao Egito.

O orgulho era evidente no rosto de Nagaty, pai de Loka. Ele caminhava pela vila com a cabeça erguida, não porque o filho havia morrido, mas porque Loka não vacilou. Ele não escondeu sua fé, não negou a Cristo e não fugiu. Ele permaneceu firme, abraçando a fé mesmo diante da tortura e da morte.

“Eu ouvi sua voz, chamando o nome de Jesus pouco antes da decapitação. Era a voz dele. Eu o reconheci. E fiquei aliviado. Ele foi fiel. Jesus estava com ele o tempo todo. E agora, ele está com Jesus. O que mais um pai poderia pedir?”, testemunha Nagaty.

Para Nagaty, não há maior realização do que saber que seu filho permaneceu firme em sua fé e agora está com o Senhor. Nesta vila, há uma reverência não dita, uma honra dada àqueles que suportaram um dos atos de perseguição mais cruéis e dolorosos. É um pequeno conforto, um alívio silencioso, para as famílias que perderam tanto.

O 10º aniversário dos mártires coptas na Líbia é um marco solene, um momento para honrar esses homens que testemunharam Cristo até a morte. Mas também é um lembrete: nem todos são chamados a morrer por sua fé, mas todos são chamados a vivê-la corajosamente.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Cristãos fogem da cidade de Maaloula na Síria

Apesar de promessas de paz para minorias, comunidade cristã teme retaliações do novo governo sírio

Fonte: Portas Abertas

Maaloula já foi palco de conflitos entre grupos rebeldes que hoje controlam a Síria  foto: Portas Abertas

Centenas de cristãos da cidade de Maaloula, na Síria, ao norte de Damasco, fugiram por causa da mudança de poder na Síria. De acordo com fontes locais, entre 750 e mil cristãos buscaram refúgio principalmente nas áreas cristãs de Damasco.

O êxodo dos cristãos está relacionado ao medo de retaliação por parte das diferentes facções armadas na Síria. “A razão de tudo isso remonta ao início da guerra na Síria. Em um determinado momento, Maaloula foi capturada por tropas rebeldes, mas depois foram derrotadas. Após sua derrota, muitos muçulmanos sunitas que viviam em Maaloula ou perto da cidade também foram expulsos”, explica um contato local.

Os cristãos agora temem que, com o novo regime, o mesmo aconteça com eles. “Houve ameaças, e os cristãos decidiram não correr o risco. Provavelmente, a questão tem a ver com o que aconteceu há mais de dez anos, porque em outro lugar cristão, não muito longe de Maaloula, isso não está acontecendo”, continua o contato.

Neste período de transição, as novas autoridades estão trabalhando para consolidar seu controle sobre o país. Pelo histórico de como os cristãos têm sido tratados na Síria, o temor pela segurança é grande e muitas vezes limita o papel da igreja de ser sal e luz em meio à crise na Síria.

Mais fugas

O temor pela segurança e a instabilidade do novo governo faz com que outros grupos consideram deixar o país. Apesar das promessas do governo, minorias cristãs permanecem tensas.

No contexto de mudanças, quatro cristãos, três mulheres e um homem, que permanecem anônimos por segurança, contam suas impressões sobre o novo regime.

Apesar da necessidade de cautela, evitando as ruas vazias e horários com pouco movimento, escolas, lojas e bancos agora estão abertos e a vida parece voltar ao normal. Segundo uma das jovens sírias, alguns pais estão mantendo os filhos em casa, pois estão preocupados com a ausência de polícia nas ruas. Além disso, os bancos impuseram fortes restrições quanto ao saque de dinheiro.

“Todos estão com falta de dinheiro. O governo está com dificuldades para pagar os salários e, especialmente, as pensões para os idosos. Ouvimos que cristãos e pessoas de outras minorias estão sendo demitidos em alguns lugares por motivos irracionais. Até recebemos essa confirmação de pessoas que conhecemos”, acrescenta a jovem.

Entre partir e permanecer

Os sentimentos para a comunidade cristã são mistos e, em meio à incerteza, a igreja se coloca em fuga. “Acredito que os cristãos agora tendem mais a deixar o país do que antes, mas para onde podemos ir?”, compartilha a cristã síria. Até agora, o discurso das novas autoridades é bom, segundo os quatro cristãos. “Mas eles vão cumprir? Agora, quando há incidentes no país, eles sempre dizem que não são eles que estão fazendo”, afirma o cristão.

Um dos medos de muitos sírios, incluindo os cristãos, é que as diferentes facções comecem a lutar entre si e levem a uma nova guerra civil no país que já foi tão duramente atingido por conflitos desde 2011. Quando perguntados o que os mantém em pé, um dos quatro apenas sorri e diz: “Minha fé, sem isso não estaríamos mais vivos. Minha fé está me carregando também nesta fase”.

Desde a tomada de poder, houve reuniões entre líderes da igreja e as novas autoridades no país. Os líderes da igreja expressaram sua disposição de se envolver na construção da nova Síria. Após uma grande reunião em Damasco, duas semanas atrás, eles expressaram estar “cautelosamente otimistas”. Os três patriarcas das maiores denominações cristãs na Síria disseram: “Estamos à beira de uma nova era que exige de todos nós humildade, coragem e determinação para construir a Síria do futuro. Essa nova fase exige um compromisso com uma cultura de diálogo e abertura aos outros”.

Os patriarcas querem que a igreja esteja envolvida no processo de construção de um futuro com “igualdade de oportunidades para todos os seus cidadãos, sem qualquer discriminação”. Além das igrejas tradicionais, a Síria também tem cristãos de origem muçulmana. Eles estão, no período de transição atual, com medo de que grupos radicais possam aproveitar a nova situação e atacar os que deixaram o islã para seguir a Jesus.

A Síria ocupa a 18ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Mais um pastor é assassinado na Colômbia

Iván Darío García González é o terceiro pastor colombiano morto em um mês

Fonte: Portas Abertas

As autoridades suspeitam que o pastor García foi morto por extorsão (foto representativa)

O pastor Iván Darío García González, líder da Igreja Cristã Nuevo Renacer, foi baleado e morto na noite de 8 de janeiro após sair de um culto noturno na vila de Río Frío, em Magdalena, Colômbia. O ataque, que também deixou outro membro da igreja ferido, marca o terceiro assassinato de pastor no país em menos de um mês.

O agressor, um pistoleiro em uma motocicleta, foi quem executou o líder cristão. O membro ferido, que estava acompanhando o pastor García na hora, foi levado a um hospital local, onde está se recuperando. “Este crime soma-se aos horríveis assassinatos de líderes religiosos, como o pastor Marlon Yamith Lora, sua esposa Yorley Rincón e seus dois filhos, em 29 de dezembro de 2024, em Aguachica. Em apenas 11 dias, três pastores foram assassinados”, afirmou o Ministério Público em um comunicado oficial na quarta-feira passada (15).

“Este pastor é uma das muitas vítimas que enfrentam riscos devido a sua liderança religiosa. Esses líderes desempenham um papel crucial na promoção da coesão social e de valores dentro de suas comunidades”, disse Javier Sarmiento, defensor dos direitos humanos da Colômbia, enfatizando a gravidade da situação.

Apelo por proteção

O Ministério do Interior e a Unidade Nacional de Proteção (UNP) foram instados a classificar os líderes religiosos como uma população em risco e implementar medidas específicas para protegê-los. A Confederação Evangélica da Colômbia (Codecol), à qual o pastor Marlon Lora pertencia, condenou veementemente o assassinato. “Apelamos enfaticamente às autoridades locais e nacionais para que ajam rapidamente”, afirmou a Codecol em um comunicado à imprensa.

As autoridades estão investigando ativamente as circunstâncias em torno do assassinato do pastor García González. Há uma crescente preocupação com o aumento da extorsão de líderes religiosos em várias regiões. Essa violência forçou muitos pastores a fugirem de suas comunidades para evitar retaliação.

Karen Niebles, esposa do pastor García, compartilhou com a mídia nacional que seu marido havia recebido recentemente ligações perturbadoras. “Eram números privados. Ele nunca me contou os detalhes, queria me proteger da preocupação, mas acredito que estava sendo extorquido”, disse ela.

A equipe de pesquisa da Portas Abertas Colômbia está monitorando de perto o caso para determinar se o assassinato do pastor García González estava ligado ao seu ministério ou a outros fatores.

Perseguição a cristãos na Colômbia

O país está em 46º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025 (LMP25), pesquisa realizada anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Acordo entre Israel e Hamas ajuda cristãos em Gaza

Israel e Gaza estavam em guerra há mais de 15 meses

Fonte: Portas Abertas

O cessar-fogo trouxe esperança para os 600 cristãos abrigados nas igrejas em Gaza

As negociações no Catar entre Israel e Hamas resultaram em um acordo hoje. O documento registra o compromisso de Israel começar um cessar-fogo no próximo domingo (19) e de o Hamas libertar parte dos reféns que fizeram na guerra. Além disso, prisioneiros palestinos serão liberados, e as tropas israelenses deixarão partes de Gaza.

A notícia foi recebida com grande entusiasmo e alegria por quem vive em Israel, Gaza e Cisjordânia. Os cristãos em Gaza estão muito felizes e agradecidos a Deus pela notícia também. Apesar disso, após mais de 15 meses de guerra, eles têm dúvida se a trégua durará.

Prova da tensão persistente foram os ataques, hoje (16), após o acordo de cessar-fogo. Segundo o portal de notícias G1, 70 pessoas foram mortas e mais de 200 palestinos ficaram feridos no atentado.

Dos cerca de 1.070 cristãos antes do início da guerra, apenas cerca de 600 ainda estão em Gaza. Eles encontraram refúgio nos edifícios de duas das igrejas na cidade e ainda estão escondidos lá. Mais de 30 cristãos morreram devido aos bombardeios e tiroteios e alguns morreram de causas naturais.

Todos os outros fugiram para o exterior enquanto ainda era possível. “A maioria das casas dos cristãos foi destruída. As que ainda estão de pé estão vazias. Muitos querem sair de Gaza caso as fronteiras sejam abertas”, disse um contato local.

“Estou com medo e não sei o que fazer. Perdi minha casa e não tenho para onde ir, exceto o templo da igreja. Não ganho dinheiro desde outubro de 2023, tenho dois filhos. Nossas provisões têm vindo da igreja. Clamo a Deus para que nos ajude e cuide de nós”, conta George, um cristão local.

Pedidos de oração Agradeça a Deus pelo acordo entre Israel e Hamas e ore para que ele se mantenha. Interceda pelos cristãos em Gaza, para que Deus os proteja e sustente. Clame por cura para todos os traumatizados por tudo o que passaram durante essa terrível guerra.