sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Pastores são pressionados por gangues na Colômbia

Entenda os desafios da igreja no estado de Buenaventura

Fonte: Portas Abertas

A igreja está exposta à violência em meio ao conflito na Colômbia (foto representativa) Crédito: Portas Abertas

Buenaventura é o principal porto da Colômbia. Mas as vantagens que uma vez lhe fizeram um dos dez portos mais importantes da América Latina – como seu acesso ao Oceano Pacífico ou seu grande número de rios – agora são fatores que aumentam a presença de gangues criminosas que buscam o controle das rotas de tráfico de drogas e armas.

A Colômbia é o 34º país da Lista Mundial da Perseguição 2024, documento publicado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

De acordo com a Defensoria Pública do país, há pelo menos 39 grupos armados no distrito colombiano. A violência se estende por toda região, conhecida como departamento do Valle del Cauca e é classificada como a 24ª cidade mais violenta do mundo. Apenas em abril deste ano, houve um ataque de carro-bomba a um batalhão do exército, um massacre de cinco pessoas e o assassinato de dois vereadores.

As áreas urbanas e rurais de Buenaventura enfrentam lutas constantes entre as gangues, com assassinatos, extorsões, confrontos e deslocamentos constantes. “Temos a sensação de que as pessoas não querem sair porque têm medo de serem mortas. Não há lugar seguro”, disse Pedro*, um pastor que vive na região.

O que isso significa para a igreja?

Em geral, a igreja está exposta a violência e restrições causadas pelo conflito. Isso complica o trabalho com os cristãos perseguidos. Moisés*, um pastor local explica: “Nossos líderes tomaram a decisão de reduzir o apoio aos pastores porque é muito arriscado enviar trabalhadores às zonas de conflito. Cuidar dos irmãos é complicado com esses grupos.”

Em algumas regiões, os cultos da igreja precisam ser realizados mais cedo ou mais rapidamente. Em algumas áreas, é muito difícil fazer vigílias e as atividades podem ser suspensas quando os grupos armados impõem bloqueios. As igrejas cristãs também estão sob constante cerco e vigilância, especialmente os líderes e membros que se envolvem em ministérios voltados para jovens.

De acordo com a Portas Abertas, entre 2023 e 2024 houve pelo menos 35 casos de perseguição na região, afetando 960 cristãos. Dez desses incidentes foram relatados apenas este ano, e seis deles foram de Buenaventura. Devido a isso, muitos cristãos deixaram a região, o que afeta as igrejas.

“Deus está aqui, mas humanamente nos sentimos sozinhos. É por isso que pedimos que continuem nos acompanhando e fortalecendo”, acrescenta o pastor Pedro*. Juan*, outro pastor local, acrescenta: “Orem para que Deus levante trabalhadores e envie recursos físicos e espirituais para este trabalho. Nosso objetivo é continuar a expandir o Reino”.

Você pode ajudar

A Portas Abertas fortalece a Igreja Perseguida na Colômbia por meio da distribuição de Bíblias, treinamento, cuidados pós-trauma, projetos de desenvolvimento comunitário, ajuda emergencial e abrigo e educação para crianças. Para saber mais acesse www.portasabertas.org.br/doe

*Nomes alterados por segurança.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Cúpula do G20 aprova declaração que menciona guerras, mas ignora reféns do Hamas

Declaração conjunta dos líderes das 20 maiores economias globais pede Estado Palestino para o conflito Israel-Hamas.

Fonte: Guiame, com informações da CNN Brasil e AP

Cúpula do G20, Rio de Janeiro, Brasil. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

A declaração final da Cúpula de Líderes do G20, composta pelas 20 principais economias do mundo, foi divulgada nesta segunda-feira (18), abordando temas que vão desde as mudanças climáticas até os conflitos armados.

O encontro, realizado nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro, resultou em uma declaração elaborada coletivamente pelos chefes de Estado e de governo dos países membros.

O Brasil, na qualidade de país anfitrião, desempenhou um papel central na coordenação e facilitação do processo.

O documento contém 85 tópicos que abordam uma ampla gama de questões globais; todos os países membros assinaram o documento, com a Argentina de Javier Milei fazendo oposição a vários pontos.

Em comunicado, o governo argentino informou que, pela primeira vez desde sua adesão ao G20, assinou a declaração do bloco “se dissociando parcialmente de todo conteúdo relacionado à Agenda 2030”. O texto faz referência ao programa da ONU com metas para o desenvolvimento sustentável.

Guerras e terrorismo

A declaração final do G20 abordou os conflitos armados em duas regiões de grande preocupação internacional envolvendo a Ucrânia e Israel.

No contexto da Ucrânia, que foi atacado pela Rússia há quase três anos, os líderes expressaram grande preocupação com a situação humanitária, enfatizando a urgência de uma resolução pacífica e justa para o conflito.

Em relação à Faixa de Gaza, a declaração também abordou a grave situação humanitária, pedindo um cessar-fogo abrangente e imediato.

Reféns israelenses

O documento do G20 reforça a importância da proteção dos civis e enfatiza a necessidade de um esforço coletivo para promover a paz na região, reconhecendo as dificuldades enfrentadas pelas populações locais.

Além disso, propõe uma solução de dois Estados para o conflito entre Israel e o Hamas.

No entanto, o documento não menciona a libertação dos reféns sequestrados no dia 7 de outubro de 2023.

A guerra entre Israel e o Hamas, especificamente em Gaza, é objeto de um único parágrafo da declaração final. Outros trechos falam sobre conflitos de uma forma geral, reiterando “posições nacionais” e resoluções adotadas no âmbito das Nações Unidas.

Os próximos encontros do G20 ocorrerão sob novas presidências nos próximos anos. Em 2025, a África do Sul assumirá a liderança, e em 2026, o encontro será realizado nos EUA, onde os líderes se reunirão novamente para discutir questões globais.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Crianças cristãs também são perseguidas

Entenda os desafios da futura geração da Igreja

Fonte: Portas Abertas

Milhares de crianças cristãs vivem entre refugiados e deslocados internos. foto: Portas Abertas

Todos os dias, Moryom, de nove anos, lida com pessoas em sua comunidade que são contra sua família porque eles são seguidores de Jesus. As pessoas no vilarejo a conhecem bem, principalmente porque seu pai é pastor em uma região de maioria muçulmana e sua mãe é professora do projeto de alfabetização para adultos, em Bangladesh.

Por fazer parte de uma família cristã, ela é forçada a caminhar três quilômetros para ir e voltar da escola, pois seus colegas muçulmanos não a deixam andar no riquixá, o meio de transporte tradicional, com eles. Não importa quantas coisas dolorosas as pessoas digam e façam, Moryom leva tudo a Deus em oração e escolhe perdoá-los.

Já em Burkina Faso, quando sua vila foi atacada por extremistas, Combary, de 13 anos, e sua família fugiram de casa. Vivendo como pessoas deslocadas, a escola não era mais uma opção para a jovem. Nesse contexto, a educação muitas vezes fica em segundo plano, depois do abrigo e alimentação para famílias deslocadas.

Desafios para o futuro da igreja

Na Ásia Central, Ailin é a única ouvinte em sua família, pois seus pais são surdos. Na região, muitas pessoas veem a surdez como uma maldição, por isso, famílias surdas ficam vulneráveis a abusos. Além disso, ser cristã vai contra a identidade regional, que diz que nascer na Ásia Central significa ser muçulmano. A menina e sua mãe foram interrogadas por policiais apenas por possuírem literatura cristã.

Moryom, Combary e Ailin representam milhões de crianças e famílias cristãs em todo o mundo que são alvo de perseguição em suas escolas e comunidades porque seguem Jesus. As crianças são frequentemente os cristãos perseguidos mais vulneráveis e também são o futuro da Igreja.

Como igreja global, temos a responsabilidade de orar por essas pequenas vozes de perseguição e suas famílias, especialmente à medida que se aproximam do Natal e das festas, um momento em que as crianças são particularmente vulneráveis e podem se sentir isoladas de suas comunidades.

Todos esses países fazem parte da Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os países onde os cristãos são mais perseguidos. O número de cristãos que enfrentam níveis elevados de perseguição por causa de sua fé ultrapassa 365 milhões. Isto é, em cada sete cristãos no mundo, um é perseguido.

Compartilhe a causa da Igreja Perseguida com as crianças

Na próxima quarta-feira, 20, comemora-se o Dia Internacional da Criança. Confira a página Kids da Portas Abertas, onde você encontra atividades para crianças até 12 anos. Baixe agora e descubra com os pequenos a esperança que abençoa a Igreja Perseguida e abençoará vocês também.

sábado, 16 de novembro de 2024

Cristãos alertam pais sobre filme “Arca de Nóe” com tema LGBT: “Não levem seus filhos”

Em cartaz no cinema, a animação distorce a narrativa bíblica do dilúvio e faz apologia à ideologia LGBT.

Fonte: Guiame

(Foto: Acervo/Globo Filmes).

O novo filme de animação “Arca de Noé” entrou em cartaz nos cinemas de todo Brasil. Nas redes sociais, diversos cristãos estão alertando os pais que a produção não é bíblica, contém apologia LGBT e não é indicada para o público infantil.

A palestrante e educadora cristã, Karina Lit, explicou em uma publicação no Instagram que o filme não se trata da história de Noé da Bíblia, mas é baseado nas músicas de Vinícius de Moraes.

“Não é um filme cristão. Precisamos estar atentos, pois nem tudo que tem nome bíblico realmente é. Queridas, não se deixem enganar! Quando você vê um filme/desenho com nome cristão, aí mesmo que você precisa pesquisar sobre”, ensinou Karina às mães cristãs.


A animação brasileira, produzida pela Globo Filmes, foi dirigida por Sérgio Machado e Alois di Leo. O roteiro contou com a colaboração de Heloisa Périssé e Ingrid Guimarães.

Uma mensagem, que está sendo amplamente compartilhada entre os pais no WhatsApp, cita os trechos do filme com ideologias não cristãs e que deturpam o relato bíblico do dilúvio:

“Noé comunica sua esposa e neta que Deus mandou levar na arca um casal de cada espécie. Sua neta questiona a Deus, dizendo: ‘Deus não deve estar bem da cabeça; isso é um absurdo. E as famílias LGBTQIA+?”.

“Noé é retratado como um bobalhão; eu diria até lunático. Ele usa uma roupa parecida com a de um mago. Os animais fazem chacota de Noé, chamando-o de velho incompetente. O leão diz que a única lei Divina é a ‘do mais forte’”.

“Um animal, que não me lembro agora, fala amigues e incentiva nudes. Os animais falam para cantarem uma música para animar os espíritos. Outra fala faz um incentivo à insensatez: ‘Um pouco de loucura não faz mal a ninguém’”.

Críticas

Nas avaliações do Google, a animação recebeu muitas críticas de pais que levaram seus filhos ao cinema, achando que a trama era inocente e bíblica.

“Achei que seria algo que teria ligação com a Bíblia. O que vimos, eu e o meu filho de 8 anos, foi palavreado impróprio, com duplos sentidos eróticos e muita agressividade e confusão. Pelo jeito é a ideia que a Globo quer implantar. Confundir as crianças e deturpar a Palavra de Deus”, escreveu um pai.

Uma mãe também afirmou: “Assisti aos 10 primeiros minutos e saí do cinema com meu filho. Uma blasfêmia, total distorção de valores, manipulação. Na cabeça do meu filho não entra esse tipo de filme. Para quem é cristão e pensa em ir por ser uma história bíblica, nem perca seu tempo. Esse filme não tem nada de Deus”.

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Trump indica o pastor e ex-governador Mike Huckabee como embaixador em Israel

Mike Huckabee é declaradamente pró-Israel e já visitou o país mais de 100 vezes, ao longo de 50 anos.

Fonte: Guiame, com informações da Baptist News e Jerusalem Post

Mike Huckabee, futuro embaixador em Israel. (Foto: Instagram/Mike Huckabee)

O ex-governador e pastor batista Mike Huckabee foi escolhido por Donald Trump como embaixador dos EUA em Israel, segundo o The New York Times.

Eleito duas vezes para servir mandatos completos de quatro anos como governador do Arkansas, Huckabee foi recentemente classificado como o segundo sionista cristão mais influente da América, de acordo com o The Jerusalem Post.

“Tudo o que eu abraço como cristão está enraizado nas promessas que Deus deu ao povo judeu”, é uma das várias declarações de Huckabee a favor de Israel.

Dos muitos amigos cristãos da “Irmandade Internacional de Cristãos e Judeus” (IFCJ, sigla em inglês) e do Estado judeu, nenhum tem paixão e chamado mais forte do que Mike Huckabee, teria afirmado o rabino Yechiel Eckstein, fundador do IFCJ.

Elogiando Huckabee na época, ele justificou: “Suas realizações – governador do Arkansas, candidato presidencial, pastor batista do sul ordenado e apresentador de televisão – certamente mostram que ele é um homem de ação e um homem de Deus”.

Pastor batista

Huckabee se formou na Universidade Batista de Ouachita e participou brevemente do Seminário Teológico Batista do Sudoeste.

Ele abandonou o seminário para servir como televangelista, e construiu sua carreira como pastor antes de entrar na vida pública.

Huckabee serviu como pastor de duas igrejas Batistas do Sul no Arkansas.

Como político, ele já se manifestou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra o aborto, exceto em casos de risco à vida da gestante, e declarou não acreditar na teoria da evolução das espécies de Darwin.

Sua filha é Sarah Huckabee Sanders, ex-secretária de imprensa de Trump e atual governadora do Arkansas.

Pró-Israel

Trump tem adotado uma postura fortemente pró-Israel na formação de sua equipe, o que explica sua escolha por Huckabee, apesar de ele não ter experiência em política externa ou serviço diplomático. No entanto, Huckabee é visto como um aliado evangélico fervoroso de Israel.

"Mike tem sido um grande servidor público, governador e líder na fé por muitos anos", disse Trump.

“Ele ama Israel, e o povo de Israel, e também o povo de Israel o ama. Mike vai trabalhar incansavelmente para trazer a paz no Oriente Médio!”

Em uma entrevista de 2017 à CNN, Huckabee declarou: “Há certas palavras que me recuso a usar. Não existe tal coisa como uma Cisjordânia. É a Judeia e Samaria. Não existe tal coisa como um acordo. Eles são comunidades, são bairros, são cidades. Não existe tal coisa como uma ocupação.”

Nessa linha, na segunda-feira (11) Trump anunciou a deputada Elise Stefanik como embaixadora dos EUA na ONU.

Stefanik é conhecida por seu apoio incondicional a Israel e por suas críticas à abordagem do governo Biden em relação ao Oriente Médio.

Huckabee visitou Israel pela primeira vez há cinquenta anos. Ao longo dessas cinco décadas, esteve no país mais de 100 vezes, levando dezenas de milhares de visitantes para Israel.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

CCJ da Câmara começa a analisar PEC que restringe o aborto legal no Brasil

Atualmente, o aborto é permitido no Brasil em três casos: anencefalia fetal, gravidez resultante de estupro e risco de morte para a gestante.

Fonte: Guiame, com informações do UOL e Gazeta do Povo

PEC tem argumentos a favor e contra. (Imagem ilustrativa criada por IA)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados começa a analisar nesta terça-feira (11) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa restringir o aborto legal no Brasil.

A PEC foi apresentada por deputados da bancada evangélica e propõe a alteração do artigo 5º da Constituição para garantir o direito à vida desde a concepção.

A análise da PEC gerou debates acalorados entre os parlamentares, com argumentos tanto a favor quanto contra a proposta.

Atualmente, o aborto é permitido em três casos no país: anencefalia fetal, malformação congênita grave do cérebro que impede qualquer possibilidade de o bebê sobreviver; gravidez resultante de estupro; e risco de morte da gestante.

A PEC, proposta em 2012 pelo então deputado Eduardo Cunha, inclui a expressão “desde a concepção” no artigo que trata dos direitos e garantias fundamentais, estabelecendo a “inviolabilidade do direito à vida”.

“A discussão acerca da inviolabilidade do direito à vida não pode excluir o momento do início da vida. A vida não se inicia com o nascimento e sim com a concepção”, justificou Cunha ao protocolar o texto.

‘Aborto legal apenas não é punível’

Críticos ao aborto, o jurista Ives Gandra da Silva Martins e o conselheiro federal de Medicina Raphael Câmara escreveram no artigo Não existe direito adquirido ao aborto “legal”:

“A mídia e os defensores do aborto, por meio da insistência em repetir falácias, fizeram todos acreditarem que há um direito natural em realizar o aborto quando apenas não é punível, exigindo de médicos e gestores que o realizem para quem queira, mesmo sem risco de morte materna. Inclusive ameaçando e intimidando, por meio de ações judiciais, os médicos a realizarem o homicídio uterino.”

“Caso recente é o da prefeitura de São Paulo que optou por fechar serviços de aborto ‘legal’ e é denunciada diariamente pela mídia de que está restringindo direitos. Não há esse direito previsto em nenhuma lei ou na Constituição Federal. A nosso ver, é absolutamente lícito que o gestor se negue a disponibilizar serviços para realização de abortos, salvo, obviamente, os de risco de morte materna.”

E Continuam: “Mesmo o direito do médico não realizar o aborto baseado na objeção de consciência já vem sendo questionado, inclusive por meio de projetos de lei propostos pelo PSOL. Nosso entendimento legal evitaria esse absurdo que é o de matar bebês de oito e nove meses por meio da assistolia fetal. Temos certeza que em caso de sedimentação desta ideia os gestores deixariam de medo da prisão, e praticamente não haveria serviços realizando essa barbárie.”

Descriminalização do aborto no Brasil

O aborto é considerado crime no Brasil, e a legislação estabelece que a mãe e os demais envolvidos no procedimento podem ser processados.

Em setembro de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de uma ação que busca descriminalizar o aborto realizado por mulheres até 12 semanas de gestação.

A ministra Rosa Weber, relatora do processo, votou a favor da descriminalização do aborto. O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, pediu destaque no julgamento, que foi suspenso.

Em fevereiro passado, Barroso afirmou em entrevista que o STF não julgará a ação neste momento. Para ele, não é adequado o Supremo decidir sobre uma prática que a maioria da população e o Congresso se opõem.

Relatório e trâmite

Relatora e vice-presidente da comissão, deputada católica Chris Tonietto (PL-RJ) protocolou um parecer favorável à admissibilidade do texto.

“Não se vislumbram, outrossim, quaisquer incompatibilidades entre a alteração que se pretende realizar e os demais princípios e regras fundamentais que alicerçam a Constituição vigente e nosso ordenamento jurídico”.

Após a leitura do parecer, os deputados governistas devem pedir vista, solicitando mais tempo para a análise do projeto, o que resultará no adiamento da votação para a próxima semana.

Se aprovada na CCJ, a PEC ainda precisará ser analisada por uma comissão especial e, em seguida, pelo plenário. Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidir se irá pautar a proposta. Para que uma PEC seja aprovada na Câmara, são necessários, pelo menos, 308 votos favoráveis.

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Mais de 278 mil cristãos foram obrigados a fugir de casa

A violência contra cristãos gera o deslocamento de milhares de pessoas em todo o mundo. O DIP 2025 tem como tema os deslocados pela violência

Fonte: Portas Abertas

Campo de deslocados na África Subsaariana. Foto: Portas Abertas

A violência no mundo já causou o deslocamento de 68 milhões de pessoas, segundo os dados da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR). Muitos deles são cristãos e agora vivem em acampamentos improvisados sem comida, água, saneamento básico, cuidados médicos e esperança.

Apenas no período de 1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023, 278.716 cristãos foram obrigados a fugir de casa por seguirem a Jesus. Isso equivale a um crescimento de 120% em relação ao período anterior. Os dados são da Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2024, documento publicado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

Essa necessidade urgente ditou o tema do Domingo da Igreja Perseguida (DIP) 2025: Forçados a fugir: cristãos deslocados por causa da violência pedem socorro. Em 15 de junho, igrejas brasileiras e de outros países da América Latina se unirão para orar em favor dos seguidores de Jesus deslocados em países como Nigéria, Índia e Mianmar.

Quem são os cristãos deslocados?

Os cristãos deslocados são todos os seguidores de Jesus que precisaram fugir de sua comunidade por causa da violência e vagam dentro de seus países em busca de um local seguro para viver. Há três anos, Abraham mora em um campo de deslocados na Nigéria com sua família de cinco pessoas.

No acampamento, há cerca de 3 mil cristãos que foram forçados a fugir por causa de ataques violentos de extremistas islâmicos. Eles esforçam-se para ter o que comer e água para beber, dividem 15 banheiros e oram para não ficarem doentes.

“Tenho lutado para permanecer vivo. A vida no campo é muito difícil, pois não temos trabalho. Se continuarmos assim, seremos forçados a nos mudar para qualquer lugar que não esteja sendo atacado”, testemunha Abraham.

A necessidade dos cristãos é urgente e apenas a oração e a ação do corpo de Cristo podem mudar a realidade dos deslocados. “Irmãos e irmãs, apelo a todos vocês para que nos ajudem orando por nós e por esses ataques. Nosso maior problema agora é que Deus toque as mentes de nossos assassinos e reduza nossos sofrimentos. Temos passado por muita coisa”, pede o cristão nigeriano.

Assista ao vídeo e saiba mais sobre como vivem os cristãos perseguidos deslocados pela violência.

Organize o DIP 2025

Com a autorização da liderança de sua igreja e um coração disponível para Deus, é possível organizar o DIP 2025. Faça a inscrição agora e mobilize seus irmãos na fé a intercederem pelos cristãos deslocados como Abraham.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Igrejas são mais numerosas do que escolas e hospitais em favelas, aponta IBGE

Segundo o IBGE, 8% da população brasileira vive em favelas, com São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco concentrando quase a metade dessas comunidades.

Fonte: Guiame, com informações do Metropoles e g1

Favelas dobram de número no Brasil. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Nas favelas do Brasil, existem mais igrejas e templos do que a soma total de instituições de ensino e saúde, de acordo o Censo Demográfico 2022: Favelas e Comunidades Urbanas.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (08).

No total, as favelas possuem 958.251 estabelecimentos.

Dentre eles, 50.934 são igrejas ou templos religiosos, 7.896 são instituições de ensino (escolas, faculdades e cursinhos) e 2.792 são locais de saúde (hospitais, postos de saúde e clínicas).

Isso significa que, para cada hospital em uma favela no Brasil, há 18,2 estabelecimentos religiosos, e para cada instituição de ensino, existem 6,5 igrejas ou templos religiosos.

O recorte das favelas reflete um padrão semelhante ao que se observa no Brasil como um todo. No país, há 579,7 mil templos religiosos e igrejas, em comparação com 264,4 mil estabelecimentos educacionais e 247,7 mil unidades dedicadas à área da saúde, de acordo com o Censo 2022.

As favelas

O Brasil possui 12.348 favelas e comunidades urbanas, que abrigam aproximadamente 16,4 milhões de habitantes, o que representa 8,1% da população total do país, estimada em 203 milhões de pessoas.

Além disso, há 6,55 milhões de imóveis nessas áreas, dos quais 5,5 milhões (84,8%) são domicílios, conforme os dados do Censo 2022.

Em comparação com 2010, o número de favelas quase dobrou, passando de 6.329 para 12.348, e a população residente nas favelas cresceu de 11,4 milhões para 16,4 milhões, representando 8,1% da população total naquele ano.

Segundo o IBGE, esse aumento está relacionado ao aprimoramento do recenseamento.

Três estados abrigam quase metade das comunidades (46,1%): São Paulo (3.123), Rio de Janeiro (1.724) e Pernambuco (849).

domingo, 10 de novembro de 2024

‘Deus existe. Deus existe no cérebro’, afirma o neuropsicólogo Jordan Grafman

Jordan Grafman afirma que muitos neurocientistas evitam investigar religião e espiritualidade por receio de serem considerados não científicos.

Fonte: Guiame, Marcio Scarpellini

(Foto: Pixabay)

Em julho de 2023, o neuropsicólogo e professor da Faculdade de Medicina da Northwestern University, Jordan Grafman, detentor do prêmio Humboldt Research Award de 2011 publicou um artigo na renomada revista Nature, sob o título "Os neurocientistas não devem ter medo de estudar religião". Neste artigo, Grafman afirma que muitos neurocientistas evitam investigar religião e espiritualidade por receio de serem considerados não científicos, e defende que o foco da pesquisa deve ser a análise de como a religião se manifesta no cérebro e seus efeitos, sem a intenção de detratar ou promover crenças.

Com o intuito de avançar nessa pesquisa, Grafman firmou uma parceria com a Ciência Pioneira, uma instituição do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) dedicada a pesquisas inovadoras, para criar um centro virtual dedicado à "neurociência das crenças". Essa iniciativa contará com a colaboração de pesquisadores brasileiros e internacionais, incluindo o King’s College London e o Shirley Ryan AbilityLab. O professor coordenará estudos sobre temas como cognição religiosa e as bases cerebrais das crenças, explorando a relação entre crenças religiosas e não-religiosas, entre outros tópicos.

Em entrevista ao GLOBO, Grafman abordou a formação das crenças, argumentando que a escolha de crenças pode ser tanto uma adaptação ao contexto social e cultural, quanto uma decisão consciente, e que até mesmo os ateus possuem representações de Deus em seu sistema cognitivo.

O professor também aborda a relação entre fé e ciência, discorrendo que, embora a ciência tenha avançado na explicação de muitos fenômenos, ainda existem questões que permitem espaço para a busca de respostas a partir da fé. Ele propõe que ciência e religião podem coexistir, com a ciência buscando explicar o que já é conhecido, porém reconhecendo que os campos de conhecimento que ainda não compreende. Grafman propõe mapear as redes cerebrais associadas às estruturas de crença, buscando entender como elas se interconectam e influenciam comportamentos nas mais diversas áreas de crenças.

Grafman também aponta que existe uma resistência dos cientistas em estudar e publicar estudos sobre o tema “espiritualidade”, e esta resistência pode ser atribuída a um dilema social, onde acadêmicos que não acreditam em Deus podem ridicularizar pesquisas sobre o tema. Em oposição a esta posição, ele propõe que essa aversão é um preconceito que deve ser superado, especialmente considerando a importância da religião na sociedade. O professor defende que a pesquisa científica sobre este tema deve focar os efeitos da religião na vida dos indivíduos, buscando explorar as origens e consequencias que tornam a religião um sistema de crenças específico.

Por fim, Grafman destaca que a fé pode ter diversos efeitos positivos, como a diminuição do estresse e o aumento das sensações de bem-estar, e sugere ainda que a crença pode ativar mecanismos cerebrais que ajudam a controlar a ansiedade. A parceria com o instituto brasileiro IDOR é vista como uma oportunidade única de estudar a relação entre crenças, saúde e comportamento, com potencial impacto para a amplicação do conhecimento nesta área.

Abaixo seguem alguns trechos importantes da entrevista:

Pergunta: Escolhemos acreditar em algo ou a fé é algo irracional?

Resposta: Aprendemos a acreditar. Muitas pessoas estão em famílias onde uma crença existia antes de nascerem, assim as crianças são expostas a essas crenças em casa ou em difernetes locais de culto. Então, trata-se de absorver o mundo que está ao seu redor. Você adapta ou adota essa crença por uma variedade de razões. Mas, sim, às vezes as pessoas realmente escolhem seu sistema de crenças. Elas analisam ou têm uma experiência emocional dramática e dizem: vou acreditar dessa forma por causa disso.

P.: Mesmo quem vem de uma família ateia, por exemplo, pode optar por acreditar?

R.: Não acreditar em Deus também é uma crença. Mas certamente é possível escolher suas crenças ou influenciado através da sua exposição. Uma vez que você foi exposto à ideia de Deus ou religião, adivinhe onde está? No seu cérebro. Então, até mesmo ateus têm uma representação de Deus em seus cérebros. Não podem escapar dEle. Por causa disso, isso pode soar radical, mas eu digo: Deus existe. Tenho confiança de que Deus existe no cérebro. Então podemos estudar Deus com segurança e em grande quantidade de detalhes estudando como o cérebro processa, representa e permite nossos comportamentos associados à religião.

P.: Nosso cérebro é projetado para a crença?

R.: Sim, com certeza. O que nós tentamos fazer, como humanos, é tentar explicar os eventos que vemos. Nos tempos amuito antigos, quando um vulcão entrava em erupção ou um terremoto ocorria, por exemplo, questionavam: ‘o que causou isso?’ ‘Quem causou isso?’ Bem, é mais poderoso do que nós humanos, deve ser algum outro ser. Então, muitas das primeiras explicações de eventos naturais eram agentes sobrenaturais. Esse foi o começo. Mas depois evoluiu para uma questão social. Crenças frequentemente ajudam a organizar sociedades, seja uma família, uma tribo ou um país. Se você acreditasse de uma certa forma, poderia pensar que seu grupo é forte e, se houvesse uma batalha, iria vencê-la. Se houvesse uma crença ligada à agricultura, creditaria a ela os frutos de seu trabalho. Isso é parte da evolução humana.

P.: Essas crenças são frequentemente questionadas?

R.: Uma vez que você estabelece uma crença, não precisa se preocupar com certas coisas. Está estabelecido. No entanto, se você não acredita em muita coisa, sua vida pode ser movida pela ansiedade. E quase todo mundo quer reduzir a ansiedade. Nosso cérebro acha muito importante ter essas crenças. Se eu quiser conhecer alguém, quero saber o que essa pessoa pensa e em que acredita. Então, as crenças são uma assinatura para nossas identidades como indivíduos e como grupos.

P.: Muitas questões que dependiam de crenças a ciência explicou. É mais difícil hoje acreditar em coisas sobrenaturais, já que temos a ciência explicando as coisas?

R.: Sabemos muito mais, mas não sabemos tudo. Sim, eu acho que para muitas pessoas, elas têm, por um lado, sua fé. E do outro lado, a ciência e os fatos. Fatos verdadeiros são muito importantes, mas eles não cobrem tudo. Se a sociedade fizer o trabalho certo, espero que façamos, então, enquanto tivermos fatos, podemos dizer que “sabemos disso e não sabemos daquilo”. E então, ainda há espaço para a fé. Por exemplo, não sabermos o que acontece antes da vida. E, em certo sentido, ninguém sabe o que acontece depois.

P.: Como a fé se relaciona com a neurologia?

R.: O primeiro passo é desenvolver conhecimento sobre redes cerebrais relacionadas a diferentes aspectos da crença e prática religiosa. É mapear a religião no cérebro. O segundo é ver a que essas redes estão relacionadas além da religião.

P.: Por que os cientistas evitam estudar espiritualidade?

R.: Existem dilemas sociais e preconceitos que podem levar os cientistas a evitarem esse tema. Muitos acadêmicos não acreditam em Deus e podem ser críticos em relação a pesquisas nesse campo, o que desencoraja investigações mais profundas sobre a espiritualidade.

P.: Como assim?

R.: Fizemos pesquisas sobre crenças e regiões no cérebro importantes para o fundamentalismo. Talvez essas redes estejam próximas no cérebro e sabemos que a ativação em uma rede cerebral pode afetar o funcionamento da rede vizinha. Então, se você for ativo em suas crenças religiosas, isso pode influenciar de uma forma muito sutil suas crenças políticas e vice-versa. E isso nem sempre está na sua consciência. Já sabemos que existe uma relação. Queremos mapear essas redes no cérebro para que possamos ver como elas se relacionam entre si.

P.: Por que os cientistas evitam estudar espiritualidade?

R.: A Ciência não quer falar sobre isso. Em parte, é um dilema social Muitos acadêmicos, não todos, mas muitos, não acreditam em Deus. E eles podem ridicularizar você se quiser fazer uma pesquisa sobre o assunto. Os periódicos não querem publicar artigos sobre o assunto, hesitam. Agora, lembre-se, há mais locais de culto no mundo do que escolas ou prefeituras. Não estamos falando de um pequeno subconjunto de pessoas que vivem em algum lugar perdido. Realmente acho que há esse preconceito social, e não deveria haver, especialmente por causa da importância da religião na sociedade.

P.: Há estudos que apontam que a espiritualidade é boa para a saúde e bem-estar, mas como isso funciona?

R.: De muitas maneiras. Algumas pessoas estão procurando crenças que possam adotar porque é reconfortante, reduz a ansiedade. Mas nem precisamos chegar a isso, considere um placebo. Se você acredita que o que está tomando vai funcionar, geralmente funciona. Esse é um exemplo perfeito de quão frequentemente, cerca de 30% das pessoas se beneficiam de medicamentes placebo. Como isso acontece? Esse é o poder da crença no cérebro, ajudando a estimular, por exemplo, mecanismos anti-inflamatórios, ou ativando processos cerebrais que ajudam a controlar a ansiedade, reduzir o estresse, etc.

P.: Pode falar mais sobre esse centro de estudos no Rio?

R.: É complicado estudar essas coisas no mundo. Então escolhemos, com a ajuda do Centro de Neurociência e Psicologia de Valores e Crenças, o programa IDOR, olhar para o cérebro. Isso elemina muitos dos problemas que vêm com o estudo da religião. E a iniciativa no Rio é muito única e importante, e o impacto vai além do Brasil. É internacional. E também está além da religião. Porque, como falamos, crenças incluem visões políticas, econômicas, sobre outras pessoas. Crenças dão esse repertório.

Minhas observações sobre a entrevista do Dr. Jordan Grafman

A relação entre fé e ciência tem sido tumultuosa e muitas vezes parece ser até infrutífera, mas eu entendo que ambas, como áreas de conhecimento distintas podem contribuir profundamentamente para uma compreensão mais ampla e profunda sobre a experiência da vida humana. Concordo de forma ampla com o pensamento de Lois Pasteur sobre este assunto, quando ele disse que a “...boa ciência nos aproxima do Criador”.

Entendo que, por “boa ciência” devemos considerar aquela que é feita baseada na pesquisa pura, sem pré-definições ou expectativas de encontrar e validar resultados já programados e desejados. Por “Criador”, considero Aquele que cumpra os requisitos necessários pela lógica: um ente que seja atemporal, ou seja, que seja anterior e exterior ao tempo, pois já sabemos científicamente que o tempo teve início e metafísico, pois não pode depender dos compostos físicos existentes e “não criado”, pois se fosse um ente criado seria criação e não criador. Este ente, não pode ter-se desenvolvido a partir de quaisquer outras condições, visto que estas condições propostas seriam necessárias ao ente criador original.

Dito isso, tendo a concordar em diversos pontos com o professor Grafman, mas também a discordar em alguns pontos que julgo importantes. Em sua entrevista é possível inferir que o fenômeno que ele chama de “crença” pode ser equiparado ao efeito placebo, dando então um sentimento de esperança que, por si só, causaria uma melhora em condições de saúde física ou psicológica. Este, parece-me um bom argumento de alguém que não crê em um Deus que cumpra os quesitos apresentados acima, mas, de qualquer forma, é um passo inicial possível para quem deseja se aproximar do campo de estudos da fé, principalmente se o fizer de forma científica, ou seja, a partir da observação fenomenológica.

Outro ponto que é necessário um pouco mais de cuidado, é um assunto um tanto complexo até para os estudiosos de teologia. Trata-se da confusão entre fé e processos religiosos. Entendo que religiosos podem desenvolverse em suas comunidades e práticas liturgicas desprovidos de qualquer sentimento de fé, apenas como fenômeno sociocultural. Enquanto outros indivíduos podem desenvolver estruturas individuais profundamente calcadas em uma sólida e consistente fé, sem, no entanto, dedicar-se a liturgias religiosas específicas. Não estou defendendo estas posições. Estou apenas colocando-as em campos de existência em que não são mutuamente necessárias, ainda que sejam provavelmente consequentes uma da outra.

Por fim, entendo que assim como é necessária uma “boa ciência” e que esta pode levar o cientista para mais perto do Criador, também é necessária uma “boa crença”, pois esta também tem a capacidade de aproximar um indivíduo ao Criador, enquanto uma “crença ruim”, pode afastar indivíduos do Criador, fenômeno que estamos observando em larguíssima escala nos tempos atuais.

Marcio Scarpellini é Pastor, Administrador de Empresas, Pedagogo, Cientista Social, Pós-Graduado em Educação, Política e Sociedade, Antropologia, Neurologia Aplicada à Aprendizagem, Psicanálise e Ciências da Religião. Diretor Escolar, professor e palestrante, é casado há 20 anos com a Patrícia e pai do João Pedro e da Manuella.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

‘Falhamos com os judeus na 2ª Guerra, agora falhamos novamente’, diz rei da Holanda

Willem-Alexander condenou o ataque antissemita contra torcedores israelenses em Amsterdã, após o jogo entre Ajax e Maccabi Tel Aviv.

Fonte: Guiame, com informações de The Times Israel

Willem-Alexander. (Foto: Flickr/European Parliament).

O rei da Holanda, Willem-Alexander, condenou o ataque antissemita contra torcedores israelenses que aconteceu na noite de quinta-feira (7), em Amesterdã.

Os israelenses foram atacados logo após a partida de futebol entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, vencida pelo Ajax por 5 a 0. Segundo a Stand With Us Brasil, instituição de ensino sobre Israel, tudo indica que os ataques foram organizados por grupos de imigrantes árabes.

"Falhamos com a comunidade judaica da Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, e ontem à noite falhamos novamente", disse o rei holandês ao presidente Isaac Herzog, durante em um telefonema na manhã desta sexta-feira (8).

Willem-Alexander expressou "profundo horror e choque" com os ataques e afirmou a Herzog que eles deveriam ser "inequivocamente condenados".

O rei disse que espera que as autoridades holandesas tomem medidas imediatas para garantir a segurança dos israelenses e judeus na Holanda no país daqui para frente.

A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, também condenou os ataques, os descrevendo como uma "explosão" de antissemitismo que "não era vista há muito tempo".

"Homens em scooters cruzaram a cidade em busca de torcedores de futebol israelenses. Foi um atropelamento. Posso entender facilmente que isso traz de volta memórias de pogroms", declarou Halsema.

E acrescentou: "Nossa cidade foi profundamente danificada. A cultura judaica foi profundamente ameaçada. Esta é uma explosão de antissemitismo que espero nunca mais ver’.


Conforme o The Times of Israel, pelo menos 10 torcedores do Maccabi Tel Aviv ficaram feridos no ataque.

Centenas de outros israelenses permaneceram em seus hoteis por horas, temendo que pudessem ser atacados a caminho do aeroporto para embarcar em seus voos para casa.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deu a ordem para o envio de dois aviões de resgate à Holanda, segundo informou seu gabinete nesta sexta-feira (08).

As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram uma missão de resgate, com equipes médicas sendo enviadas em coordenação com o governo holandês.

A polícia de Amsterdã informou que 62 pessoas foram presas após o episódio antissemita. De acordo com o governo holândes, uma investigação já está em andamento.

Tribo não alcançada é impactada pelo Evangelho e indígenas são batizados

Após anos rejeitando o Evangelho, membros de uma tribo no Nordeste do Brasil finalmente começaram a se abrir para Cristo.

Fonte: Guiame, com informações da Baptist Press

Tribos foram alcançadas pela atuação de missionários no Brasil. (Foto: IMB)

Desde 2012, os missionários Mitchell e Liz Heinz trabalham com uma tribo que nunca tinha sido alcançada pelo Evangelho. Composta por cerca de 4.000 indígenas que vivem da agricultura, essa comunidade está dividida em 14 aldeias espalhadas por uma reserva de 30 mil hectares.

Ao longo dos últimos 12 anos, Mitchell e Liz visitaram regularmente as aldeias, construindo laços com as famílias e compartilhando o Evangelho através de histórias da Bíblia. Apesar de receberem os missionários com simpatia, as pessoas hesitavam em se converter ao cristianismo.

O maior obstáculo era a liderança tribal, que proibia qualquer membro da tribo de se tornar cristão, ameaçando aqueles que se mostrassem abertos à fé.

“Descobrimos que os líderes da tribo estavam nos vigiando e monitorando tudo que fazíamos”, contou Mitchell ao site Baptist Press. “Depois que saíamos das aldeias, eles interrogavam as famílias sobre o que dissemos e advertiam para que não nos recebessem mais.”

Em certa ocasião, um pajé tentou expulsar Mitchell e Liz da reserva, ameaçando as famílias que queriam saber mais sobre o Evangelho.

Nasce uma igreja debaixo do cajueiro

Em 2014, o casal conheceu Mara, a única cristã da tribo na época. Ela havia conhecido o Evangelho enquanto vivia em São Paulo e enfrentava perseguição constante por sua fé, mas não desistia.

“Passamos muito tempo com Mara e vimos que, embora sua igreja de origem tivesse algumas doutrinas questionáveis, ela parecia confiar sinceramente em Jesus e obedecer ao Evangelho”, disse Mitchell.

Mara aprofundou seu conhecimento na fé cristã e ajudou os missionários a alcançar outras famílias nas aldeias vizinhas.

O primeiro casal que Mara apresentou foi sua irmã e seu cunhado, que começaram a convidar os missionários para ensinarem a Palavra em sua casa. Eles se reuniam debaixo de um enorme cajueiro, onde Mitchell contava histórias da Bíblia.

Por dois anos, todas as semanas, o casal reunia amigos e familiares para estudarem as Escrituras. A cada encontro, parecia que a sede deles pela Palavra só aumentava.

“A fome deles pela Palavra aumentava a cada semana, então continuamos ensinando”, contou Mitchell.

A casa deles se tornou um ponto de encontro na aldeia, onde familiares, amigos, vizinhos e até mesmo líderes tribais apareciam para tomar um café. Foi o ambiente perfeito para começar uma igreja indígena.

Mitchell dirige até áreas remotas do Brasil. (Foto: IMB)

Experiência com a graça de Deus

Mesmo com advertências da liderança da tribo, a família permaneceu firme. Com o passar dos anos, outros membros da tribo também se converteram, e, em 2022, foi formada a primeira igreja indígena da tribo. Eles continuam se reunindo duas vezes por semana para estudar a Bíblia e orar.

Com o crescimento dos cristãos, aumentou também a perseguição. Léo e Luana, um casal de novos convertidos, chegaram a perder seus postos como professores na escola da aldeia por causa de sua fé — por influência de uma respeitada líder na tribo chamada Sue.

Até que, em maio deste ano, o filho mais velho de Sue desapareceu por duas semanas, e ela temia o pior. Léo foi até a casa dela para orar, juntamente com outros membros da igreja. Sue nunca imaginou que as pessoas que ela perseguia seriam tão amorosas e solidárias.

Na manhã seguinte, o filho de Sue voltou para casa. Deus demonstrou Sua misericórdia através da vida dos cristãos. Desde esse acontecimento, Sue mudou sua postura: parou de perseguir a igreja e agora está aberta a ouvir sobre Jesus.

A igreja continua crescendo e testemunhando o agir de Deus. O progresso é lento, mas novos membros estão sendo batizados, e a igreja se dedica a fazer novos discípulos, relata a Baptist Press.

“Hoje há mais abertura para o Evangelho do que havia quando Liz e eu começamos a trabalhar com essa tribo, há 12 anos”, disse Mitchell.

* Os nomes foram alterados por razões de segurança.