terça-feira, 12 de novembro de 2024

Mais de 278 mil cristãos foram obrigados a fugir de casa

A violência contra cristãos gera o deslocamento de milhares de pessoas em todo o mundo. O DIP 2025 tem como tema os deslocados pela violência

Fonte: Portas Abertas

Campo de deslocados na África Subsaariana. Foto: Portas Abertas

A violência no mundo já causou o deslocamento de 68 milhões de pessoas, segundo os dados da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR). Muitos deles são cristãos e agora vivem em acampamentos improvisados sem comida, água, saneamento básico, cuidados médicos e esperança.

Apenas no período de 1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023, 278.716 cristãos foram obrigados a fugir de casa por seguirem a Jesus. Isso equivale a um crescimento de 120% em relação ao período anterior. Os dados são da Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2024, documento publicado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

Essa necessidade urgente ditou o tema do Domingo da Igreja Perseguida (DIP) 2025: Forçados a fugir: cristãos deslocados por causa da violência pedem socorro. Em 15 de junho, igrejas brasileiras e de outros países da América Latina se unirão para orar em favor dos seguidores de Jesus deslocados em países como Nigéria, Índia e Mianmar.

Quem são os cristãos deslocados?

Os cristãos deslocados são todos os seguidores de Jesus que precisaram fugir de sua comunidade por causa da violência e vagam dentro de seus países em busca de um local seguro para viver. Há três anos, Abraham mora em um campo de deslocados na Nigéria com sua família de cinco pessoas.

No acampamento, há cerca de 3 mil cristãos que foram forçados a fugir por causa de ataques violentos de extremistas islâmicos. Eles esforçam-se para ter o que comer e água para beber, dividem 15 banheiros e oram para não ficarem doentes.

“Tenho lutado para permanecer vivo. A vida no campo é muito difícil, pois não temos trabalho. Se continuarmos assim, seremos forçados a nos mudar para qualquer lugar que não esteja sendo atacado”, testemunha Abraham.

A necessidade dos cristãos é urgente e apenas a oração e a ação do corpo de Cristo podem mudar a realidade dos deslocados. “Irmãos e irmãs, apelo a todos vocês para que nos ajudem orando por nós e por esses ataques. Nosso maior problema agora é que Deus toque as mentes de nossos assassinos e reduza nossos sofrimentos. Temos passado por muita coisa”, pede o cristão nigeriano.

Assista ao vídeo e saiba mais sobre como vivem os cristãos perseguidos deslocados pela violência.

Organize o DIP 2025

Com a autorização da liderança de sua igreja e um coração disponível para Deus, é possível organizar o DIP 2025. Faça a inscrição agora e mobilize seus irmãos na fé a intercederem pelos cristãos deslocados como Abraham.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Igrejas são mais numerosas do que escolas e hospitais em favelas, aponta IBGE

Segundo o IBGE, 8% da população brasileira vive em favelas, com São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco concentrando quase a metade dessas comunidades.

Fonte: Guiame, com informações do Metropoles e g1

Favelas dobram de número no Brasil. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Nas favelas do Brasil, existem mais igrejas e templos do que a soma total de instituições de ensino e saúde, de acordo o Censo Demográfico 2022: Favelas e Comunidades Urbanas.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (08).

No total, as favelas possuem 958.251 estabelecimentos.

Dentre eles, 50.934 são igrejas ou templos religiosos, 7.896 são instituições de ensino (escolas, faculdades e cursinhos) e 2.792 são locais de saúde (hospitais, postos de saúde e clínicas).

Isso significa que, para cada hospital em uma favela no Brasil, há 18,2 estabelecimentos religiosos, e para cada instituição de ensino, existem 6,5 igrejas ou templos religiosos.

O recorte das favelas reflete um padrão semelhante ao que se observa no Brasil como um todo. No país, há 579,7 mil templos religiosos e igrejas, em comparação com 264,4 mil estabelecimentos educacionais e 247,7 mil unidades dedicadas à área da saúde, de acordo com o Censo 2022.

As favelas

O Brasil possui 12.348 favelas e comunidades urbanas, que abrigam aproximadamente 16,4 milhões de habitantes, o que representa 8,1% da população total do país, estimada em 203 milhões de pessoas.

Além disso, há 6,55 milhões de imóveis nessas áreas, dos quais 5,5 milhões (84,8%) são domicílios, conforme os dados do Censo 2022.

Em comparação com 2010, o número de favelas quase dobrou, passando de 6.329 para 12.348, e a população residente nas favelas cresceu de 11,4 milhões para 16,4 milhões, representando 8,1% da população total naquele ano.

Segundo o IBGE, esse aumento está relacionado ao aprimoramento do recenseamento.

Três estados abrigam quase metade das comunidades (46,1%): São Paulo (3.123), Rio de Janeiro (1.724) e Pernambuco (849).

domingo, 10 de novembro de 2024

‘Deus existe. Deus existe no cérebro’, afirma o neuropsicólogo Jordan Grafman

Jordan Grafman afirma que muitos neurocientistas evitam investigar religião e espiritualidade por receio de serem considerados não científicos.

Fonte: Guiame, Marcio Scarpellini

(Foto: Pixabay)

Em julho de 2023, o neuropsicólogo e professor da Faculdade de Medicina da Northwestern University, Jordan Grafman, detentor do prêmio Humboldt Research Award de 2011 publicou um artigo na renomada revista Nature, sob o título "Os neurocientistas não devem ter medo de estudar religião". Neste artigo, Grafman afirma que muitos neurocientistas evitam investigar religião e espiritualidade por receio de serem considerados não científicos, e defende que o foco da pesquisa deve ser a análise de como a religião se manifesta no cérebro e seus efeitos, sem a intenção de detratar ou promover crenças.

Com o intuito de avançar nessa pesquisa, Grafman firmou uma parceria com a Ciência Pioneira, uma instituição do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) dedicada a pesquisas inovadoras, para criar um centro virtual dedicado à "neurociência das crenças". Essa iniciativa contará com a colaboração de pesquisadores brasileiros e internacionais, incluindo o King’s College London e o Shirley Ryan AbilityLab. O professor coordenará estudos sobre temas como cognição religiosa e as bases cerebrais das crenças, explorando a relação entre crenças religiosas e não-religiosas, entre outros tópicos.

Em entrevista ao GLOBO, Grafman abordou a formação das crenças, argumentando que a escolha de crenças pode ser tanto uma adaptação ao contexto social e cultural, quanto uma decisão consciente, e que até mesmo os ateus possuem representações de Deus em seu sistema cognitivo.

O professor também aborda a relação entre fé e ciência, discorrendo que, embora a ciência tenha avançado na explicação de muitos fenômenos, ainda existem questões que permitem espaço para a busca de respostas a partir da fé. Ele propõe que ciência e religião podem coexistir, com a ciência buscando explicar o que já é conhecido, porém reconhecendo que os campos de conhecimento que ainda não compreende. Grafman propõe mapear as redes cerebrais associadas às estruturas de crença, buscando entender como elas se interconectam e influenciam comportamentos nas mais diversas áreas de crenças.

Grafman também aponta que existe uma resistência dos cientistas em estudar e publicar estudos sobre o tema “espiritualidade”, e esta resistência pode ser atribuída a um dilema social, onde acadêmicos que não acreditam em Deus podem ridicularizar pesquisas sobre o tema. Em oposição a esta posição, ele propõe que essa aversão é um preconceito que deve ser superado, especialmente considerando a importância da religião na sociedade. O professor defende que a pesquisa científica sobre este tema deve focar os efeitos da religião na vida dos indivíduos, buscando explorar as origens e consequencias que tornam a religião um sistema de crenças específico.

Por fim, Grafman destaca que a fé pode ter diversos efeitos positivos, como a diminuição do estresse e o aumento das sensações de bem-estar, e sugere ainda que a crença pode ativar mecanismos cerebrais que ajudam a controlar a ansiedade. A parceria com o instituto brasileiro IDOR é vista como uma oportunidade única de estudar a relação entre crenças, saúde e comportamento, com potencial impacto para a amplicação do conhecimento nesta área.

Abaixo seguem alguns trechos importantes da entrevista:

Pergunta: Escolhemos acreditar em algo ou a fé é algo irracional?

Resposta: Aprendemos a acreditar. Muitas pessoas estão em famílias onde uma crença existia antes de nascerem, assim as crianças são expostas a essas crenças em casa ou em difernetes locais de culto. Então, trata-se de absorver o mundo que está ao seu redor. Você adapta ou adota essa crença por uma variedade de razões. Mas, sim, às vezes as pessoas realmente escolhem seu sistema de crenças. Elas analisam ou têm uma experiência emocional dramática e dizem: vou acreditar dessa forma por causa disso.

P.: Mesmo quem vem de uma família ateia, por exemplo, pode optar por acreditar?

R.: Não acreditar em Deus também é uma crença. Mas certamente é possível escolher suas crenças ou influenciado através da sua exposição. Uma vez que você foi exposto à ideia de Deus ou religião, adivinhe onde está? No seu cérebro. Então, até mesmo ateus têm uma representação de Deus em seus cérebros. Não podem escapar dEle. Por causa disso, isso pode soar radical, mas eu digo: Deus existe. Tenho confiança de que Deus existe no cérebro. Então podemos estudar Deus com segurança e em grande quantidade de detalhes estudando como o cérebro processa, representa e permite nossos comportamentos associados à religião.

P.: Nosso cérebro é projetado para a crença?

R.: Sim, com certeza. O que nós tentamos fazer, como humanos, é tentar explicar os eventos que vemos. Nos tempos amuito antigos, quando um vulcão entrava em erupção ou um terremoto ocorria, por exemplo, questionavam: ‘o que causou isso?’ ‘Quem causou isso?’ Bem, é mais poderoso do que nós humanos, deve ser algum outro ser. Então, muitas das primeiras explicações de eventos naturais eram agentes sobrenaturais. Esse foi o começo. Mas depois evoluiu para uma questão social. Crenças frequentemente ajudam a organizar sociedades, seja uma família, uma tribo ou um país. Se você acreditasse de uma certa forma, poderia pensar que seu grupo é forte e, se houvesse uma batalha, iria vencê-la. Se houvesse uma crença ligada à agricultura, creditaria a ela os frutos de seu trabalho. Isso é parte da evolução humana.

P.: Essas crenças são frequentemente questionadas?

R.: Uma vez que você estabelece uma crença, não precisa se preocupar com certas coisas. Está estabelecido. No entanto, se você não acredita em muita coisa, sua vida pode ser movida pela ansiedade. E quase todo mundo quer reduzir a ansiedade. Nosso cérebro acha muito importante ter essas crenças. Se eu quiser conhecer alguém, quero saber o que essa pessoa pensa e em que acredita. Então, as crenças são uma assinatura para nossas identidades como indivíduos e como grupos.

P.: Muitas questões que dependiam de crenças a ciência explicou. É mais difícil hoje acreditar em coisas sobrenaturais, já que temos a ciência explicando as coisas?

R.: Sabemos muito mais, mas não sabemos tudo. Sim, eu acho que para muitas pessoas, elas têm, por um lado, sua fé. E do outro lado, a ciência e os fatos. Fatos verdadeiros são muito importantes, mas eles não cobrem tudo. Se a sociedade fizer o trabalho certo, espero que façamos, então, enquanto tivermos fatos, podemos dizer que “sabemos disso e não sabemos daquilo”. E então, ainda há espaço para a fé. Por exemplo, não sabermos o que acontece antes da vida. E, em certo sentido, ninguém sabe o que acontece depois.

P.: Como a fé se relaciona com a neurologia?

R.: O primeiro passo é desenvolver conhecimento sobre redes cerebrais relacionadas a diferentes aspectos da crença e prática religiosa. É mapear a religião no cérebro. O segundo é ver a que essas redes estão relacionadas além da religião.

P.: Por que os cientistas evitam estudar espiritualidade?

R.: Existem dilemas sociais e preconceitos que podem levar os cientistas a evitarem esse tema. Muitos acadêmicos não acreditam em Deus e podem ser críticos em relação a pesquisas nesse campo, o que desencoraja investigações mais profundas sobre a espiritualidade.

P.: Como assim?

R.: Fizemos pesquisas sobre crenças e regiões no cérebro importantes para o fundamentalismo. Talvez essas redes estejam próximas no cérebro e sabemos que a ativação em uma rede cerebral pode afetar o funcionamento da rede vizinha. Então, se você for ativo em suas crenças religiosas, isso pode influenciar de uma forma muito sutil suas crenças políticas e vice-versa. E isso nem sempre está na sua consciência. Já sabemos que existe uma relação. Queremos mapear essas redes no cérebro para que possamos ver como elas se relacionam entre si.

P.: Por que os cientistas evitam estudar espiritualidade?

R.: A Ciência não quer falar sobre isso. Em parte, é um dilema social Muitos acadêmicos, não todos, mas muitos, não acreditam em Deus. E eles podem ridicularizar você se quiser fazer uma pesquisa sobre o assunto. Os periódicos não querem publicar artigos sobre o assunto, hesitam. Agora, lembre-se, há mais locais de culto no mundo do que escolas ou prefeituras. Não estamos falando de um pequeno subconjunto de pessoas que vivem em algum lugar perdido. Realmente acho que há esse preconceito social, e não deveria haver, especialmente por causa da importância da religião na sociedade.

P.: Há estudos que apontam que a espiritualidade é boa para a saúde e bem-estar, mas como isso funciona?

R.: De muitas maneiras. Algumas pessoas estão procurando crenças que possam adotar porque é reconfortante, reduz a ansiedade. Mas nem precisamos chegar a isso, considere um placebo. Se você acredita que o que está tomando vai funcionar, geralmente funciona. Esse é um exemplo perfeito de quão frequentemente, cerca de 30% das pessoas se beneficiam de medicamentes placebo. Como isso acontece? Esse é o poder da crença no cérebro, ajudando a estimular, por exemplo, mecanismos anti-inflamatórios, ou ativando processos cerebrais que ajudam a controlar a ansiedade, reduzir o estresse, etc.

P.: Pode falar mais sobre esse centro de estudos no Rio?

R.: É complicado estudar essas coisas no mundo. Então escolhemos, com a ajuda do Centro de Neurociência e Psicologia de Valores e Crenças, o programa IDOR, olhar para o cérebro. Isso elemina muitos dos problemas que vêm com o estudo da religião. E a iniciativa no Rio é muito única e importante, e o impacto vai além do Brasil. É internacional. E também está além da religião. Porque, como falamos, crenças incluem visões políticas, econômicas, sobre outras pessoas. Crenças dão esse repertório.

Minhas observações sobre a entrevista do Dr. Jordan Grafman

A relação entre fé e ciência tem sido tumultuosa e muitas vezes parece ser até infrutífera, mas eu entendo que ambas, como áreas de conhecimento distintas podem contribuir profundamentamente para uma compreensão mais ampla e profunda sobre a experiência da vida humana. Concordo de forma ampla com o pensamento de Lois Pasteur sobre este assunto, quando ele disse que a “...boa ciência nos aproxima do Criador”.

Entendo que, por “boa ciência” devemos considerar aquela que é feita baseada na pesquisa pura, sem pré-definições ou expectativas de encontrar e validar resultados já programados e desejados. Por “Criador”, considero Aquele que cumpra os requisitos necessários pela lógica: um ente que seja atemporal, ou seja, que seja anterior e exterior ao tempo, pois já sabemos científicamente que o tempo teve início e metafísico, pois não pode depender dos compostos físicos existentes e “não criado”, pois se fosse um ente criado seria criação e não criador. Este ente, não pode ter-se desenvolvido a partir de quaisquer outras condições, visto que estas condições propostas seriam necessárias ao ente criador original.

Dito isso, tendo a concordar em diversos pontos com o professor Grafman, mas também a discordar em alguns pontos que julgo importantes. Em sua entrevista é possível inferir que o fenômeno que ele chama de “crença” pode ser equiparado ao efeito placebo, dando então um sentimento de esperança que, por si só, causaria uma melhora em condições de saúde física ou psicológica. Este, parece-me um bom argumento de alguém que não crê em um Deus que cumpra os quesitos apresentados acima, mas, de qualquer forma, é um passo inicial possível para quem deseja se aproximar do campo de estudos da fé, principalmente se o fizer de forma científica, ou seja, a partir da observação fenomenológica.

Outro ponto que é necessário um pouco mais de cuidado, é um assunto um tanto complexo até para os estudiosos de teologia. Trata-se da confusão entre fé e processos religiosos. Entendo que religiosos podem desenvolverse em suas comunidades e práticas liturgicas desprovidos de qualquer sentimento de fé, apenas como fenômeno sociocultural. Enquanto outros indivíduos podem desenvolver estruturas individuais profundamente calcadas em uma sólida e consistente fé, sem, no entanto, dedicar-se a liturgias religiosas específicas. Não estou defendendo estas posições. Estou apenas colocando-as em campos de existência em que não são mutuamente necessárias, ainda que sejam provavelmente consequentes uma da outra.

Por fim, entendo que assim como é necessária uma “boa ciência” e que esta pode levar o cientista para mais perto do Criador, também é necessária uma “boa crença”, pois esta também tem a capacidade de aproximar um indivíduo ao Criador, enquanto uma “crença ruim”, pode afastar indivíduos do Criador, fenômeno que estamos observando em larguíssima escala nos tempos atuais.

Marcio Scarpellini é Pastor, Administrador de Empresas, Pedagogo, Cientista Social, Pós-Graduado em Educação, Política e Sociedade, Antropologia, Neurologia Aplicada à Aprendizagem, Psicanálise e Ciências da Religião. Diretor Escolar, professor e palestrante, é casado há 20 anos com a Patrícia e pai do João Pedro e da Manuella.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

‘Falhamos com os judeus na 2ª Guerra, agora falhamos novamente’, diz rei da Holanda

Willem-Alexander condenou o ataque antissemita contra torcedores israelenses em Amsterdã, após o jogo entre Ajax e Maccabi Tel Aviv.

Fonte: Guiame, com informações de The Times Israel

Willem-Alexander. (Foto: Flickr/European Parliament).

O rei da Holanda, Willem-Alexander, condenou o ataque antissemita contra torcedores israelenses que aconteceu na noite de quinta-feira (7), em Amesterdã.

Os israelenses foram atacados logo após a partida de futebol entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, vencida pelo Ajax por 5 a 0. Segundo a Stand With Us Brasil, instituição de ensino sobre Israel, tudo indica que os ataques foram organizados por grupos de imigrantes árabes.

"Falhamos com a comunidade judaica da Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, e ontem à noite falhamos novamente", disse o rei holandês ao presidente Isaac Herzog, durante em um telefonema na manhã desta sexta-feira (8).

Willem-Alexander expressou "profundo horror e choque" com os ataques e afirmou a Herzog que eles deveriam ser "inequivocamente condenados".

O rei disse que espera que as autoridades holandesas tomem medidas imediatas para garantir a segurança dos israelenses e judeus na Holanda no país daqui para frente.

A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, também condenou os ataques, os descrevendo como uma "explosão" de antissemitismo que "não era vista há muito tempo".

"Homens em scooters cruzaram a cidade em busca de torcedores de futebol israelenses. Foi um atropelamento. Posso entender facilmente que isso traz de volta memórias de pogroms", declarou Halsema.

E acrescentou: "Nossa cidade foi profundamente danificada. A cultura judaica foi profundamente ameaçada. Esta é uma explosão de antissemitismo que espero nunca mais ver’.


Conforme o The Times of Israel, pelo menos 10 torcedores do Maccabi Tel Aviv ficaram feridos no ataque.

Centenas de outros israelenses permaneceram em seus hoteis por horas, temendo que pudessem ser atacados a caminho do aeroporto para embarcar em seus voos para casa.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deu a ordem para o envio de dois aviões de resgate à Holanda, segundo informou seu gabinete nesta sexta-feira (08).

As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram uma missão de resgate, com equipes médicas sendo enviadas em coordenação com o governo holandês.

A polícia de Amsterdã informou que 62 pessoas foram presas após o episódio antissemita. De acordo com o governo holândes, uma investigação já está em andamento.

Tribo não alcançada é impactada pelo Evangelho e indígenas são batizados

Após anos rejeitando o Evangelho, membros de uma tribo no Nordeste do Brasil finalmente começaram a se abrir para Cristo.

Fonte: Guiame, com informações da Baptist Press

Tribos foram alcançadas pela atuação de missionários no Brasil. (Foto: IMB)

Desde 2012, os missionários Mitchell e Liz Heinz trabalham com uma tribo que nunca tinha sido alcançada pelo Evangelho. Composta por cerca de 4.000 indígenas que vivem da agricultura, essa comunidade está dividida em 14 aldeias espalhadas por uma reserva de 30 mil hectares.

Ao longo dos últimos 12 anos, Mitchell e Liz visitaram regularmente as aldeias, construindo laços com as famílias e compartilhando o Evangelho através de histórias da Bíblia. Apesar de receberem os missionários com simpatia, as pessoas hesitavam em se converter ao cristianismo.

O maior obstáculo era a liderança tribal, que proibia qualquer membro da tribo de se tornar cristão, ameaçando aqueles que se mostrassem abertos à fé.

“Descobrimos que os líderes da tribo estavam nos vigiando e monitorando tudo que fazíamos”, contou Mitchell ao site Baptist Press. “Depois que saíamos das aldeias, eles interrogavam as famílias sobre o que dissemos e advertiam para que não nos recebessem mais.”

Em certa ocasião, um pajé tentou expulsar Mitchell e Liz da reserva, ameaçando as famílias que queriam saber mais sobre o Evangelho.

Nasce uma igreja debaixo do cajueiro

Em 2014, o casal conheceu Mara, a única cristã da tribo na época. Ela havia conhecido o Evangelho enquanto vivia em São Paulo e enfrentava perseguição constante por sua fé, mas não desistia.

“Passamos muito tempo com Mara e vimos que, embora sua igreja de origem tivesse algumas doutrinas questionáveis, ela parecia confiar sinceramente em Jesus e obedecer ao Evangelho”, disse Mitchell.

Mara aprofundou seu conhecimento na fé cristã e ajudou os missionários a alcançar outras famílias nas aldeias vizinhas.

O primeiro casal que Mara apresentou foi sua irmã e seu cunhado, que começaram a convidar os missionários para ensinarem a Palavra em sua casa. Eles se reuniam debaixo de um enorme cajueiro, onde Mitchell contava histórias da Bíblia.

Por dois anos, todas as semanas, o casal reunia amigos e familiares para estudarem as Escrituras. A cada encontro, parecia que a sede deles pela Palavra só aumentava.

“A fome deles pela Palavra aumentava a cada semana, então continuamos ensinando”, contou Mitchell.

A casa deles se tornou um ponto de encontro na aldeia, onde familiares, amigos, vizinhos e até mesmo líderes tribais apareciam para tomar um café. Foi o ambiente perfeito para começar uma igreja indígena.

Mitchell dirige até áreas remotas do Brasil. (Foto: IMB)

Experiência com a graça de Deus

Mesmo com advertências da liderança da tribo, a família permaneceu firme. Com o passar dos anos, outros membros da tribo também se converteram, e, em 2022, foi formada a primeira igreja indígena da tribo. Eles continuam se reunindo duas vezes por semana para estudar a Bíblia e orar.

Com o crescimento dos cristãos, aumentou também a perseguição. Léo e Luana, um casal de novos convertidos, chegaram a perder seus postos como professores na escola da aldeia por causa de sua fé — por influência de uma respeitada líder na tribo chamada Sue.

Até que, em maio deste ano, o filho mais velho de Sue desapareceu por duas semanas, e ela temia o pior. Léo foi até a casa dela para orar, juntamente com outros membros da igreja. Sue nunca imaginou que as pessoas que ela perseguia seriam tão amorosas e solidárias.

Na manhã seguinte, o filho de Sue voltou para casa. Deus demonstrou Sua misericórdia através da vida dos cristãos. Desde esse acontecimento, Sue mudou sua postura: parou de perseguir a igreja e agora está aberta a ouvir sobre Jesus.

A igreja continua crescendo e testemunhando o agir de Deus. O progresso é lento, mas novos membros estão sendo batizados, e a igreja se dedica a fazer novos discípulos, relata a Baptist Press.

“Hoje há mais abertura para o Evangelho do que havia quando Liz e eu começamos a trabalhar com essa tribo, há 12 anos”, disse Mitchell.

* Os nomes foram alterados por razões de segurança.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Com 11.000 anos de história, Jericó é cidade bíblica mais antiga do mundo

Localizada no coração do deserto da Judeia, escavações da década de 1950 revelaram descobertas arqueológicas significativas, incluindo o monte da tentação de Cristo.

Fonte: Guiame, com informações do Jerusalem Post


Imagem panorâmica de Jericó atual. (Foto: Wikipedia)

Jericó, a cidade mais antiga do mundo, teve sua importância histórica reconhecida em 2023 ao ser incluída na Lista do Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Essa decisão destacou o valor cultural e arqueológico da região, sublinhando o status de Jericó como a cidade habitada mais antiga do mundo.

Localizada no coração do deserto da Judeia, com mais de 11.000 anos de história, Jericó se afirma como um local excepcional na trajetória da humanidade.

A cidade foi palco da batalha de Jericó, descrita no Livro de Josué, que marcou o primeiro combate travado na conquista de Canaã pelos israelitas.

A batalha é famosa pela queda triunfante das muralhas de Jericó, provocada pela marcha de israelitas tocando suas trombetas.

Primeiras civilizações

A antiga cidade de Jericó, correspondente ao local conhecido como Tell es-Sultan, proporciona uma visão única das primeiras civilizações humanas.

As escavações arqueológicas revelaram aproximadamente 70 casas pré-históricas e mais de 20 assentamentos sucessivos, evidenciando uma ocupação contínua por milênios.

As casas, de formato circular, foram construídas com argila e palha. O primeiro assentamento humano documentado em Jericó remonta a cerca de 9000 a.C., quando grupos de caçadores-coletores da cultura natufiana se estabeleceram na região.

Os grupos natufianos em Jericó aproveitaram a fonte Ein as-Sultan e as águas do rio Jordão, o que facilitou o desenvolvimento da agricultura e das primeiras tecnologias alimentares.

Essa transição para um estilo de vida sedentário representou uma evolução significativa do nomadismo para a produção de alimentos, com comunidades estabelecendo bases que ainda podem ser observadas hoje.

A transição para um estilo de vida sedentário não apenas alterou a maneira de viver, mas também impulsionou o desenvolvimento de ferramentas e objetos domésticos fundamentais para a convivência em comunidade.

Remanescentes do palácio de Herodes. (Foto: Wikipedia)

Jericó foi pioneira não apenas no sedentarismo, mas também na construção de infraestruturas defensivas. As comunidades ergueram muros de pedra que desempenhavam uma função dupla: proteger a população de ataques externos e regular os níveis de água de fontes adjacentes para prevenir inundações.

Características notáveis, como um muro de pedra com 3,5 metros de altura e uma torre circular de nove metros, evidenciam as avançadas habilidades de engenharia de seus antigos habitantes.

Torre de Jericó

Escavações em Tell es-Sultan, conduzidas pela arqueóloga britânica Kathleen Kenyon na década de 1950, revelaram descobertas arqueológicas significativas, incluindo a Torre de Jericó.

Os turistas podem explorar a Torre de Jericó, que oferece uma visão de como era a vida na antiguidade. Entre as descobertas arqueológicas mais notáveis em Jericó estão utensílios de cerâmica com inscrições pré-históricas. Essas peças de cerâmica foram utilizadas para conservar alimentos ou para cozinhar, indicando um desenvolvimento inicial de tecnologias alimentares na região.

Além disso, foram descobertos crânios cobertos com gesso e conchas colocadas nas órbitas oculares, sugerindo uma preocupação significativa com a adoração aos ancestrais e as crenças espirituais entre os antigos habitantes.

Esses restos revelam uma conexão profunda com a vida após a morte e um surpreendente nível de sofisticação cultural em uma época em que muitas sociedades ainda eram dependentes da caça e da coleta.

Hoje, Jericó possui uma rica herança histórica, com as ruínas de Tell es-Sultan como seu principal destaque, localizadas no centro histórico da cidade.

Tell es-Sultan abriga vestígios das primeiras civilizações e proporciona aos visitantes a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a história humana. Para os amantes da antiguidade ou para aqueles que desejam aprender mais sobre a história durante as férias, as ruínas de Tell es-Sultan são uma excelente opção de visita.

Fonte de Eliseu

A poucos metros das ruínas de Jericó encontra-se a Fonte de Eliseu, que se tornou um dos locais mais fotografados da cidade.

A Fonte de Eliseu se destaca tanto por sua arquitetura quanto por sua relevância arqueológica e cultural. Em suas paredes, está inscrita a frase "Cidade mais antiga do mundo". Essa distinção atrai milhares de visitantes anualmente.

Jericó também abriga vestígios do Califado Omíada, representados pelo Palácio de Hisham, construído por volta do ano 743-744.

O palácio se destaca por seus mosaicos e decorações em estuque, inspirados nos banhos da civilização romana. Essas obras resistiram ao passar do tempo, proporcionando uma visão do esplendor da arquitetura islâmica primitiva. Alguns restos do Palácio de Hisham estão preservados no Museu Rockefeller em Jerusalém, permitindo que o legado histórico do palácio transcenda as fronteiras de Jericó.

O Monte da Tentação

Outro lugar que merece atenção em Jericó é o Monte da Tentação. Reconhecido pelos fiéis por sua conexão com a Bíblia, é aqui que, segundo relatos bíblicos, Jesus passou quarenta dias em jejum e resistiu às tentações do diabo.

O Monte da Tentação é um dos principais mirantes de Jericó, cercado pela paisagem desértica da Judeia, e possui profundo significado espiritual para os crentes. A partir do Monte da Tentação, os visitantes podem contemplar a vasta extensão do deserto, compreendendo a importância histórica e cultural de Jericó.

Monte da Tentação, em Jericó. (Foto: Wikipedia)

O legado histórico de Jericó vai além de seu passado antigo. Os esforços contínuos de habitação e preservação da cidade possibilitaram que as ruínas de Tell es-Sultan fossem estudadas e apreciadas por arqueólogos e visitantes.

Apesar da passagem do tempo, essas estruturas evidenciam a fase sedentária da cidade, fornecendo provas da transição de um estilo de vida nômade para um sedentário. Essa mudança representou um marco na história ao permitir o desenvolvimento da agricultura na região.

‘Exaltamos o teu nome, Senhor’, diz Nadja Haddad pela alta do filho após 6 meses de UTI

A apresentadora publicou um vídeo do momento em que seu filho José recebeu alta da UTI neonatal, após 191 dias de internação.

Fonte: Guiame

Nadja Haddad e seu marido Danilo Joan na alta de José. (Captura de tela/Instagram/Nadja Haddad)

Em um vídeo publicado no Instagram, a jornalista Nadja Haddad, acompanhada de seu marido Danilo Joan e seu bebê de 6 meses, demonstra fé e gratidão a Deus pelo que ela descreve como “o maior milagre”.

“Nosso grande dia chegou. Deus honrou sua promessa na nossa vida. Cumpriu, completou a obra, e a gente vai embora para casa hoje. Vocês participaram de tudo com a gente, oraram, então, é muito justo que vocês participem. […] Eu nem dormi!”, disse Nadja nos Stories do Instagram antes de levar seu bebê para casa.

Agora, após uma luta pela vida de José, que nasceu prematuramente junto com seu gêmeo Antônio, que infelizmente não resistiu, o casal levou o filho para casa no último sábado (02).

Seis meses na UTI

José permaneceu internado na UTI neonatal do Hospital Pro-Matre, em São Paulo, por seis meses, lutando pela vida.

"Foram 191 dias de UTI, depois um parto tenso, prematuro, de apenas 23 semanas e três dias. Uma gestação fora do útero começou a acontecer dentro das incubadoras, que se tornaram os nossos porta-joias, e com o olhar de uma equipe médica que fez como anjos enviados por Deus.”


Nadja conta que os diagnósticos nem sempre foram bons, pois uma forte bactéria atacou seus meninos, ainda tão frágeis, levando Antonio a óbito.

“Deus decidiu recolher o nosso anjo Antônio e colocou José para lutar e vencer, com apenas 380 gramas e 16 dias de vida”, contou.

“Passamos a viver entre o luto e a esperança. Cheios de fé, e hoje preenchidos de muita gratidão, exaltamos o Teu nome, Senhor. A luta chegou ao fim, nós vamos para casa”, disse emocionada.

A apresentadora relata que os meninos uniram pessoas de todos os lugares em oração, e agradece:

“A você que fez parte dessa corrente de amor, nossa mais profunda gratidão. Com muita alegria, muita alegria, quero que conheçam o nosso pedido de oração: aquele por quem vocês orarão. E o nosso maior milagre, e o milagre tem nome, e o nome dele é José."

A fé da apresentadora já havia sido demonstrada publicamente quando, em janeiro de 2023, ela foi batizada nas águas na Igreja Lagoinha Alphaville, em São Paulo.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Cristão percorre sua região de bicicleta para evangelizar surdos

Após conhecer a Jesus, Aktash, que nasceu surdo, decidiu levar as boas-novas a outras pessoas que não escutam

Fonte: Portas Abertas

Aktash nasceu surdo em uma família muçulmana, por isso, nunca recebeu afeição dos pais. Mas, após se converter, 
a surdez se tornou uma ferramenta para alcançar um grupo

Aktash (pseudônimo) é um evangelista na Ásia Central de origem muçulmana que nasceu surdo. Muitos muçulmanos na região veem a surdez como uma maldição de Alá. Assim foi com Aktash, a família não se importava com ele e a sociedade o desprezava. Porém, um encontro com um cristão mudou sua vida para sempre. O homem surdo falou a ele sobre Jesus e, quando o aceitou como Senhor, experimentou uma cura miraculosa, física e espiritual.

Experimentar a rejeição o fez ter empatia por outras pessoas surdas. “É sempre difícil para nós, porque nascemos surdos. Quando o mundo nos olha, não nos entende. Eu nunca experimentei amor ou interação dos meus pais. Nunca nos sentamos juntos. Nunca falei sobre meus sonhos porque eles não me entendiam. Apesar de saberem que eu era surdo, todos meus irmãos escutavam, então eles nem tentaram aprender a língua de sinais para se comunicar comigo”, relembra.

Aktash se sentiu sozinho e queria ter outros como ele por perto. Quando conheceu o cristão surdo e soube sobre sua comunidade, ficou intrigado. “Eu queria estar entre os surdos. Ele me disse: ‘Há pessoas surdas, você pode ir e ver por si mesmo’. Então, comecei a ir por isso. Não tinha aceitado a Cristo, mas, para mim, era muito importante me comunicar com surdos. Quatro anos depois, em 2003, me converti”, relembra.

“A mudança em minha vida depois de aceitar a Cristo foi muito grande. Antes eu roubava e andava com pessoas que não eram boas”, conta. A fé de Aktash se aprofundou ao conhecer mais sobre Deus. “Eu comecei a estudar a palavra de Deus, orar e me aproximar dele, o que mudou minha vida. Eu sabia que se não fosse até os surdos, ninguém falaria a eles sobre Jesus”, disse. Pela primeira vez, sua deficiência não foi um impedimento, mas uma ferramenta para alcançar um grupo que desejava amor e aceitação, algo que apenas Deus pode dar.

O custo de carregar a mensagem de Cristo


Aktash pedala cerca de 50 a 60 quilômetros com sua bicicleta para compartilhar o evangelho com pessoas 
surdas na Ásia Central

Ele sabe os custos de ser um mensageiro de Cristo na Ásia Central, ainda assim, escolheu tornar esse seu objetivo de vida. “Sei que há muitas proibições, mas eu não poderia ficar em casa enquanto me dizem: ‘Essa pessoa surda morreu, aquela pessoa surda morreu’. Eu sei que elas não conheciam nada sobre Cristo, então percebi que Deus planejou esse caminho para mim. Eu sei que eles podem me prender se descobrirem que compartilho o evangelho, mas também sei que Deus não me deixará porque estou fazendo o trabalho dele”, afirma.

Assim Aktash começou seu ministério. “Primeiro, servi pessoas surdas que vivem perto de mim, a cerca de um ou dois quilômetros de distância. Mas ainda havia pessoas surdas que viviam mais distante. Eram 50 ou 60 quilômetros, então não conseguiria ir a pé, mas Deus me abençoou com uma bicicleta. Eu vou com minha bicicleta mesmo quando não há estradas”, disse. Ter um transporte permitiu que ele viajasse para onde sente que Deus está lhe dizendo para ir. “Quando compartilho a palavra, as pessoas surdas estão sedentas. Estou fazendo o trabalho de Deus apesar de todos os riscos.”

Desde a época em que aceitou a Jesus até agora, ele e sua família experimentaram a fidelidade de Deus de muitas formas, por isso confiam nele a cada dia. “Sou uma pessoa surda, mas quando vejo o trabalho de Deus, é como se ele dissesse: ‘Não se preocupe. Sirva-me e eu farei o resto’. Vejo isso nos milagres feitos em minha vida. Eu não tinha um lugar para morar, mas Deus nos deu uma casa. Quando ministro aos surdos, sei que meus três filhos estão em casa e é preciso alimentá-los e vesti-los. Fico fora de casa por semanas, mas, quando chego, há roupas e comida. Eu não entendo como, mas sei que Deus fez isso. Ele sempre faz milagres em minha vida. Eu faço o trabalho dele e ele faz o meu”, conclui.


Nos países da Ásia Central (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão), a estimativa é que das 80,5 milhões de pessoas que vivem na região, 800 mil sejam surdas, cerca de 1% da população. Sua doação permite que cristãos surdos sejam alfabetizados e aprendam a língua de sinais, mudando sua realidade e perspectiva de futuro.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Extremistas matam 200 pessoas em ataques em Burkina Faso

Certos da impunidade, jihadistas atacaram comunidade cristã por quatro dias

Fonte: Portas Abertas 

Onda de ataques gera a maior crise de deslocamento de cristãos em Burkina Faso / Foto: Portas Abertas

No início de outubro, ao menos 200 pessoas foram mortas na região Leste de Burkina Faso. Extremistas islâmicos atacaram a vila de Manni durante quatro dias seguidos. As ações começaram com o assassinato de 17 soldados de uma patrulha militar. Nos dias seguintes retornaram com o objetivo de matar mais pessoas da comunidade de maioria cristã.

Um dia depois de assassinar os militares, os radicais atacaram o mercado e muitas pessoas fugiram e se refugiaram em lojas e casas, mas os extremistas incendiaram os locais e fizeram mais vítimas fatais. Certos da impunidade, os jihadistas retornaram no dia seguinte, atearam fogo nos carros e atiraram em profissionais de saúde que socorriam os feridos no dia anterior.

Os radicais islâmicos queriam acabar com a vida de todos os sobreviventes do incidente anterior e retornaram à vila para matar somente os homens sobreviventes. Essa é uma tática usada para deixar mulheres e crianças vulneráveis a sequestros, casamentos e recrutamentos forçados.

De acordo com a agência Fides, muitas das vítimas desses ataques eram deslocados, que haviam fugido de suas casas e comunidades por causa da violência de grupos armados e de extremistas. Os sobreviventes dos ataques, incluindo muitos cristãos, deixaram a vila de Manni.

O líder de campo do trabalho da organização na África Ocidental explicou que há um trabalho para localizar as pessoas que fugiram do vilarejo para comunidades vizinhas para apoiá-los em suas diversas necessidades. O projeto de socorro a cristãos deslocados, que já estava planejado, precisou ser suspenso.

Ataques constantes

No mês de agosto, o grupo jihadista Jama’t Nusrat al-Islam wa al-Muslimin (JNIM) atacou os habitantes de Barsalogho, na província de Sanmatenga, enquanto cavavam trincheiras. Estimativas iniciais indicavam que entre 300 e 400 pessoas, principalmente civis, foram mortas.

No entanto, relatórios recentes indicam que 600 pessoas morreram nesse ataque. Pelo menos 28 das vítimas eram cristãs e as demais eram soldados e membros dos Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP).

No dia seguinte, outro grupo jihadista afiliado ao JNIM atacou a Igreja Christian Alliance na vila de Kounla. Os agressores alvejaram lares cristãos, forçaram os homens a entrarem na igreja e executarem 30 deles. Fontes locais dizem que 27 das vítimas eram cristãs."

O país está em 20º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024, documento publicado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países em que os cristãos são mais perseguidos.

Perseguição a cristãos em Burkina Faso

A instabilidade política após dois golpes militares favoreceu a ação de grupos extremistas islâmicos e aumentou o número de ataques violentos. O país tem uma das crises de deslocamento mais graves do mundo – com muitos cristãos entre os deslocados. O governo militar enfrenta acusações de crimes de guerra. Nesse contexto, aqueles que tentam seguir a Jesus em Burkina Faso sentem-se inseguros.

Burkina Faso, que costumava ser modelo de tolerância religiosa, agora é palco de desentendimento entre muçulmanos e cristãos. Agora, além de enfrentarem violência e ameaças de jihadistas, os cristãos de origem muçulmana são pressionados e ameaçados por parte da família e da comunidade. Muitos têm medo de compartilhar a fé em público porque podem ser rejeitados pelos parentes e forçados a renunciar à fé em Jesus.

“Vivo o tempo todo com medo, sempre que ouço um tiro fico apavorada, achando que eles voltaram para matar todos nós, disse Fati, cristã de Burkina Faso que teve sua casa atacada por grupos radicais muçulmanos. Acesse o vídeo e conheça a história completa de Fati e sua família.

Pelo fim da violência na África Subsaariana

A violência contra cristãos em toda a África Subsaariana é inimaginável. A Portas Abertas pesquisa o problema há anos e, entre outubro de 2022 e setembro de 2023, dos 15 países onde cristãos enfrentaram a perseguição mais violenta por causa da fé, 12 estão na África Subsaariana.

Há dois países, além da Nigéria, onde a situação é mais preocupante: Burkina Faso e Mali, que juntos contabilizam mais da metade das mortes na região. Ambos registraram um grande aumento nos números de ataques. Apesar disso, a igreja local é resiliente e continua crescendo. Cristãos corajosos garantem que o evangelho seja vivido mesmo sob circunstâncias difíceis.

Você pode ajudar, participando da campanha global Desperta África de diversas formas, uma delas é assinando uma petição que pede por proteção, justiça e restauração da população vítima da violência na África Subsaariana. Assine agora a petição global.

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Cristã é sentenciada à morte no Paquistão

Mais uma seguidora de Jesus foi acusada de blasfemar contra Maomé no WhatsApp

Fonte: Portas Abertas

Assim como Shagufta, Asia Bibi (foto) também foi condenada a morte. Bibi foi libertada anos após sua sentença
 foto: Portas Abertas

A cristã Shagufta Kiran foi condenada à morte acusada de blasfemar contra Maomé no Paquistão. Em setembro de 2020, a seguidora de Jesus de 40 anos encaminhou uma mensagem em um grupo de WhatsApp e foi denunciada às autoridades por Shiraz Ahmad Farooqi.

Em julho de 2021, o caso foi registrado contra Shagufta no Centro de Denúncias de Crime Cibernético, na capital Islamabad. No dia 29 do mesmo mês, a cristã, o marido e os quatro filhos foram presos. Mas apenas Shagufta ficou detida e foi considerada culpada na audiência em 18 de setembro de 2024.

A corte paquistanesa ainda condenou a cristã a pagar uma multa equivalente a mais de seis mil reais. Além disso, Shagufta também deve cumprir sete anos de prisão e pagar outra quantia correspondente a mais de dois mil reais. De acordo com a advogada da cristã paquistanesa, ela encaminhou a mensagem sem ler e a família apelará à Suprema Corte.

Shagufta cumpre pena na prisão de Rawalpindi Adiala e está confinada em uma cela solitária. A seguidora de Jesus corre risco de ser assediada e morta por muçulmanos radicais, assim como já aconteceu com outros cristãos acusados pela lei de blasfêmia no Paquistão.

De acordo com a Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa, mais de 2.100 pessoas foram acusadas de blasfêmia no Paquistão desde 1987. A Portas Abertas já noticiou casos de seguidores condenados sob denúncias falsas de falar contra a fé islâmica, um destaque mundial foi da cristã Asia Bibi.

Perseguição a cristãos no Paquistão

O ataque devastador à comunidade cristã em Jaranwala, em agosto de 2023, foi um lembrete preocupante do ambiente hostil que muitos cristãos enfrentam no Paquistão. O ataque a mais de 20 igrejas e quase 100 casas foi uma resposta às alegações de que dois cristãos tinham profanado o Alcorão.

As notórias leis de blasfêmia do Paquistão são, muitas vezes, usadas para tornar grupos minoritários um alvo, mas cristãos são afetados de maneira desproporcional. De fato, aproximadamente um quarto de todas as acusações de blasfêmia visam cristãos, que são apenas 1,8% da população.

Cristãos são visados de outras maneiras também, pública e sutilmente. O número de meninas cristãs (e de outras religiões minoritárias) sequestradas, abusadas e forçadas a se converterem ao islamismo (frequentemente com apoio de tribunais) está crescendo, enquanto igrejas que se engajam em evangelismo diminuem. Todos os cristãos enfrentam discriminação institucionalizada. Ocupações que são consideradas inferiores, sujas e degradantes – como trabalhar como limpador de esgoto ou em uma olaria – são reservadas pelas autoridades para cristãos. Muitos são chamados de “chura”, um termo pejorativo que significa imundo.

Igrejas históricas têm certa liberdade para adorar e fazer outras atividades. Entretanto, são monitoradas intensamente e alvo de ataques a bomba.

O Paquistão está em 7º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.