sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Arqueólogos reconstroem como o exército assírio sitiou a cidade bíblica de Laquis

Os assírios controlavam terras que se estendiam do Irã moderno até o Egito.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CBN NEWS

Relevo do palácio de Tiglath Pileser III em Nimrud, retratando uma cena de cerco com dois escudos maciços em forma 
de L protegendo os soldados assírios. (Foto cortesia: Museu Britânico)

Em 701 antes de Cristo, o império assírio era uma superpotência que empreendeu uma campanha sangrenta contra o Reino de Judá, enquanto zombava abertamente do Deus que os libertou do Egito.

“Depois de tudo o que Ezequias fizera tão fielmente, Senaqueribe, rei da Assíria, veio e invadiu Judá. Ele sitiou as cidades fortificadas, pensando em conquistá-las para si” (2 Crônicas 32: 1).

Os assírios controlavam terras que se estendiam do Irã moderno até o Egito. Em vez de usar o poder de fogo e os aviões de guerra que vemos na batalha hoje, os assírios dominaram com rampas de cerco.

Agora, pela primeira vez, uma equipe de arqueólogos reconstruiu como os assírios podem ter construído uma rampa de cerco maciça usada para conquistar a cidade bíblica de Laquis (Lachish) – a segunda cidade mais importante depois de Jerusalém naquela época. Os vestígios arqueológicos da cidade de Laquis permanecem até hoje no sul de Israel.

A equipe de pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade de Oakland usou escavações arqueológicas em Laquis, textos assírios e bíblicos, iconografia e imagens de drones do século 21 para criar um mapa digital detalhado de onde ficava a rampa há quase 3.000 anos. Eles publicaram suas descobertas no Oxford Journal of Archaeology.

O rei assírio Senaqueribe supervisionou pessoalmente a destruição de Laquis e ordenou que seu exército construísse uma rampa que pudesse alcançar as muralhas da cidade da Judeia.

Os pesquisadores descobriram que a rampa era composta de 3 milhões de pequenas pedras pesando cerca de 6 quilos cada. Reunir tantas pedras levaria tempo, então os soldados assírios provavelmente as escavaram o mais próximo possível da extremidade da rampa - cerca de 80 metros de distância das muralhas da cidade.

“Em Laquis, há de fato um penhasco exposto da rocha local exatamente no ponto onde seria de se esperar”, disse o Prof. Yosef Garfinkel, da Universidade Hebraica.

Senaqueribe

Os homens de Senaqueribe trabalharam sem parar para construir a rampa, passando cada pedra manualmente.

“O tempo era a principal preocupação do exército assírio. Centenas de operários trabalharam dia e noite carregando pedras, possivelmente em dois turnos de 12 horas cada. A mão de obra provavelmente foi fornecida por prisioneiros de guerra e trabalhos forçados da população local. Os trabalhadores eram protegidos por escudos maciços colocados na extremidade norte da rampa. Esses escudos avançavam alguns metros em direção à cidade por dia”, explica Garfinkel.

O profeta Isaías testemunhou o ataque da Assíria contra Judá e os menciona em algumas de suas profecias, dizendo: “Nenhum deles cansado, nenhum deles tropeçando, nenhum deles dormindo ou sonolento, nenhum deles com cinto desamarrado, nenhum deles com alça da sandália quebrada" (Isaías 5:27).

Segundo os pesquisadores, os homens terminaram a rampa em 25 dias.

“Este modelo presume que os assírios eram muito eficientes, caso contrário, levaria meses para ser concluído”, diz Garfinkel.

Enquanto os residentes de Laquis observavam o exército assírio construir a rampa, eles tentariam defender a cidade atirando flechas e jogando pedras no chão.

Rampa

Na etapa final da rampa, vigas de madeira foram colocadas no topo das pedras e seguradas aríetes com peso de até uma tonelada. Os aríetes bateriam nas muralhas da cidade balançando para frente e para trás.

A Bíblia diz que enquanto Senaqueribe sitiava Laquis, ele enviou uma mensagem ao rei Ezequias e aos habitantes de Jerusalém, zombando deles enquanto seus homens cercavam a Cidade Santa.

“Em que você está baseando sua confiança, para permanecer em Jerusalém sob cerco? Quando Ezequias diz: 'O Senhor nosso Deus nos livrará das mãos do rei da Assíria', ele está te enganando, para que você morra de fome e sede”. (2 Crônicas 32:10)

Senaqueribe também ridicularizou a Deus, dizendo: “Assim como os deuses dos povos de outras terras não resgataram seu povo de minhas mãos, o deus de Ezequias não livrará seu povo de minhas mãos”. (2 Crônicas 32:17)

A Bíblia diz que ao ouvir isso, o rei Ezequias e o profeta Isaías clamaram a Deus, “e o Senhor enviou um anjo, que aniquilou todos os guerreiros e os comandantes e oficiais do acampamento do rei assírio. Então, ele se retirou para sua própria terra em desgraça (2 Crônicas 32:21) ... Então, o Senhor salvou Ezequias e o povo de Jerusalém das mãos de Senaqueribe, rei da Assíria, e das mãos de todos os outros (2 Crônicas 32:22).

Garfinkel acredita que há mais a ser descoberto sobre a destruição assíria de Laquis. Ele está planejando novas escavações no sítio arqueológico no futuro.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Como apóstolo Paulo, terroristas do Talibã se convertem durante caça a cristãos

O testemunho foi contado por fontes locais do Afeganistão para Greg Kelley, da organização missionária World Mission.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO MISSION NETWORK NEWS


Imagem ilustrativa de batismo. (Foto: Facebook/World Mission)

Desde seu retorno ao poder no Afeganistão, em 15 de agosto, o Talibã tem mantido sua contínua caça à civis que se opõem às suas ideologias, incluindo ativistas e cristãos.

De acordo com Greg Kelley, da World Mission, os terroristas estão em busca não apenas de cristãos isolados, mas comunidades. “Porque onde há um cristão, na maioria dos casos a tendência é haver vários cristãos”, disse ele ao site Mission Network News.

Falando com fontes locais no Afeganistão, Kelley ouviu relatos de perseguição, mas também milagres que têm acontecido em meio ao caos.

Uma delas é de um grupo de combatentes do Talibã, que saiu em busca de uma comunidade cristã. “Eles foram até essa comunidade e mataram todos eles. No caminho de volta, eles tiveram um encontro com um anjo, que repreendeu esses homens e deu a eles instruções sobre onde ir. Esse alguém (eles não tinham ideia de quem era esse indivíduo) por acaso era um líder do movimento da igreja clandestina”, relata.

Greg Kelley, da World Mission. (Foto: Facebook/World Mission)

Segundo Kelley, os combatentes do Talibã largaram as armas diante do líder cristão, que então pregou Jesus a eles. Os homens se converteram e agora fazem parte da comunidade cristã.

Kelley compara essa história com o que o apóstolo Paulo experimentou enquanto caçava cristãos. “Acho que só precisa ser um lembrete para todos nós, que não podemos colocar Deus em uma caixa, mesmo quando olhamos para os horrores e tragédias do Afeganistão”, observa.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Máquinas de ultrassom do Projeto Salmo 139 salvam vidas em centro de gravidez, nos EUA

O projeto recebeu uma doação de US$ 182.900 do estado para financiar a colocação de sete aparelhos de ultrassom em centros pró-vida.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA BPNEWS


Sala de ultrassonografia em centro de gravidez. (Foto: Reprodução / ERLC)

O governador do Tennessee, Bill Lee, anunciou a parceria do Estado com o Projeto Salmo 139 na colocação de máquinas de ultrassom em centros de recursos para gravidez.

Em um pronunciamento na sexta-feira (12), no centro Birth Choice (Escolha de Nascimento) em Jackson, Lee disse que “uma das partes mais importantes do meu trabalho é proteger a vida das pessoas no Tennessee”.

No entanto, ele afirmou que “não há ninguém em nosso estado que seja mais vulnerável do que o nascituro. E proteger o nascituro é algo que há muito tempo é importante para nós”, explicando que esse desejo também está no coração de sua esposa Mary.

O Birth Choice recebeu a máquina para uma de suas unidades móveis como resultado de uma doação iniciada por Lee no orçamento estadual de 2021-22 para o Projeto Salmo 139, um ministério da Comissão de Ética Batista do Sul e Liberdade Religiosa (ERLC).

Doações para proteger nascituros

O Salmo 139 recebeu uma doação de US$ 182.900 do estado para financiar a colocação de sete aparelhos de ultrassom em centros pró-vida de gravidez no Tennessee. Doações privadas para o Salmo 139 garantem o treinamento da equipe no uso da tecnologia.

A dedicação em Jackson veio no mesmo dia em que os defensores de uma lei pró-vida no Tennessee receberam uma boa notícia. O procurador-geral do estado, Herbert Slatery, anunciou que já havia passado o prazo para que os provedores de aborto apelassem à Suprema Corte dos Estados Unidos de uma decisão do tribunal inferior sustentando a medida de 2015 do Tennessee que exige um período de espera de 48 horas antes de um aborto.

O ERLC espera colocar um total de até 25 máquinas de ultrassom durante 2021, incluindo as sete fornecidas pela concessão estadual. Ele também tem uma meta de fazer 50 colocações entre dezembro de 2020 e janeiro 2023, o 50 º aniversário da da Suprema Corte decisão Roe v. Wade, que legalizou o aborto nos Estados Unidos.

A tecnologia de ultrassom provou ser uma ferramenta vital para os centros de recursos para gravidez em seu ministério para mulheres que estão considerando o aborto. As imagens da ultrassonografia de seus filhos ainda não nascidos ajudaram muitas mulheres a decidirem dar à luz.

Escolha da vida

A Birth Choice, que começou a fornecer serviços no oeste do Tennessee há mais de 33 anos, diz que 80% de seus “clientes preocupados com o aborto” escolheram a vida para seus filhos ainda não nascidos.

A rede de centros fixos em Jackson e Trenton e duas unidades móveis que atendem cinco condados registrou 134 vidas de bebês salvos este ano, de acordo com um porta-voz do Birth Choice. Como clínica médica, oferece não apenas ultrassom, mas também serviços como teste de gravidez, aconselhamento, teste de doenças sexualmente transmissíveis, aulas para pais e um programa de cura pós-aborto.

Brent Leatherwood (à esq.), o presidente interino do ERLC e Brent Lambert (à dir.) com o governador do Tennessee,
 Bill Lee. (Foto: Melissa Higgins / Reprodução / BP Press)

A máquina fornecida pela parceria Salmo 139-Tennessee permite que a Birth Choice não atenda apenas condados “que têm altas taxas de aborto sem centro de gravidez disponível para eles, [mas] também possibilita o envio de unidades móveis para eles duas vezes por semana, “Brent Lambert, Diretor Executivo do Birth Choice, disse em um comunicado à imprensa do ERLC. “O ERLC realmente fez com que as imagens desses bebês valessem mais que mil palavras e permite que eles vivam mil sonhos em uma vida que é muito incerta para muitos deles”.

Elizabeth Graham, a vice-presidente de operações e iniciativas de vida do ERLC, disse no comunicado que estava animada por fazer parceria com a Birth Choice e apoiar sua “missão de compartilhar a esperança do Evangelho com West Tennessee”.

A Birth Choice "está fazendo um trabalho notável para servir mães vulneráveis ​​e salvar bebês em gestação", disse ela, acrescentando que é grata "pela parceria generosa entre nossos líderes estaduais, incluindo o governador do Tennessee, Bill Lee, e o Projeto Salmo 139 para que possamos centros de presentes como o Birth Choice com essas máquinas que salvam vidas sem nenhum custo para eles. Continuaremos este trabalho até que o aborto se torne ilegal, impensável e desnecessário em todo o mundo.”

Projeto Salmo 139

Desde 2004, o Projeto Salmo 139, que é financiado por contribuições de doadores, ajudou a colocar equipamentos de ultrassom em centros de 16 estados. O projeto fez sua primeira colocação internacional em setembro na Irlanda do Norte.

Todos os donativos do Projeto Salmo 139 vão para máquinas e treinamento, já que os custos administrativos do ERLC são custeados pelo Programa Cooperativo, plano unificado de doação da SBC.

O Tribunal de Apelações do Sexto Circuito em Cincinnati manteve a exigência do Tennessee de um período de espera de 48 horas em uma decisão de 9 a 7 em agosto. O tribunal de apelações reverteu a decisão de um juiz federal e seu próprio painel de três juízes. A legislatura aprovou o período de espera depois que um referendo de 2014 esclareceu que a constituição do estado não salvaguarda o direito ao aborto e concedeu poder ao órgão legislativo para agir sobre o aborto.

Ao anunciar que a lei não seria mais contestada, Slatery disse que o Sexto Circuito “reconheceu a validade de uma lei aprovada pelos representantes do povo e não substituiu seu próprio julgamento pela decisão política feita” pelo legislativo e pelo governador.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

‘Israel está unido a cristãos e cristãos estão unidos a Israel’, diz primeiro-ministro

Devido à pandemia, a cúpula “Acordos de Abraão e Religiões Abraâmicas: Parceiros na Paz” foi realizada virtualmente.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CBN NEWS


O primeiro-ministro israelense Naftali Bennett participou de cúpula da Mídia Cristã. (Foto: Vídeo Jerusalem Dateline)

Mais de 100 participantes de todo o mundo estiveram na 5ª Cúpula da Mídia Cristã do Gabinete de Imprensa do Governo de Israel, na quinta-feira (11).

A cúpula deste ano foi intitulada “Acordos de Abraão e Religiões Abraâmicas: Parceiros na Paz” e enfocou os acordos de paz históricos que Israel fez recentemente com seus vizinhos árabes.

O primeiro-ministro israelense Naftali Bennett falou sobre o desafio do islamismo radical e militante que está varrendo o Oriente Médio e a relação de Israel com os cristãos.

“No Oriente Médio, há apenas um lugar que protege totalmente a vida cristã, onde a comunidade cristã está crescendo, prosperando e é o Estado de Israel”, disse ele. “Israel protege os direitos dos cristãos da mesma forma que protegemos os direitos de todas as religiões. Hoje, mais do que nunca, os cristãos estão unidos a Israel e hoje, mais do que nunca, Israel está unido aos cristãos.”

Israel assinou os históricos acordos de Abraão com quatro estados árabes, começando pelos Emirados Árabes Unidos no ano passado. O ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu recebeu crédito por seu trabalho na concretização desses acordos.

“Os acordos de Abraão foram um ponto de viragem histórico. Esta é a primeira vez que Israel fez paz por paz, paz com quatro nações árabes: Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão. Paz que estava beneficiando os povos de ambos os lados na economia, no comércio, no turismo, na tecnologia - em tantas áreas”, disse Netanyahu.

A cúpula reuniu líderes religiosos do judaísmo, cristianismo e islamismo e se concentrou em como eles podem trabalhar juntos pela paz.

Missionários cristãos

“Como construtores de uma nova comunidade, nos inspiramos em nossos predecessores e em particular nos missionários cristãos, que há 50 ou 60 anos construíram hospitais, reduziram a mortalidade infantil e demonstraram a todos nós como líderes religiosos qual o verdadeiro propósito de nossa o papel é ajudar e socorrer os outros”, disse o judeu ortodoxo Ross Kriel, representante da comunidade judaica no governo de Dubai.

O pastor Richard H. Liverance, ex-diretor de marketing regional do Ministério do Turismo, disse que há várias terras mencionadas nas Escrituras, “mas nenhum lugar é mais importante para os estudos bíblicos do que Israel”.

“Uma viagem a Israel aprofunda o amor e a paixão pelas coisas de Deus como poucas outras coisas que eu conheço”, disse ele.

Ahmed Obaid Al Mansoori, fundador do Crossroads Of Civilizations Museum, disse que os acordos de Abraham “deram esperança ao mundo” no meio de uma pandemia mortal.

O fundador da KAIROS Company e presidente do Congresso de Líderes Cristãos, Rev. Johnny Moore, abordou a questão do antissemitismo.

“Damos por certo este tempo incrível em que vivemos, em que, por séculos, consideramos isso quase a abertura do Mar Vermelho por uma amizade entre o povo judeu e entre a comunidade cristã em todo o mundo,” Disse Moore.

“Séculos de antissemitismo, séculos de conflito entre as comunidades, séculos de danos e ainda agora 80 milhões de evangélicos nos Estados Unidos e 800 milhões de evangélicos em todo o mundo são o grande firewall contra o antissemitismo. Estamos vivendo na era de ouro da amizade judaico-cristã”, acrescentou.

Martin Luther King

Glenn Plummer, o Bispo de Israel para a Igreja de Deus em Cristo, falou sobre a relação da Igreja Negra da América com o Sionismo e Israel, o que eles chamaram de “Sionismo Negro”.

“Acho que foi o Dr. Martin Luther King quem melhor o definiu. Este não é um conceito novo. Só o mencionei porque isso foi há mais de 50 anos. O próprio Dr. King define o sionismo”, disse Plummer.

Os painéis examinaram a cobertura da imprensa nos Emirados Árabes Unidos e Bahrein desde os acordos, bem como como os Acordos de Abraão impactaram o relacionamento entre árabes israelenses e judeus.

A conferência terminou com um convite para os cristãos virem a Jerusalém, a cidade que os judeus ao redor do mundo ansiavam ao longo dos milênios.

“Jerusalém foi conquistada, erguida e agora reconstruída. Jerusalém está aqui em nosso coração esperando por você para vir e visitar. E a isso dizemos juntos: no próximo ano em Jerusalém!” disse Nitzan Chen, Diretor do Gabinete de Imprensa do Governo de Israel.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Descoberta arqueológica em Jerusalém pode evidenciar idolatria entre israelitas

Os israelitas aparentemente não limitaram sua adoração a Yahweh, mas adoraram um panteão de deuses, incluindo o infame Baal.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO HAARETZ

Pernas de um deus cananeu em um templo de Judá. (Foto: David Rafael Moulis)

Partes de uma estátua de antiga divindade cananeia pode ter sido encontrada no lugar aparentemente mais impensável: um santuário de Judá perto de Jerusalém da época do lendário Templo do Rei Salomão.

O santuário também se parece muito com as descrições bíblicas daquele Primeiro Templo e é visto como um reflexo das crenças e rituais que eram mantidos em Jerusalém na época.

Se a descoberta for verificada, seria uma evidência tangível confirmando a suspeita de longa data de que, no período do Primeiro Templo, começando 3.000 anos atrás, a religião dos antigos israelitas era muito diferente da fé anicônica e monoteísta que o Judaísmo mais tarde se tornou.

Os israelitas aparentemente não limitaram sua adoração a Yahweh, mas adoraram um panteão de deuses, incluindo o infame Baal.

A ênfase aqui está no “se” porque os pesquisadores estão sendo muito cautelosos sobre como interpretam essa pedra desgastada, que foi encontrada no templo da antiga comunidade de Motza, a apenas seis quilômetros do Monte do Templo em Jerusalém.

O artefato pode ser uma pedra que se quebrou de uma forma incomum, mas é mais plausível que fosse parte de um relevo feito pelo homem representando as pernas de uma figura em pé. Isso seria típico das imagens religiosas levantinas e cananeias nas quais divindades, governantes e seres míticos eram retratados em pé, dizem os arqueólogos.

A pedra enigmática foi incrustada em uma das paredes maciças do templo Motza e foi vista neste verão pela arqueóloga Shua Kisilevitz, um arqueólogo da Universidade de Tel Aviv que codirige a escavação junto com o Prof. Oded Lipschits.

Altar no templo de Motza, do início do século 9 a.C. (Foto: David Rafael Moulis)

“Esta seção foi escavada anteriormente, mas não foi devidamente limpa”, diz Kisilevitz. “Não é surpreendente que inicialmente não a tenhamos percebido, mas este é um daqueles casos em que, uma vez que você vê, você não pode deixar de vê-lo”.

A menos que os pesquisadores estejam sofrendo de uma ilusão de ótica coletiva, o relevo de fato mostra os membros inferiores de uma figura com os pés apontando na mesma direção, o que, no antigo Oriente Próximo, costumava ser uma pose usada em representações de divindades atacando a tempestade, como Baal, observa Kisilevitz.

“Por ser tão desgastado, sempre há uma chance de que tenha se formado naturalmente. É possível, mas não plausível”, diz ela.

Representantes do Templo de Salomão

O local de Motza foi escavado pela primeira vez em 1993 pela Autoridade de Antiguidades de Israel antes dos trabalhos de construção de um novo viaduto na estrada para Jerusalém, que agora se eleva acima das ruínas do antigo complexo.

O santuário é um de um punhado de templos da Idade do Ferro que foram descobertos no Levante e que foram construídos quase na mesma época que o Templo de Salomão - no século 10 AEC, se seguirmos a cronologia bíblica. Esses edifícios vão desde o monumental templo siro-hitita de Ain Dara (que foi fortemente danificado pelas recentes operações militares turcas no norte da Síria) até o santuário muito menor na fortaleza judia de Arad, no sul de Israel.

Embora pertencessem a diferentes povos e entidades políticas, todos esses templos compartilhavam certas características, como uma estrutura de três câmaras (um pátio, um salão principal e um santuário) e, nos exemplos mais monumentais, a presença de pares de esfinges ou leões servindo como guardiões.

É improvável que os restos do Primeiro Templo jamais sejam encontrados, em grande parte devido à massiva reconstrução do Segundo Templo pelo Rei Herodes na época dos romanos e porque a escavação no local que agora abriga os principais santuários muçulmanos poderia desencadear uma guerra mundial.

Portanto, para os pesquisadores, estudar esses outros santuários do Oriente Próximo tem sido a melhor coisa na busca para obter uma visão sobre as práticas religiosas do Primeiro Templo e as crenças dos antigos israelitas.

Estatueta de cavalo rústica encontrada em Motza, indicando o politeísmo entre judeus. (Foto: David Rafael Moulis)

Investigação

O templo de Motza tem sido um impulso particular para esta linha de investigação, tanto porque é quase do mesmo tamanho que o santuário sagrado de Salomão (descrito em 1 Reis 6) e devido à sua proximidade com Jerusalém. Isso significa que, durante uma parte considerável de sua história, o assentamento em Motza deve ter sido parte do Reino de Judá, e seu templo deve refletir as crenças religiosas oficiais promovidas pela dinastia davídica.

Não se sabe quando exatamente Motza foi incorporado a Judá (ou quando o próprio Judá se tornou um reino), mas está claro que a área deve ter tido certa importância para Jerusalém. Não era apenas na principal abordagem ocidental da cidade, mas o vale circundante era um celeiro próspero, como evidenciado pelos numerosos silos de grãos que foram descobertos ao redor do templo.

“Este não é um santuário pequeno e periférico, é um templo enorme e monumental que quase se iguala ao de Jerusalém e fica bem na estrada para a cidade, que fica a apenas alguns quilômetros de distância”, diz Kisilevitz. “Todo mundo deve ter sabido disso. Não poderia ter existido se não fosse considerado legítimo e aprovado pelos governantes em Jerusalém.”

Daí a grande empolgação - e cautela - em expor algo que parece contrariar os princípios mais básicos do judaísmo, conforme listados no primeiro e segundo mandamentos: a adoção do monoteísmo e a proibição de fazer imagens de escultura.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Ataques a casas e igrejas forçam fuga de cristãos em Mianmar

Os seguidores de Jesus estão vivendo nas florestas para fugir dos conflitos no estado de Chin


Fonte: Portas Abertas


A Portas Abertas tem apoiado os cristãos perseguidos no país, com distribuição de Bíblias, alimentos e ajuda sócio-econômica
Crédito: Portas Abertas

Desde a tomada de poder pelos militares em Mianmar, a situação dos seguidores de Jesus se agravou no país. Principalmente dos que vivem no estado de Chin, de maioria cristã. O resultado das destruições de igrejas e casas é o deslocamento de irmãos e irmãs na fé. Eles fugiram para a selva e vivem em más condições.
O governo do país enviou tropas para as regiões montanhosas com o objetivo de combater a Frente Nacional Chin, que é composta por pessoas que lutam contra a ditadura militar. As ações na região já resultaram em saques, bombardeios, invasões de igrejas e morte de um pastor local. “A situação é difícil de descrever. Onde quer que os militares vão, eles queimam casas, matam porcos e ocupam igrejas”, explica o irmão Lwin*.

Em 29 de outubro, mais de 130 casas e as igrejas da rocha e presbiteriana foram incendiadas na cidade de Thanthlang Township. Todos os moradores fugiram devido às ameaças e violência e não teve quem ficasse para apagar os incêndios. Zew That *, outro cristão que precisou fugir, compartilha: “Sempre que ouvimos uma voz alta ou tiros, ficamos com medo”.

Desafiados a sobreviver e perdoar
Segundo Zew, uma casa significa muito para uma pessoa natural de Chin. Ela representa abrigo e proteção e quando é destruída torna a questão do perdão mais difícil. “Sabemos que a Bíblia nos diz para perdoar os inimigos. Esperamos que outros cristãos orem por nós para que possamos obedecer.”

A parceira local Daisy Htun* conta como as igrejas locais foram alvo da ação dos militares. “Prédios e propriedades de igrejas foram atacados, vandalizados, roubados e até queimados. Quando os bombardeios começaram e as violentas repressões se seguiram, o povo não teve escolha a não ser fugir. De acordo com nossos registros de campo, 30 igrejas foram atacadas pelos militares desde o golpe”, afirma.

Mas apesar da insegurança, o trabalho da Portas Abertas não foi interrompido. “Implementamos os treinamentos online e visitas aos cristãos perseguidos e aos deslocados internos em meio à agitação no país. Retomamos alguns trabalhos com os jovens, crianças e casais, e Deus nos permitiu alcançar os refugiados com ajuda emergencial”, compartilha o irmão Lwin.

Os riscos e resultados de obedecer a Deus

Entretanto, os riscos que os parceiros correm são grandes, já que os militares prometeram matar todos os homens que encontrarem pelo caminho. Outro problema é o inverno que está chegando e os cristãos estão sem roupas adequadas para enfrentar o frio intenso. “Estamos sendo pressionados de todos os lados — em alguns vilarejos, os militares nem mesmo permitem a entrada de mercadorias. As necessidades básicas e medicamentos, como paracetamol, estão fora de alcance. As pessoas estão se sentindo impotentes”, completa Lwin.

Em setembro de 2021, a Portas Abertas apoiou diretamente 17.135 cristãos com socorro, ajuda prática e treinamento bíblico em Mianmar. “Louvado seja o Senhor pela distribuição de alimentos para os cristãos. Eu e minha filha podemos nos sustentar até hoje com o que recebemos. Já se passaram três meses”, agradece Hayma Aye*, uma das beneficiadas.

A consequência desse trabalho de apoio na dificuldade foi a conversão de 544 pessoas. Cerca de 166 decidiram se batizar: “Louvado seja Deus porque estamos vendo muitas pessoas encontrando a Cristo neste momento. Deus ainda está trazendo pessoas para si”, comemora o irmão Lwin.

Você pode fazer parte disso

Para participar da vida dos mais de 340 milhões de cristãos perseguidos no mundo, e ser diferença na vida deles, você pode conhecer mais, interceder, doar e encorajar). Para saber mais, acesse www.portasabertas.org.br

*Nomes alterados por segurança.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Apresentadora da Record é atacada após matéria sobre origens pagãs do Halloween

Foto Reproução do YouTube

Fonte: noticias.gospelmais 

Por Thiago Chagas 


A RecordTV apresentou uma reportagem sobre as origens do Halloween no último domingo e usuários das redes sociais tripudiaram sobre o conteúdo, protestando contra a apresentadora do Domingo Espetacular, Carolina Ferraz.

A matéria exibida pela emissora trouxe uma entrevista de um historiador que recapitulou as origens da festa, também conhecida como Dia das Bruxas, por volta do ano 1200 na Europa, por influência dos povos celtas.

“Essa cultura celta, muitas vezes conhecida como paganismo, acreditava-se muito na aproximação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. No dia 31 de outubro, era muito comum acreditar que essa relação e esse tecido entre o mundo dos vivos e dos mortos estaria mais próximo”, afirmou o historiador Ashley Trindade.

As festas era marcadas por sacrifícios de animais e preparação de oferendas, com uso de simbologias, explicou o historiador: “Você tem uma série de outros elementos místicos, mágicos, como bruxas, gnomos, e por aí vai. As pessoas usavam máscaras para poder afastar esses espíritos”.

A reportagem também destacou o fato de que outras crenças também usaram a data para celebrações, como a chamada “All Hallows Eve”, que pode ser entendido como “véspera de todos os santos”.

O professor de filosofia Guilherme Freire também foi entrevistado e destacou que as diferentes origens das festas criaram um ambiente místico: “Ficou um trido. Tinha ‘All Hallows Eve’, que era o dia anterior ao dia de todos os santos e o dia das almas, que era o terceiro. Os três celebravam a cultura que é a morte. Então, o Halloween acabou virando uma celebração da morte”.

Ignorância e deboche

No Twitter, diversos entusiastas da festa de Halloween atacaram a apresentadora Carolina Ferraz por conta da reportagem: “Perdeu tudo! O drama de Carolina Ferraz, antes uma das principais atrizes desse país, agora sendo obrigada a ler manchete tendenciosa da Record!”, escreveu um internauta.

“Eu entendo que todo mundo tem boletos pra pagar, mas ############, Carolina Ferraz”, debochou outro.

“Entendi o fato da Carolina Ferraz não querer mais fazer novela, querer se reinventar. Mas, não imaginava que era pra se prestar a um papel desses, né?”, atacou uma terceira, indicando desprezo ao conteúdo histórico sobre a origem da festa pagã.

Influência negativa

O pastor Renato Vargens, que já publicou artigo sobre o tema, usou também sua conta no Twitter para reprovar o comportamento de cristãos que aderem ao Halloween ao invés de celebrarem a Reforma Protestante, ou tentam conciliar ambas.

“Os que acham que podem comemorar a Reforma Protestante com celebrações de Halloween gospel, demonstram que não sabem o que é a Reforma Protestante e muito menos o Halloween, porque se soubessem jamais fariam essa mistura exdrúxula”, criticou.

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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Apenas 13% dos evangélicos dão o dízimo, segundo pesquisa nos EUA

Estudo nos EUA mostra como os evangélicos lidam com dízimos e ofertas.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST


Estudo mostra que evangélicos não são tão engajados nas ofertas como deveriam. (Foto: MaxPixel)

Embora a maioria dos evangélicos diga que o dízimo é um mandamento bíblico, apenas 13% se engaja na prática e metade doa menos de 1% da renda à igreja, segundo um novo estudo publicado nesta segunda-feira (1º) nos Estados Unidos.

O estudo “O Fator Generosidade: Evangélicos e Doações” é resultado de uma pesquisa da Gray Matter Research em parceria com a agência Infinity Concepts, que entrevistou cerca de 1.000 evangélicos americanos.

Segundo o relatório da pesquisa, em uma média geral — que inclui pessoas que ofertam e outras que não — os evangélicos doam 2,4% de sua renda para a igreja e 0,8% para a caridade.

Os pesquisadores explicam que os números da média geral são elevados por pessoas que doam grandes quantias, mas o quadro se torna preocupante quando os dados são analisados de perto.

“A média para doações na igreja é 0,57% — sim, isso é pouco mais da metade de 1% — enquanto para doações de caridade, é 0,1% (ou um décimo de 1%). As doações totais à igreja e à caridade combinadas mostram um valor médio de exatamente 1%. Pense nisso por um momento: metade de todos os evangélicos americanos dão menos de 1% de sua renda familiar para a igreja ou caridade”, disseram eles.

O estudo descobriu que, em média, os evangélicos doaram US$ 1.923 para a igreja e US$ 622 para instituições de caridade nos últimos 12 meses, totalizando US$ 2.545 em doações. Fazendo uma média geral, no entanto, os evangélicos doaram apenas US$ 340 para a igreja e US$ 50 para a caridade, num total de US$ 390.

“Claro, esses números incluem muitos evangélicos que não dão nada”, esclarecem os pesquisadores. “Se considerarmos apenas aqueles que doam para a igreja, a média de doação da igreja é de US$ 2.603, com uma média de US$ 800. E se considerarmos apenas os doadores de caridade, a média é de US$ 1.067 doados a instituições de caridade, com uma média de US$ 300”.

Generosidade dos evangélicos

O estudo descobriu que pessoas que estão mais engajadas com sua igreja e sua fé tendem a dar mais para sua igreja.

Quanto maior a renda familiar dos evangélicos, mais eles também podem dar. Entre os evangélicos com renda familiar abaixo de US$ 30.000 por ano, a média do total de doações foi de US$ 300. Isso dobrou para US$ 600 em caso de pessoas que ganham entre US$ 30.000 e US$ 60.000. Mais do que dobrou para US$ 1.400 em rendas entre US$ 60.000 e US$ 100.000. Com seis dígitos, a média de doações é de US$ 2.200.

Quando os pesquisadores compararam a taxa de doações por renda, no entanto, não foi encontrada muita diferença.

“A generosidade média para os evangélicos de renda mais baixa é de 2,4%, aumentando para 3,2% para aqueles que ganham entre US$ 30.000 e US$ 60.000. Mas tem um pequeno aumento para 3,5% entre aqueles que ganham de US$ 60.000 a US$ 100.000, e 3,7% entre aqueles com renda de seis dígitos. Portanto, as famílias evangélicas de renda mais baixa mostram níveis de doação mais baixos, mas há relativamente pouca diferença nos níveis de generosidade entre uma família evangélica que ganha US$ 50.000 e outra ganha US$ 150.000”, observaram.

Os pesquisadores apontaram que as doações evangélicas não são mais generosas do que as de outros americanos. Eles citaram um artigo da Grey Matter Research de 2017 chamado “Os americanos são muito menos generosos do que pensam que são”, que descobriu que o americano doa, em média, 3,2% de sua renda à igreja ou caridade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

China impacta o mundo ao anunciar sua ‘doutrina igualitária’ visando ‘prosperidade comum’

Partido Comunista muda suas prioridades sobre a sociedade e a economia e pode trazer consequências globais.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE REUTERS E BBC NEWS



China fortalecerá reformas tributárias para alcançar "prosperidade comum". (Foto: AFP)


Não é novidade que a China defende “uma sociedade menos desigual e com disparidades menores entre ricos e pobres” — esta é a definição chinesa para o que o mundo conhece como comunismo.

O assunto ganhou força na retórica de autoridades do país com um novo termo: prosperidade comum.

Porém, essa bandeira defendida pelo presidente Xi Jinping, nos últimos meses, tem chamado a atenção de especialistas de outras nações, já que “os planos da China têm o potencial de provocar enormes repercussões no resto do mundo”, de acordo com a BBC News.

Como funciona a “doutrina igualitária” da China

A China pretende "dividir o bolo" ajustando "razoavelmente" a renda dos mais ricos e elevando a renda dos grupos mais pobres, informou a agência estatal de notícias Xinhua.

“Mas a política tributária da China não deve ser mal interpretada como algo que rouba dos ricos para ajudar os pobres”, defendeu o artigo que disse representar “departamentos relevantes e pessoas autorizadas”.

Os críticos alertam que as medidas levam a um controle ainda maior do Estado sobre como o setor privado e a sociedade serão governados. Uma das mais visíveis consequências da “doutrina da prosperidade comum” tem sido um novo foco do setor privado chinês, com suas prioridades sendo direcionadas para o mercado doméstico.

Empresas que investem na China

A gigante de tecnologia Alibaba Group, cujo mercado global tem crescido nos últimos anos, comprometeu-se com 15,5 bilhões de dólares para a promoção de iniciativas de prosperidade comum na China.

Além disso, a Alibaba estabeleceu uma equipe dedicada a isso, liderada pelo executivo-chefe da empresa, Daniel Zhang. A empresa diz que se beneficiou do progresso econômico do país e que “se a sociedade está indo bem, e a economia está indo bem, então a Alibaba ficará bem”.

Sua concorrente Tencent, outra gigante da tecnologia, também está entrando nessa área. Prometeu 7,75 bilhões de dólares para a causa. O mundo corporativo chinês está disposto a mostrar que está contribuindo para o mandato do Partido Comunista nessa iniciativa.

‘Empresários se acostumam com a ideia’

Quando começou o movimento para que mais empresas apoiassem publicamente a nova visão do líder Xi Jinping, isso causou um "certo choque", disse privadamente à BBC um alto executivo de uma empresa chinesa.

A origem dessa disparidade de renda remete a reformas feitas há cerca de 40 anos, que abriram a economia de mercado chinesa e permitiram o acúmulo de vastas fortunas pessoais, informou a agência Reuters.

Ao mesmo tempo em que surgiam centenas de bilionários no país, crescia a desigualdade entre a China rural e a urbana. Se a prosperidade comum significa um foco maior na emergente classe média chinesa, isso pode significar um rápido avanço para empresas globais que sirvam esses consumidores.

“Podemos ver que o foco em jovens obtendo empregos é bom", disse Joerg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China.

O luxo pode perder espaço

Entretanto, negócios ligados ao setor de luxo podem não se sair tão bem, alerta Wuttke ao explicar que o foco será o crescimento da classe média.

“Os gastos chineses representam cerca de 50% do consumo de luxo no mundo e, se a China decidir comprar menos relógios suíços, gravatas italianas e carros de luxo europeus, essa indústria sofrerá um baque”, apontou.

Steven Lynch, da Câmara Britânica de Comércio na China, também diz que a prosperidade comum não é garantia de que a classe média vai crescer da mesma forma que cresceu nos últimos 40 anos.

Lynch também faz um questionamento que interessa à comunidade global: “Se eles estão se voltando mais para dentro, então será que eles realmente precisam do resto do mundo?", provocou.

O ‘novo socialismo’

"O Partido está agora preocupado com os trabalhadores medianos — como motoristas de táxi, trabalhadores migrantes e rapazes que fazem serviços de entregas", diz Wan Huiyao, do Centro para China e Globalização, de Pequim.

"A China quer evitar a sociedade polarizada que alguns países ocidentais têm, o que temos visto levar à desglobalização e à nacionalização”, ele disse.

Mas observadores da China de longa data dizem que o Partido realmente quer transformar o socialismo — com características chinesas — para que seja um modelo alternativo para o resto do mundo, então a prosperidade comum não é o caminho.

"Isso é parte da guinada para a esquerda e parte da guinada na direção de cada vez mais controle que tem sido indicativa do governo de Xi Jinping", diz George Magnus, acadêmico associado do Centro da China da Universidade de Oxford.

A realidade é outra

"A pressão implícita é para cumprir com os objetivos do Partido. Haverá imposto sobre rendas altas e 'não razoáveis' e pressão sobre empresas privadas para que façam doações para os objetivos econômicos do Partido”, alertou Magno.

O acadêmico também explica que se trata de uma espécie de China Utópica, imposta de cima para baixo, que o Partido espera que se mostre um modelo viável para o mundo, como alternativa ao que o Ocidente tem a oferecer.

Mas ele vem com um detalhe: ainda mais controle e poder nas mãos do Partido. A China sempre foi um ambiente difícil para negócios estrangeiros operarem, e a prosperidade comum significa que a segunda maior economia do mundo ficou ainda mais difícil de navegar.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Restos de 1400 judeus mortos no Holocausto são encontrados em valas na Bielo-Rússia

O local do sepultamento era procurado há décadas por pesquisadores.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE YNET NEWS


Ossos de vítimas encontrados em vala comum, em Luninets, Bielo-Rússia. (Foto: Bielorrússia 1/Ynet News)

Uma missão de busca que já dura décadas levou pesquisadores a um cemitério perdido, onde centenas de homens judeus foram presos e executados pelos nazistas, em agosto de 1941.

Os restos mortais de cerca de 1.400 judeus assassinados pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, foram encontrados em uma vala comum na cidade de Luninets, na Bielo-Rússia.

“Durante décadas, procuramos o local de sepultamento dos homens e só na semana passada começaram os trabalhos de escavação onde os ossos foram encontrados”, disse Ilana Sela, que liderou a busca após a sepultura junto com seu falecido pai, Shlomo Alfiner, que cresceu na cidade.

Sapatos que foram encontrados na vala, junto aos restos mortais. (Foto: Bielorrússia 1/Ynet News)

Assassinatos de judeus

Sabe-se que os 1.400 homens, cujos restos mortais foram encontrados em Luninets, foram assassinados em agosto de 1941 por 300 algozes do Batalhão de Polícia nazista 306, cujo trabalho era realizar execuções em massa nas áreas ocupadas pelos alemães na União Soviética.

As escavações foram realizadas por membros da Unidade Forense do Ministério da Defesa do país, que até agora abriram duas das sete tumbas do local e exumaram os restos mortais de cerca de 150 pessoas enterradas ali, bem como dezenas de itens pessoais, incluindo pentes, sapatos, óculos e até dentaduras.

Até sua libertação em julho de 1944, mais de 16 mil civis foram assassinados pelo regime nazista no distrito de Luninets, localizado na região de Brest, na Bielo-Rússia. De acordo com relatos históricos, pelo menos 600 vítimas foram queimadas vivas, cerca de 200 das quais eram crianças.

Em 2019, as autoridades bielorrussas enterraram os restos mortais de mais de 1.200 vítimas judias do Holocausto, cujos restos mortais foram desenterrados na região de Brest também por construtores que encontraram a vala comum da era nazista durante as obras.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Mais de 8 mil cristãos adotaram costumes judaicos no Brasil, segundo estudo

Além de guardar costumes, a pesquisadora Manoela Carpenedo observa o aumento de cristãos brasileiros interessados em conhecer sua ascendência judaica.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO FORWARD


Brasileiros seguram a bandeira de Israel. (Foto: Silvia Izquierdo/AP)

Cerca de 8.000 cristãos passaram a observar costumes judaicos em todo o Brasil, de acordo com a pesquisadora Manoela Carpenedo, antropóloga e socióloga da religião que fez um estudo sobre a aproximação entre os evangélicos brasileiros com o judaísmo.

Seu estudo é detalhado no livro “Se Tornando Judeu, Crendo em Jesus: Evangélicos Judaizantes no Brasil” (no original em inglês: Becoming Jewish, Believing in Jesus: Judaizing Evangelicals in Brazil).

Entre as práticas judaicas observadas por cristãos, estão a guarda das festas judaicas, o shabat, estudo do hebraico, a comida kosher, a leitura do Talmude e da literatura rabínica.

Carpenedo observou que muitos evangélicos passaram a aderir rituais e símbolos judaicos, mas sem o interesse em se converter ao judaísmo. Ela explica que isso acontece por razões teológicas.

“Eles acreditam que podem contribuir para o cristianismo, reformando os tipos deformados de cristianismo encontrados no culto pentecostal, através do judaísmo”, disse ela em entrevista a Benjamin Ivry, publicada no The Forward, uma mídia judaica dos EUA. “Eles entendem o judaísmo de Jesus e tentam ser como Jesus, judeu.”

A pesquisadora observou que os cristãos poderiam se aproximar das práticas do Antigo Testamento se tornando “adventistas do sétimo dia” ou parte de uma “igreja pentecostal rígida”, mas acabaram se reconectando a Israel. “Por um lado, eles estão reformando o pentecostalismo por meio do judaísmo e, por outro, eles têm essa identidade étnica que desejam combinar e manter, como um avivamento e uma reforma”, avalia.

Genealogia judaica

Ela também observa o aumento de cristãos brasileiros interessados em conhecer sua ascendência judaica. Muitos passaram a pagar investigações genealógicas e exames de sangue para ver se sua família veio de judeus convertidos em Portugal, explica.

“Eles têm uma maneira urgente de entender a Bíblia e o judaísmo como algo conectado com o fim dos tempos. Eles estão de alguma forma ressuscitando seu judaísmo enquanto trazem outros cristãos a ele. Eles acreditam que no Brasil, todo mundo é de alguma forma judeu em certo nível. Então, sejam as pessoas 75% judias ou 5%, todos devem embarcar nisso e crer na Torá”, observa Carpenedo.

Por fim, a pesquisadora acredita que apesar da diversidade cultural do Brasil, o judaísmo está criando raízes entre as igrejas. “É um avivamento e reinvenção da religião. Algo está mudando no mundo cristão e o judaísmo está contribuindo para isso”, opina.