sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

‘Participar das brincadeiras é concordar com a festa’, diz pastor sobre Carnaval

O teólogo lembrou que toda festa tem seu motivo e participar é o mesmo que endossar: “Não busque a tentação”, ele disse.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

“Não busque a tentação”, diz Rodrigo Silva sobre as festas de Carnaval. (Foto representativa: Piqsels)

Ao falar sobre o feriado de Carnaval e sua origem, o arqueólogo e teólogo Rodrigo Silva comentou sobre a participação direta ou indireta dos cristãos na chamada “festa da carne”, como ele lembrou.

Durante uma entrevista ao “Positivamente Podcast” com a apresentadora Karina Bacchi, em fevereiro de 2022, ele fez uma comparação: “É óbvio que um vestido de noiva branquinho vai ficar sujo num lamaçal”.

“Até que ponto eu posso ir sem negar a minha fé e a minha identidade?”, questionou ao falar sobre a relação do crente com o mundo.

‘Cristianizaram as festas pagãs’

Rodrigo cita a história da Igreja e a época em que o mundo foi cristianizado, não por conversão, mas por um decreto imperial: “As religiões pagãs continuaram existindo, mas perderam espaço público”.

Constantino se tornou cristão, então a sociedade da época foi obrigada a ser cristã, pelo menos no título. “Ou fazia isso ou perdia pontos com o imperador. Como muitos se vendiam, se tornaram cristãos não por conversão, mas por conveniência”,

De acordo com Rodrigo, os pagãos chegaram ao cristianismo com suas práticas antigas: “Foi aí que o diabo ganhou um ponto em relação ao povo de Deus e nós temos que chorar por isso”, disse ao esclarecer que o cristianismo se corrompeu.

“Quando o cristianismo se vendeu, ele começou a pagar o preço”, observou ao apontar que os líderes da época ficaram de olho nas festas dos pagãos por causa do alto lucro financeiro.

“Aquele dinheiro virava quermesse e dava sustento às igrejas. Foi assim que cristianizaram as festas pagãs”, explicou.

Festas pagãs atreladas ao calendário eclesiástico

Atrelaram o carnaval à festa de Baco e adicionaram ao calendário eclesiástico como uma forma de ter todas as pessoas ali”, disse Rodrigo sobre a manipulação da igreja na época para dominar o povo.

A “Festa de Baco” também conhecida como “bacanal” era uma celebração da Grécia Antiga que acabou sendo incorporada pelos romanos. Era uma homenagem ao Deus Baco, também chamado de Dionísio para os gregos.

Dionísio era o “Deus do vinho e dos excessos”, principalmente sexuais. Ele representava os prazeres mundanos e segundo a mitologia greco romana, quando alguém utilizava-se de bastante vinho, Baco ou Dionísio possuía seu corpo e tomava responsabilidade por suas ações.

Ao misturar as festas cristãs às pagãs, o resultado foi desastroso. Ao explicar sobre o sentido original das festas de carnaval, o teólogo resumiu: “A pessoa podia pecar à vontade no carnaval, mas depois de 40 dias viria a semana santa e a pessoa teria que se penitenciar. O perdão seria dado através de uma indulgência da igreja”.

“Essa era uma forma de domínio da religião sobre as mentes. No século 16, por exemplo, essa indulgência se tornou algo que era vendido mesmo. As pessoas poderiam comprar o perdão de um pecado que nem haviam cometido ainda”, apontou.

A quaresma representava os 40 dias que Jesus passou no deserto e a quarta-feira de cinzas era uma reflexão para lembrar que todo ser humano é pó e ao pó retornará.

E assim, as religiões se misturaram. Os pagãos aprenderam a pedir perdão após seus pecados e os cristãos se contaminaram completamente ao participar de suas festas, perdendo o verdadeiro sentido das festas bíblicas.

“Cada festa tem seu motivo e participar é o mesmo que endossar”, diz Rodrigo Silva (Foto representativa: Piqsels)

“E se eu me vestir de borboleta e jogar confetes?”

Karina Bacchi perguntou ao teólogo se é errado um cristão somente participar das brincadeiras de carnaval, se vestindo de borboleta, por exemplo, e jogando confetes. Ou ainda ligar a TV e assistir aos desfiles durante o feriado.

“É possível fazer um show de humor num funeral? Tem como ir com um vestido de noiva branquinho para um lugar cheio de lama?”, ele respondeu com outras perguntas.

Karina e Rodrigo concordaram que “cada festa tem seu motivo” e participar é o mesmo que endossar.

“É óbvio que uma pessoa com um vestido branco vai sair toda suja de lama, ainda que ela insista que não vai participar e só vai assistir”, completou e ao finalizar, Rodrigo lembrou das palavras de Jesus, na oração do “Pai Nosso”.

“Não vos deixeis cair em tentação. No original grego do NT, a expressão é ainda mais clara: ‘Não permita que eu vá para a tentação’. Ou seja, não busque a tentação, não se coloque numa situação difícil. Além disso, participando, que imagem você dará às crianças e aos jovens?”, questionou ao concluir.

‘A antiga Antioquia agora é uma cidade fantasma’, lamenta pastor na Turquia

Madrigal gravou um vídeo mostrando a destruição: “Há muita necessidade aqui. Não há água, não há eletricidade e a infraestrutura está em colapso”.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE EVANGELICAL FOCUS

Cidade de Antakya depois do terremoto. (Foto: Captura de tela/YouTube Protestante Digital)

Um vídeo com relatos de Marc Madrigal, que é pastor de uma igreja em Istambul, mostra como a cidade de Antakya — a antiga Antioquia da Síria — ficou depois do terremoto devastador, ocorrido em 6 de fevereiro, deixando mais de 40.000 mortos.

Ele viajou para a zona do desastre em representação da Fundação da Igreja Protestante Turca e ao chegar lá, constatou que 80% dos prédios desabaram ou terão que ser demolidos.

O vídeo foi gravado na manhã de 15 de fevereiro, doze dias após o desastre natural. Em 5 minutos de gravação, somente a voz do pastor e o som dos pássaros são ouvidos.

‘Cidade fantasma’

Madrigal lamenta que a antiga Antioquia, que foi a terceira maior cidade do Império Romano, seja agora “uma cidade fantasma”.

“A maioria das pessoas partiu, talvez uns 10% tenha ficado. Os que ficaram são pessoas sem recursos, refugiados sírios ou pessoas que não querem perder seus pertences. Muitos foram para Ancara e outras cidades”, ele explicou.

“Há muita necessidade aqui. Não há água, não há eletricidade e a infraestrutura está em colapso. Serão necessários 2 ou 3 anos para que as pessoas reconstruam suas casas”, disse.

“As pessoas que ficam em barracas ou contêineres vão precisar de geradores de energia. Além disso, vão necessitar de tanques de água para higiene pessoal e lavagem de roupas”, continuou.

“Há um trauma tremendo aqui”

Além de todos os problemas já citados, o pastor lembra ainda do frio intenso. “Faz frio demais aqui, então, aquecedores também seriam muito úteis. As pessoas se reúnem à noite e acendem fogueiras”, contou.

“Apesar do terremoto e suas consequências, elas conversam e conseguem rir e tudo parece normal. Mas não é assim. Ontem eu estava conversando com um irmão que parecia bastante alegre. Mas ele me disse que havia perdido todos os seus netos e que sua filha havia sido resgatada dos escombros e estava no hospital”, disse.

Segundo Madrigal, existem muitas histórias como esta, de pessoas que perderam parentes ou vizinhos. “Há um trauma tremendo aqui”, considerou ao dizer que há cidades menos afetadas, mas é possível que em Antakya é onde a situação parece pior.

‘Queremos nos envolver como Igreja’

“Como Igreja, isso é o que posso compartilhar até agora, pois queremos nos envolver com as pessoas daqui a longo prazo”, disse.

Um vídeo gravado por um drone de 55 minutos pela Euronews mostra a extensão da destruição em Antakya, que tinha uma população de mais de 200.000 pessoas antes do terremoto.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Terremotos são sinais do fim dos tempos? Saiba o que dizem as profecias bíblicas

De acordo com Lamartine Posella, o terremoto na Síria e Turquia, que deixou quase 40 mil mortos, é um grande sinal.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

Cenas após o terremoto na Síria e Turquia. (Foto: Captura de tela/Vídeo G1)

“Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. Tudo isso será o início das dores”, é o que afirma a palavra de Deus em Mateus 24, capítulos 7,8.

Entre outras citações, os terremotos sinalizam o tempo do fim, na medida em que acontecem com mais intensidade e intervalos de tempo cada vez mais curtos, conforme as ‘dores de parto’.

A simbologia bíblica que usa a ‘mulher que está prestes a dar à luz’ está ligada à volta de Cristo. Quanto mais terremotos, guerras, pandemias, fomes e perseguições houver, ou seja, quanto mais dor, mais perto está a chegada de Jesus.

E qual a relação do atual terremoto ocorrido na Síria e Turquia com essas profecias? Para o pastor Lamartine Posella “não foi um terremoto qualquer”, disse ao lembrar numa live em seu canal no YouTube, que foi o mais forte em 80 anos na região e que serve de “grande sinal” para a Igreja.

Cenas após o terremoto na Síria e Turquia. (Foto: Captura de tela/Vídeo G1)

‘Haverá uma grande colheita de almas’

“O ano de 2023 começou com tudo e qual é o papel da Igreja? O povo está dormindo e sem noção do que está acontecendo”, disse Posella.

“Jesus explicou que os sinais da natureza seriam como as dores de parto de uma mulher. Nós estamos vivendo esse tempo, não dá para negar e não dá para ficar dormindo”, continuou.

“Esse é o tempo de correr, a igreja precisa evangelizar porque Jesus está voltando. Deus vai escancarar janelas e portas para a gente alcançar o mundo inteiro. Haverá uma grande colheita de almas”, destacou.

‘Este é o momento de lançar a última rede’

Segundo o pastor, os sinais não se limitam aos terremotos, mas a geopolítica está dando vários sinais também.

Entre os sinais, Posella mencionou a guerra entre Rússia e Ucrânia, a China lançando seus balões, Irã deixando cada vez mais claro que vai eliminar Israel do mapa e a tensão entre as superpotências.

“Comece a orar pelos seus amigos, sua família e seus companheiros de trabalho. Fale de Jesus, porque eles vão se converter. Este é o momento de lançar a última rede”, concluiu.

Cenas após o terremoto na Síria e Turquia. (Foto: Captura de tela/Vídeo G1)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

No inverno seco de Jerusalém, antigas piscinas do rei Herodes se enchem por chuvas

As piscinas do Palácio de Herodes foram construídas há 2 mil anos onde hoje está o complexo da Torre de Davi.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE ISRAEL365 NEWS

As antigas piscinas do rei Herodes se encheram após as fortes chuvas que atingiram Israel. (Foto: Museu da Torre de David).

No inverno seco de Jerusalém, as antigas piscinas do rei Herodes se encheram após as fortes chuvas que atingiram Israel, nesta semana.

Localizadas no Palácio de Herodes, o enchimento das antigas piscinas bloquearam o acesso a algumas partes do Museu da Torre de Davi.

O Palácio foi construído pelo rei Herodes há 2 mil anos no local onde hoje está o complexo da Torre de Davi, próximo à entrada do Portão de Jaffa, na Cidade Velha de Jerusalém. O luxuoso prédio não existe mais, mas as fundações podem ser vistas no Museu.

Flávio Josefo, historiador e filósofo romano do século 1, descreveu o local como um lugar belíssimo com muitas árvores e lagos.

“Ao redor havia muitos claustros circulares, levando uns aos outros, as colunas em cada uma sendo diferentes, e seus pátios abertos todos de relva verde; havia bosques de várias árvores entrecortados por longas caminhadas, que eram margeadas por canais profundos, e lagoas por toda parte cravejadas com figuras de bronze através das quais a água era descarregada, e ao redor dos riachos havia numerosos berços para pombos mansos”, afirmou.

Palácio e piscina do rei Herodes. (Foto: Imagem cortesia do Museu da Torre de David).

As piscinas de Herodes foram descobertas durante escavações na década de 1980. No calor do verão ou durante os invernos secos em Jerusalém, as antigas piscinas costumam ficar secas, mas, neste ano, estão cheias de água novamente.

As piscinas ficam próximas ao edifício Kishle, localizado ao sul da Torre de David contra a parede da Cidade Velha, local em que arqueólogos acreditam que pode ter ocorrido o julgamento de Jesus, pelo governador romano Pôncio Pilatos.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

NASA divulga imagens do “inferno”, planeta coberto por lavas

Um líder da Igreja Católica esclareceu que o inferno não é um lugar físico, mas um "estado de eterna e definitiva privação de Deus".

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE INDEPENDENTE ESPANÕL

O “55 Cancri e” foi descoberto com o telescópio James Webb. (Foto: NASA/Twiiter/Curiotweet).

Cientistas da NASA descobriram um exoplaneta coberto por lavas, que descreveram como ser o próprio “inferno”.

Chamado de “55 Cancri e” ou “super-terra”, ele foi descoberto através do telescópio James Webb.

Segundo a NASA, o planeta tem uma temperatura de superfície superior ao ponto de fusão dos minerais nas rochas da Terra. Os cientistas acreditam que o lado do “55 Cancri e” que não pode ser visto é formado por oceanos de lava.

O planeta orbita a uma distância de 2,5 milhões de quilômetros de uma estrela semelhante ao Sol, e leva 18 horas para completar a translação. Na ‘super-terra’, a chuva cai na superfície em formato de lava.

A Igreja Católica reagiu ao anúncio da NASA e emitiu um comunicado à imprensa, citado pelo site Semana, esclarecendo que o inferno não é um lugar físico, mas um "estado de eterna e definitiva privação de Deus".

De acordo com o sacerdote e doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz de Roma, Mario Arroyo, embora o planeta '55 Cancri e' tenha temperaturas extremamente altas, “não está isento da presença de Deus”, ao contrário do que acontece no inferno.

O sacerdote concluiu diferenciando o fogo espiritual do fogo físico. Segundo Arroyo, as altas temperaturas do exoplaneta não são resultado de um fogo espiritual, como no inferno.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

“O inferno está vindo atrás dos nossos filhos”, alerta especialista sobre a pornografia

Pesquisa revelou que está cada vez mais comum menores de idade compartilharem fotos e vídeos explícitos de si mesmos na internet.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE FAITHWIRE

Está cada vez mais comum menores de idade compartilharem materiais explícitos de si mesmos. (Foto: Imagem Ilustrativa/Unsplash/Grzegorz Walczak).

Uma pesquisa recente descobriu uma tendência assustadora entre as novas gerações. Está se tornando cada vez mais comum menores de idade compartilharem fotos e vídeos explícitos de si mesmos na internet.

O material, chamado de abuso sexual infantil autogerado, é enviado a colegas ou a adultos.

Segundo estudo da Thorn, uma organização que combate a exploração infantil, o número de crianças, de 9 a 12 anos, que consideram normal compartilhar nudes saltou de 13% para 21%, entre 2019 e 2020.

Os dados por gênero mostraram que 16% das meninas acham a prática normal, enquanto entre os meninos da mesma faixa etária, a porcentagem chega a 26%.

Para Elizabeth Fisher Good, especialista no combate ao tráfico sexual, uma das principais causas desse problema é a crescente difusão da pornografia.

“Nossos filhos estão sendo ensinados pelo mundo, e isso não é bonito”, afirmou Fisher, fundadora da The Foundation United, uma ONG que luta contra a exploração sexual, em entrevista ao Faithwire.

Ela fez um alerta aos pais cristãos e à Igreja: “O inferno está vindo sistematicamente atrás de nossos filhos, desmantelando sistematicamente a capacidade de intimidade, de família. Se não fizermos algo, em uma década tudo será diferente – e nós temos o poder como igreja para falar sobre isso”.

Vídeo de menina em site pornográfico

Um caso, envolvendo abuso sexual infantil autogerado, que ganhou repercursão foi a de Serena Fleites, uma adolescente coagida pelo namorado a enviar vídeos sexualmente explícitos, que foram parar no Pornhub, o maior site pornográfico do mundo.

Na época, Serena tinha apenas 13 anos. Antes de conseguir tirar os vídeos da internet através da Justiça, o material considerado pornografia infantil foi carregado, baixado e reenviado para o site inúmeras vezes.

Segundo Elizabeth Fisher, a conversa transparente é fundamental para proteger as crianças e prevenir o consumo de pornografia, que está acontecendo cada vez mais cedo.

“Agora temos ferramentas para os pais que facilitam muito para a igreja, para as escolas”, observou ela.

“E temos que entrar nessa conversa, conduzi-la, falar com inteligência e não como se fosse um tabu porque, quer saber, seus filhos estão no ônibus escolar todos os dias e quem os está educando não está fingindo que é um tabu”.

Fisher enfatizou que os cristãos “precisam entrar no ringue e assumir isso” para lutar contra o problema.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Café ☕️ com Deus “humildade o segredo da vitória.” Mateus 15:22-28

A Bíblia diz: "E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado." Mateus 23:12




Rabino atua para tornar o Monte do Templo na “casa de oração para todas as nações”

Essa visão universalista levou o rabino Yehudah Glick a ser chamado, às vezes, de “extremista”.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO ISRAEL365

Rabino Yehudah Glick (Foto: Shalom Jerusalem Foundation)

O rabino Yehudah Glick é um ortodoxo israelense nascido nos EUA, ativista do Monte do Templo e ex-membro do Likud no Knesset, parlamento israelense. O Likud é um partido político de direita de Israel.

Como presidente da Shalom Jerusalem Foundation, Glick luta pelo acesso universal ao Monte do Templo, considerado o mais sagrado para as três principais religiões monoteístas: judaísmo, islamismo e cristianismo.

Segundo o Israel365 News, ironicamente, foi essa “visão universalista” que levou o rabino a ser considerado como um fundamentalista de direita.

“Sou um extremista: um extremista pelos direitos humanos”, disse o rabino-ativista Glick ao Israel365 News. “Temos que acabar com essa situação absurda em que as pessoas são impedidas de orar no Monte do Templo com base em sua religião.”

Atualmente, não muçulmanos, incluindo judeus, só podem visitar o local onde o Templo Sagrado de Jerusalém ficava, sob restrições rigorosas. Eles não podem, por exemplo, orar ali.

Chamado de extremista

O rabino Glick acredita profundamente que o Monte do Templo seja uma "casa de oração para todas as nações" e já interagiu com os árabes no local de uma forma que muitos considerariam inapropriada para um "extremista" de direita.

“As únicas pessoas que deveriam ser permitidas no Monte do Templo são aquelas que querem que todos os outros estejam lá também”, disse o rabino Glick.

Por meio de uma reviravolta inesperada, o religioso se tornou um Membro do Knesset (MK) do Likud em 2016.

“Quando comecei a defender o Monte do Templo, ele não fazia parte da Plataforma Likud”, disse o rabino Glick. “O primeiro-ministro Netanyahu ainda rejeita a oração universal. A questão não é inteiramente de direita em Israel.”

“Quando comecei a me tornar politicamente ativo, eu era um elemento marginal. O Likud não necessariamente me apoiou na época, mas eles tinham a mente aberta”, explicou o rabino Glick.

Cristãos em Israel

Apesar de o rabino contar com muitos seguidores entre os evangélicos nos EUA, ele não se concentra em conquistar o apoio específico dos cristãos que apoiam Israel.

“A conexão que venho tentando desenvolver há vários anos é uma conexão entre Hashem, Yerushalayim, a Bíblia e todos os povos do mundo”, disse o rabino Glick.

“Não escolho especificamente cristãos evangélicos ou conservadores políticos. Não é uma questão política. Eu tento me conectar com os muçulmanos também. Eu alcanço os republicanos e também os democratas.”

O Monte do Templo é sagrado para o cristianismo, o islamismo e o judaísmo: (Foto: Unsplash/Jorge Fernández Salas)

O rabino também reconheceu que atualmente os evangélicos estão entre os apoiadores mais engajados de Israel.

“Hoje, certamente é mais fácil se conectar com os cristãos evangélicos em Jerusalém, mas não é por qualquer escolha que estou fazendo para atingi-los”, disse ele.

“Acontece que são eles que estão abrindo as portas hoje. Mas meu objetivo é desenvolver movimentos sionistas. Eu definitivamente gostaria de sionistas indonésios, sionistas malaios e sionistas indianos. Eu quero que todas as nações sejam sionistas.”

“Isso é bastante irônico”, disse o rabino Glick. “Há 100 anos, os maiores inimigos do povo judeu eram os cristãos, e os muçulmanos eram realmente os mais amigáveis ​​com Israel. Certo, sempre houve cristãos que eram melhores amigos do que os muçulmanos. E eu acho que vice-versa. Mas é aqui que estamos por enquanto.”

‘Ideal bíblico universal’

O rabino Glick disse que sua experiência o conectou a muitas pessoas do amplo espectro da política.

“Chamá-lo de direita pode não ser preciso”, disse o rabino Glick. “Esta é apenas uma expressão política de um ideal bíblico universal. Quando eu estava no Knesset, encontrei-me com muitos liberais americanos e também compartilhei minha visão com eles. Mostrei a eles como o Monte do Templo está conectado aos direitos humanos como os valores ocidentais liberais. Acredito que o que estou falando definitivamente se conecta a todos os tipos de valores.”

“Trata-se de um movimento espiritual-religioso que começa a tomar manifestações políticas específicas”, acrescentou.

O rabino destacou que essas parcerias crescentes que ultrapassam as fronteiras políticas têm essencialmente uma natureza espiritual e são direcionadas a servir ao Deus de Israel.

“Não falo sobre valores judaico-cristãos comuns”, disse o rabino Glick. “Falo sobre valores bíblicos

“A política não é um objetivo”, concluiu. “Eles são uma ferramenta para chegar onde você precisa ir. Meu objetivo é toda a humanidade. Estamos vivendo uma época em que o povo de Israel voltou e temos uma mensagem que queremos compartilhar com o mundo. E isso não é direita ou esquerda.”

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Homem nascido de estupro condena o aborto: “As circunstâncias não determinam meu valor"

Mark Roepke, adotado por uma família cristã, defendeu o direito à vida na Marcha pela Vida, em Washington.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE GOD TV

Mark Roepke, adotado por uma família cristã, defendeu o direito à vida na Marcha pela Vida. (Foto: Reprodução/Instagram/Jess Cass).

O discurso contra o aborto de um homem, que nasceu fruto de um estupro e foi adotado, está emocionando a web.

Durante a Marcha pela Vida em Washington, Estados Unidos, em 20 de janeiro, Mark Roepke contou seu testemunho e defendeu o direito à vida de todo o ser humano.

Em 1970, sua mãe, com apenas 14 anos, foi violentada sexualmente em uma festa do feriado americano de 4 de julho.

A adolescente manteve a gestação e colocou o bebê para adoção. Assim, Mark foi adotado por uma família cristã, que o criou com todo amor e cuidado.

Quando Mark estava no Ensino Fundamental, ele ouviu a palavra aborto pela primeira vez através de um colega mais velho, na escola.

Sem saber o significado da palavra, o garoto perguntou ao pai o que era aborto. “Na noite que ele me explicou o que era eu dormi muito mal. Porque eu cresci numa fazenda onde fazíamos de tudo para salvar cada animal nascido naquela fazenda”, declarou Mark no discurso.

“E saber que as pessoas estavam matando seus filhos porque eram inconvenientes me deixou horrorizado. E daquele dia em diante me tornei um pró-vida”.

O ativista antiaborto enfatizou o direito de todo ser humano estar vivo, independente de sua história.

“As circunstâncias de minha concepção não determinam meu valor como ser humano. Eu sou pró-vida por toda a vida. Deus abençoe a todos e obrigado por terem vindo”, concluiu Mark, emocionado.


A Marcha pela Vida, que acontece todos os anos, levou milhares às ruas de Washington a marcharem contra o aborto, no dia 20 de janeiro

Esta foi a primeira realizada após a Suprema Corte americana derrubar, em junho de 2022, o dispositivo Roe vs. Wade, a lei pró-aborto que vigorava há 49 anos no país.

“O movimento pró-vida acaba de obter uma grande vitória na queda de Roe v. Wade, mas nosso trabalho para construir uma cultura de vida está longe de ser concluído”, disse Jeanne Mancini, chefe do ‘March for Life's Education and Defense Fund’, à CNN.

Leis pró-vida diminuem abortos

Nos Estados Unidos, após a derrubada do direito ao aborto pela Suprema Corte, mais de 175 mil abortos foram evitados, segundo o grupo pró-vida Susan B. Anthony Pro-Life America.

Desde a decisão da Suprema Corte dos EUA, 14 estados americanos implementaram leis proibindo totalmente ou parcialmente a interrupção da gestação.

De acordo com estimativas do grupo pró-vida, a partir de 2 de dezembro de 2022, ocorreram 125.082 abortos a menos.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Mãe cristã processa escola que obrigou filho de 4 anos a participar de evento LGBTQ+

Na ocasião, as crianças tiveram que assistir vídeos de dois homens se beijando e foram incentivadas a usar as cores do arco-íris.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIAN CONCERN

Izzy Montague. (Foto: Reprodução/Christian Concern)

Em Londres, Izzy Montague, que é mãe de um menino de 4 anos, ficou conhecida depois que seu filho foi obrigado a participar do evento Pride, apesar das crenças cristãs da família.

O caso ganhou as manchetes nacionais quando o diretor da Heaver's Farm Primary School, em Croydon, não deu opção aos alunos que tiveram que participar da parada do orgulho LGBT.

Apoiada pelo Christian Legal Centre, Izzy abriu uma ação contra a escola com base em discriminação direta e indireta, vitimização e violação do dever estatutário sob a Lei de Educação de 1996 e a Lei de Direitos Humanos de 1998.

Essa será a primeira vez que um tribunal do Reino Unido terá que examinar a legalidade da imposição da ideologia LGBT em escolas primárias.

Sobre o dever de neutralidade política das escolas

O tribunal vai analisar o impacto que isso tem sobre a discriminação religiosa, os direitos humanos dos pais e de seus filhos, o direito de optar por não receber educação sexual e o dever de neutralidade política das escolas.

O caso está programado para ser ouvido no Tribunal do Condado da Central Londres em oito dias, a contar de quarta-feira, 1º de fevereiro de 2023.

A influência e a abordagem da militância LGBT na escola infantil ficaram aparentes através das atividades do mês do orgulho gay, em junho de 2018 — a liberdade de expressão foi silenciada, as crenças religiosas ignoradas e os direitos dos pais infringidos.

Lavagem cerebral e ditadura LGBT

Cartazes de Stonewall foram estampados em toda a escola, vídeos foram mostrados às crianças durante as aulas e os pequenos de quatro anos leram histórias promovidas pela organização com o objetivo de normalizar os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Bandeiras do orgulho LGBT foram espalhadas pela escola e as crianças foram incentivadas a usar as cores do arco-íris, além de serem obrigadas a assistirem a vídeos de dois homens se beijando.

Nenhum aviso prévio foi dado aos pais e Izzy só soube do desfile por meio de um artigo de jornal. Depois de solicitar que seu filho fosse retirado do desfile, Izzy foi informada de que, se o filho não comparecesse, isso seria visto como um problema comportamental.

Medo de retaliação

Em sua reclamação, Izzy disse que a escola violou a Lei da Igualdade de 2010. Em particular, ela afirmou que a Parada do Orgulho Gay era “discriminação ilegal contra crianças que seguem sua religião cristã ou qualquer outra religião convencional”.

Izzy alegará, após suas reclamações, que a escola criou uma atmosfera 'hostil' e 'intimidadora' em relação a quaisquer pais que discordassem da ideologia LGBT imposta a seus filhos.

Por exemplo, em uma reunião formal entre Izzy e a diretoria da escola para discutir sobre suas preocupações, a filha do diretor vestiu uma camiseta que dizia: “Por que ser racista, sexista, homofóbico ou transfóbico, quando você pode apenas ficar quieto?”.

Vários pais e mães alegaram que a escola estava impondo uma agenda LGBT muito agressiva para seus filhos, todos menores de 12 anos, de uma maneira que violava seus direitos parentais.

Muitos deles tiveram medo de falar com a imprensa sobre suas preocupações, achando que seus filhos poderiam ser vitimizados ou expulsos da escola, mas Izzy se recusou a ficar calada e se manifestou. Depois disso, não teve outra alternativa a não ser retirar o filho da escola e entrar com uma ação legal.

‘Educação sim, doutrinação não’

Na semana passada, conforme o Christian Concern, foi revelado que as escolas estão impedindo os pais de ver os materiais de ensino utilizados em sala de aula. “O currículo não é transparente, apesar das promessas do governo”, explicou a organização.

Antes da audiência, Izzy comentou: “Eu nem estava tentando impedir o evento Pride. Eu só queria que meu filho recebesse educação, em vez de doutrinação”.

“Depois que reclamei que meu filho pequeno foi forçado a participar de um evento que vai contra nossas crenças cristãs, a atitude da escola em relação a mim mudou completamente. Outros pais ficaram com medo de falar por causa da forma como a escola me tratou”, ela disse.

“Não levaram a sério minhas preocupações de proteção. Estou tomando esta posição para conscientizar os pais sobre o que está acontecendo em nossas escolas primárias. Não quero que outros passem pelo que passei”, continuou.

Andrea Williams, diretora executiva do Christian Legal Centre — organização que apoia juridicamente os cristãos no Reino Unido — disse que vai apoiar Izzy. “Este caso resume o caos que podemos esperar nos próximos anos em nossas escolas”, alertou.

“Aqueles que mais pregam a tolerância e a diversidade não parecem estar interessados ​​em praticá-la”, concluiu a advogada.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Café ☕️ com Deus. “Jesus e a tristeza de almas.”

A Palavra de Deus é poderosa para: Salvar, curar e libertar.


Que o Senhor fale poderosamente ao seu coração.

As imagens podem ter direitos autorais. Saiba mais


Atirador mata 7 pessoas perto de sinagoga em Jerusalém

O ataque aconteceu em Neve Yaakov, um assentamento com uma grande população ultraortodoxa, durante o shabat.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE AP NEWS

O ataque aconteceu em Neve Yaakov, durante o shabat. (Foto: Reprodução/YouTube/CBC News: The National).

Uma atirador palestino matou 7 pessoas e feriu outras três em um ataque ao lado de fora de uma sinagoga na Jerusalém Oriental, em Israel, na noite de sexta-feira (27).

De acordo com a AP News, o tiroteio aconteceu em Neve Yaakov, um assentamento com uma grande população ultraortodoxa, enquanto os moradores observavam o sábado judaico, um dia após um ataque das forças israelenses na Cisjordânia, que matou nove palestinos.

A polícia israelense afirmou que perseguiu e matou o atirador, após troca de tiros. O criminoso de 21 anos era morador de Jerusalém Oriental e aparentemente agiu sozinho, segundo as autoridades.

Entre as vítimas mortas estavam uma mulher de 70 anos e muitos outros com 60 anos ou mais. Um menino de 15 anos, entre os feridos, precisou passar por uma cirurgia no Hospital Hadassah de Jerusalém.

Após o incidente, centenas de palestinos comemoraram o ataque na Faixa de Gaza, com buzinas, tiros para o ar, distribuição de doces e gritos de “Deus é grande!” nos alto-falantes da mesquita. Em várias cidades da Cisjordânia, os moradores lançaram fogos de artifício.

Palestinos comemoraram o ataque, na Cisjordânia. (Foto: Reprodução/YouTube/CBC News: The National).

O tiroteio próximo a sinagoga em Jerusalém aumentou as tensões após a operação israelense no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, na quinta-feira (26), onde nove pessoas, incluindo pelo menos sete militantes, foram mortas.

O porta-voz do Hamas, em Gaza, comentou que o ataque foi "uma vingança e uma resposta natural" ao ataque militar na Cisjordânia.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou à imprensa que tomou “ações imediatas” e que convocaria seu Gabinete de Segurança para discutir uma nova resposta.

Segundo Netanyahu, Israel agirá com “determinação e compostura”. Ele ainda pediu que a população não fizesse justiça com as próprias mãos.

Na sexta-feira (27), o presidente Joe Biden ofereceu apoio a Israel em conversa com Netanyahu.

“O presidente enfatizou o compromisso rígido dos EUA com a segurança de Israel”, declarou a Casa Branca.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

100 segundos para o apocalipse: como ler o Relógio do Juízo Final

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Imagem do Relógio do Juízo Final

CRÉDITO,THOMAS GAULKIN/BULLETIN OF THE ATOMIC SCIENTISTS

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O Relógio do Juízo Final marca 100 segundos para a meia-noite

O Relógio do Juízo Final mostra como a humanidade está perto do apocalipse. Mas de onde ele vem, como ele lê o tempo que falta e o que podemos aprender com ele?

Foi de uma professora na escola, em meados dos anos 1990, que ouvi falar pela primeira vez do Relógio do Juízo Final.

Ela contou à minha classe sobre os grandes eventos da história, explicando que, se tudo o que aconteceu no nosso planeta fosse comprimido em um único ano, a vida teria surgido no início de março, os organismos multicelulares em novembro, os dinossauros no final de dezembro e os seres humanos somente entrariam em cena às 23h30 da Véspera de Ano Novo.

Depois, ela comparou esse grande período da história com o nosso futuro e como ele pode ser curto - e disse que um grupo de cientistas nos Estados Unidos acha que podemos ter apenas alguns minutos metafóricos até meia-noite.

Mas nunca havia passado pela minha cabeça que, algum dia, eu poderia estar trabalhando com a mesma questão, como pesquisador do Centro de Estudos dos Riscos Existenciais da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. É uma história impressionante e, por muitos anos, eu pensei que o Relógio do Juízo Final significava que seus ponteiros representassem o tempo que nós temos até o fim.

Mas não é exatamente isso.

Há 75 anos, os cientistas responsáveis pelo Relógio do Juízo Final publicam, no Bulletin of the Atomic Scientists ("Boletim dos Cientistas Atômicos", em tradução livre), sua conclusão anual de quanto tempo falta para que os ponteiros do Relógio do Juízo Final indiquem meia-noite.

Todos os anos, o anúncio destaca a complexa teia de riscos catastróficos enfrentados pela humanidade, incluindo armas de destruição em massa, colapsos ambientais e tecnologias problemáticas.

E, em 2020, a presidente do Boletim, Rachel Bronson, anunciou solenemente que os ponteiros do Relógio haviam se movido para mais perto do apocalipse do que nunca - apenas 100 segundos, posição que foi mantida desde então.

Mas, para compreender o que isso realmente significa, é preciso entender a história do Relógio, quais as suas origens, como interpretá-lo e o que ele diz sobre a crise existencial da humanidade.

A criação do Relógio

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A velocidade e a violência da evolução da tecnologia nuclear foram de tirar o fôlego, mesmo para as pessoas envolvidas no seu desenvolvimento.

Em 1939, os renomados cientistas Albert Einstein e Leo Szilard escreveram para o presidente dos Estados Unidos sobre uma descoberta muito poderosa na área da tecnologia nuclear, que poderia ter consequências bélicas tremendas: uma única bomba nuclear "transportada de navio e detonada em um porto poderia muito bem destruir todo o porto". Era uma possibilidade muito significativa que não poderia ser ignorada.

Essa carta levou à criação de um enorme projeto de colaboração científica, militar e industrial - o Projeto Manhattan - que, em apenas seis meses, produziu uma bomba muito mais poderosa que a imaginada por Einstein e Szilard, capaz de destruir uma cidade inteira e sua população. E, poucos anos mais tarde, os arsenais nucleares já eram capazes de destruir toda a civilização como a conhecemos.

A primeira preocupação científica de que as armas nucleares poderiam ter o potencial de pôr fim à humanidade veio dos cientistas envolvidos nos primeiros testes nucleares. Sua preocupação era que as novas armas pudessem acidentalmente incendiar a atmosfera da Terra. Essas preocupações foram rapidamente desmentidas e, felizmente para todos os envolvidos, comprovou-se que eram falsas.

Albert Einstein e Leo Szilard

CRÉDITO,ALAMY

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Em 1939, Albert Einstein e Leo Szilard escreveram para o presidente dos Estados Unidos alertando sobre os perigos nucleares

Mesmo assim, muitas pessoas que trabalharam para o Projeto Manhattan continuaram a ter fortes reservas sobre o poder das armas que ajudaram a produzir.

Depois da primeira tentativa bem sucedida de dividir o átomo na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, em 1942, confirmando seu potencial de liberar energia, a equipe de cientistas que trabalhava no Projeto Manhattan se dispersou. Muitos deles mudaram-se para Los Alamos e para outros laboratórios do governo, a fim de desenvolver armas nucleares. Outros permaneceram em Chicago conduzindo suas próprias pesquisas.

Muitos desses cientistas haviam emigrado para os Estados Unidos e conheciam muito bem a conexão entre a ciência e a política. Eles começaram a organizar ativamente uma tentativa de garantir um futuro seguro para a tecnologia nuclear.

Eles ajudaram, por exemplo, a fazer avançar o Relatório Franck em junho de 1945, que previa uma corrida de armas nucleares cara e perigosa, e apresentaram argumentos contra um ataque nuclear de surpresa ao Japão. Naturalmente, suas recomendações não foram aceitas na época pelas pessoas responsáveis pela tomada de decisões.

Esse grupo criou o Boletim dos Cientistas Atômicos de Chicago e sua primeira edição foi publicada apenas quatro meses após o ataque com bombas atômicas a Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Com o apoio do reitor da Universidade de Chicago e em colaboração com colegas especialistas em legislação internacional, ciência política e outros campos correlatos, eles ajudaram a criar e apoiar um movimento global de cientistas e cidadãos, capaz de afetar a ordem nuclear global.

Esse movimento teve sucesso notável, por exemplo, ao estabelecer o "tabu nuclear" - tanto que, em conversas privadas, o secretário de Estado norte-americano chegou a queixar-se de que o "estigma da imoralidade" evitava que os Estados Unidos usassem armas nucleares.

Ao decidirem manter sua sede em Chicago, os fundadores sinalizaram sua intenção de priorizar a colaboração com seus colegas cientistas e membros do público sobre os desafios éticos e políticos da tecnologia nuclear, sem se voltar para os líderes políticos e militares que tanto haviam depreciado suas preocupações até então.

Eles argumentavam que a pressão do público era fundamental para a responsabilidade política e a educação era o melhor canal para garantir essa pressão.

Posição do Relógio

CRÉDITO,FASTFISSION/WIKIPÉDIA/JAVIER HIRSCHFELD

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Posições do Relógio do Juízo Final nos últimos 75 anos

Dois anos após a sua criação, o Boletim decidiu mudar sua apresentação, deixando de ser um boletim impresso para adotar um formato de revista, a fim de atingir maior quantidade de leitores. Foi nesse ponto que seus responsáveis chamaram a artista Martyl Langsdorf para desenhar um símbolo para a nova capa - e ela produziu o primeiro Relógio do Juízo Final.

Casada com um dos cientistas do Projeto Manhattan, Langsdorf compreendia a urgência e o desespero que seu marido e os colegas sentiam sobre a gestão da tecnologia nuclear. Ela criou o Relógio para chamar a atenção para a urgência da ameaça que eles vislumbravam e também para sua crença de que os cidadãos responsáveis poderiam evitar a catástrofe com sua mobilização e envolvimento - pois a mensagem do Relógio foi que seus ponteiros poderiam mover-se tanto para frente como para trás.

Em 1949, a União Soviética testou suas primeiras armas nucleares. Por isso, o editor do Boletim moveu os ponteiros do Relógio de sete para três minutos para meia-noite. Ao fazê-lo, ele ativou o Relógio, que deixou de ser uma metáfora estática e passou a ser dinâmico. O Relógio evoluiria para um símbolo que, segundo Kennette Benedict, ex-diretora executiva do Boletim, é um aviso para "o público sobre como estamos perto de destruir o nosso mundo com tecnologias perigosas fabricadas por nós mesmos. É uma metáfora, um lembrete dos perigos que devemos abordar se quisermos sobreviver no planeta."

Em 1953, o Relógio moveu-se adiante mais uma vez, para dois minutos para a meia-noite, depois que os Estados Unidos e a União Soviética detonaram as primeiras armas termonucleares. Foi o mais próximo da meia-noite que o Relógio esteve no século 20.

Como ler o Relógio

Mas o que realmente indicam esses tempos e movimentos?

É fácil interpretar o Relógio do Juízo Final da forma que fez a minha professora - como uma previsão do tempo que resta para a humanidade, algo que seria muito difícil de se prever e é de pouco uso se a sua intenção for evitar o apocalipse em vez de simplesmente prevê-lo.

Uma leitura mais plausível é que o Relógio se destina a indicar o nível atual de risco enfrentado pela humanidade - e algumas pessoas, de fato, tentaram determinar isso. Em 2003, Martin Rees, o cosmólogo e astrônomo real do Reino Unido, argumentou: "acho que a probabilidade é de não mais de 50% que a nossa atual civilização na Terra sobreviva ao final do presente século".

Ele não é o único com essa opinião e um banco de dados dessas avaliações de risco, reunidas por um pesquisador da Universidade de Oxford, no Reino Unido, contém atualmente mais de 100 previsões de diversos cientistas e filósofos que estudam o assunto. Mas essas estimativas, por mais úteis que sejam, são consideradas avaliações de longo prazo e não fotografias em tempo real do nível de risco atual.

Já outros observadores dedicados do Relógio, como eu, interpretam os movimentos do Relógio do Juízo Final de forma um pouco diferente. Seu objetivo não é nos dizer o tamanho do risco enfrentado pela humanidade, mas a eficácia da nossa reação a esse risco.

É um consenso, por exemplo, que a crise dos mísseis de Cuba, em 1962, foi o mais perto que o mundo já chegou à guerra nuclear, mas esse episódio não fez movimentar o Relógio. Já o Tratado de Proibição Parcial de Testes Nucleares de 1963 testemunhou a mudança dos ponteiros do Relógio para trás em cinco minutos inteiros.

E isso faz sentido, pelo menos para os pesquisadores dos riscos existenciais, como eu próprio. Vários amigos me consultam para ter informações em momentos de aumento da tensão política global, como a crise diplomática de 2017 entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte ou o colapso do acordo nuclear com o Irã, em 2018.

Mas geralmente eu preciso desapontá-los. Nós simplesmente não passamos a maior parte do tempo estudando ou nos preocupando com eventos como esses. Na verdade, são flutuações perfeitamente normais da política e da diplomacia internacional.

O que preocupa pessoas como eu é, primeiramente, a existência de armas que os líderes poderiam detonar nessa crise e, em segundo lugar, as instituições e estruturas inadequadas e, às vezes, disfuncionais que temos para impedir que eles as detonem. Esses problemas não são criados por crises globais individuais - sua natureza é sistêmica e é isso que o Relógio do Juízo Final tenta medir.

Bomba explodindo

CRÉDITO,GETTY IMAGES

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Proliferação de armas nucleares durante a Guerra Fria fez relógio se aproximar da meia-noite


Os últimos movimentos do Relógio

Eu não tinha total conhecimento disso na época, mas comecei a me preocupar com o Relógio do Juízo Final em meados dos anos 1990 - coincidentemente, o momento de maior segurança da humanidade desde a Segunda Guerra Mundial. Entre 1987 e 1991, o Relógio andou para trás em surpreendentes 14 minutos em quatro anos, à medida que a redução das tensões da Guerra Fria fornecia proteção significativa contra a ameaça de guerra nuclear.

Os episódios mais notáveis foram o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, de 1987 - que proibiu todos os mísseis balísticos em território russo e norte-americano com alcance de 500 a 5.500 km e causou a retirada de serviço de 2.692 mísseis nucleares - e o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês), de 1991, que levaria à eliminação de cerca de 80% das armas nucleares.

Nesse momento, o Relógio do Juízo Final foi alterado para 17 minutos para meia-noite e até retirado da capa do Boletim de Cientistas Atômicos - em parte, porque já não parecia mais tão expressivo. Mas, infelizmente, esse estado de coisas não duraria muito.

A manutenção dos altos níveis de gastos militares e as preocupações crescentes com a proliferação nuclear no sul da Ásia e no Oriente Médio fizeram com que, no final da década de 1990, o Relógio voltasse para nove minutos para a meia-noite e continuasse e progredir inexoravelmente para frente. Mas a última década observou uma aceleração muito mais preocupante do movimento do Relógio do Juízo Final, até que, em 2020, ele atingiu 100 segundos para a meia-noite - ou seja, mais próximo do apocalipse que no tempo da Guerra Fria.

Como isso aconteceu? Um fator foi o surgimento de novos tipos de ameaças globais e o repetido fracasso dos governos do mundo para enfrentá-las.

As ameaças globais do século 21

Em 2007, o Boletim começou formalmente a analisar as mudanças climáticas, além das ameaças nucleares, para definir a posição dos ponteiros do Relógio.

É claro que esses riscos são muito diferentes. Os ataques nucleares poderiam acontecer em questão de minutos, enquanto o risco climático é cumulativo, ano após ano. Além disso, a responsabilidade pelas armas nucleares do mundo está nas mãos, ou dedos, de muito poucos tomadores de decisões globais, enquanto todos nós estamos envolvidos nas mudanças climáticas e na destruição ambiental - mesmo que em escalas muito diferentes.

Mas, sem dúvidas, a gravidade desses dois riscos - tanto em termos de seu potencial para causar catástrofes globais quanto da probabilidade de que isso aconteça - é comparável. E, para os dois riscos, precisamos examinar se o nível atual de ações globais sendo tomadas para combatê-los é ou não proporcional à sua gravidade e à crescente urgência de reduzi-los.

Pessoa fotografando uma árvore

CRÉDITO,GETTY IMAGES

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As mudanças climáticas são agora uma ameaça importante e ajudam a explicar por que o Relógio está tão perto da meia-noite

Por muitos anos, as páginas do Boletim também analisaram os desafios apresentados por novas tecnologias problemáticas e esses desafios agora também influenciam os ponteiros do Relógio do Juízo Final.

Essas tecnologias incluem a inteligência artificial, armas biológicas e a nanotecnologia. Além das tecnologias específicas, o nosso futuro também é cada vez mais ameaçado pela convergência das tecnologias problemáticas com as ameaças nucleares e ambientais existentes.

Um segundo fator da posição do Relógio mais próxima da meia-noite é o fato de que, como o número e a variedade das ameaças enfrentadas pela humanidade se multiplicaram, a seriedade das dificuldades de gestão desses riscos também aumentou.

Em 2015, o Boletim moveu o Relógio do Juízo Final de cinco para três minutos para a meia-noite, indicando três questões fundamentais por trás dessa mudança. Primeiramente, a deterioração das relações entre os Estados Unidos e a Rússia, que juntos possuem 90% do arsenal nuclear do mundo, e o enfraquecimento de muitos dos instrumentos idealizados para manter esses arsenais em segurança, como o sucessor do tratado Start (Novo Start).

Em segundo lugar, todos os Estados que possuíam armas nucleares estavam investindo massivamente nesses sistemas, incluindo sua substituição, expansão e modernização. E, por fim, não havia nenhum sinal de formação da arquitetura global necessária para combater as ameaças climáticas.

Mas, em 2016, o Boletim identificou dois pontos brilhantes com potencial de reverter algumas dessas tendências negativas: o acordo nuclear com o Irã e o acordo do clima de Paris - mas com a ressalva de que nenhum deles havia sido totalmente implementado. E, em 2017, os editores do Boletim foram forçados a concluir que a situação havia piorado significativamente, já que esses dois pontos brilhantes haviam sido ofuscados pelas mudanças da política doméstica norte-americana.

Agregou-se a essa mudança o aumento das evidências de menosprezo global pelo conhecimento e negligência sobre a liderança e a linguagem nuclear. Por isso, o Boletim moveu o Relógio para dois minutos e meio para a meia-noite e, em 2018, moveu novamente, para dois minutos, devido à contínua deterioração da diplomacia internacional.

Duas pessoas ao lado do Relógio

CRÉDITO,THOMAS GAULKIN/BULLETIN OF THE ATOMIC SCIENTISTS

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O anúncio do Relógio do Juízo Final em 2021, quando permaneceu em 100 segundos para a meia-noite - posição que foi mantida em 2022

A posição do Relógio adotada desde 2020 - 100 segundos para a meia-noite - reflete a absoluta instabilidade da situação global e a falha das instituições internacionais em reagir ao tique-taque do risco existencial.

Essa situação inclui o colapso do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, que havia sido um dos primeiros sinais do fim da Guerra Fria. Pode não existir mais uma clara luta ideológica por trás dos conflitos internacionais, mas a escala de divergências entre as grandes potências e a falta de instituições que solucionem essas divergências parecem ser as piores que já existiram - e as formas em que essas divergências poderão vir a gerar uma catástrofe global continuam a multiplicar-se.

O que podemos esperar no futuro próximo?

A atual pandemia expôs as fraquezas dos governos atuais. A desigualdade da reação à covid-19 e a falta de liderança global para trabalhar para a vacinação universal e erradicação da doença não são um bom presságio para a prevenção das ameaças existenciais.

Igualmente frustrante foi a falta de progresso na cúpula do clima COP26. Mas estamos também observando o aumento da preocupação global com a aceleração da crise da biodiversidade e a contínua fragilidade dos esforços internacionais para lidar com a questão.

Suspeito que continuaremos a ver preocupações expressas sobre as tensões da política internacional, especialmente entre os Estados Unidos, Rússia, Irã e China, mas agora sabemos que elas já estão se alastrando para conflitos muito reais na zona cinza da cibersegurança, desinformação e desestabilização política.

Por fim, podemos também considerar o aumento das tensões entre os governos e as empresas envolvidas no desenvolvimento da inteligência artificial e outras tecnologias problemáticas, além do recente fracasso das tentativas de elaborar um acordo sobre a proibição das armas letais autônomas.

Poderia ter sido feito outro ajuste do Relógio do Juízo Final para mais perto da meia-noite este ano? Isso certamente não me surpreenderia. Mas não devemos nos acomodar, pois ele já está muito perto do apocalipse.

A crise da covid-19 poderia ter servido para impulsionar os governos a unir-se em prol da nossa segurança, como ocorreu com a crise dos mísseis em Cuba, 60 anos atrás, mas não foi o caso. É difícil ver como as coisas poderão melhorar significativamente sem que ainda outras crises e desastres finalmente nos incentivem a agir.

Mas o que aprendemos com o Relógio do Juízo Final é que a nossa capacidade atual de lidar com essas crises provavelmente é a pior da história. O Relógio ainda está se movendo e, se não pudermos fazer seus ponteiros voltarem, as badaladas da meia-noite podem não estar distantes.

*S. J. Beard é pesquisador do Centro de Estudos dos Riscos Existenciais da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Sua conta no Twitter é @CSERSJ.

Leia a íntegra desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.