terça-feira, 9 de novembro de 2021

Descoberta arqueológica em Jerusalém pode evidenciar idolatria entre israelitas

Os israelitas aparentemente não limitaram sua adoração a Yahweh, mas adoraram um panteão de deuses, incluindo o infame Baal.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO HAARETZ

Pernas de um deus cananeu em um templo de Judá. (Foto: David Rafael Moulis)

Partes de uma estátua de antiga divindade cananeia pode ter sido encontrada no lugar aparentemente mais impensável: um santuário de Judá perto de Jerusalém da época do lendário Templo do Rei Salomão.

O santuário também se parece muito com as descrições bíblicas daquele Primeiro Templo e é visto como um reflexo das crenças e rituais que eram mantidos em Jerusalém na época.

Se a descoberta for verificada, seria uma evidência tangível confirmando a suspeita de longa data de que, no período do Primeiro Templo, começando 3.000 anos atrás, a religião dos antigos israelitas era muito diferente da fé anicônica e monoteísta que o Judaísmo mais tarde se tornou.

Os israelitas aparentemente não limitaram sua adoração a Yahweh, mas adoraram um panteão de deuses, incluindo o infame Baal.

A ênfase aqui está no “se” porque os pesquisadores estão sendo muito cautelosos sobre como interpretam essa pedra desgastada, que foi encontrada no templo da antiga comunidade de Motza, a apenas seis quilômetros do Monte do Templo em Jerusalém.

O artefato pode ser uma pedra que se quebrou de uma forma incomum, mas é mais plausível que fosse parte de um relevo feito pelo homem representando as pernas de uma figura em pé. Isso seria típico das imagens religiosas levantinas e cananeias nas quais divindades, governantes e seres míticos eram retratados em pé, dizem os arqueólogos.

A pedra enigmática foi incrustada em uma das paredes maciças do templo Motza e foi vista neste verão pela arqueóloga Shua Kisilevitz, um arqueólogo da Universidade de Tel Aviv que codirige a escavação junto com o Prof. Oded Lipschits.

Altar no templo de Motza, do início do século 9 a.C. (Foto: David Rafael Moulis)

“Esta seção foi escavada anteriormente, mas não foi devidamente limpa”, diz Kisilevitz. “Não é surpreendente que inicialmente não a tenhamos percebido, mas este é um daqueles casos em que, uma vez que você vê, você não pode deixar de vê-lo”.

A menos que os pesquisadores estejam sofrendo de uma ilusão de ótica coletiva, o relevo de fato mostra os membros inferiores de uma figura com os pés apontando na mesma direção, o que, no antigo Oriente Próximo, costumava ser uma pose usada em representações de divindades atacando a tempestade, como Baal, observa Kisilevitz.

“Por ser tão desgastado, sempre há uma chance de que tenha se formado naturalmente. É possível, mas não plausível”, diz ela.

Representantes do Templo de Salomão

O local de Motza foi escavado pela primeira vez em 1993 pela Autoridade de Antiguidades de Israel antes dos trabalhos de construção de um novo viaduto na estrada para Jerusalém, que agora se eleva acima das ruínas do antigo complexo.

O santuário é um de um punhado de templos da Idade do Ferro que foram descobertos no Levante e que foram construídos quase na mesma época que o Templo de Salomão - no século 10 AEC, se seguirmos a cronologia bíblica. Esses edifícios vão desde o monumental templo siro-hitita de Ain Dara (que foi fortemente danificado pelas recentes operações militares turcas no norte da Síria) até o santuário muito menor na fortaleza judia de Arad, no sul de Israel.

Embora pertencessem a diferentes povos e entidades políticas, todos esses templos compartilhavam certas características, como uma estrutura de três câmaras (um pátio, um salão principal e um santuário) e, nos exemplos mais monumentais, a presença de pares de esfinges ou leões servindo como guardiões.

É improvável que os restos do Primeiro Templo jamais sejam encontrados, em grande parte devido à massiva reconstrução do Segundo Templo pelo Rei Herodes na época dos romanos e porque a escavação no local que agora abriga os principais santuários muçulmanos poderia desencadear uma guerra mundial.

Portanto, para os pesquisadores, estudar esses outros santuários do Oriente Próximo tem sido a melhor coisa na busca para obter uma visão sobre as práticas religiosas do Primeiro Templo e as crenças dos antigos israelitas.

Estatueta de cavalo rústica encontrada em Motza, indicando o politeísmo entre judeus. (Foto: David Rafael Moulis)

Investigação

O templo de Motza tem sido um impulso particular para esta linha de investigação, tanto porque é quase do mesmo tamanho que o santuário sagrado de Salomão (descrito em 1 Reis 6) e devido à sua proximidade com Jerusalém. Isso significa que, durante uma parte considerável de sua história, o assentamento em Motza deve ter sido parte do Reino de Judá, e seu templo deve refletir as crenças religiosas oficiais promovidas pela dinastia davídica.

Não se sabe quando exatamente Motza foi incorporado a Judá (ou quando o próprio Judá se tornou um reino), mas está claro que a área deve ter tido certa importância para Jerusalém. Não era apenas na principal abordagem ocidental da cidade, mas o vale circundante era um celeiro próspero, como evidenciado pelos numerosos silos de grãos que foram descobertos ao redor do templo.

“Este não é um santuário pequeno e periférico, é um templo enorme e monumental que quase se iguala ao de Jerusalém e fica bem na estrada para a cidade, que fica a apenas alguns quilômetros de distância”, diz Kisilevitz. “Todo mundo deve ter sabido disso. Não poderia ter existido se não fosse considerado legítimo e aprovado pelos governantes em Jerusalém.”

Daí a grande empolgação - e cautela - em expor algo que parece contrariar os princípios mais básicos do judaísmo, conforme listados no primeiro e segundo mandamentos: a adoção do monoteísmo e a proibição de fazer imagens de escultura.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Ataques a casas e igrejas forçam fuga de cristãos em Mianmar

Os seguidores de Jesus estão vivendo nas florestas para fugir dos conflitos no estado de Chin


Fonte: Portas Abertas


A Portas Abertas tem apoiado os cristãos perseguidos no país, com distribuição de Bíblias, alimentos e ajuda sócio-econômica
Crédito: Portas Abertas

Desde a tomada de poder pelos militares em Mianmar, a situação dos seguidores de Jesus se agravou no país. Principalmente dos que vivem no estado de Chin, de maioria cristã. O resultado das destruições de igrejas e casas é o deslocamento de irmãos e irmãs na fé. Eles fugiram para a selva e vivem em más condições.
O governo do país enviou tropas para as regiões montanhosas com o objetivo de combater a Frente Nacional Chin, que é composta por pessoas que lutam contra a ditadura militar. As ações na região já resultaram em saques, bombardeios, invasões de igrejas e morte de um pastor local. “A situação é difícil de descrever. Onde quer que os militares vão, eles queimam casas, matam porcos e ocupam igrejas”, explica o irmão Lwin*.

Em 29 de outubro, mais de 130 casas e as igrejas da rocha e presbiteriana foram incendiadas na cidade de Thanthlang Township. Todos os moradores fugiram devido às ameaças e violência e não teve quem ficasse para apagar os incêndios. Zew That *, outro cristão que precisou fugir, compartilha: “Sempre que ouvimos uma voz alta ou tiros, ficamos com medo”.

Desafiados a sobreviver e perdoar
Segundo Zew, uma casa significa muito para uma pessoa natural de Chin. Ela representa abrigo e proteção e quando é destruída torna a questão do perdão mais difícil. “Sabemos que a Bíblia nos diz para perdoar os inimigos. Esperamos que outros cristãos orem por nós para que possamos obedecer.”

A parceira local Daisy Htun* conta como as igrejas locais foram alvo da ação dos militares. “Prédios e propriedades de igrejas foram atacados, vandalizados, roubados e até queimados. Quando os bombardeios começaram e as violentas repressões se seguiram, o povo não teve escolha a não ser fugir. De acordo com nossos registros de campo, 30 igrejas foram atacadas pelos militares desde o golpe”, afirma.

Mas apesar da insegurança, o trabalho da Portas Abertas não foi interrompido. “Implementamos os treinamentos online e visitas aos cristãos perseguidos e aos deslocados internos em meio à agitação no país. Retomamos alguns trabalhos com os jovens, crianças e casais, e Deus nos permitiu alcançar os refugiados com ajuda emergencial”, compartilha o irmão Lwin.

Os riscos e resultados de obedecer a Deus

Entretanto, os riscos que os parceiros correm são grandes, já que os militares prometeram matar todos os homens que encontrarem pelo caminho. Outro problema é o inverno que está chegando e os cristãos estão sem roupas adequadas para enfrentar o frio intenso. “Estamos sendo pressionados de todos os lados — em alguns vilarejos, os militares nem mesmo permitem a entrada de mercadorias. As necessidades básicas e medicamentos, como paracetamol, estão fora de alcance. As pessoas estão se sentindo impotentes”, completa Lwin.

Em setembro de 2021, a Portas Abertas apoiou diretamente 17.135 cristãos com socorro, ajuda prática e treinamento bíblico em Mianmar. “Louvado seja o Senhor pela distribuição de alimentos para os cristãos. Eu e minha filha podemos nos sustentar até hoje com o que recebemos. Já se passaram três meses”, agradece Hayma Aye*, uma das beneficiadas.

A consequência desse trabalho de apoio na dificuldade foi a conversão de 544 pessoas. Cerca de 166 decidiram se batizar: “Louvado seja Deus porque estamos vendo muitas pessoas encontrando a Cristo neste momento. Deus ainda está trazendo pessoas para si”, comemora o irmão Lwin.

Você pode fazer parte disso

Para participar da vida dos mais de 340 milhões de cristãos perseguidos no mundo, e ser diferença na vida deles, você pode conhecer mais, interceder, doar e encorajar). Para saber mais, acesse www.portasabertas.org.br

*Nomes alterados por segurança.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Apresentadora da Record é atacada após matéria sobre origens pagãs do Halloween

Foto Reproução do YouTube

Fonte: noticias.gospelmais 

Por Thiago Chagas 


A RecordTV apresentou uma reportagem sobre as origens do Halloween no último domingo e usuários das redes sociais tripudiaram sobre o conteúdo, protestando contra a apresentadora do Domingo Espetacular, Carolina Ferraz.

A matéria exibida pela emissora trouxe uma entrevista de um historiador que recapitulou as origens da festa, também conhecida como Dia das Bruxas, por volta do ano 1200 na Europa, por influência dos povos celtas.

“Essa cultura celta, muitas vezes conhecida como paganismo, acreditava-se muito na aproximação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. No dia 31 de outubro, era muito comum acreditar que essa relação e esse tecido entre o mundo dos vivos e dos mortos estaria mais próximo”, afirmou o historiador Ashley Trindade.

As festas era marcadas por sacrifícios de animais e preparação de oferendas, com uso de simbologias, explicou o historiador: “Você tem uma série de outros elementos místicos, mágicos, como bruxas, gnomos, e por aí vai. As pessoas usavam máscaras para poder afastar esses espíritos”.

A reportagem também destacou o fato de que outras crenças também usaram a data para celebrações, como a chamada “All Hallows Eve”, que pode ser entendido como “véspera de todos os santos”.

O professor de filosofia Guilherme Freire também foi entrevistado e destacou que as diferentes origens das festas criaram um ambiente místico: “Ficou um trido. Tinha ‘All Hallows Eve’, que era o dia anterior ao dia de todos os santos e o dia das almas, que era o terceiro. Os três celebravam a cultura que é a morte. Então, o Halloween acabou virando uma celebração da morte”.

Ignorância e deboche

No Twitter, diversos entusiastas da festa de Halloween atacaram a apresentadora Carolina Ferraz por conta da reportagem: “Perdeu tudo! O drama de Carolina Ferraz, antes uma das principais atrizes desse país, agora sendo obrigada a ler manchete tendenciosa da Record!”, escreveu um internauta.

“Eu entendo que todo mundo tem boletos pra pagar, mas ############, Carolina Ferraz”, debochou outro.

“Entendi o fato da Carolina Ferraz não querer mais fazer novela, querer se reinventar. Mas, não imaginava que era pra se prestar a um papel desses, né?”, atacou uma terceira, indicando desprezo ao conteúdo histórico sobre a origem da festa pagã.

Influência negativa

O pastor Renato Vargens, que já publicou artigo sobre o tema, usou também sua conta no Twitter para reprovar o comportamento de cristãos que aderem ao Halloween ao invés de celebrarem a Reforma Protestante, ou tentam conciliar ambas.

“Os que acham que podem comemorar a Reforma Protestante com celebrações de Halloween gospel, demonstram que não sabem o que é a Reforma Protestante e muito menos o Halloween, porque se soubessem jamais fariam essa mistura exdrúxula”, criticou.

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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Apenas 13% dos evangélicos dão o dízimo, segundo pesquisa nos EUA

Estudo nos EUA mostra como os evangélicos lidam com dízimos e ofertas.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST


Estudo mostra que evangélicos não são tão engajados nas ofertas como deveriam. (Foto: MaxPixel)

Embora a maioria dos evangélicos diga que o dízimo é um mandamento bíblico, apenas 13% se engaja na prática e metade doa menos de 1% da renda à igreja, segundo um novo estudo publicado nesta segunda-feira (1º) nos Estados Unidos.

O estudo “O Fator Generosidade: Evangélicos e Doações” é resultado de uma pesquisa da Gray Matter Research em parceria com a agência Infinity Concepts, que entrevistou cerca de 1.000 evangélicos americanos.

Segundo o relatório da pesquisa, em uma média geral — que inclui pessoas que ofertam e outras que não — os evangélicos doam 2,4% de sua renda para a igreja e 0,8% para a caridade.

Os pesquisadores explicam que os números da média geral são elevados por pessoas que doam grandes quantias, mas o quadro se torna preocupante quando os dados são analisados de perto.

“A média para doações na igreja é 0,57% — sim, isso é pouco mais da metade de 1% — enquanto para doações de caridade, é 0,1% (ou um décimo de 1%). As doações totais à igreja e à caridade combinadas mostram um valor médio de exatamente 1%. Pense nisso por um momento: metade de todos os evangélicos americanos dão menos de 1% de sua renda familiar para a igreja ou caridade”, disseram eles.

O estudo descobriu que, em média, os evangélicos doaram US$ 1.923 para a igreja e US$ 622 para instituições de caridade nos últimos 12 meses, totalizando US$ 2.545 em doações. Fazendo uma média geral, no entanto, os evangélicos doaram apenas US$ 340 para a igreja e US$ 50 para a caridade, num total de US$ 390.

“Claro, esses números incluem muitos evangélicos que não dão nada”, esclarecem os pesquisadores. “Se considerarmos apenas aqueles que doam para a igreja, a média de doação da igreja é de US$ 2.603, com uma média de US$ 800. E se considerarmos apenas os doadores de caridade, a média é de US$ 1.067 doados a instituições de caridade, com uma média de US$ 300”.

Generosidade dos evangélicos

O estudo descobriu que pessoas que estão mais engajadas com sua igreja e sua fé tendem a dar mais para sua igreja.

Quanto maior a renda familiar dos evangélicos, mais eles também podem dar. Entre os evangélicos com renda familiar abaixo de US$ 30.000 por ano, a média do total de doações foi de US$ 300. Isso dobrou para US$ 600 em caso de pessoas que ganham entre US$ 30.000 e US$ 60.000. Mais do que dobrou para US$ 1.400 em rendas entre US$ 60.000 e US$ 100.000. Com seis dígitos, a média de doações é de US$ 2.200.

Quando os pesquisadores compararam a taxa de doações por renda, no entanto, não foi encontrada muita diferença.

“A generosidade média para os evangélicos de renda mais baixa é de 2,4%, aumentando para 3,2% para aqueles que ganham entre US$ 30.000 e US$ 60.000. Mas tem um pequeno aumento para 3,5% entre aqueles que ganham de US$ 60.000 a US$ 100.000, e 3,7% entre aqueles com renda de seis dígitos. Portanto, as famílias evangélicas de renda mais baixa mostram níveis de doação mais baixos, mas há relativamente pouca diferença nos níveis de generosidade entre uma família evangélica que ganha US$ 50.000 e outra ganha US$ 150.000”, observaram.

Os pesquisadores apontaram que as doações evangélicas não são mais generosas do que as de outros americanos. Eles citaram um artigo da Grey Matter Research de 2017 chamado “Os americanos são muito menos generosos do que pensam que são”, que descobriu que o americano doa, em média, 3,2% de sua renda à igreja ou caridade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

China impacta o mundo ao anunciar sua ‘doutrina igualitária’ visando ‘prosperidade comum’

Partido Comunista muda suas prioridades sobre a sociedade e a economia e pode trazer consequências globais.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE REUTERS E BBC NEWS



China fortalecerá reformas tributárias para alcançar "prosperidade comum". (Foto: AFP)


Não é novidade que a China defende “uma sociedade menos desigual e com disparidades menores entre ricos e pobres” — esta é a definição chinesa para o que o mundo conhece como comunismo.

O assunto ganhou força na retórica de autoridades do país com um novo termo: prosperidade comum.

Porém, essa bandeira defendida pelo presidente Xi Jinping, nos últimos meses, tem chamado a atenção de especialistas de outras nações, já que “os planos da China têm o potencial de provocar enormes repercussões no resto do mundo”, de acordo com a BBC News.

Como funciona a “doutrina igualitária” da China

A China pretende "dividir o bolo" ajustando "razoavelmente" a renda dos mais ricos e elevando a renda dos grupos mais pobres, informou a agência estatal de notícias Xinhua.

“Mas a política tributária da China não deve ser mal interpretada como algo que rouba dos ricos para ajudar os pobres”, defendeu o artigo que disse representar “departamentos relevantes e pessoas autorizadas”.

Os críticos alertam que as medidas levam a um controle ainda maior do Estado sobre como o setor privado e a sociedade serão governados. Uma das mais visíveis consequências da “doutrina da prosperidade comum” tem sido um novo foco do setor privado chinês, com suas prioridades sendo direcionadas para o mercado doméstico.

Empresas que investem na China

A gigante de tecnologia Alibaba Group, cujo mercado global tem crescido nos últimos anos, comprometeu-se com 15,5 bilhões de dólares para a promoção de iniciativas de prosperidade comum na China.

Além disso, a Alibaba estabeleceu uma equipe dedicada a isso, liderada pelo executivo-chefe da empresa, Daniel Zhang. A empresa diz que se beneficiou do progresso econômico do país e que “se a sociedade está indo bem, e a economia está indo bem, então a Alibaba ficará bem”.

Sua concorrente Tencent, outra gigante da tecnologia, também está entrando nessa área. Prometeu 7,75 bilhões de dólares para a causa. O mundo corporativo chinês está disposto a mostrar que está contribuindo para o mandato do Partido Comunista nessa iniciativa.

‘Empresários se acostumam com a ideia’

Quando começou o movimento para que mais empresas apoiassem publicamente a nova visão do líder Xi Jinping, isso causou um "certo choque", disse privadamente à BBC um alto executivo de uma empresa chinesa.

A origem dessa disparidade de renda remete a reformas feitas há cerca de 40 anos, que abriram a economia de mercado chinesa e permitiram o acúmulo de vastas fortunas pessoais, informou a agência Reuters.

Ao mesmo tempo em que surgiam centenas de bilionários no país, crescia a desigualdade entre a China rural e a urbana. Se a prosperidade comum significa um foco maior na emergente classe média chinesa, isso pode significar um rápido avanço para empresas globais que sirvam esses consumidores.

“Podemos ver que o foco em jovens obtendo empregos é bom", disse Joerg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China.

O luxo pode perder espaço

Entretanto, negócios ligados ao setor de luxo podem não se sair tão bem, alerta Wuttke ao explicar que o foco será o crescimento da classe média.

“Os gastos chineses representam cerca de 50% do consumo de luxo no mundo e, se a China decidir comprar menos relógios suíços, gravatas italianas e carros de luxo europeus, essa indústria sofrerá um baque”, apontou.

Steven Lynch, da Câmara Britânica de Comércio na China, também diz que a prosperidade comum não é garantia de que a classe média vai crescer da mesma forma que cresceu nos últimos 40 anos.

Lynch também faz um questionamento que interessa à comunidade global: “Se eles estão se voltando mais para dentro, então será que eles realmente precisam do resto do mundo?", provocou.

O ‘novo socialismo’

"O Partido está agora preocupado com os trabalhadores medianos — como motoristas de táxi, trabalhadores migrantes e rapazes que fazem serviços de entregas", diz Wan Huiyao, do Centro para China e Globalização, de Pequim.

"A China quer evitar a sociedade polarizada que alguns países ocidentais têm, o que temos visto levar à desglobalização e à nacionalização”, ele disse.

Mas observadores da China de longa data dizem que o Partido realmente quer transformar o socialismo — com características chinesas — para que seja um modelo alternativo para o resto do mundo, então a prosperidade comum não é o caminho.

"Isso é parte da guinada para a esquerda e parte da guinada na direção de cada vez mais controle que tem sido indicativa do governo de Xi Jinping", diz George Magnus, acadêmico associado do Centro da China da Universidade de Oxford.

A realidade é outra

"A pressão implícita é para cumprir com os objetivos do Partido. Haverá imposto sobre rendas altas e 'não razoáveis' e pressão sobre empresas privadas para que façam doações para os objetivos econômicos do Partido”, alertou Magno.

O acadêmico também explica que se trata de uma espécie de China Utópica, imposta de cima para baixo, que o Partido espera que se mostre um modelo viável para o mundo, como alternativa ao que o Ocidente tem a oferecer.

Mas ele vem com um detalhe: ainda mais controle e poder nas mãos do Partido. A China sempre foi um ambiente difícil para negócios estrangeiros operarem, e a prosperidade comum significa que a segunda maior economia do mundo ficou ainda mais difícil de navegar.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Restos de 1400 judeus mortos no Holocausto são encontrados em valas na Bielo-Rússia

O local do sepultamento era procurado há décadas por pesquisadores.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE YNET NEWS


Ossos de vítimas encontrados em vala comum, em Luninets, Bielo-Rússia. (Foto: Bielorrússia 1/Ynet News)

Uma missão de busca que já dura décadas levou pesquisadores a um cemitério perdido, onde centenas de homens judeus foram presos e executados pelos nazistas, em agosto de 1941.

Os restos mortais de cerca de 1.400 judeus assassinados pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, foram encontrados em uma vala comum na cidade de Luninets, na Bielo-Rússia.

“Durante décadas, procuramos o local de sepultamento dos homens e só na semana passada começaram os trabalhos de escavação onde os ossos foram encontrados”, disse Ilana Sela, que liderou a busca após a sepultura junto com seu falecido pai, Shlomo Alfiner, que cresceu na cidade.

Sapatos que foram encontrados na vala, junto aos restos mortais. (Foto: Bielorrússia 1/Ynet News)

Assassinatos de judeus

Sabe-se que os 1.400 homens, cujos restos mortais foram encontrados em Luninets, foram assassinados em agosto de 1941 por 300 algozes do Batalhão de Polícia nazista 306, cujo trabalho era realizar execuções em massa nas áreas ocupadas pelos alemães na União Soviética.

As escavações foram realizadas por membros da Unidade Forense do Ministério da Defesa do país, que até agora abriram duas das sete tumbas do local e exumaram os restos mortais de cerca de 150 pessoas enterradas ali, bem como dezenas de itens pessoais, incluindo pentes, sapatos, óculos e até dentaduras.

Até sua libertação em julho de 1944, mais de 16 mil civis foram assassinados pelo regime nazista no distrito de Luninets, localizado na região de Brest, na Bielo-Rússia. De acordo com relatos históricos, pelo menos 600 vítimas foram queimadas vivas, cerca de 200 das quais eram crianças.

Em 2019, as autoridades bielorrussas enterraram os restos mortais de mais de 1.200 vítimas judias do Holocausto, cujos restos mortais foram desenterrados na região de Brest também por construtores que encontraram a vala comum da era nazista durante as obras.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Mais de 8 mil cristãos adotaram costumes judaicos no Brasil, segundo estudo

Além de guardar costumes, a pesquisadora Manoela Carpenedo observa o aumento de cristãos brasileiros interessados em conhecer sua ascendência judaica.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO FORWARD


Brasileiros seguram a bandeira de Israel. (Foto: Silvia Izquierdo/AP)

Cerca de 8.000 cristãos passaram a observar costumes judaicos em todo o Brasil, de acordo com a pesquisadora Manoela Carpenedo, antropóloga e socióloga da religião que fez um estudo sobre a aproximação entre os evangélicos brasileiros com o judaísmo.

Seu estudo é detalhado no livro “Se Tornando Judeu, Crendo em Jesus: Evangélicos Judaizantes no Brasil” (no original em inglês: Becoming Jewish, Believing in Jesus: Judaizing Evangelicals in Brazil).

Entre as práticas judaicas observadas por cristãos, estão a guarda das festas judaicas, o shabat, estudo do hebraico, a comida kosher, a leitura do Talmude e da literatura rabínica.

Carpenedo observou que muitos evangélicos passaram a aderir rituais e símbolos judaicos, mas sem o interesse em se converter ao judaísmo. Ela explica que isso acontece por razões teológicas.

“Eles acreditam que podem contribuir para o cristianismo, reformando os tipos deformados de cristianismo encontrados no culto pentecostal, através do judaísmo”, disse ela em entrevista a Benjamin Ivry, publicada no The Forward, uma mídia judaica dos EUA. “Eles entendem o judaísmo de Jesus e tentam ser como Jesus, judeu.”

A pesquisadora observou que os cristãos poderiam se aproximar das práticas do Antigo Testamento se tornando “adventistas do sétimo dia” ou parte de uma “igreja pentecostal rígida”, mas acabaram se reconectando a Israel. “Por um lado, eles estão reformando o pentecostalismo por meio do judaísmo e, por outro, eles têm essa identidade étnica que desejam combinar e manter, como um avivamento e uma reforma”, avalia.

Genealogia judaica

Ela também observa o aumento de cristãos brasileiros interessados em conhecer sua ascendência judaica. Muitos passaram a pagar investigações genealógicas e exames de sangue para ver se sua família veio de judeus convertidos em Portugal, explica.

“Eles têm uma maneira urgente de entender a Bíblia e o judaísmo como algo conectado com o fim dos tempos. Eles estão de alguma forma ressuscitando seu judaísmo enquanto trazem outros cristãos a ele. Eles acreditam que no Brasil, todo mundo é de alguma forma judeu em certo nível. Então, sejam as pessoas 75% judias ou 5%, todos devem embarcar nisso e crer na Torá”, observa Carpenedo.

Por fim, a pesquisadora acredita que apesar da diversidade cultural do Brasil, o judaísmo está criando raízes entre as igrejas. “É um avivamento e reinvenção da religião. Algo está mudando no mundo cristão e o judaísmo está contribuindo para isso”, opina.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

China testa míssil hipersônico capaz de circular a Terra e deixa mundo em alerta

O teste que foi realizado em agosto foi mantido em segredo e surpreendeu as autoridades americanas.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE G1ATUALIZADO


Foguete Long March 5B decolando do Centro de Lançamentos de Wenchang, na China, em 29 de abril. (Foto: STR/AFP)

Ao testar um míssil hipersônico com capacidade nuclear que circulou a Terra, a China chamou a atenção de autoridades americanas. O planador estava armado com uma ogiva nuclear e foi lançado por um foguete do tipo Long March.

O míssil circulou a Terra em órbita baixa antes de descer em direção a um alvo, mas errou a meta em cerca de 38 quilômetros, conforme o jornal “Financial Times”. Mesmo assim, o teste surpreendeu as autoridades americanas.

O teste que ocorreu em agosto foi mantido em segredo, mas não é novidade que os chineses estão expandindo suas forças nucleares e que há uma grande chance de que estejam planejando “um jogo de arma de fogo”.

Tecnologia hipersônica

Além de Pequim, os Estados Unidos e a Rússia também trabalham no desenvolvimento de tecnologia hipersônica.

Difíceis de serem rastreadas, as armas hipersônicas em desenvolvimento por estes países são lançadas por um foguete ao espaço — a exemplo das naves utilizadas em missões espaciais.

Elas voam a cinco vezes a velocidade do som, orbitam a Terra com o próprio impulso e são manobráveis, podendo desviar a rota inicial. Por serem muito mais rápidos que os mísseis normais se tornam mais difíceis de se interceptar.

Imagem do teste de míssil hipersônico da Rússia, em 7 de outubro de 2020.
(Foto: Dilvulgação/Ministério de Defesa da Rússia/Reuters)

China nega que esteja fazendo testes

A China mostrou mísseis hipersônicos durante uma parada militar, neste ano. Ao ser questionada, na segunda-feira (18), durante uma coletiva de imprensa que o próprio governo chinês organizou para tratar da questão, o país negou que esteja fazendo testes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse que um teste de rotina foi realizado em julho para verificar diferentes tipos de tecnologia de naves espaciais reutilizáveis.

“Não era um míssil, era uma espaçonave”, disse Zhao. “Os testes são muito importantes para reduzir o custo de espaçonaves”, defendeu ele.

Uma reportagem do jornal Financial Times sobre os testes havia gerado preocupação em Washington, onde as agências de inteligência foram pegas de surpresa. Ao ser confrontado sobre a reportagem, Zhao disse estar incorreta.

A reportagem, publicada no sábado (16), citou cinco fontes não identificadas que disseram que um míssil hipersônico foi lançado no meio do ano. “O teste mostrou que a China fez um progresso surpreendente em armas hipersônicas e estava muito mais avançada do que as autoridades americanas imaginavam”, dizia o texto do Financial Times.

China mostrou mísseis hipersônicos em uma parada militar, neste ano. (Foto: Getty Images)

Caminhando para uma guerra?

Após a publicação, o congressista americano Mike Gallagher disse que o episódio deveria servir como “chamado à ação” para os EUA. O republicano e membro do Comitê de Forças Armadas da Câmara, disse que se Washington mantiver sua abordagem atual, “perderá uma nova Guerra Fria com a China em dez anos”.

As relações entre os EUA e a China estão tensas, com Pequim acusando o governo do presidente Joe Biden de ser hostil. Outros países ocidentais também expressaram preocupação com as recentes demonstrações de poder militar da China.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Apple remove aplicativos da Bíblia em obediência ao sistema comunista chinês

O presidente-executivo da Apple foi acusado de hipocrisia por políticos nos Estados Unidos e por obedecer ao governo chinês, evitando criticá-lo publicamente.

Fonte: Guiame, Com Informações de Washington Examiner, BBCe CBN


Apple obedece ao Partido Comunista Chinês e remove aplicativos da Bíblia 
e do Alcorão. (Foto: AppAdvice)

Em cumprimento ao regime ditador chinês, no dia 8 de outubro a Apple removeu dois aplicativos que eram bem populares entre os chineses — o The Olive Tree Bible e o Quran Majeed. O primeiro é um aplicativo muito conhecido para baixar várias versões da Bíblia e o segundo é referente ao Alcorão.

As autoridades chinesas alegam que os aplicativos violam as leis que proíbem o uso de textos ou materiais religiosos.

De acordo com o Washington Examiner, a Olive Tree Bible Software foi informada durante o processo de revisão da App Store que “são obrigados a fornecer uma licença demonstrando a autorização para distribuir um aplicativo com conteúdo de livro ou revista na China continental”, explicou um porta-voz da Olive Tree.

“Como não tínhamos a licença e precisávamos aprovar a atualização do nosso aplicativo para os clientes, removemos nosso aplicativo da Bíblia da App Store da China. No momento, estamos revisando os requisitos para obter a licença necessária, na esperança de poder restaurar nosso app para a App Store da China e continuar a distribuir a Bíblia em todo o mundo”, disse ainda o porta-voz.

Relacionamento da Apple com a China

Conforme a CBN News, a Apple foi criticada por seu relacionamento com a China, já que os fornecedores da empresa foram acusados de depender de muçulmanos uigures que trabalham de maneira forçada.

“Ao obedecer à ordem do Partido Comunista Chinês de remover aplicativos da Bíblia e do Alcorão de sua plataforma na China, a Apple está permitindo a perseguição religiosa por lá, incluindo o genocídio em curso de muçulmanos uigures. Essa decisão deve ser revertida”, disse Edward Ahmed Mitchell, vice-diretor nacional do Conselho de Relações Americano-Islâmicas, um grupo de defesa dos muçulmanos com sede em Washington (EUA).

Ele acrescentou: “Se as corporações americanas não crescerem e enfrentarem a China agora, correm o risco de passar o próximo século subservientes aos caprichos de uma superpotência fascista”.

Censura e perseguição religiosa

A App Store também removeu aplicativos que tratam de tópicos considerados proibidos pelas autoridades chinesas. Entre eles estão o Dalai Lama, a Praça Tiananmen, o grupo religioso Falun Gong e o Tibete. O governo chinês dobrou suas medidas extremas nos últimos anos para reprimir os grupos religiosos no país.

Vale citar que a China é um dos maiores mercados da Apple e a cadeia de suprimentos da empresa depende muito da fabricação chinesa. O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, foi acusado de hipocrisia por políticos nos Estados Unidos, por falar abertamente sobre a política americana, mas permanecer calado sobre a China.

Conforme a BBC News, ele também é acusado de obedecer ao governo chinês quanto à censura e de não criticá-lo publicamente pelo tratamento que dispensa às minorias religiosas. Benjamin Ismail, diretor de projeto da Apple Censorship, disse: “Atualmente a Apple está sendo transformada no departamento de censura de Pequim.

Cristianismo sendo atacado

Em maio deste ano, o governo comunista desativou as contas do Christian WeChat, dizendo aos usuários que isso violava as “disposições de gerenciamento de serviços de informações de contas públicas para usuários da Internet da China” e que as contas haviam sido “bloqueadas e suspensas”.

Outros aplicativos da Bíblia foram eliminados da App Store da China e as versões impressas não puderam mais ser compradas online.

O Guiame publicou várias matérias sobre a repressão chinesa contra os cristãos, entre elas uma que mostra como o regime chinês está obrigando pastores a incluir a ideologia comunista em sermões e histórias bíblicas.

E o caso de cinco cristãos presos por participarem de uma conferência cristã na Malásia, no ano passado, onde os pastores Timothy Keller e D. A. Carson foram palestrantes.

De 2020 para cá, a perseguição aos cristãos na China se intensificou, com milhares de cristãos afetados pelo fechamento de igrejas e outros abusos dos direitos humanos.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

‘Ele me acorda todas as manhãs’, diz mulher de 110 anos sobre sua vida com Deus

Viola Brown acaba de aniversariar e credita à fé em Deus ter conseguido superar guerras, pandemias e segregação.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN 

Viola Brown completou 110 anos em 4 de outubro de 2021. 
(Foto: Condado de Clark, Virgínia).

Viola Roberts Lampkin Brown sobreviveu ao pior dos tempos. Quando o “Titanic” afundou no Oceano Atlântico Norte em 15 de abril de 1912, ela era apenas uma criança. Ela ainda não tinha 3 anos quando a Primeira Guerra Mundial começou. Ela tinha 6 anos quando a pandemia de gripe começou em fevereiro de 1918. E quando tinha 7 anos, Brown trabalhava como doméstica com sua família em Clarke County, Virgínia, e passaria décadas vivendo em meio à segregação.

Brown, que nasceu em 4 de outubro de 1911, sobreviveu a tudo para comemorar seu 110º aniversário e, embora agora seja uma das pessoas mais velhas do mundo e não tenha sido vacinada, ela está confiando em Deus para mantê-la durante o

Pandemia de Covid-19, a doença mais mortal da história dos Estados Unidos.

Seu aniversário a empurrou para um clube exclusivo de adultos mais velhos com pelo menos 110 anos, conhecidos como supercentenários.

E ela credita sua fé em Deus como a fonte de sua longevidade.

“Ele me acorda de manhã. Ele me diz o que fazer. Eu não me preocupo com as coisas”, disse Brown em uma entrevista ao The Christian Post, em sua casa em Berryville, Virginia, onde ela viveu casada com um diácono e, após a viuvez, com um pastor, além de sua filha.

Vida de fé

A centenária Viola, que mantém uma rotina diária que inclui reflexão espiritual, agora se junta a um pequeno, mas extraordinário grupo de indivíduos conhecidos como supercentenários.

O sobrinho de Brown, Andrew Roberts, que adora sua tia-avó por seu estilo de vida contagiante, diz que também acredita que sua longevidade se origina em parte de sua vida exemplar de fé.

“Minha experiência pessoal não tem sido nada além de amor e alegria sempre que estou na presença dela. Nunca há um minuto em que Jesus não saia de seus lábios. ... Tudo o que ela fala e faz, ela honra e louva a Deus. Eu quero dizer tudo. Ela é literalmente [crente]”, disse Roberts à CP.

“Acho que uma das coisas, em termos de longevidade, tem a ver com sua fé. O estilo de vida [ela pratica]. Ela não deixa que muitas coisas a incomodem. Ela tem grande capacidade de tolerar o estresse ou apenas eliminá-lo na maior parte porque está centrada. Ela está centrada em algo maior do que ela”, acrescentou.

Roberts, junto com a filha de 79 anos de Brown, Vonceil Hill, a única filha viva (ela tinha dois), concorda que sua fé a manteve em paz perfeita, ela nunca precisou de medicamentos prescritos até os 101 anos.

“Ela nunca tomou nenhum medicamento prescrito até os 101 anos”, explicou Hill em uma entrevista à CP. “Eles a colocaram em uma dose baixa [medicação] para pressão alta”.

Antes disso, Viola vivia com uma dieta constante das Escrituras e alimentos incluindo feijão verde, batata e tomate que ela cultivou em um jardim que cuidou até os 100 anos.

Depois de um leve derrame em maio de 2020, seguido de uma queda no início deste ano, Viola desacelerou um pouco cognitiva e fisicamente. Ela agora precisa de aparelhos auditivos e de uma cadeira de rodas para se locomover. Mas ela pode orar por si mesma para andar de forma independente novamente, como fez em 1960.

Superando os desafios

Viola é a mais nova de 13 filhos e é a membro da família que vive há mais tempo. Quando ela e seus pais se mudaram para Clarke County em 1918, trabalharam na Fazenda Springfield como trabalhadores domésticos.

“Quando crianças, morávamos na fazenda e não tínhamos permissão para cruzar os trilhos da ferrovia”, lembrou ela em um longa-metragem de 2016 por Cathy Kuehner em The Winchester Star, que agora trabalha para Clarke County. “Eu servia nas mesas, esfregava o chão e lavava pratos.”

Em 1960, enquanto trabalhava para uma família na S. Church Street no centro de Berryville, um fogão explodiu e feriu as pernas de Viola. Os médicos pensaram que ela nunca mais voltaria a andar, mas a determinada senhora conseguiu.

“'Eu vou caminhar. Deus me disse que vou andar’. E com certeza, ela ficou em casa por cerca de seis meses ou um pouco mais e começou a andar'”, relatou sua filha sobre a persistência da mãe.

Ela revelou que sua mãe contaria mais tarde como lutou contra o câncer de ovário depois que seu falecido irmão foi diagnosticado com a doença.

“Eu não descobri até que meu irmão ficou doente. Ele estava com câncer e ela disse: 'Deixe-me dizer uma coisa: eu tive, não contei tudo a vocês'. Ela não contou a meu pai porque, disse: 'Eu podia vê-lo na rua contando às pessoas você sabe que minha esposa tem câncer.” E ela disse: “Eu não contei a ninguém”.

“E como o médico disse: 'Se você se preocupa com isso, é isso que afasta a maioria das pessoas'. Ela disse: 'Eu não me preocupei com isso. Eu coloquei nas mãos de Deus. 'E dessa vez, fazia 33 anos desde que ela teve, quando meu irmão adoeceu com câncer", explicou a filha Hill.

Seja o que for que sua mãe queira de Deus, Hill disse, ela a testemunhou conseguindo isso por meio da oração.

“Ela pede coisas a Deus e geralmente isso acontece”, disse Hill. “Ela ora com algumas pessoas que estão doentes [e elas melhoram].”

Testemunho na família

Hill também explicou como a fé de sua mãe mudou em sua própria vida.

“Tive uma filha que se meteu com as drogas e recebeu uma pena [na prisão]. E ela disse: 'Deus me mostrou que ela está saindo.' Eles deram a ela [uma] prisão perpétua mais 30 anos. E ela nos disse que viu este papel [em uma visão] ... que ela seria livre. E com certeza, ela saiu depois de 11 anos”, disse Hill, que, ao contrário de sua mãe, toma medicamentos para hipertensão, colesterol e diabetes.

Brown é membro da Igreja Batista de Zion de Berryville, que fica ao longo da Josephine Street, na parte historicamente negra da cidade, agora conhecida como Josephine City Historic District. Sua casa também fica ao longo da Josephine Street e fica a menos de cinco minutos a pé da igreja.

Desde a pandemia, ela não passou muito tempo pessoalmente com sua congregação, mas Hill disse que sua mãe era muito ativa na igreja durante sua juventude.

“Estávamos na igreja de manhã à noite. Ela organizou a escola dominical lá. Ela costumava bater na porta de todos que tinham filhos e perguntava se ela poderia pegar seus filhos ou alguém da igreja poderia pegar seus filhos”, disse Hill. “Ela era uma das diaconisas da igreja; ela foi tesoureira por 34 anos. Mas ela tem sido uma ótima mentora. Eu acredito que você precisa de Deus em sua vida para passar o dia”.

Salmo 27

Viola adora falar sobre sua passagem bíblica favorita, o Salmo 27. “Ela fala sobre o Salmo 27. Essa é a passagem favorita dela”, disse Roberts.

“O impacto dela é a personificação do amor, mesmo que fiquemos aquém. É esse espírito que o faz continuar porque ela sempre vai te lembrar. Seja óbvio ou aberto, é apenas quem ela é. Você automaticamente se sente bem quando está perto dela. Ela tem essa energia positiva, essa energia cheia de espírito", declarou o sobrinho.

Roberts disse que sua tia-avó sofreu um leve derrame no ano passado, dias depois que sua filha mais velha faleceu, com cerca de 30 anos. Ela teve que ir ao hospital para tratamento, mas não demorou muito.

“Ela foi para o hospital. Ela odeia hospitais. Ela queria ir para casa e saiu em três dias”, disse Roberts.

“Ela não estava completamente normal [depois disso]”, continuou ele. “Ela perdeu muito em termos de cognição um pouco e às vezes esquece. Mas eu digo a ela: ‘Tia Viola, não se preocupe com isso’. Ela olha para mim e diz: ‘Às vezes eu esqueço meu nome.’ Eu digo: ‘Tudo bem, tia Viola. Nós sabemos quem você é.'"

Hoje em dia, Viola Brown gosta da visita de seus amigos e familiares, incluindo seus oito netos, oito bisnetos e três tataranetos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Tribunal autoriza judeus a orar na Esplanada das Mesquitas, desde que seja “em silêncio”

Normalmente, os judeus se concentram em frente ao Muro das Lamentações, mas alguns decidiram orar escondidos em local proibido.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE FRANCE PRESSE

O rabino Yehudah Glick orando no Monte do Templo, em agosto de 2021, enquanto um policial patrulhava nas proximidades. (Foto: Amit Elkayam/The New York Times).

O Tribunal Israelense determinou, na terça-feira (5), que os judeus podem orar na Esplanada das Mesquitas, desde que permaneçam em silêncio. A decisão gerou descontentamento nos palestinos e os países muçulmanos disseram que “é uma violação ao terceiro local mais sagrado do islã”.

Durante décadas, essa é uma questão polêmica entre os dois povos. Entre as confusões, está o caso do rabino Arié Lippo, que foi detido por policiais, em 29 de setembro, porque orava em silêncio no Monte do Templo, nome dado à Esplanada das Mesquitas pelos judeus.

A polícia israelense proibiu o homem de visitar o local por duas semanas e estava controlando as entradas do templo, chamado de Nobre Santuário pelos muçulmanos. O local é administrado pelo Waqf, um órgão dependente da Jordânia, que também abriga a Cúpula da Rocha e a mesquita Al-Aqsa.

Para Israel, o grande pátio também é considerado um dos lugares mais sagrados no judaísmo, já que o local abrigou os dois últimos Templos, construídos antigamente pelos hebreus.

Outras polêmicas

Depois que o governo de Israel permitiu, discretamente, que um número de judeus cada vez maior, reze no Monte Sagrado, o rabino Yehudah Glick ficou conhecido por fazer uma transmissão ao vivo orando no local.

Há décadas o ex-deputado de direita, nascido nos Estados Unidos, tem liderado uma batalha pelo direitos dos judeus orarem no Monte do Templo, o que ele considera uma questão de liberdade religiosa.

Já para Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro israelense, a mudança pode agravar a instabilidade em Jerusalém Oriental e ocasionar um conflito religioso. “É um lugar sensível. E locais sensíveis como este, que têm um enorme potencial de explosão, precisam ser tratado com cuidado”, ponderou Olmet.

Oficialmente, o governo de Israel permite que não-islâmicos entrem no Monte do Templo todos os dias pela manhã, com a ressalva de não orar no local. Apesar de não existir nenhuma lei que registre a proibição, judeus que tentaram adorar no Monte foram historicamente repreendidos e retirados pela polícia.

Casos judiciais

O rabino Lippo — que confessou orar no local proibido, em silêncio, todos os dias — chegou a entrar com um recurso de apelação. Na terça-feira (5), a juíza Bilha Yaalom, do Tribunal de Magistrados de Jerusalém, revogou a decisão da polícia, que o impedia de permanecer na Esplanada das Mesquitas.

"O demandante reza em silêncio em um canto, sem público ao redor. Não vejo o porquê de representar um perigo para a ordem pública como afirma a polícia", declarou a juíza em seu veredito depois de ver os vídeos apresentados pelas autoridades.

Os judeus religiosos, às vezes, provocam incidentes ao orarem na Esplanada, após subirem lá como simples visitantes. Isso cria tensões com os fiéis palestinos muçulmanos, que temem que Israel tente alterar as normas de acesso ao local sagrado.

A Organização de Cooperação Islâmica (OCI), com sede na Arábia Saudita, classificou nesta quinta-feira a decisão "ilegal" do tribunal israelense como um "ataque sem precedentes sobre os direitos inalienáveis dos muçulmanos".