terça-feira, 20 de agosto de 2013

Primeira Pastora Presidente das Assembléias de Deus no Brasil

Catanduva elege primeira Pastora Presidenta das Assembleias de Deus no Brasil

Assembleia de Deus Ministério de Catanduva - SP

A Assembleia de Deus Ministério de Catanduva elege a Pastora Maria Lúcia Machado de Moraes como sua Pastora Presidenta.


Conforme informações apuradas por este blog, A Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério de Catanduva - SP, no dia de ontem, 18.08.2013, quebrou paradigma em termos de administração eclesiástica, ao eleger por aclamação uma mulher como Pastora Presidenta do campo.

De acordo com as informações oriundas de fontes fidedignas, o fato aconteceu durante Manhã Missionária no dia de ontem, como parte do XVI Congresso anual de Missões do Ministério.

Na ocasião, o Pastor Presidente Paulo Sérgio Dutra de Morais, informou à Igreja sobre sua impossibilidade de continuar na presidência, por orientação médica, pediu a sua jubilação e indicou a sua esposa que já atuava como sua Primeira Vice-Presidente,Pastora Maria Lúcia Machado de Moraes, como sua sucessora na presidência da Igreja e Ministério.

A Assembleia de Deus de Catanduva, tradicional ministério da denominação no interior do Estado de São Paulo, foi pastoreada pelo honrado e respeitado Pastor José Dutra de Moraes, in memorian, que antes da sua promoção às mansões celestiais, deixou indicado seu filho como seu sucessor.

Pouco tempo após ter assumido a presidência, o Pr. Paulo Sérgio Dutra de Moraes se desligou da COMADESPE - Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo e Outros, convenção a que seus ministros eram filiados, e consequentemente da CGADB - Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, passando a atuar como igreja independente e isolada, do ponto de vista institucional.

Este blog publica esta notícia, por ser informação relevante e histórica para as Assembleias de Deus no Brasil, não fazendo juízo de valor à medida tomada, por ser de interesse exclusivo do "intramuros" do Ministério Local, porém, tornou-se pública ao ter sido tomada em reunião pública, em festividade da Igreja, e também por já ser assunto corrente na cidade, mormente no meio eclesiástico.

Portanto, eleita por aclamação a Pastora Maria Lúcia Machado de Moraes, como a primeira Pastora Presidente das Assembleias de Deus no Brasil.

Na condição de Vice Presidente Executivo da COMADESPE - Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo e Outros, convenção à qual a Igreja AD em Catanduva foi ligada através de seus ministros durante muitos anos, recebi algumas ligações, mas essa é uma medida interna, portanto de interesse do Ministério Local, já que a Igreja caminha independente e isolada das demais Assembleias de Deus.

Que Deus abençoe a Assembleia de Deus em Catanduva - SP.

Blog: Pr. Carlos Roberto Silva

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O DESASTRE DA SEPARAÇÃO CONJUGAL


A carta abaixo, resumida pela redação, foi escrita por uma garota de dezesseis anos para seu pai, que há poucas semanas havia abandonado a família para viver com outra mulher.
Querido pai!

Já é tarde, e eu estou aqui, sentada na minha cama, tentando escrever esta carta. Quantas vezes procurei falar-lhe nas últimas semanas, mas não consegui ficar a sós com você!

Ainda não posso acreditar que você está vivendo com outra pessoa e não consigo imaginar que você e mamãe nunca mais ficarão juntos. Para mim é difícil aceitar esses fatos, principalmente quando fico imaginando seu retorno para casa, voltando a ser o pai que sempre foi para mim e para meu irmão.

Eu gostaria, ao menos, que você entendesse o que está acontecendo em nossas vidas. Por favor, não pense que foi mamãe que me mandou escrever! Ela nem sabe que estou escrevendo. Eu apenas quero lhe contar o que estou pensando e sentindo com a separação de vocês.

Papai, imagino nossa família como um automóvel bem bonito em que viajamos juntos por muito tempo. Por fora ele parece inteiro, sem arranhões e sem ferrugem, e em seu interior há muitos equipamentos. Mas com o tempo apareceram alguns problemas.

O motor solta fumaça, as rodas balançam, o revestimento dos assentos está rasgado, a direção está dura, é trabalhoso manobrá-lo, o escapamento está furado e barulhento. Mas sabe de uma coisa, papai? Ele continua sendo um bom carro – ou ao menos poderia ser. Investindo um pouco, ele ainda poderia rodar por muitos e muitos anos.

Meu irmão e eu sempre sentávamos no banco de trás, você e mamãe ficavam na frente. Nós nos sentíamos seguros quando você dirigia e mamãe estava ao seu lado.

No mês passado, porém, quando você foi embora, mamãe teve de assumir a direção. Era noite, e parecia que um outro carro vinha em nossa direção. Mamãe tentou desviar, mas o outro carro bateu de frente em nós. O acidente foi terrível.

Mas o mais terrível é que você, papai, estava dirigindo o outro automóvel, e que ao seu lado havia alguém – aquela outra mulher.

Sim, foi um grave acidente e todos nós ficamos muito feridos. Como será que você está passando? Ainda não ouvimos notícias suas. Você também se machucou? Você precisa de ajuda, papai?

Naquela noite me perguntei muitas vezes se iríamos sobreviver à catástrofe. Mamãe foi a que mais se feriu e parece não conseguir se restabelecer. Bruno está em estado de choque. Ele ainda está muito mal e não quer falar com ninguém.

Eu sinto tanta dor que nem mamãe nem Bruno conseguem me ajudar. O médico disse que preciso de terapia específica para me reerguer. Mas, papai, ao invés da terapia, eu prefiro que você me ajude!

A tristeza dói tanto! Papai, nós sentimos tanto a sua falta! Todos os dias ficamos nos perguntando se você não estaria vindo aqui em casa, para dar uma olhada em nós. Mas os dias vão passando, e você não vem. Papai, temo que tudo tenha acabado e que não exista volta, mas meu coração iria explodir de alegria se, ao abrir os olhos de manhã, visse você entrando no meu quarto.

À noite, quando tudo está calmo, ficamos sentados falando de você, de como gostávamos de andar juntos e do quanto gostaríamos que estivesse conosco outra vez.

Como vai, papai? Você sente dores depois do acidente? Você precisa de nós tanto quanto precisamos de você?

Se quiser que eu cuide de você, é só me chamar. Eu o amo!

Sua filha Estéfani.

A carta foi enviada. Alguns dias depois, de manhã cedo, Estéfani desceu para tomar o café da manhã. Ela viu seus pais sentados à mesa, de mãos dadas, com lágrimas nos olhos. Ele havia voltado!

Irmãos, Satanás trava uma guerra ferrenha contra nós! Que o Senhor Deus lhes conceda muita força para serem maridos fiéis, pais tementes a Deus e para ficarem firmes no Senhor, dando ouvidos à Escritura e obedecendo a ela. E vocês, irmãs, ajudem seus maridos a serem homens de Deus! (Ernst-Paulus-Verlag - http://www.chamada.com.br)

Você é importante para Deus


Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Apocalipse 3:20

Deus ama você, de uma forma muito especial.
Você é a obra-prima da criação dEle.
Antes de você ser gerado, Ele te escolheu e te amou. Em meio a milhares de espermatozoides, Ele te deu a primeira vitória. Assim houve a fecundação, e antes mesmo que seus pais soubessem da sua existência, Ele já te sustentava e cuidava.

Você cresceu, ficou inteligente e bonito (a), mas se esqueceu de Deus, o seu Pai.

Imagine uma mãe que tem dois filhos os quais ama igualmente.

O primeiro, mal a cumprimenta, raramente agradece seus cuidados, some sempre sem dar satisfações e só se lembra dela quando tem sérios problemas e se mete em confusão.

O segundo, é mais dedicado, pede opinião sobre assuntos pessoais, tem maior intimidade, desfruta mais da sua atenção e carinho, é agradecido e reconhece tudo de bom que sua mãe lhe faz, está sempre ao seu lado, é prestativo, sempre pronto a ajudá-la em seus afazeres e não perde a oportunidade de dizer-lhe o quanto a ama.

Essa mãe ama ambos igualmente, mas aquele que se expõe mais, que divide seus problemas, a solicita com frequência, dá a ela a oportunidade para orientar, ajudar, proteger. O outro, apesar de ter o desejo de fazer o mesmo por ele, ela recua, porque não é invasora e intrometida, no entanto não deixa de amá-lo e de cuidar dele por isso.

O mesmo acontece com Deus e seus filhos. Uns desejam a presença dEle ansiosamente, estão sempre dispostos a ouvir a Sua voz, a trabalhar para ajudá-lo, por amor a Ele, a viver este intenso relacionamento. Outros vivem como se Ele não existisse, mal o cumprimentam, raramente agradecem, são egocêntricos e apenas lembram-se dEle quando o dinheiro acaba ou quando estão em apuros.

Então, amado (a), pense e reflita:
· Que tipo de filho você é para seu Pai celestial?
· Você tem dado oportunidade para que Ele te ajude e te oriente?
· Você tem se oferecido para ajudá-lo em sua obra?
· Você é grato pelas maravilhas diárias que Ele te dá? Se você é grato, diz isso a Ele com frequência?
· Você só se lembra dEle quando precisa de algo?

Se você respondeu a maioria das questões como responderia o primeiro filho do nosso exemplo, você precisa repensar toda sua vida. Nosso Deus não é um Deus invasor, mesmo sendo seu criador, seu sustentador, Ele não arrombará a porta do seu coração. Ele te dá o livre arbítrio, a chance de escolha.

Opte por Ele, opte pelo Rei dos Reis, não perca mais tempo!
O Senhor te ama e está de braços abertos esperando sua decisão. Ele está com as mãos cheias de bênçãos, preparadas para derramá-las todas sobre a sua vida.

Corra para os braços do Pai, pois só assim você experimentará o que é o verdadeiro amor e poderá, assim, ter a alegria constante que flui intensamente do coração do Pai.


Cristina M. C. Oliveira
Fazenda do Jó

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Vaticano critica oportunismo de Dilma e quer distância das armadilhas políticas da presidente

(Foto: Blog do Planalto)

Plano frustrado – Na tentativa desesperada de escapar da crise que chacoalha o governo, a presidente Dilma Rousseff acrescentou mais uma derrota política ao seu currículo. Aproveitando a visita do papa Francisco para distrair a opinião pública, Dilma abusou do oportunismo ao pedir ao religioso apoio da Igreja Católica para projetos internacionais de combate à fome. Trata-se de uma estratégia velha e conhecida, muito utilizada pelo então presidente Lula, agora um bem sucedido lobista de empreiteiras, para minimizar os efeitos colaterais dos escândalos de corrupção que marcaram seus dois governos.
A cúpula do Vaticano já descartou a possibilidade de aceitar o pedido da presidente, assim como não quer ver a Igreja Católica sendo utilizada como massa de manobra por um governo que está debaixo de sérias acusações e enfrenta uma incontestável crise de credibilidade.
A necessidade de colar sua imagem à popularidade crescente do papa Francisco levou Dilma a um ato impensado. A presidente enviou ao Vaticano uma carta em que pediu para que o papa transformasse sua vinda ao Brasil em viagem de chefe de Estado, o que, de acordo com o protocolo, o obrigaria a fazer escala em Brasília. Conhecedor das muitas artimanhas que impulsionam a política, o papa descartou de pronto o pedido de Dilma.
O papa Francisco está no Brasil como chefe da Igreja Católica e com o objetivo específico de participar da Jornada Mundial da Juventude, não para encontros políticos. Além disso, Jorge Mario Bergoglio, por sua trajetória, dificilmente se submeteria a uma armação partidária.
O viés meramente religioso da viagem papal ficou claro no posicionamento do pontífice, que não quer a presença de políticos durante a visita à favela Varginha, no Rio de Janeiro. “O contato é com o povo, e justamente com o povo mais esquecido pelos governantes”, declarou um representante do Vaticano ao jornal “O Estado de S. Paulo”.
Fonte: blog da Rô

terça-feira, 16 de julho de 2013

Marco Feliciano chama reunião de Dilma Rousseff com cantoras gospel de engodo “Acorda igreja!”, pede o deputado.

O deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC-SP) criticou o encontro realizado pela presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira (15) com um grupo de mulheres evangélicas no Palácio do Planalto.

Dilma recebeu o grupo de evangélicas, entre elas pastoras e cantoras, em um encontro articulado pelo Ministro da Pesca, senador Marcelo Crivella (PRB). Feliciano chamou o encontro de “engodo”.

O deputado fez várias críticas através de sua conta no Twitter e acusou Crivella de tentar fazer com que Dilma Rousseff fique “bem na foto com os evangélicos” em um momento em que a popularidade da presidente cai para 31,3%.

O parlamentar criticou a ineficácia da assessoria da presidente por ter preparado um encontro com cantoras e não com os líderes evangélicos. “Nada contra as cantoras, todavia, as convidadas nada sabem sobre o real motivo de suas visitas, ficar bem na foto com os evangélicos”, disse.

“A primeira manifestação foi liderada pelo pastor Silas Malafaia, que com líderes (pastores) de todo o Brasil dia 5/6 levaram 70 mil pessoas a Brasília. Mais uma vez o ministro Gilberto de Carvalho, ministra Gleise Hofffman confirmam o que uma vez desmentiram: o cargo dado ao ministro Crivella, porque Crivella ‘representa’ os evangélicos. Erro gravíssimo! Mais um tiro dado no pé, pois acende a indignação dos líderes evangélicos (sic)”, escreveu Feliciano.

Participaram do encontro Ana Paula Valadão, Bruna Karla, Cássia Helena de Sousa, Damares, Eyshila Oliveira Santos, Ezenete Alexandrina, Fernanda Hernandes Rasmussen, Irene Maria Hermenegildo Lopes Correa, Juliana Alonso Machado, Leonor Alonso Machado, Mara Maravilha, Maria do Carmo Araujo, Maurizete da Silva Catarina Acioli, Rubia Pinheiro Fernandes, Sonia Hernandes e Valnice Milhomens Coelho.

Marco Feliciano acusou Dilma de não ter recebido os pastores porque sabia que haveria uma conversa séria, com reivindicações. O parlamentar também afirmou que Dilma não manteve a palavra ao permitir a descriminalização do aborto.

“Na sexta feira alertei um assessor do ministro Gilberto de Carvalho, mas não adiantou, não respeitam, então que arquem com as consequências. Será que as cantoras pediram o veto do PLC 003/2013? Lei que tornará o aborto legal? Com certeza não e porquê? Porque não tem conhecimento! (sic)”, concluiu.

GospelPrime

CANTORAS EVANGÉLICAS ORAM PELA PRESIDENTE DILMA

Vejam Aqui em Primeira mão a cantora gospel Damares cantando "Sabor de Mel" "Deus vai te levantar das cinzas e do pó" para Presidenta
A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira (15) cantoras gospel no Palácio do Planalto e recebeu orações das artistas, que foram acompanhadas pelo ministro da Pesca e Aquicultura e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (PRB).

A cantora Damares, uma das 16 artistas convidadas para a reunião, disse que a presidente cantou a música "Sabor de Mel", de sua autoria, e que as recebeu com "o maior carinho, maior amor". "Ela gostou muito, se emocionou algumas vezes. Choramos juntas", contou Damares - assista no vídeo. Além dela também estava presente Mara Maravilha, que fez sucesso com programas infantis nos anos 80 e 90.

"A gente orou para Deus estar restaurando a saúde dela porque é um momento de muita pressão que o Brasil está vivendo. Viemos como representantes da Igreja Evangélica no país apoiando ela no que precisar", disse a cantora, que negou ter feito qualquer pedido à presidente.

"Não viemos pedir nada. A gente veio apoiar nesse momento de tantas manifestações porque é uma carga muito pesada que ela está levando. E ela é um ser humano", ressaltou Damares.

A cantora disse que a Igreja Evangélica veio "oferecer um ombro" para a presidente. Damares, porém, evitou dizer se o movimento apoiará a reeleição de Dilma em 2014.

"Somos cidadãos como qualquer outro, temos nossas reivindicações, coisas que achamos que não está bom", disse. "Ela fez promessas de melhorias, ela está realmente de mãos abertas para abençoar não só a igreja, mas o povo em si”.
Presidente Dilma Rousseff durante encontro com cantoras e representantes da comunidade evangélica (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)
Presidente Dilma Rousseff durante encontro com cantoras e representantes da comunidade evangélica (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)

Fonte: Blog da Rô

terça-feira, 25 de junho de 2013

O que acordou o gigante


O país do futebol se demitiu. Bateu as portas e saiu gritando, entre outras coisas mais pesadas, que “o Neymar não vale mais que o professor”. A manifestação evoluiu tão rapidamente, do passe livre ao país livre, que pegou o mundo de surpresa e ainda será preciso “voltar a fita” muitas vezes para entender esse momento histórico. Mas já parece mais lógico do que ousado afirmar que não foram os 20 centavos que acordaram o país. O gigante acordou foi com sede.
Falaram muito mal dos brasileiros quando, no início de 2011, as mobilizações articuladas pelo Facebook derrubavam presidentes nos países árabes, a começar por Tunísia e Egito, na chamada Primavera Árabe. Não muito depois, o agravamento da crise econômica mundial alastrou o desemprego por toda a Europa. Surgiram os “Indignados”, surgiu o “Occupy Wall Street” e a indignação popular ocupou o mundo – ou quase. Do lado de cá, os brasileiros consumiam o que ofertavam pela frente, com toda a fome de quem conheceu a pobreza.
Juan Arías, correspondente do El País no Brasil, questionou a nossa apatia, no artigo “Por que o Brasil não tem indignados?” E a resposta é tão simples que já era um bordão em 1992, no contexto da disputa presidencial estadunidense: “é a economia, estúpido”.
Escalada da inflação
O brasileiro passou fome de consumo e nos últimos anos pôde experimentar um poder de compra praticamente anestesiante: entre 2004 e 2010, 32 milhões de pessoas ascenderam à categoria de classes médias e 19,3 milhões saíram da pobreza, segundo o governo federal. A nova classe média era o fenômeno da mídia e as notícias pareciam falar de extraterrestres: “nova classe média usa smartphone”, “nova classe C já faz compras pela internet”, “agora eles também apostam em intercâmbios – para Chile e Argentina”! Por trás do consumo faminto, no entanto, estava a inflação. Em escalada silenciosa.
Um sinal claro de descontrole dos preços veio à tona com a alta de 122% no valor do tomate no acumulado do ano. Aqui e ali, as prateleiras dos mercados ficavam menos acessíveis, até que bastaram mais 20 centavos na tarifa de ônibus em São Paulo para pingar a gota d’água. Uma causa imediata para o protesto. Pequena, porque é só a última gota. E não há dúvidas de que é legítima: mais do que a gota que provoca o transbordo, ela é da mesma natureza das gotas que a antecederam: politico-econômica. Traduzindo, aquela sensação de que estão mexendo com a sua vida e você não pode fazer nada.
Eu tenho a ver com isso
Depois de descobrir que nada valhem as 1,6 milhão de assinaturas colhidas pela queda do senador Renan Calheiros e que Marcos Feliciano vai, sim, continuar na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados; foi a sede de participação que acordou o gigante.
Também não podemos esquecer de articulações perigosas no governo federal que contrariaram todas as manifestações da vontade pública: o novo Código Florestal, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, o final trágico do julgamento do mensalão com a tentativa do Legislativo se sobrepor ao Sistema Tribunal Federal, a lei contra os novos partidos e, para acabar (por enquanto), a PEC 37, encurralando o Ministério Público. Como detectou a ex senadora Marina Silva (http://www.youtube.com/watch?v=o3N-yWKYoRc), “por trás da tarifa, a revolta é por sermos apenas espectadores da política.”
O que é horizontal se espalha
Sob a bandeira “se a tarifa não baixar, a cidade vai parar”, o Movimento Passe Livre acabou lançando, em 7 de junho aqui em São Paulo, a convocação que faltava para o cidadão ocupar com os dois pés a cidade que, afinal de contas, já vive parada pelos carros. Essa semana começou com mais de 30 cidades brasileiras em protesto e outras oito cidades no exterior, pela Europa, Estados Unidos e ainda Sidney, na Austrália. Em Londres, havia mais de 7 mil pessoas em apoio ao movimento brasileiro. Mais de duzentas páginas no Facebook convocam os próximos atos.
Os brasileiros seguem o exemplo dos indignados e do #occupy: não tem carro de som, não tem liderança, não tem pauta para negociação. E isso é justamente o que mais preocupa o governo federal, segundo declaração do ministro da secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. O governo teme porque sabe que as revogações dos centavos nas tarifas não vão saciar o povo. E nem o povo sabe o que será suficiente para acalmá-lo novamente – tomara que não seja o tempo!
Por trás da tarifa, uma democracia com participação
A gota d’água da tarifa de ônibus serve como pauta simbólica. Por trás dela, dividem-se questões a serem investigadas seriamente. Para começar, o preço das passagens nos leva a perguntar para onde vai o dinheiro público. Ou seja, não levará muito tempo para o pleito da tarifa desembocar no maior pedido dos brasileiros: o combate à corrupção.
A queda no conforto e na agilidade das viagens também nos faz questionar sobre a nossa qualidade de vida – que vai muito além da renda, para os governos desavisados – e qual o modelo de mobilidade urbana que queremos.
É claro que tudo isso também se relaciona com a busca por um modelo de desenvolvimento mais sustentável, já que o consumo é o coração da mudança de paradigma e a mobilidade é o símbolo mais evidente da sustentabilidade nas cidades. Porém, uma condicionante essencial à sustentabilidade é a democracia, verdadeira e participativa, pois alicerça a maioria em torno do bem comum e daí tem meios para equilibrar o atual predomínio dos interesses econômicos sob os pilares social e ambiental. Só haverá sustentabilidade com democracia. E sim, a briga aqui ainda é por ela.
***
* Nota: trilha sonora. É de uma ironia bem vinda e vibrante que o jingle de um comercial de uma marca de carro, justamente!, tenha virado febre em uma manifestação pelo transporte público! Mas a música que recomendo para o momento foi lançada na decadência da Ditadura Militar de 1982. “É!”, de Gonzaguinha.
É!
A gente quer valer o nosso amor

A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor…

A gente quer carinho e atenção

A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade…

É!

A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela…

É!

A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação…

*Ana Carolina Amaral é jornalista formada pela Universidade Estadual Paulista. Colunista de sustentabilidade, foi repórter de TV e de portais online, cobriu conferências internacionais como a C-40 e a Rio+20 e fez assessoria política e de 3o Setor. Atua há 12 anos em movimentos socioambientais e é moderadora da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental.
Fonte: (Mercado Ético)